quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Andando de ônibus

Hoje pela primeira vez andei de ônibus urbano na minha cadeira de rodas. Já estava curioso há um tempão para usar o elevador dos ônibus daqui de BH e aproveitei que meu carro está na revisão para experimentar. Eu queria ir sozinho, mas minha namorada estava saindo do trabalho e foi comigo. Ainda bem, porque eu nem sabia que ônibus pegar, fiquei no ponto quase meia hora lendo as placas que indicam as ruas em que passam, já que ninguém soube dizer qual deles ia pro lado da minha casa. Andamos um pouco até o ponto em que ela sabia que tinha um e esperamos.

O primeiro que veio estava vazio, mas não tinha elevador. Dez minutos depois outro, também sem elevador, mas o motorista garantiu que o próximo teria. Mais dez minutos e pintou finalmente o danado. Fiz sinal, o buzão parou e em segundos o trocador acionou o elevador, que fez um barulhão e desceu até o chão. Desci da calçada e entrei de ré, só que a esperta da minha namorada foi me puxando e ficou presa atrás da minha cadeira. O trocador disse que ela podia subir junto e fomos.

Lá dentro encaixei na "baia" própria pra cadeira e lá fomos nós. Eu não andava de ônibus há uns cinco anos, e esqueci o tanto que aquilo balança. Travei a cadeira, mas se não me segurasse nas barras ao redor, ia longe. E a Gi ainda deu uma mão, pois eu não parava de balançar. Mas há até uma espécie de cinto para segurar melhor o cadeirante, eu que não quis usar. Chegamos ao destino e novamente o trocador desceu rapidinho o elevador, descemos (juntos de novo, acho que ela também gostou da brincadeira) e fomos embora.
Gostei da experiência, é bem tranquilo pegar ônibus em BH. E a maior parte das linhas tem veículos com elevador, e mesmo que tenha que esperar um pouco mais, vale a pena. As principais linhas tem vários destes.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Natal na praia


É isso aí pessoal, tô indo pra Guarapari passar o natal com meus pais. Sei que praia não é lá um ambiente muito propício pra cadeirante, mas o que eu curto mesmo é ficar no boteco tomando uma gelada e comendo peixe, então nada faz falta. E vai estar a família toda, então sempre tem algum cachaceiro como eu pra dividir a cerva. Só não pode exagerar, senão acaba que nem esse papai noel aí:


No mais, desejo a todos um feliz natal e boas festas.

sábado, 19 de dezembro de 2009

Suor e lágrimas

Tenho uma teoria sobre fisioterapeutas que não falha: eles só ficam felizes se virem água descendo no seu rosto, seja em forma de suor ou de lágrimas. Portanto, se você estiver fazendo algum exercício e não estiver suando, pode começar a chorar.
É brincadeira, claro, mas exemplifica a dedicação destes profissionais que tanto nos auxiliam na reabilitação e recuperação, que querem mesmo é que nos esforcemos ao máximo para aproveitar bem as atividades que nos passam.
Há algumas semanas, a Andrezza (minha fisioterapeuta fashion) inventou um exercício pra mim que provocou gargalhadas na estagiária dela. Ela demonstrou o exercício primeiro, antes de me passar, e a Viviane riu porque achou impossível eu conseguir fazer o que chamei de abdominal assistida.

A idéia é simples, fazer abdominal puxando com os braços, e parece até fácil por causa desta ajuda, mas acreditem, é muito difícil para quem tem lesão. E é muito importante pois treina os músculos de abdomen, quadril, intercostais e mais um tanto. E a Andrezza fica de olho para que eu mantenha as costas eretas, sem encurvar, o que dificulta ainda mais o exercício. E ai de mim se não fizer direito. Ela não é muito grande, mas é brava e forte que só vendo. Mas tenho me saido bem nos exercício, já senti uma melhora de postura e força abdominal. Eu já fazia todo dia uma abdominal sentado, abaixo o tronco até perto das pernas e volto, mas essa daí é muito mais difícil. Mas taí uma dica excelente de exercício para fortalecimento de tronco.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

História da pessoa com deficiência

Navegando por aí encontrei os dados históricos sobre a "evolução" dos deficientes na história da humanidade. Muito interessante, principalmente pela evolução das cadeiras de rodas, podemos dar graças a Deus pelas nossas "confortáveis" cadeiras de hoje em dia, antigamente era de madeira com assento de palha. Haja bunda.
Vale a visita, tem muita informação no site.
http://www.crfaster.com.br/Cadeira%20Rodas.htm

Cadeirando pelo centro


É gente, vida de cadeirante tem mais dureza do que eu pensava. Anteontem precisei pela primeira vez "correr" para resolver uns pepinos e senti na pele o que é andar de cadeira de rodas pelo centro de BH. Precisei deixar o carro em um estacionamento abaixo da Afonso Pena, principal avenida do centro (essa aí de cima - até que é bonita, né?). Aí começou a luta, subir um morro tocando a cadeira. Sempre aparece alguém para ajudar, mas só apareceu quando eu estava no meio do morro. Esse negócio de altos e baixos é uma constante em todas as cidades mineiras, afinal nossa topografia é montanhosa. Além do esforço, um problema que encontrei foi controlar para a cadeira não virar pra trás. Tive que manter o corpo inclinado pra frente e ao mesmo tempo por força nas rodas.
Mas a peleja estava só começando. Pra chegar ao prédio em que eu ia ainda tive que enfrentar a calçada cheia de gente e de buracos. Pior é que eu estava com o tempo contado, tive que acelerar. Chegando no prédio, havia roleta mas pelo menos a portinha pra cadeira tinha. E na escada da entrada havia uma rampa, só que era tão íngrime que sozinho era impossível subir. Mais uma ajudinha de gente que estava por ali.
Cheguei no destino (precisava de um documento do CRA - Conselho Regional de Administração), solicitei o que precisava e a secretária me pediu outro documento que tinha ficado no carro. Maravilha, fui lá pegar. Mais uma aventura: descer morro na cadeira. Nessa hora, a leveza da M3 jogou contra: a bichinha desce que é uma beleza, mas pra segurar é dose. Fui segurando pelos aros até minha mão esquentar tanto que dava pra fritar um ovo. Aí da imaginem a volta, cansado de tocar e subindo o morro de novo. Mesma coisa, no meio do caminho apareceu uma alma boa pra me ajudar.
Resolvido o problema, fui direto pra universidade, tinha aula e cheguei atrasado mas a tempo de fazer um trabalho. O resultado disso foram dores no corpo que até hoje não passaram. É, vida de cadeirante é isso aí...

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Convocado


Foi só eu falar que fico em casa durante o dia aplicando na bolsa que me chamaram pra trabalhar. Fui convocado (finalmente) para assumir o cargo do concurso da Gasmig que fiz em 2007. Até que veio em boa hora, afinal adiantei bastante meu mestrado neste semestre e já estou escrevendo a dissertação. E convenhamos, viver de bolsa é o mesmo que ser autônomo: tem meses de muita fartura e meses de dureza total. A crise que o diga...
Fiquei muito feliz com a convocação, apesar do prognótico para o próximo semestre: corda no pescoço, sem tempo pra mais nada. Pra quem acha que cadeirante é tudo jogado num cantim estou aí pra provar o contrário: trabalhando, estudando e se divertindo, como sempre. E apesar de sofrer de dores crônicas ainda mantenho o bom humor sempre.
Isso se deve a meu lema: o importante é ser feliz, e isso só depende de nós mesmos. Fica a dica.

sábado, 12 de dezembro de 2009

Probleminhas com a M3

Eu não esperava uma cadeira Tabajara, em que "seus problemas acabaram", mas esperava um pouco mais da tão sonhada M3. O principal motivo para comprá-la não foi resolvido: mais facilidade para colocar no carro sozinho. Ela desmonta mais fácil, até aí tudo bem, mas tirar as rodas é muito difícil, pois tenho que girar ela completamente para acessar cada roda, e a segunda a tirar é ainda mais difícil. E os raios paralelos não ajudam, fica difícil segurar a roda apertando o botão que a solta ao mesmo tempo. Os dedos não cabem direito, costuma doer ao segurar.
Mas o pior mesmo é passar ela por cima de mim para colocar no banco do passageiro. Achei que por ser monobloco ia passar fácil, mas me enganei. Claro que dá um desconto que o tamanho dela, o assento é tamanho 44, adequado pra mim, porém atrapalha no carro. Mas toda vez que preciso passar é um sacrifício. Pega no retrovisor interno e sempre aperta a buzina, me assustando e a quem está por perto. E pega na perna, aperta minha barriga, pega na lateral da porta e aí quando consigo por pra fora, já estou cansado da peleja e ela acaba caindo no chão com tudo. Uma luta.
Como disse, tem que considerar o tamanho da bichinha e meu tamanho também. Se muita gente acha que o mundo não é feito para cadeirantes, eu já havia experimentado esta "sensação" antes da cadeira, pois o mundo também não é feito para os gigantes (lembrando: tenho 1,95m). Eu nunca coube em ônibus, nem em pé nem sentado, sempre pegava cadeira do corredor pra botar uma perna pra fora; na maioria dos carros eu raspo a cabeça no teto e alguns objetos simplesmente são pequenos demais, como vaso sanitário por exemplo. Eu fico que nem um sapo, parece menino num penico.


Mas o pior mesmo, e isso considero um defeito do projeto, é a posição dos freios. São muito próximos à perna e como ficam pra frente, a cada transferência para um lugar um pouco mais baixo ele destrava, e eu corro o risco de ir pro chão. É assim no carro, passando pro sofá ou pra uma cama mais baixa. Não é barbeiragem minha, na fisioterapia só não vira tragédia porque as meninas seguram a cadeira. Agora estou aprendendo uma forma de driblar isso, quando vou transferir dou um "pulo", ou saio pela frente da cadeira. Também tem o risco de cair, mas é melhor do que destravar a cadeira e não conseguir me segurar. Mandei a reclamação pra Ortobras, mas a resposta que tive foi "encaminhamos o problema para o pessoal do desenvolvimento". Bem, o que posso fazer é aguardar a solução do tal problema...

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Investindo na bolsa

Já comentei aqui que uma forma que encontrei de obter algum rendimento ficando em casa a maior parte do tempo foi investir na bolsa de valores. É uma excelente alternativa para quem está impossibilitado de trabalhar ou está em algum tipo de tratamento. Vou detalhar algumas estratégias de aplicação - afinal estou ficando fera nisso - e este é justamente o tema da minha dissertação de mestrado, comparativo entre estratégias de gestão de carteiras de ativos, especificamente, Gestão Passiva X Gestão Ativa. Não pensem sacanagem, passivo e ativo aqui não tem nada a ver com preferências homossexuais.

Sempre uso mais de uma técnica, mas as que mais uso são a 'núcleo/satélite' e a 'preço médio'. A primeira consiste em aplicar um determinado montante em ações "blue ships", aquelas de empresas maiores e mais estáveis, como Petrobrás e Vale, e outra parte em ações "small caps", de empresas menores mas promissoras. As primeiras formam o núcleo, em que não negocio constantemente, só compro mais ações se estiverem baratas, e as ações satélite são as que negocio com freqüência, aproveito a volatilidade, compro na baixa e vendo na alta. Uma compra bem feita, com análise fundamentada, pode render dez por cento ou mais.
A estratégia 'preço médio' consiste em analisar a tendência de uma ação, determinar o ponto de entrada (compra) e adquirir somente uma parcela do montante disponível. Nos próximos dias acompanhar o comportamento da ação e fazer mais compras de acordo com o movimento, se ela cair, refazer a análise para identificar se houve reversão da tendência de alta ou se é uma queda pontual, e fazer mais compras de acordo com a análise. Dessa forma pode-se diluir o risco e se proteger de uma crise ou queda repentina.
No processo de decisão sobre quais ações comprar, recorro às indicações de analistas, mas faço também minha análise gráfica e fundamentalista. As indicações tem um problema: cada analista fala uma coisa e sugere ações que raramente coincidem com a opinião de outro analista. Por isso eu seleciono as carteiras sugeridas por vários analistas, faço um apanhado das opiniões em comum e monto minha própria carteira sugerida.
O arquivo com o controle de ações e a carteira sugerida de dezembro está disponível aqui. Atenção: não estou sugerindo ninguém a comprar ação nenhuma, só disponibilizo uma das ferramentas que uso para controlar e decidir. Mesmo porque o momento da bolsa é de aguardar, pois está na máxima do ano, as ações estão 'caras'.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Dicas pro dia a dia

Eu sempre busco maneiras de facilitar minha vida dentro de casa e nas atividades diárias.
Aqui vão duas dicas, acho que muita gente já sacou isso, mas não custa informar aqui.

A primeira delas é o colchão da minha cama, comprei com uma aba chamada "pillow top", facilita bastante na hora de levantar, eu seguro na aba e rapidinho tô sentado, sem fazer esforço demais. Como disse, parece bobeira, mas no dia a dia faz uma grande diferença.


Outra dica é em relação às roupas no armário. Peço à minha namorada para colocar sempre minhas camisas com o cabide virado pra fora, fica fácil tirar a camisa, puxando pra baixo ela levanta o cabide e cai na sua mão. Acho uma grande sacada. Por isso e outras coisinhas, sou totalmente independente, faço tudo sozinho, tomo banho, troco de roupa, almoço, janto, saio de carro, faço quase tudo. Afinal, é importante fazer o possível para nos virarmos sozinhos.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Test Drive para cadeirante


A Banzai Honda saiu na frente e é a primeira concessionária de Belo Horizonte que tem um carro adaptado à disposição para que deficientes físicos façam test drive. É um Honda Fit 1.4 2009/10 automático completo com ar condicionado, air bag, computador de bordo e outros mimos. 

A adaptação
O carro está equipado com o moderníssimo acelerador de aro eletrônico da Guidosimplex (fábrica italiana) que permite acelerar sem tirar as mãos do volante. A adaptação é de primeiro mundo, o aro é recoberto com couro, não há arestas e é tudo muito justo e firme.
Ao dirigir, aprendi a dominar o sistema em dois minutos, é fácil de acelerar e o carro responde imediatamente. Uma grande vantagem do sistema é que você continua acelerando durante uma curva, por exemplo. E dá muita segurança ao motorista. Estranhei um pouco o freio do lado direito, no meu carro é do lado esquerdo, mas também aprendi rapidinho a operar. A adaptação foi feita pelo Hélio Adaptações, que representa a marca, o telefone de lá é (31) 2526-1569. Procurem o Leonardo Moura, ele sabe tudo deste sistema e atende com toda presteza. Não é um sistema barato, mas a tecnologia envolvida, a segurança e a qualidade do material valem a pena.

O carro
O Honda Fit é uma delícia de dirigir, uma das coisas que mais impressiona é a visibilidade, os pequenos vidros perto do retrovisor e o vidro dianteiro recuado dão uma visão mais ampla do exterior. A tecnologia é outro forte, o painel é muito bonito e o computador de bordo fica em posição central, fácil de visualizar. Uma função bacana do computador é o consumo instantâneo, dá pra controlar a aceleração otimizando o consumo. O motor é muito forte, responde instantaneamente e o nível de ruído é quase zero.
Mas a grande sacada do Fit é o espaço interno e a modularidade. O espaço interno é melhor que muito carro maior, as pernas ficam folgadas e o motorista não se sente apertado. A modularidade do carro é um espetáculo, os bancos traseiros podem ser posicionados em várias configurações e com muita facilidade. Mas o melhor está por vir. Se não fosse a foto abaixo muita gente ia duvidar: colocamos minha cadeira no porta malas inteira, sem desmontar absolutamente nada. Fiquei impressionado, não achei que fosse dar.

Meu test drive ainda teve um toque de exclusividade: o Carlos Henrique Michel, responsável por vendas especiais, levou o carro pessoalmente na minha casa, deu total liberdade para dirigir por onde quisesse e me deixou em casa de novo. Ele é extremamente atencioso e tem todas as informações necessárias. O telefone da Banzai é (31) 3878-8888.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Casa acessível no interior

No fim de semana passado estive em Paula Cândido, terra da Gi, minha namorada. Os pais dela mudaram há pouco tempo de casa, a casa em que moravam antes não dava para eu entrar, tinha escada na porta e vários desníveis lá dentro.
Agora estão em uma casa que, apesar de ser em um morro com calçamento tipo pedra fincada e impossível de sair rodando com a cadeira, lá dentro meu sogro adaptou completamente o espaço. E não foi tanta mudança assim, só retirou algumas portas e alargou as demais.

As portas que retirou são uma incógnita pra mim. Não entendo porque as pessoas fazem porta para o corredor, já viram isso? Eu já morei em uma casa assim em Viçosa, você abre a porta e dá de cara com o corredor, que leva aos quartos. Engraçado, né? E inútil, tanto que ao retirar as portas ficou mais "clean" o ambiente. O corredor largo ajuda bastante também, não preciso ficar manobrando para entrar no quarto (temos um só pra nós lá).
Mas bom mesmo foi o banheiro. Ele tascou logo uma porta de setenta centímetros, entro lá com minha cadeira normal, nem preciso passar para a de banho. Não colocou box no banheiro (isso é o terror de cadeirante) de forma que eu consigo tomar banho sentado no vaso sanitário ou coloco uma cadeira de plástico embaixo do chuveiro. Ficou tão bom que até pra eu escovar os dentes ficou legal, direto na pia, coisa que nem na minha casa eu tenho.
Mesmo em casos em que haja menos espaço, é possível adaptar para dar mais mobilidade ao cadeirante e permitir uma melhor qualidade de vida.
Aproveito para agradecer aos meus sogros por esse esforço em prol do genro quebrado!

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Lotéricas inacessíveis


Encontrar lugares inacessíveis é uma constante na vida de um cadeirante, mas me impressiona quando vejo lugares de utilidade pública sem acesso. Não são prédios públicos, mas as lotéricas, que funcionam como franquia e são controladas pela Caixa Econômica Federal, deveriam se preocupar com o acesso, pois a cada dia agregam mais serviços disponíveis à população. Já é possível até sacar dinheiro.
Fiz alguns flagrantes de casa lotéricas em Belo Horizonte e São Paulo, e alguns são terríveis, como o da foto acima. Esta é a lotérica mais próxima à minha casa, na Rua Grão Mogol, bairro Carmo, região importantíssima de BH. A lotérica é rebaixada, e são vários degraus para chegar lá dentro. A próxima foto é de uma lotérica na Avenida Alfredo Balena, região de hospitais. Esta ainda é fácil de adaptar, é só colocar uma rampa, mas a primeira é difícil, a escadaria é grande.


Esta outra lotérica da foto abaixo fica em São Paulo, na Brigadeiro Faria Lima, já faz alguns meses. É incrível como uma instituição voltada para o povo como a CEF não faz exigências para que os donos de lotéricas adaptem seus estabelecimentos para receber a todos, já que o público alvo é o povo, teoricamente sem distinção.


quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Concurso público


De tudo que eu percebi até hoje na vida de um deficiente físico, a maior "vantagem" real que nós temos é a cota destinada a nós nos concursos públicos. Muita gente não se atenta para esta oportunidade ou acredita que é muito difícil passar em um concurso público, mas não é bem assim.
Em 2005 resolvi me dedicar a este "filão" dos concursos públicos e estudei para o concurso do Banco Central. Quando comecei a estudar faltavam pouco mais de quatro meses pro concurso, pouco tempo para este tipo de concurso, que demanda uma dedicação maior, tem muita matéria e muita coisa específica, que demanda aprender tudo sobre o tema, como por exemplo Contabilidade de Instituições Financeiras. Mesmo assim resolvi tentar, estudei em casa e freqüentei cursinho, o Orvile Carneiro, um dos melhores de BH. Ao mesmo tempo estudei para outros concursos e ainda para tentar o mestrado da UFSC. Por um lado, isso foi um erro, quando dedicar para um concurso grande, o ideal é focar e esquecer o resto. Por outro lado, foi bom porque fui aprovado para o mestrado. No concurso do BC fiquei em 180º lugar, para 45 vagas, uma posição ruim, mas comparando com a quantidade de gente que tentou (se não me engano, seis mil pessoas) até que não foi péssimo. Mas se eu já fosse deficiente na época, passaria em primeiro lugar.
Portanto, não é tão difícil assim de passar, mas realmente demanda dedicação. Estou falando aqui de empregos que eu chamo de "Tabajara", pois se você passar, "seus problemas acabaram". O salário é muito bom e as demais vantagens, principalmente a chance de aprender, poder estudar mais melhorando a capacidade profissional ou ainda subir de cargo lá dentro, tornam este concurso um dos mais disputados do país.
Mas sem contar estes mega-concursos, há dezenas de outros com bons salários e que ainda tem a vantagem da estabilidade. Mas o deficiente físico que for fazer concurso tem que ficar esperto com o envio do laudo médico, sob pena de concorrer com todo mundo, sem aproveitar a cota destinada a ele.
Fui vítima disto em 2007. Eu já estava me recuperando bem, já tinha minha cadeira e estava tentando a transferência do mestrado para a UFMG, mas queria começar a fazer concursos para trabalhar caso a transferência não saísse. Me matriculei para o concurso da Gasmig (subsidiária da CEMIG), mas não fiquei atento para o prazo para mandar o laudo médico. Quando fui ver, perdi o prazo, e então concorri com todo mundo. Aí vem a ironia do destino: o cargo que eu tinha feito matrícula tinha só uma vaga, destinada a deficiente físico. Passei em primeiro lugar da concorrência normal, mas fiquei na espera, pois o cargo foi preenchido pelo deficiente devidamente cadastrado. E até hoje não me chamaram...
O laudo médico pode ser feito por qualquer médico (credenciado no CRM) desde que ateste a espécie e o grau ou nível da deficiência, com expressa referência ao código correspondente da Classificação Internacional de Doença - CID, bem como a provável causa da deficiência.
Dica: relação de códigos CID geralmente aplicados a cadeirantes:
G82 - Paraplegia e Tetraplegia
G82.0 - Paraplegia flácida
G82.1 - Paraplegia espástica (a maior parte dos paraplégicos como eu, vítima de trauma raqui-medular, entra neste código)
G82.2. - Paraplegia não-especificada
G82.3 - Tetraplegia flácida
G82.4 - Tetraplegia espástica
G82.5 - Tetraplegia não-especificada
Na iniciativa privada há também muitas oportunidades para deficientes, mas a grande maioria delas é para cargos de nível inferior com baixos salários, a impressão que dá é que é só para preencher a cota que a lei exige. É muito difícil um bom cargo para deficiente e eu já deixei de ser contratado para um bom cargo por causa da cadeira de rodas. Não disseram isto nitidamente, mas pra bom entendedor, um pingo é letra. No fim das contas, vale a pena se dedicar um pouco aos estudos para garantir uma vaga no mercado de trabalho e melhorar de vida, garantindo um cargo compatível com suas aspirações e ainda a estabilidade, que tanta gente persegue.
Estão abertos alguns bons concursos, como do IBGE e Banco Central. A Folha Dirigida é o site mais completo que conheço, porém eles exigem senha para acessar algumas áreas, mas há outros como o Central de Concursos e o Achei Concursos. Muita gente reclama que não aguenta ficar horas sentado estudando. Já que nós cadeirantes já estamos sentados mesmo, é só colocar uma mesa e meia dúzia de livros e apostilas e enfiar a cara no estudo.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Fecaloma


Um problema muito sério que pode acometer cadeirantes é o fecaloma. Para quem não sabe, é o acúmulo de fezes no intestino que endurecem a ponto de interromper a passagem e dilatar o intestino. Se o problema permanecer por muito tempo, só cirurgia resolve. Por isso é tão importante cuidar da alimentação e adotar uma dieta mais laxante. E também fazer massagens intestinais todo dia, de forma a treinar o organismo a evacuar constantemente, de preferência no mesmo horário.
Mas mesmo quem segue estas regrinhas, como eu, está sujeito à constipação. Aconteceu comigo semana passada. Fiquei dez dias sem evacuar, minha barriga inchou e tive que ir pro hospital. Tirei uma radiografia e realmente acusou um acúmulo de fezes e até início de distensão no intestino. Não foi acusado formalmente um fecaloma, e uma lavagem intestinal resolveu o problema. Tranquilo, né? Não. O processo é doloroso e desconfortável. Tanto que cheguei ao hospital às 9 da manhã e saí só às três da tarde. Mas com um baita alívio, parece que saiu uns dois quilos de dentro de mim (pelo menos um quilo foi...).
Há uma forma de prevenir a formação do fecaloma que é muitas vezes visto com preconceito por muita gente: o toque retal. Como o nome diz, é estimular o peristaltismo (movimentos que o intestino faz para expelir as fezes) através de toque com o dedo. Não tem nada de vergonhoso ou "aviadado" nisso, é uma forma importantíssima de prevenir uma situação que em última instância pode levar até à morte. A foto acima é uma tomografia computadorizada em três dimensões que mostra um fecaloma preso no intestino (a bola no meio do quadril) de tal forma que só é possível retirar com cirurgia. E a cirurgia não é simples, o corte geralmente é grande e o pós-operatório muito complicado. A coisa é séria, portanto deixem de preconceito e a qualquer sinal de constipação (intestino preso) não deixem de fazer o toque para auxiliar a saída das fezes.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Curtindo um filminho


Ir ao cinema geralmente é um desafio para cadeirantes, pois os lugares reservados geralmente não são adequados por serem muito próximos à tela. Aí temos que fazer um exercício visual tentando enxergar a tela e ler as legendas ao mesmo tempo, que de tão grandes é preciso virar a cabeça para ler até o final. A gente fica que nem espectador de partida de tênis, vira prum lado, vira pro outro.
Mas o que mais me irrita mesmo são as salas em que os locais reservados são todos juntos e não tem uma cadeira normal perto. Sempre vou com alguém, a namorada ou algum amigo, e quando não tem uma cadeira normal ao lado é péssimo. Não que eu fique comentando o filme, mas quando é a namorada dá pra pelo menos ficar de mão dada.
Todos os cinemas que fui até hoje tinham local reservado, mas nem todas são no início, em salas menores e aqui em BH no shopping Diamond Mall são nas últimas fileiras, é ainda pior, tenho que usar binóculo, achei tão ruim que nunca mais voltei lá.
A melhor solução que encontrei até hoje é o padrão do Cinemark, as vagas são um pouco mais atrás, acho que quinta ou sexta fila, e intercalam uma vaga, e uma ou duas cadeiras normais, tão bom que mesmo se forem vários cadeirantes, todos tem uma cadeira normal ao lado para o acompanhante. E nem precisam ficar virando a cabeça o tempo todo.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Cadeiras muito ruins no HBH


O Hospital Belo Horizonte, na avenida Antônio Carlos, é um dos melhores da cidade, mas deixa muito a desejar em um item importantíssimo: as cadeiras de rodas disponíveis para pacientes.
Os modelos que tem lá são antigos e muito desconfortáveis, mas o pior são os braços, muito difíceis de tirar, e quando saem, o buraco em que se encaixam mostra sinais de ferrugem e são afiados, fácil se cortar ou machucar em uma transferência. Sempre que uso estas cadeiras tenho muita dificuldade na transferência e me arranho. Os apoio para os pés também atrapalham demais nas transferências, são grandes e difíceis de regular, minhas pernas sempre ficam para cima.
Para tocar estas cadeiras é um sacrifício, muitas estão com rodas empenadas e são muito duras. As rodas dianteiras são muito grandes e dificultam muito as manobras, a ponto de uma curva simples se tornar um exercício. Os aros também apresentam problemas, tem pontos de solda proeminentes e alguns apresentam também pontos de ferrugem.
Pelo nível do hospital, passou da hora de trocarem as cadeiras por modelos mais novos e seguros, garantindo maior conforto aos pacientes.

sábado, 14 de novembro de 2009

Adaptação pro tênis


Como contei neste post, comprei uma espécie de caneleira (vou chamar de puxa-pé) que puxa o cadarço do tênis para manter o pé pra cima na hora de treinar passo nas barras paralelas. E como disse lá, não foi muito eficiente não. Mas pra quem tem espírito de professor Pardal (essa é velha heim) tudo tem jeito.
Observei que o acessório não funciona por alguns motivos:
- o cadarço acaba cedendo um pouco,
- o ângulo em que ele faz força pra cima é muito pequeno, fica quase paralelo,
- o elástico é curto demais, ou meu pé é grande demais (ou ambos).
Pra resolver a parada, idealizei uma adaptação no tênis. Lembrei-me que no Sarah eles usam um sistema em que é feito um furo bem na ponta do tênis, onde é colocado o elástico, e é ligado então à canela. Resolvi então colar com superbonder um pedaço de velcro na ponta do tênis para fixar a ponta do elástico, dando mais espaço e aumentando o ângulo.

E não é que deu certo? Agora quando jogo a perna meu pé fica mais estável, não arrasta tanto no chão quanto antes, facilitando no exercício. Nessa última foto estou nas barras, dá pra ver como ficou mais estável e puxando bem da ponta do tênis. A grande vantagem, no fim das contas, foi o custo: cada puxa-pé custa apenas R$12,00. E o velcro roubei na bolsa de costura da minha namorada. Pena que não tinha preto, ia ficar mais discreto. Mas seguindo minha teoria de que cadeirante pode estar até pelado que as pessoas olham mesmo é pra cadeira, esse velcro branco passa despercebido. E na verdade, não tô nem aí pra isso...

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Impressões sobre a M3


Dois dias usando a cadeira e já deu pra ter uma boa idéia das vantagens e defeitos dela.
Que ela é muito bonita, não tem como questionar. Mas já descobri uma desvantagem da minha escolha de cor, vermelho, arranha com facilidade e aparece muito mais do que uma cinza, por exemplo. Acho que em pouco tempo ela vai estar com cara de rodada.
A leveza também é uma grande vantagem. Tanto para tocar quanto carregar é muito mais fácil, uma tocada nas rodas e ela deslancha que é uma beleza, já tive que frear algumas vezes porque dei um impulso muito grande e estava chegando na parede. As rodas e rolamentos novinhos também ajudam nesse ponto. As rodas dianteira "soft roll" também se mostraram leves no rodar e firmes em estabilidade.
Uma coisa que me surpreendeu é o encaixe no corpo. Eu achei que sentiria muita falta dos braços da minha cadeira antiga mas não está fazendo a menor falta. É até bom pra mim, eu ficava muito curvado apoiando nos braços, agora fico mais ereto.
Outra grande vantagem é ser mais curta, pra manobrar é muito mais fácil. E isso fez uma grande diferença aqui em casa. Meu apê é adaptado, a porta do banheiro é grande e onde tinham ressaltos fiz rampa, mas pra entrar no quarto de hóspedes eu só conseguia colocando um pé em cima do outro e desmontando o apoio de pé da cadeira, era um inconveniente, a impressora fica lá e eu acabava esperando a Gi chegar se eu quisesse imprimir. Agora entro numa boa, com folga.
Quanto aos problemas, não achei tão fácil colocar no carro quanto eu pensava. Mais fácil de desmontar ela é mesmo, mas tirar as rodas sozinho é um tanto complicado. É difícil segurar o quadro suspenso no ar enquanto tento apertar o pino da roda e tirá-la. O estilo dos raios, paralelos ao invés de cruzados, dificulta segurar a roda e apertar o pino ao mesmo tempo.
Com as rodas já guardadas, o encosto é facilmente rebatido, mas passar o quadro por cima de mim foi um sacrifício. Não há espaço entre eu e o volante para passar o quadro e as rodas da frente, acabo passando as rodas por cima do volante, mas bate no espelho retrovisor interno, enfim, é muito complicado. É claro que meu caso é agravado pelo tamanho da cadeira, acho que a medida é 44, é bem larga. Mas mesmo assim achei que seria mais fácil.
Outro problema é a posição do freio. Ele é bem mais pra frente e próximo ao assento, quando transfiro para um local mais baixo um pouco ele agarra na roupa. Já virei ele em uma transferência, mas voltou pro lugar fácil. E o freio também destrava com facilidade, devido à posição. No meio de uma transferência isso é perigoso.
Mas acredito que os probleminhas que tive até agora são por falta de costume. Com o tempo aprendo a passar no carro e a transferir sem pegar no freio. São pequenos contratempos pra muito benefício, a facilidade para tocar, a leveza, beleza e o tanto que me sinto melhor nela não tem preço. Ou melhor, tem, e bem que poderia ser um pouco menor...

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Chegou minha M3!


Gente, minha vida como cadeirante vai melhorar demais daqui pra frente! Chegou hoje, 30 dias depois do pedido (bem antes dos 45 dias combinados) minha M3 vermelha, zero bala.
Incrível como é mais simples a estrutura da cadeira, e o quanto é mais leve que a antiga. Sem contar na facilidade para desmontar, que tirarei a prova amanhã, quando for pra aula.
O corpo encaixa muito melhor e é muito mais leve pra tocar. Os pneus são maciços, fiquei com receio de pedir assim, mas me surpreendi com a maciez ao rodar. Amanhã tiro mais fotos e conto mais impressões sobre a bichinha!

sábado, 7 de novembro de 2009

Página dedicada a deficientes físicos na Veja on line


Dica do leitor do blog Artur Acioli, o portal da revista Veja disponibiliza na seção "saber +" diversas informações sobre deficientes físicos, principalmente para e tetraplégicos. Na onda da novela Viver a Vida, em que a personagem Luciana, de Alinne Moraes, a partir do capítulo de hoje se descobrirá tetraplégica, nós cadeirantes teremos mais visibilidade, já que os detalhes e desafios da vida sobre uma cadeira de rodas serão retratados em rede nacional (espero que sejam fiéis à realidade). É uma excelente oportunidade para nos manifestarmos e exigir cada vez mais nossos direitos, desde o básico "ir e vir" até maiores oportunidades de estudo e trabalho.
Visite o portal da veja clicando aqui.
Aproveito para disponibilizar este espaço para contribuições de leitores sobre o tema. Assuntos de interesse ou textos próprios, enviem para o e-mail alerifer@yahoo.com.br.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Cadeirantes podem conhecer a Terra Santa com comodidade

Agência de viagens cria pacote especial para cadeirantes

Especializada em viagens para Israel, a Terra Santa Viagens desenvolveu pacotes voltados às necessidades de cada um de seus clientes. Um exemplo desta preocupação é o pacote especial para cadeirantes, com um roteiro cuidadosamente planejado.

"O próprio cadeirante se exclui ao pensar que vai atrabalhar a viagem por não acompanhar o ritmo dos demais viajantes. Se ele estiver em um grupo onde todos tenham a mesma condição de mobilidade, ele não se sentirá excluído. Além disso, o roteiro extendido permite a ele usufruir da viagem com calma", explica Ricardo Caro, diretor da Terra Santa Viagens.

O roteiro da viagem consiste em 12 dias de visitas lugares sagrados da bíblia (quatro dias a mais que o roteiro tradicional) em um grupo pequeno de 20 pessoas, com o objetivo de fazer com que todos se sintam seguros, com hotéis preparados para atender a este público e trajetos de avião sem conexões.

Os viajantes contam com um grupo de assistência que os acompanhará durante todo o trajeto. E a comodidade não está apenas na viagem, mas também nas condições de pagamento, que pode ser feito em até 20 vezes sem juros.

Datas de saída: 20/07/2010 e 31/10/2010
Mais informações:
Re Alves
Assessora de Imprensa
Telefone: 11.3815-2121
Site:
http://www.terrasantaviagens.com.br

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Almofadas Roho


Todo cadeirante bem informado sabe que o sonho de consumo quando se trata de almofada para cadeira de rodas são as almofadas Roho. Na Reatech pude conhecer pessoalmente estas almofadas de gominhos, bonitas e fofinhas, mas muito, muito caras. Na ocasião, minha namorada sentou em uma, achou muito macia, e fomos quentes saber o preço pra levar logo. Afinal, não podia ser tão cara uma almofada que mais parece uma câmara de ar transformada em gominhos.
Não podia, mas era. E olha que estava em promoção, só mil e cem reais por um conforto no popô por tempo indeterminado. Preço justo para ficar livre do fantasma da escara e ainda ter conforto para passar horas e horas sentado. Bem, conforto é relativo, todo mundo sabe que lesado medular tem pouca ou nenhuma sensibilidade nessa área. Mas para quem passa pelo menos oito horas diárias sentado na cadeira, é muito importante. Mesmo assim, ainda é muito cara.

Mas uma coisa me deixa curioso: no site da Cavenaghi, há os modelos Roho comuns, em várias configurações (acredito que a diferença é o tamanho e número de gomos) por módicos R$ 1.341,00, e há também outros modelos. A que me chama a atenção é a modelo Roho Mosaic, a da foto acima, que em uma primeira impressão parece que a diferença é só o tamanho dos gomos. Porque, então, ela é tão mais barata? Só R$ 296,10, dividido em 6 vezes sem juros!!! Portanto ficam aqui algumas perguntas: alguém sabe porque é tão mais barato? Alguém já utilizou ou utiliza esta almofada? Ou sabe de alguém que usa?
Dá vontade de comprar, mas tem aquele ditado: quando a esmola é demais, o santo desconfia...

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Táxi adaptado já circula em BH

Finalmente resolveram por nas ruas o Táxi Acessível, que experimentei e contei neste post. A Coopersul foi a primeira cooperativa de táxi que aderiu a esta causa e proporciona aos cadeirantes de Belo Horizonte mais este serviço em prol da acessibilidade. A BHTrans licenciou na sexta feira o primeiro carro adaptado com elevador para transporte de cadeirante, um Doblo, exatamente igual ao que testei.
A melhor notícia é o preço, a mesma tarifa do táxi convencional. Portanto, está aí mais um motivo para sair de casa, com conforto e segurança. E mais uma facilidade, a BHTrans se comprometeu a emitir uma autorização especial para que táxis adaptados possam estacionar em vagas de deficiente e garagens.
O telefone da Coopersul é 0800-9701700.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Tutor, tala, calha, ortese, etc


Quase tudo tem sinônimo, e eu sempre achei que a campeã era a mandioca (ou aipim, ou macacheira, ou mani) mas descobri um item que tem mais sinônimos ainda: as talas (é o nome que mais chamo). Também conhecidas como órtese, tutor ou calha, e acho que esse último nome vem a calhar. Elas são minhas pernas falsas, que seguram os joelhos na hora de ficar de pé. É o acessório fundamental para praticar ortostatismo sem precisar de aparelhos.
E ainda me possibilita andar jogando as pernas. As duas de uma vez já é possível, posso até treinar para fazer só com muletas, mas prefiro tentar jogar uma e depois a outra. Mas é uma luta chegar até lá, faço um esforço fenomenal só pra conseguir levantar o pé. Mas já é uma vitória conseguir tirar ele do chão. E a cada dia sinto um pequeno avanço, por mínimo que seja, é sempre uma esperança.
Uma evolução da tala é a tala articulada, vi algumas destas no Sara. Ela tem uma trava no joelho, se dobra, e quando o sujeito fica de pé é só travar nos joelhos para ficar com as pernas estáticas. Mas só é recomendada para quem tem algum movimento nas pernas.
Outra luta é segurar o pé. Como não tenho movimento, quando puxo a perna o pé não acompanha e cai, arrastando a ponta no chão quando tento jogar a perna. A Andrezza, minha fisioterapeuta fashion, já bolou mil amarrações com faixas pra segurar o pé, as últimas até funcionaram bem. Agora comprei um acessório que pega no cadarço do tênis e fecha na canela, o da foto abaixo. Testei hoje e não foi tão eficiente assim, o ideal é pegar da ponta do pé até a canela. Se eu descobrir alguma coisa melhor, posto aqui.
PS: Na verdade, sei que os campeões de sinônimos são os órgãos genitais. Eu tinha uma revista que mostrava 100 (isso mesmo, cem) sinônimos para cada sexo. Sem contar os apelidinhos que todo mundo dá...

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Cloreto de Magnésio


Uma importante dica para quem quer se precaver ou está preocupado com a osteoporose é a ingestão de Cloreto de Magnésio. Geralmente indicado para pessoas mais velhas, sua importância para cadeirantes é principalmente relacionada à calcificação dos ossos e melhora da circulação. Não é remédio, e sim um complemento mineral, e deve ser usado dentro dos padrões recomendáveis.

Indicações:
O Cloreto de Magnésio é, sobretudo importante para eliminar calcificações da Coluna vertebral como Bico de Papagaio, Ciática, Esclerose, Artrite, Artrose, importante para evitar o Câncer, evita Enfartes e Envelhecimento, combate o Colesterol, Reumatismo, a Gota, porque ajuda os rins a eliminar o Ácido Úrico.
O Magnésio consegue desmanchar essas Calcificações, basta usar com perseverança. Além disso, acalma o Sistema Nervoso e volta a Lucidez Cerebral. O Magnésio assimila o cálcio cego e o fósforo fugidio eliminando os excessos. Fixa o Cálcio nos ossos, depois de retirá-lo das Cartilagens, Membranas e Artérias onde se assentou erradamente.

É bom contra Osteoporose.
Assim as Cartilagens ficam mais macias sem Pinçar nervos (Ciática). As Membranas escorregadias sem dores nas articulações a não ser que o osso já encoste com osso. Limpa as Artérias duras (Esclerose) de suas incrustações deixando o sangue puro e fluido para abrir as veias finas como cabelo, que voltam a irrigar o Cérebro, Coração, Fígado. O Coração Rejuvenesce e evita a necrose (sem vida), Pontes de safena, Descalcifica as Válvulas. Dá Novo Vigor e Flexibilidade. Evita a Fadiga e Infecções.

Dosagem e Preparo
A dosagem a tomar diariamente varia conforme o caso e a idade. Para preparar a solução de cloreto de Magnésio de modo geral se faz assim, mistura-se 33 Gr (ou 1 colher de sopa bem cheia) desse sal Cloreto de Magnésio em um litro de Água Pura (sem Cloro), agitar e deixar em repouso. Toma-se um copinho desses de cafezinho ou dois dedos de altura dentro de um copo comum em jejum. Depois de uma semana, se tudo está indo bem, passa-se a tomar também uma dose dessas a noite. Pode provocar furúnculos ou alergias em alguns casos: é sinal de purificação do sangue. Diminua a dose.
Para pessoas que se alimentam com alimentos integrais, a dose pode ser menor porque esses alimentos contem mais Magnésio do que os refinados. As crianças novas também podem tomar uma colher das de sopa da solução por dia. Depois dos dez anos mais ou menos, já podem tomar metade da dose do adulto. Mulheres grávidas também podem tomar pelo menos uma dose normal por dia. Isso favorece parto suave e bebê sadio. Depois dos 40 anos, cada pessoa deveria usar um pouco. Depois dos 70 anos é importante usar até 3 doses da solução por dia, pois é na velhice que este produto opera maravilhas, diz o padre Breno. Se a pressão subir um pouco é recomendado tomar alguma coisa para baixar a pressão, como suco puro de limão, mais não deixar de tomar o Mg, porque logo a pressão normalizará.

Mais informações: http://www.florais.com.br/si/site/0923

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Ortostatismo


Já citei aqui a importância do ortostatismo (ficar de pé), mas conversando com a Andrezza (minha fisioterapeuta), ela acrescentou mais alguns benefícios que não podem deixar de ser citados.
Além de ajudar a prevenir a osteoporose, reduzir a perda muscular e ajudar no peristaltismo, o ortostatismo feito corretamente e constantemente ajuda a manter a frequência cardíaca e a ventilação nos pulmões. Há casos reais de paraplégicos e tetraplégicos que depois de algum tempo de inatividade começam a ter problemas cardíacos, insuficiência respiratória e pressão alta.
Acredito que uma das maiores barreiras para praticar o ortostatismo seja falta de estrutura ou local adequado. Porém, muitas vezes as pessoas deixam de fazer para não incomodar ninguém ou por comodismo mesmo. Para saber mais sobre isso elaborei a enquete ao lado para identificar o que se passa com as pessoas que necessitam tanto deste exercício.
E como citei no artigo anterior sobre isso, geralmente não é tão difícil, bastam talas (ou calhas) feitas sob medida e um lugar firme para se apoiar, e se possível alguém por perto para auxiliar. Mas aprendemos no Sarah a ficar por conta própria, colocar as talas, subir, descer e tirar novamente sozinho. O que não pode é ficar sem praticar, o corpo sente falta e as consequências podem ser muito graves.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Triângulo, rolo, almofada

Cadeirante que se cuida e preza conforto está sempre às voltas com colchão caixa de ovos, travesseiros, rolos de espuma, triângulos, etc. Mas se não forem usados corretamente podem até piorar a situação, causar lordose, lombalgia e outros problemas. Como saber, então, a forma correta de utilizar?
É tudo uma questão de postura. O ideal é consultar um ortopedista ou fisioterapeuta para orientar. Deve-se tomar este cuidado para não piorar seu quadro de saúde devido à falta de sensibilidade. Se o lesado medular mantêm uma postura errada por longos períodos pode comprometer partes da coluna e até outros ossos. Uma situação destas pode prejudicar a recuperação ou criar novos problemas.

Eu uso constantemente um triângulo de espuma para ficar de bruços, apesar de também não ser muito recomendável, pois força a coluna para cima. Utilizo para conseguir escrever no notebook e estudar. Minha fisioterapeuta sugeriu que eu coloque o notebook na mesa e coloque o triângulo entre a mesa e meu corpo, me debruçando sobre ele. Já testei e funcionou, mas prefiro colocar o notebook no chão e ficar de bruços totalmente apoiado no sofá para digitar (esta opção a Andrezza também aprovou).
Outra sugestão importantíssima é colocar uma almofada entre as pernas quando deitar de lado. Quando isto não é feito, é comum aparecerem manchas nas partes internas do joelho, onde a outra perna se apóia. A longo prazo pode causar uma escara.

Há também os rolos de espuma, que podem ser usados para apoiar as costas quando estiver de lado ou para colocar entre as pernas também. Minha sogra ainda fez uma capa pro meu rolinho, ficou bem fashion, combina com alguns lençóis. Uso também minha namorada como rolinho (não que ela seja um, é só pra apoiar - você tá magra, viu amor?).

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Homenagem ao dia do professor

Minha família é quase toda de professores, meu pai, e irmãos, por enquanto só eu e minha mãe que não entramos nessa ainda. Estou fazendo mestrado de olho neste mercado, ano que vem já começo estágio docente. Portanto aqui vai uma homenagem ao dia dos professores:

Almofadinha

Mais uma solução para minha novela da "entrada no carro". Tudo começou logo na compra do carro, como minhas pernas são gigantes (1,05m) em carro de quatro portas é sempre complicado de entrar, e como eu tinha que comprar um carro automático, as opções viáveis que haviam no mercado eram todas de quatro portas. Como não tinha como correr, comprei meu carro com o objetivo de tentar encontrar uma forma mais fácil de entrar. Consegui encontrar, mas infelizmente não tenho como não raspar as costas na trava da porta do carro. Já contei isso aqui algumas vezes, quem acompanha sabe.
Eis que Andrezza, minha fisioterapeuta fashion, criou o Protetor Lombar, que resolveu o problema. Porém, o protetor é difícil de colocar sozinho, e não posso usá-lo em todas ocasiões (casamento, por exemplo). Desde que criei o blog, fiz muitos amigos virtuais, pessoas que acessaram o blog e iniciamos uma amizade, mas quem mais tenho contato é a Tânia, do blog Sem Barreiras, esposa de um cadeirante, o Milton. Trocamos idéias e experiências há tempos, e sabendo do meu problema, idealizou uma almofadinha para proteger a trava do carro. Confeccionou o acessório e me mandou, direto de Porto Alegre, pelos correios.

Depois de vários desencontros consegui buscar nos correios, e neste fim de semana meu tio instalou pra mim. Ela consiste de uma almofada com velcros em um dos lados, que se liga à outra parte do velcro que foi colada no carro, conforme podem notar nas fotos. Simples e eficiente, a almofada fica ao lado do banco, quando vou entrar coloco por cima da trava, e retiro depois, mesmo procedimento ao sair do carro. Genial, não é?

Já estou chamando-a de almofadinha tabajara, pois "meus problemas acabaram"!! E ela ainda fez vermelha pra combinar com meu carro. Não é um doce, essa pessoa? Isso que acho fantástico na Internet, você conhece pessoas que provavelmente jamais conheceria e ainda constrói uma amizade bacana, sem interesse nem nada. E sabe que pode contar com ela e vice-versa.
Muito obrigado, Tânia, no que precisar sabe que pode contar comigo. Agradeço também ao meu tio Altair, sempre prestativo, praticamente um pai pra mim aqui em BH.
Se alguém se interessar em fazer, não tem medida padrão, é só medir no carro e costurar o velcro, e para colar o velcro no carro lembre-se de usar uma cola que não estrague a pintura. Não sei o nome da que meu tio usou, mas ele tomou este cuidado.
Ah, o protetor lombar não foi aposentado, por ser mais abrangente ele protege mais e em outras situações além do carro, evitando machucados e escoreações. Agora posso ficar mais tranquilo tanto no tratamento da minha escara quanto no aparecimento de outros machucados.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Disreflexia Autonômica Medular

Há algum tempo comentei na clínica que faço fisioterapia que algumas vezes, quando eu me deito, sinto um calor extremo acima da lesão, chego até a suar. Isso ocorre geralmente depois que fico de pé. A Bárbara, que era estagiária lá, comentou que poderia ser Disreflexia Autonômica, coisa que eu nunca tinha ouvido falar. Pesquisei e encontrei na Internet muita coisa sobre esse "efeito colateral" da lesão medular. Abaixo um dos textos que encontrei:
A Disreflexia Autonômica Medular (DA) foi relatada pela primeira vez em 1890 por Anthony Bowlby, quando ele descreveu em um paciente com traumatismo raquemedular (TRM) a presença de sudorese profusa e vermelhidão (rash) na cabeça e pescoço desencadeada pelo procedimento de cateterização da bexiga. A DA é uma síndrome caracterizada pelo surgimento agudo de atividade autônoma excessiva em pacientes com lesão medular acima de T5-T6 (saída do fluxo esplânico simpático). Esta condição é geralmente desencadeada por estímulos nocivos que ocorrem abaixo do nível da lesão medular.
Pessoas com lesão medular acima de T6 (estou me referindo ao nível medular, não a vértebra!) Não terão o sistema simpático se opondo ao parassimpático em seus efeitos sobre o sistema circulatório. Este é o ponto principal para se entender a disreflexia autonômica!
Abaixo do nível da lesão, os neurônios medulares continuam a trabalhar normalmente. Quando um estímulo nocivo é detectado pelos receptores de dor, ele viaja normalmente (como se nada tivesse acontecido) através das vias sensoriais aferentes até a medula espinhal.
Chegando na altura da lesão medular, esta informação de dor é incapaz de viajar mais, criando excitação dos gânglios simpáticos. Esta resposta simpática não encontra oposição pelo sistema nervoso parassimpático acima do nível da lesão (pois o contato do SN parassimpático foi interrompido devido a lesão medular e os estímulos inibitórios não tem mais como equilibrar a ação do Simpático).
Assim, a excitação dos gânglios simpáticos abaixo do nível da lesão resulta em uma maior resposta reflexa do sistema nervoso simpático. A qual se manifesta como uma vasoconstrição repentina e maciça dos vasos sanguíneos abaixo do nível da lesão. Se o estímulo doloroso continua a excitar os gânglios simpáticos, acaba por levar a um maior aumento da resposta simpática reflexa de vasoconstrição abaixo do nível da lesão.
A vasoconstrição, e a consequente hipertensão é percebida pelos barorreceptores no arco aórtico e os corpos carotídeos do coração. Estes receptores enviam mensagens aferentes para o centro vasomotor no bulbo do tronco cerebral, que resultam em uma resposta de vasodilatação e bradicardia. Esta resposta, porém, só pode ocorrer acima do nível da lesão, criando uma resposta parassimpática que é continuamente estimulada pelos barorreceptores que estão respondendo à hipertensão que ocorrem abaixo do nível da lesão. Isso resulta na dilatação dos vasos sanguíneos no cérebro, porém hipertensão no resto do corpo em um círculo vicioso.
Se este desequilíbrio autonômico não for tratado, o resultado pode ser hemorragia cerebral, convulsões e morte.
Mais informações clique aqui.
No final das contas, acredito que o calor que sinto não é sintoma de disreflexia, mas sim o retorno do sangue, pois só acontece depois que fico de pé. Mas é sempre bom sabermos mais sobre isso.

domingo, 11 de outubro de 2009

M3!!!

Entrei pra turma dos cadeirantes fashion!
Fui a São Paulo decidir a compra da cadeira nova e fui convencido pela minha irmã a decidir pela M3, apesar do preço absurdo. Fizemos uma "vaquinha" em família, cada um entrou com um pouco e fecharam meu presente de aniversário. E pensar que meu sonho era comprar uma bike desse valor... Mas tá bom, minha situação atual é essa, sobre rodas, que seja então sobre rodas de alto nível, né? Ou melhor, médio nível, as importadas ainda são as top, mas nacional essa é a mió que tem (pelo menos é o que dizem...).
O problema é a fila de espera, me pediram 45 dias de prazo, não vejo a hora... Aproveito para agradecer ao Jairo, Evandro e Dado pelas dicas que me ajudaram a procurar e decidir a melhor opcão. Entre elas, um aviso muito importante: a Tokleve, recém vendida, está com atrasos para entrega, e alguns lugares nem estão aceitando encomendas. Mas pelo menos a M3 foi assumida integralmente pela Ortobras e tem garantia de entrega. Assim espero...
Enquanto não chega minha M3 vermelhinha, toda regulável, com rodinhas soft roll e frogleg, continuo na minha companheira, já são três anos me aguentando e me levando de um lado pro outro. O difícil mesmo é colocar no carro, e esse é o maior motivo para mudar para uma monobloco, que além de mais fácil de desmontar é mais leve.
Quase comprei uma cadeira de uma marca que nunca tinha visto, Ortomix. Parece de boa qualidade, mas não é tão regulável como a M3. Essa é uma característica também muito importante, apesar de eu nunca ter mexido nas regulagens da minha, pois acho que eu me adaptei à configuração dela, e o ideal é buscar uma configuração mais confortável mudando o que for possível. Quando ela chegar posto fotos aqui, a foto lá em cima é da Gi fazendo test drive pra mim, pois a que tinha nesta loja era pequena pra mim. Ela achou muito macia, espero que eu goste também!

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Protetor Lombar


Já contei algumas vezes aqui sobre a dificuldade que tenho ao entrar no carro, o que inclusive gerou minha primeira escara. Não é todo cadeirante que passa por isso, meu caso é pior pois minhas pernas são muito compridas, e o espaço para entrar no meu carro com a porta totalmente aberta é exatamente o tamanho do meu fêmur, o que causa "raspadas" na região da coluna lombar. Em carros menores é pior ainda, geralmente tenho que me entortar todo e entrar contorcendo que nem uma lagartixa. O estrago é feito pela trava da porta, sempre feita em ferro e geralmente afiada.
Na busca por uma solução, Andrezza, minha fisioterapeuta, inventou um acessório que foi confeccionado pela mãe dela, dona Lúcia (obrigado dona Lúcia!). Ficou tão bem feito que parece ter vindo de uma fábrica. Ela usou materiais muito fortes, semelhantes aos usados em quimonos e forrou o interior com espuma. E como podem ver, ainda usou um pano bem fashion para cobrir a espuma.

Ainda faltava um nome para o acessório, ficamos alguns dias pensando e num estalo Andrezza resolveu: Protetor Lombar. Chique, né? Chique mesmo é a função dele: protege a região da coluna lombar e até as nádegas, de qualquer esbarrão, seja no carro, em casa ou na rua. E conta com um sistema de amarração muito eficiente, permite que ele fique fixo na cadeira antes de sentar e depois é só passar a faixa pelo fixador central e passar pelas argolas de fixação, puxando e ajustando como um cinto de segurança e ainda fecha com velcro. Coisa de profissional!

Infelizmente dona Lúcia ainda não vai produzir protetores lombares em larga escala, mas quem quiser fabricar, as medidas são 72 por 37 cm e as tiras são 38 cm a do meio e 84 cm a da lateral. Claro que não vai ficar bacana como o meu, mas pelo menos protege o popozão!

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Consulta Pública - ANS

A Agência Nacional de Sáude Suplementar, está com sua consulta pública aberta a todos nós. A ferramenta de consulta pública abre a possibilidade de uma ampla discussão sobre diversos temas na área de saúde, permitindo que você participe e contribua na construção do sistema de saúde brasileiro. Por meio da consulta pública o processo de elaboração do documento é democrático e transparente para a sociedade.
As propostas estão no site www.ans.gov.br, dentre tantas estão:
Planejamento familiar, incluindo reprodução assistida
Médicos anestesistas atenderem pelo plano
Atenção às pessoas com transtornos mentais
Cobertura de consulta e sessões com nutricionista, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional.
Cobertura dos procedimentos de reeducação e reabilitação física, em número ilimitado de sessões por ano, que poderão ser realizados tanto por fisiatra como por fisioterapeuta.

Vamos colaborar, prorrogaram até 30 de outubro.

Ralando

O post abaixo foi o de número 100. E eu que achei que ia escrever uns dois por mês... A criação deste blog foi uma grande sacada, sugestão de um amigo meu, e além de servir como uma forma de externalizar experiências vividas e opiniões, ainda pode ajudar pessoas na mesma situação que eu ou que tenham interesse no assunto. Quando fiquei paraplégico, senti falta de um canal de informação como este, que narrasse de forma espontânea e leve os desafios e desse dicas sobre a vida em uma cadeira de rodas.
Porém ultimamente não tenho tido tempo para escrever e atualizar mais frequentemente o blog, pois o mestrado tem me tomado muito tempo. E como aqui na UFMG é bimestral, acabei esta semana o bimestre e tenho até o final do mês para entregar três resenhas, uma crônica e dois artigos, para fechar as disciplinas. É gente, mestrado não é fácil não, mas vale a pena. Estou gostando muito das aulas, e só o fato de exercitar a mente de novo já vale o sacrifício. Aí é que está um dos pontos fortes do mestrado: as discussões em sala de aula são de alto nível, tanto que muitas vezes parece mais um bate papo com o professor do que uma aula expositiva, onde o professor dá a matéria e os alunos no máximo tiram algumas dúvidas.
Mas tem uma matéria que me surpreendeu: análise financeira avançada. É uma aula de quatro horas por semana, e a cada aula o professor dá referências bibliográficas, todas em inglês (os melhores livros de finanças são em inglês), o aluno estuda, e na aula da semana seguinte o professor dá uma hora de aula e distribui uma folha com três ou quatro questões sobre o assunto pra cada grupo (sorteado por ele). Depois de dar uma geral sobre o assunto, dá 50 minutos para os grupos se reunirem, responderem às perguntas e montarem uma apresentação para apresentar os resultados. E os temas são cabulosos, análise de lucratividade, ganhos sustentáveis, análise de crescimento, etc, tudo em inglês. E ao fim da disciplina temos que entregar três resenhas sobre os temas apresentados e um artigo. Pesado, né?
Mas como eu disse, tá muito bom, botar o tico e teco pra correr de novo está me fazendo muito bem. E o blog me ajuda a escrever melhor, a desenvolver idéias e manter coerência, tudo isso muito importante para escrever resenhas e artigos. Mas apesar da correria vou procurar escrever sempre por aqui, mesmo que com distância de alguns dias. Bem, deixa eu ralar mais um pouquinho..

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Os melhores dias de nossas vidas


Esses dias lembrei de um filme com cadeirantes que vi em que o protagonista reclamava que nem se suicidar ele podia. Custei mas lembrei o nome do filme, "Os melhores dias de nossas vidas" é o nome no Brasil, o título original é "Por dentro estou dançando".
Me identifiquei com o personagem pelo desprendimento, pela audácia e vontade de curtir a vida, mesmo em uma cadeira de rodas. Apesar dos excessos que ele comete, e da falta de noção em algumas situações, a mensagem é fantástica, e mostra o quanto ainda temos que evoluir em direção a aceitação e a tolerância das pessoas. O Diretor Damien O'Donnell ensina no longa se utilizando do “diferente”, que a melhor maneira de aprendermos nossa lição é vivendo a vida da melhor maneira possível, sem tempo para demagogias, acreditando que podemos sim ser melhores sempre. Veja a sinopse do filme:
"Rory O’Shea é o típico jovem descompromissado com a vida e com as pessoas. Aquele adolescente que irritaria qualquer mãe, não tem papas na língua, portanto, fala o que pensa e não se preocupa se vai magoar alguém ou não, um cara anárquico, sem levar ao pé da letra.
Seu amigo Michael (Steven Robertson, de Cruzada), tem características bem opostas, vive a mesmice de uma série de impossibilidades, a base de regras e convenções pelo simples fato de ser diferente.
Dois personagens com estilos divergentes, mas muito próximos um do outro, a começar que ambos dependem plenamente do ser humano, pois, Rory e tetraplégico e Michael tem paralisia cerebral. Acrescentando a esses dois perfis temos a atriz Romola Garai, que interpreta Siobhan, uma enfermeira “gostosa”, que irá cuidar dos dois amigos inseparáveis.
Um longa que tem como utilidade pública, única e exclusivamente, servir como uma lição de vida, “Os melhores dias de nossas vidas”, cujo título original é “Inside, I’am Dancing”, comove, toca e instiga, nos leva a auto-reflexão de nossas vidas, aproveita nos mínimos detalhes para alfinetar o quanto o ser humano está despreparado para lidar com o diferente.
Inseparáveis não pela distância de suas cadeiras de roda, mas pela dependência mutua de compreensão e interação entre os personagens, percebemos que a real intenção do filme é de tocar o coração do público, no intuito de que compreendam que mesmo sendo “diferentes”, todos temos as mesmas necessidades de carinho, respeito e atenção. Além daquela velha lição de moral de que não se deve reclamar da vida porque sempre haverá uma pessoa em estado pior do que você."
Taí a dica, é um filme excelente, pra qualquer pessoa, mas principalmente para que é cadeirante e revoltado com a vida.

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