terça-feira, 11 de agosto de 2009

Nem hospital respeita cadeirante

Todo mundo conheçe o ditado "quanto mais eu rezo, mais asombração aparece". A cada dificuldade para um cadeirante que encontro nas ruas da cidade me lembro deste ditado. E o pior é que cada desrespeito é mais absurdo que o outro. A bola da vez é o Hospital Belo Horizonte, um dos mais conceituados e tradicionais da cidade. Já tem um tempo que eu gostaria de externar minha indignação, mas semana passada foi a gota d'água.
O problema é estacionamento para deficiente físico. O hospital conta com um estacionamento amplo, com vagas específicas para cadeirantes, mas que é terceirizado. E os preços são absurdos. Precisei trocar um curativo nas costas e fui ao hospital, entrei no estacionamento e no lugar da vaga de deficiente tinha um carro de não deficiente. Detalhe, o lugar das vagas de deficiente é o único plano do estacionamento, o resto é todo em declive. O manobrista procurou alguém que tivesse parado há pouco tempo e conseguiu liberar outra vaga no plano, mas ao lado de uma corrente. Não aguento isso, as pessoas acham que vaga para deficiente é só um lugar marcado, não entendem que é preciso um espaço maior para abrir a porta completamente e encostar a cadeira de rodas. Mas mesmo quando a vaga para deficiente está liberada há outro transtorno. Uma delas, a que geralmente está desocupada, fica ao lado de um poste de metal. Então tenho que parar o carro torto para conseguir chegar com uma cadeira de rodas perto. E sempre o tal poste atrapalha, se não for ninguém ajudar não consigo sair sozinho não. Naquela ocasião, consegui sair do carro na marra e subi para fazer meu curativo.
Demorei uma hora e meia, voltei pro carro e sai do estacionamento. Valor? R$ 12,50. Um absurdo total. E não foi o mais caro que paguei, em uma emegência certa vez fiquei umas quatro horas e paguei 30 reais. Agora me explica: se as vagas para deficientes físicos na cidade são gratuitas para quem tem carro credenciado, porque em estacionamento fechado são pagas? Ainda mais em um hospital? Difícil entender. Difícil aceitar.
Ah, mas há as vagas para deficiente próximas ao hospital, não? Aí é que está o maior absurdo. Na busca de não ser tão lesado no bolso, quem procura uma vaga de deficiente próximo ao Hospital Belo Horizonte encontra bem ao lado da portaria principal, em uma rua paralela.
Só que a vaga fica depois de um ponto de taxi e na descida. E a rua ainda é de pedra fincada. Parece brincadeira, mas não é, as fotos estão aí para provar. É a pior vaga para deficiente que já vi na vida. Em um morro e ainda de pedra fincada. Incrível como o gênio que definiu o lugar da vaga não imaginou a dificuldade que é tocar uma cadeira de rodas em chão de pedra fincada. E na subida. Sem contar no risco que é a cadeira descer enquanto o deficiente faz a transferência, já que mesmo com os freios puxados, o peso e a posição não são suficientes. Se não houvesse ninguém para segurar minha cadeira, eu teria caido.
A solução que encontrei foi parar o carro em frente a uma padaria do outro lado da rua da entrada de emergência do hospital, em lugar proibido de estacionar, mas o único mais próximo de alguma entrada. Corro o risco de tomar multa quando vou lá, mas é o jeito para não pagar caro.
Mas como sempre não fico só no bla bla bla. Já mandei reclamação para o Hospital e para a BH Trans, que cuida do trânsito em BH. Espero sinceramente que alguma providência seja tomada neste caso.

7 comentários:

  1. Oi Alessandro,
    Parabéns pelo blog e pelo post! Sempre passo por aqui.
    Também moro em BH, infelizmente observo vários problemas com acessibilidade aqui.
    Sugiro que vc comunique essa situação ao Ministério Público - Promotoria Especializada de Defesa do Deficiente - fica na Rua dos Timbiras, nº 2.928, 7º andar, Barro Preto (quase em frente à sede administrativa do Cruzeiro), o telefone lá é 3295-3916 e o email é acessibilidade@mp.mg.gov.br. Não sei qual o procedimento para encaminhamento de reclamações, mas eles informam isso através do telefone ou até mesmo por email.
    Abraço!
    Dulce

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  2. Tenho ido ao Hospital Madre Teresa para consultas, e encontrado a mesma situação crítica, e o despreparo total dos manobristas terceirizados para orientar e apoiar os usuários cadeirantes. E paga-se também pequena fortuna.

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  3. observar mais as safadezas de funcionarios casados,com mulhere casadas e safadas que estaõ destruindo lares.

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  4. NO HOSPITAL JOÃO FELICIO EM JUIZ DE FORA MINAS GERAIS NÃO TEM VAGA PARA DEFICIENTE E AI??????????????????????????????????????????? AONDE DENUNCIO Ñ SEI PAGUEI 40,00 O DIA PIIS PRECISAVA FICAR LÁ!

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  5. Primeira visita ao blog, através do blog de uma amiga. Bacana!

    Não é só em BH que:
    1) há vagas pra deficiente (e rampas, e ônibus com elevadores/piso rebaixado, e outros "dispositivos" de acessibilidade) só pra inglês ver.

    2) os hospitais estão praticando assalto em plena luz do dia.

    Esse seu post deveria ser primeira página de jornal de grande circulação.

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  6. E nos consultórios medicos entao...hj mesmo levei meu pai pra ver uma escara infectada(na bunda) idoso, nem poderia ficar sentado uma hora na mesma posição(e a indivídua que ia atendê-lo sabia por que ja o conhecia) Tive qque voltar sem que ele fosse atendido, pois nao tinha como colocá-lo na maca do consultorio dela!!!!!!!!!!!!!Clínica São Francisco, desembargador Vieira Cavalcanti,1089 mercês Curitiba. Cadeirantes, fujam dela ou levem alguem que os coloque na maca porque lá nao tem estrura pra isso.

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  7. ME CHAMO ISABELA,SOU DO INTERIOR.RESENDE-COSTA.PASEI POR UM HOSPITAL,SANTA CASA DE MISÉRICORDIA,EM SÃO JOÃO DEL REY E NUNCA FUI TÃO HUMILHADA POR SER CADEIRANTE,COMO FUI LÁ.UMA FUNCIONARIA DISSE QUE EU NÃO PODERIA AGUARDAR NA SALA DE ESPERA,QUE ESTA ERA UMA EXIGÊNCIA DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA .CADEIRANTES DEVERIAM AGUARDAR LÁ FORA,(NO FRIO).COMO ASSIM A CADEIRA FAZ PARTE DE MIM.QUERIA FAZER UMA DENUNCIA FORMAL,MAS NÃO SEI QUEM PROCURAR.SE PUDEREM ME AJUDAR,ME MANDANDO UM E-MAIL.DESDE JÁ ,MUITO OBRIGADA

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