sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Tutor, tala, calha, ortese, etc


Quase tudo tem sinônimo, e eu sempre achei que a campeã era a mandioca (ou aipim, ou macacheira, ou mani) mas descobri um item que tem mais sinônimos ainda: as talas (é o nome que mais chamo). Também conhecidas como órtese, tutor ou calha, e acho que esse último nome vem a calhar. Elas são minhas pernas falsas, que seguram os joelhos na hora de ficar de pé. É o acessório fundamental para praticar ortostatismo sem precisar de aparelhos.
E ainda me possibilita andar jogando as pernas. As duas de uma vez já é possível, posso até treinar para fazer só com muletas, mas prefiro tentar jogar uma e depois a outra. Mas é uma luta chegar até lá, faço um esforço fenomenal só pra conseguir levantar o pé. Mas já é uma vitória conseguir tirar ele do chão. E a cada dia sinto um pequeno avanço, por mínimo que seja, é sempre uma esperança.
Uma evolução da tala é a tala articulada, vi algumas destas no Sara. Ela tem uma trava no joelho, se dobra, e quando o sujeito fica de pé é só travar nos joelhos para ficar com as pernas estáticas. Mas só é recomendada para quem tem algum movimento nas pernas.
Outra luta é segurar o pé. Como não tenho movimento, quando puxo a perna o pé não acompanha e cai, arrastando a ponta no chão quando tento jogar a perna. A Andrezza, minha fisioterapeuta fashion, já bolou mil amarrações com faixas pra segurar o pé, as últimas até funcionaram bem. Agora comprei um acessório que pega no cadarço do tênis e fecha na canela, o da foto abaixo. Testei hoje e não foi tão eficiente assim, o ideal é pegar da ponta do pé até a canela. Se eu descobrir alguma coisa melhor, posto aqui.
PS: Na verdade, sei que os campeões de sinônimos são os órgãos genitais. Eu tinha uma revista que mostrava 100 (isso mesmo, cem) sinônimos para cada sexo. Sem contar os apelidinhos que todo mundo dá...

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Cloreto de Magnésio


Uma importante dica para quem quer se precaver ou está preocupado com a osteoporose é a ingestão de Cloreto de Magnésio. Geralmente indicado para pessoas mais velhas, sua importância para cadeirantes é principalmente relacionada à calcificação dos ossos e melhora da circulação. Não é remédio, e sim um complemento mineral, e deve ser usado dentro dos padrões recomendáveis.

Indicações:
O Cloreto de Magnésio é, sobretudo importante para eliminar calcificações da Coluna vertebral como Bico de Papagaio, Ciática, Esclerose, Artrite, Artrose, importante para evitar o Câncer, evita Enfartes e Envelhecimento, combate o Colesterol, Reumatismo, a Gota, porque ajuda os rins a eliminar o Ácido Úrico.
O Magnésio consegue desmanchar essas Calcificações, basta usar com perseverança. Além disso, acalma o Sistema Nervoso e volta a Lucidez Cerebral. O Magnésio assimila o cálcio cego e o fósforo fugidio eliminando os excessos. Fixa o Cálcio nos ossos, depois de retirá-lo das Cartilagens, Membranas e Artérias onde se assentou erradamente.

É bom contra Osteoporose.
Assim as Cartilagens ficam mais macias sem Pinçar nervos (Ciática). As Membranas escorregadias sem dores nas articulações a não ser que o osso já encoste com osso. Limpa as Artérias duras (Esclerose) de suas incrustações deixando o sangue puro e fluido para abrir as veias finas como cabelo, que voltam a irrigar o Cérebro, Coração, Fígado. O Coração Rejuvenesce e evita a necrose (sem vida), Pontes de safena, Descalcifica as Válvulas. Dá Novo Vigor e Flexibilidade. Evita a Fadiga e Infecções.

Dosagem e Preparo
A dosagem a tomar diariamente varia conforme o caso e a idade. Para preparar a solução de cloreto de Magnésio de modo geral se faz assim, mistura-se 33 Gr (ou 1 colher de sopa bem cheia) desse sal Cloreto de Magnésio em um litro de Água Pura (sem Cloro), agitar e deixar em repouso. Toma-se um copinho desses de cafezinho ou dois dedos de altura dentro de um copo comum em jejum. Depois de uma semana, se tudo está indo bem, passa-se a tomar também uma dose dessas a noite. Pode provocar furúnculos ou alergias em alguns casos: é sinal de purificação do sangue. Diminua a dose.
Para pessoas que se alimentam com alimentos integrais, a dose pode ser menor porque esses alimentos contem mais Magnésio do que os refinados. As crianças novas também podem tomar uma colher das de sopa da solução por dia. Depois dos dez anos mais ou menos, já podem tomar metade da dose do adulto. Mulheres grávidas também podem tomar pelo menos uma dose normal por dia. Isso favorece parto suave e bebê sadio. Depois dos 40 anos, cada pessoa deveria usar um pouco. Depois dos 70 anos é importante usar até 3 doses da solução por dia, pois é na velhice que este produto opera maravilhas, diz o padre Breno. Se a pressão subir um pouco é recomendado tomar alguma coisa para baixar a pressão, como suco puro de limão, mais não deixar de tomar o Mg, porque logo a pressão normalizará.

Mais informações: http://www.florais.com.br/si/site/0923

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Ortostatismo


Já citei aqui a importância do ortostatismo (ficar de pé), mas conversando com a Andrezza (minha fisioterapeuta), ela acrescentou mais alguns benefícios que não podem deixar de ser citados.
Além de ajudar a prevenir a osteoporose, reduzir a perda muscular e ajudar no peristaltismo, o ortostatismo feito corretamente e constantemente ajuda a manter a frequência cardíaca e a ventilação nos pulmões. Há casos reais de paraplégicos e tetraplégicos que depois de algum tempo de inatividade começam a ter problemas cardíacos, insuficiência respiratória e pressão alta.
Acredito que uma das maiores barreiras para praticar o ortostatismo seja falta de estrutura ou local adequado. Porém, muitas vezes as pessoas deixam de fazer para não incomodar ninguém ou por comodismo mesmo. Para saber mais sobre isso elaborei a enquete ao lado para identificar o que se passa com as pessoas que necessitam tanto deste exercício.
E como citei no artigo anterior sobre isso, geralmente não é tão difícil, bastam talas (ou calhas) feitas sob medida e um lugar firme para se apoiar, e se possível alguém por perto para auxiliar. Mas aprendemos no Sarah a ficar por conta própria, colocar as talas, subir, descer e tirar novamente sozinho. O que não pode é ficar sem praticar, o corpo sente falta e as consequências podem ser muito graves.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Triângulo, rolo, almofada

Cadeirante que se cuida e preza conforto está sempre às voltas com colchão caixa de ovos, travesseiros, rolos de espuma, triângulos, etc. Mas se não forem usados corretamente podem até piorar a situação, causar lordose, lombalgia e outros problemas. Como saber, então, a forma correta de utilizar?
É tudo uma questão de postura. O ideal é consultar um ortopedista ou fisioterapeuta para orientar. Deve-se tomar este cuidado para não piorar seu quadro de saúde devido à falta de sensibilidade. Se o lesado medular mantêm uma postura errada por longos períodos pode comprometer partes da coluna e até outros ossos. Uma situação destas pode prejudicar a recuperação ou criar novos problemas.

Eu uso constantemente um triângulo de espuma para ficar de bruços, apesar de também não ser muito recomendável, pois força a coluna para cima. Utilizo para conseguir escrever no notebook e estudar. Minha fisioterapeuta sugeriu que eu coloque o notebook na mesa e coloque o triângulo entre a mesa e meu corpo, me debruçando sobre ele. Já testei e funcionou, mas prefiro colocar o notebook no chão e ficar de bruços totalmente apoiado no sofá para digitar (esta opção a Andrezza também aprovou).
Outra sugestão importantíssima é colocar uma almofada entre as pernas quando deitar de lado. Quando isto não é feito, é comum aparecerem manchas nas partes internas do joelho, onde a outra perna se apóia. A longo prazo pode causar uma escara.

Há também os rolos de espuma, que podem ser usados para apoiar as costas quando estiver de lado ou para colocar entre as pernas também. Minha sogra ainda fez uma capa pro meu rolinho, ficou bem fashion, combina com alguns lençóis. Uso também minha namorada como rolinho (não que ela seja um, é só pra apoiar - você tá magra, viu amor?).

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Homenagem ao dia do professor

Minha família é quase toda de professores, meu pai, e irmãos, por enquanto só eu e minha mãe que não entramos nessa ainda. Estou fazendo mestrado de olho neste mercado, ano que vem já começo estágio docente. Portanto aqui vai uma homenagem ao dia dos professores:

Almofadinha

Mais uma solução para minha novela da "entrada no carro". Tudo começou logo na compra do carro, como minhas pernas são gigantes (1,05m) em carro de quatro portas é sempre complicado de entrar, e como eu tinha que comprar um carro automático, as opções viáveis que haviam no mercado eram todas de quatro portas. Como não tinha como correr, comprei meu carro com o objetivo de tentar encontrar uma forma mais fácil de entrar. Consegui encontrar, mas infelizmente não tenho como não raspar as costas na trava da porta do carro. Já contei isso aqui algumas vezes, quem acompanha sabe.
Eis que Andrezza, minha fisioterapeuta fashion, criou o Protetor Lombar, que resolveu o problema. Porém, o protetor é difícil de colocar sozinho, e não posso usá-lo em todas ocasiões (casamento, por exemplo). Desde que criei o blog, fiz muitos amigos virtuais, pessoas que acessaram o blog e iniciamos uma amizade, mas quem mais tenho contato é a Tânia, do blog Sem Barreiras, esposa de um cadeirante, o Milton. Trocamos idéias e experiências há tempos, e sabendo do meu problema, idealizou uma almofadinha para proteger a trava do carro. Confeccionou o acessório e me mandou, direto de Porto Alegre, pelos correios.

Depois de vários desencontros consegui buscar nos correios, e neste fim de semana meu tio instalou pra mim. Ela consiste de uma almofada com velcros em um dos lados, que se liga à outra parte do velcro que foi colada no carro, conforme podem notar nas fotos. Simples e eficiente, a almofada fica ao lado do banco, quando vou entrar coloco por cima da trava, e retiro depois, mesmo procedimento ao sair do carro. Genial, não é?

Já estou chamando-a de almofadinha tabajara, pois "meus problemas acabaram"!! E ela ainda fez vermelha pra combinar com meu carro. Não é um doce, essa pessoa? Isso que acho fantástico na Internet, você conhece pessoas que provavelmente jamais conheceria e ainda constrói uma amizade bacana, sem interesse nem nada. E sabe que pode contar com ela e vice-versa.
Muito obrigado, Tânia, no que precisar sabe que pode contar comigo. Agradeço também ao meu tio Altair, sempre prestativo, praticamente um pai pra mim aqui em BH.
Se alguém se interessar em fazer, não tem medida padrão, é só medir no carro e costurar o velcro, e para colar o velcro no carro lembre-se de usar uma cola que não estrague a pintura. Não sei o nome da que meu tio usou, mas ele tomou este cuidado.
Ah, o protetor lombar não foi aposentado, por ser mais abrangente ele protege mais e em outras situações além do carro, evitando machucados e escoreações. Agora posso ficar mais tranquilo tanto no tratamento da minha escara quanto no aparecimento de outros machucados.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Disreflexia Autonômica Medular

Há algum tempo comentei na clínica que faço fisioterapia que algumas vezes, quando eu me deito, sinto um calor extremo acima da lesão, chego até a suar. Isso ocorre geralmente depois que fico de pé. A Bárbara, que era estagiária lá, comentou que poderia ser Disreflexia Autonômica, coisa que eu nunca tinha ouvido falar. Pesquisei e encontrei na Internet muita coisa sobre esse "efeito colateral" da lesão medular. Abaixo um dos textos que encontrei:
A Disreflexia Autonômica Medular (DA) foi relatada pela primeira vez em 1890 por Anthony Bowlby, quando ele descreveu em um paciente com traumatismo raquemedular (TRM) a presença de sudorese profusa e vermelhidão (rash) na cabeça e pescoço desencadeada pelo procedimento de cateterização da bexiga. A DA é uma síndrome caracterizada pelo surgimento agudo de atividade autônoma excessiva em pacientes com lesão medular acima de T5-T6 (saída do fluxo esplânico simpático). Esta condição é geralmente desencadeada por estímulos nocivos que ocorrem abaixo do nível da lesão medular.
Pessoas com lesão medular acima de T6 (estou me referindo ao nível medular, não a vértebra!) Não terão o sistema simpático se opondo ao parassimpático em seus efeitos sobre o sistema circulatório. Este é o ponto principal para se entender a disreflexia autonômica!
Abaixo do nível da lesão, os neurônios medulares continuam a trabalhar normalmente. Quando um estímulo nocivo é detectado pelos receptores de dor, ele viaja normalmente (como se nada tivesse acontecido) através das vias sensoriais aferentes até a medula espinhal.
Chegando na altura da lesão medular, esta informação de dor é incapaz de viajar mais, criando excitação dos gânglios simpáticos. Esta resposta simpática não encontra oposição pelo sistema nervoso parassimpático acima do nível da lesão (pois o contato do SN parassimpático foi interrompido devido a lesão medular e os estímulos inibitórios não tem mais como equilibrar a ação do Simpático).
Assim, a excitação dos gânglios simpáticos abaixo do nível da lesão resulta em uma maior resposta reflexa do sistema nervoso simpático. A qual se manifesta como uma vasoconstrição repentina e maciça dos vasos sanguíneos abaixo do nível da lesão. Se o estímulo doloroso continua a excitar os gânglios simpáticos, acaba por levar a um maior aumento da resposta simpática reflexa de vasoconstrição abaixo do nível da lesão.
A vasoconstrição, e a consequente hipertensão é percebida pelos barorreceptores no arco aórtico e os corpos carotídeos do coração. Estes receptores enviam mensagens aferentes para o centro vasomotor no bulbo do tronco cerebral, que resultam em uma resposta de vasodilatação e bradicardia. Esta resposta, porém, só pode ocorrer acima do nível da lesão, criando uma resposta parassimpática que é continuamente estimulada pelos barorreceptores que estão respondendo à hipertensão que ocorrem abaixo do nível da lesão. Isso resulta na dilatação dos vasos sanguíneos no cérebro, porém hipertensão no resto do corpo em um círculo vicioso.
Se este desequilíbrio autonômico não for tratado, o resultado pode ser hemorragia cerebral, convulsões e morte.
Mais informações clique aqui.
No final das contas, acredito que o calor que sinto não é sintoma de disreflexia, mas sim o retorno do sangue, pois só acontece depois que fico de pé. Mas é sempre bom sabermos mais sobre isso.

domingo, 11 de outubro de 2009

M3!!!

Entrei pra turma dos cadeirantes fashion!
Fui a São Paulo decidir a compra da cadeira nova e fui convencido pela minha irmã a decidir pela M3, apesar do preço absurdo. Fizemos uma "vaquinha" em família, cada um entrou com um pouco e fecharam meu presente de aniversário. E pensar que meu sonho era comprar uma bike desse valor... Mas tá bom, minha situação atual é essa, sobre rodas, que seja então sobre rodas de alto nível, né? Ou melhor, médio nível, as importadas ainda são as top, mas nacional essa é a mió que tem (pelo menos é o que dizem...).
O problema é a fila de espera, me pediram 45 dias de prazo, não vejo a hora... Aproveito para agradecer ao Jairo, Evandro e Dado pelas dicas que me ajudaram a procurar e decidir a melhor opcão. Entre elas, um aviso muito importante: a Tokleve, recém vendida, está com atrasos para entrega, e alguns lugares nem estão aceitando encomendas. Mas pelo menos a M3 foi assumida integralmente pela Ortobras e tem garantia de entrega. Assim espero...
Enquanto não chega minha M3 vermelhinha, toda regulável, com rodinhas soft roll e frogleg, continuo na minha companheira, já são três anos me aguentando e me levando de um lado pro outro. O difícil mesmo é colocar no carro, e esse é o maior motivo para mudar para uma monobloco, que além de mais fácil de desmontar é mais leve.
Quase comprei uma cadeira de uma marca que nunca tinha visto, Ortomix. Parece de boa qualidade, mas não é tão regulável como a M3. Essa é uma característica também muito importante, apesar de eu nunca ter mexido nas regulagens da minha, pois acho que eu me adaptei à configuração dela, e o ideal é buscar uma configuração mais confortável mudando o que for possível. Quando ela chegar posto fotos aqui, a foto lá em cima é da Gi fazendo test drive pra mim, pois a que tinha nesta loja era pequena pra mim. Ela achou muito macia, espero que eu goste também!

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Protetor Lombar


Já contei algumas vezes aqui sobre a dificuldade que tenho ao entrar no carro, o que inclusive gerou minha primeira escara. Não é todo cadeirante que passa por isso, meu caso é pior pois minhas pernas são muito compridas, e o espaço para entrar no meu carro com a porta totalmente aberta é exatamente o tamanho do meu fêmur, o que causa "raspadas" na região da coluna lombar. Em carros menores é pior ainda, geralmente tenho que me entortar todo e entrar contorcendo que nem uma lagartixa. O estrago é feito pela trava da porta, sempre feita em ferro e geralmente afiada.
Na busca por uma solução, Andrezza, minha fisioterapeuta, inventou um acessório que foi confeccionado pela mãe dela, dona Lúcia (obrigado dona Lúcia!). Ficou tão bem feito que parece ter vindo de uma fábrica. Ela usou materiais muito fortes, semelhantes aos usados em quimonos e forrou o interior com espuma. E como podem ver, ainda usou um pano bem fashion para cobrir a espuma.

Ainda faltava um nome para o acessório, ficamos alguns dias pensando e num estalo Andrezza resolveu: Protetor Lombar. Chique, né? Chique mesmo é a função dele: protege a região da coluna lombar e até as nádegas, de qualquer esbarrão, seja no carro, em casa ou na rua. E conta com um sistema de amarração muito eficiente, permite que ele fique fixo na cadeira antes de sentar e depois é só passar a faixa pelo fixador central e passar pelas argolas de fixação, puxando e ajustando como um cinto de segurança e ainda fecha com velcro. Coisa de profissional!

Infelizmente dona Lúcia ainda não vai produzir protetores lombares em larga escala, mas quem quiser fabricar, as medidas são 72 por 37 cm e as tiras são 38 cm a do meio e 84 cm a da lateral. Claro que não vai ficar bacana como o meu, mas pelo menos protege o popozão!

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Consulta Pública - ANS

A Agência Nacional de Sáude Suplementar, está com sua consulta pública aberta a todos nós. A ferramenta de consulta pública abre a possibilidade de uma ampla discussão sobre diversos temas na área de saúde, permitindo que você participe e contribua na construção do sistema de saúde brasileiro. Por meio da consulta pública o processo de elaboração do documento é democrático e transparente para a sociedade.
As propostas estão no site www.ans.gov.br, dentre tantas estão:
Planejamento familiar, incluindo reprodução assistida
Médicos anestesistas atenderem pelo plano
Atenção às pessoas com transtornos mentais
Cobertura de consulta e sessões com nutricionista, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional.
Cobertura dos procedimentos de reeducação e reabilitação física, em número ilimitado de sessões por ano, que poderão ser realizados tanto por fisiatra como por fisioterapeuta.

Vamos colaborar, prorrogaram até 30 de outubro.

Ralando

O post abaixo foi o de número 100. E eu que achei que ia escrever uns dois por mês... A criação deste blog foi uma grande sacada, sugestão de um amigo meu, e além de servir como uma forma de externalizar experiências vividas e opiniões, ainda pode ajudar pessoas na mesma situação que eu ou que tenham interesse no assunto. Quando fiquei paraplégico, senti falta de um canal de informação como este, que narrasse de forma espontânea e leve os desafios e desse dicas sobre a vida em uma cadeira de rodas.
Porém ultimamente não tenho tido tempo para escrever e atualizar mais frequentemente o blog, pois o mestrado tem me tomado muito tempo. E como aqui na UFMG é bimestral, acabei esta semana o bimestre e tenho até o final do mês para entregar três resenhas, uma crônica e dois artigos, para fechar as disciplinas. É gente, mestrado não é fácil não, mas vale a pena. Estou gostando muito das aulas, e só o fato de exercitar a mente de novo já vale o sacrifício. Aí é que está um dos pontos fortes do mestrado: as discussões em sala de aula são de alto nível, tanto que muitas vezes parece mais um bate papo com o professor do que uma aula expositiva, onde o professor dá a matéria e os alunos no máximo tiram algumas dúvidas.
Mas tem uma matéria que me surpreendeu: análise financeira avançada. É uma aula de quatro horas por semana, e a cada aula o professor dá referências bibliográficas, todas em inglês (os melhores livros de finanças são em inglês), o aluno estuda, e na aula da semana seguinte o professor dá uma hora de aula e distribui uma folha com três ou quatro questões sobre o assunto pra cada grupo (sorteado por ele). Depois de dar uma geral sobre o assunto, dá 50 minutos para os grupos se reunirem, responderem às perguntas e montarem uma apresentação para apresentar os resultados. E os temas são cabulosos, análise de lucratividade, ganhos sustentáveis, análise de crescimento, etc, tudo em inglês. E ao fim da disciplina temos que entregar três resenhas sobre os temas apresentados e um artigo. Pesado, né?
Mas como eu disse, tá muito bom, botar o tico e teco pra correr de novo está me fazendo muito bem. E o blog me ajuda a escrever melhor, a desenvolver idéias e manter coerência, tudo isso muito importante para escrever resenhas e artigos. Mas apesar da correria vou procurar escrever sempre por aqui, mesmo que com distância de alguns dias. Bem, deixa eu ralar mais um pouquinho..

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Os melhores dias de nossas vidas


Esses dias lembrei de um filme com cadeirantes que vi em que o protagonista reclamava que nem se suicidar ele podia. Custei mas lembrei o nome do filme, "Os melhores dias de nossas vidas" é o nome no Brasil, o título original é "Por dentro estou dançando".
Me identifiquei com o personagem pelo desprendimento, pela audácia e vontade de curtir a vida, mesmo em uma cadeira de rodas. Apesar dos excessos que ele comete, e da falta de noção em algumas situações, a mensagem é fantástica, e mostra o quanto ainda temos que evoluir em direção a aceitação e a tolerância das pessoas. O Diretor Damien O'Donnell ensina no longa se utilizando do “diferente”, que a melhor maneira de aprendermos nossa lição é vivendo a vida da melhor maneira possível, sem tempo para demagogias, acreditando que podemos sim ser melhores sempre. Veja a sinopse do filme:
"Rory O’Shea é o típico jovem descompromissado com a vida e com as pessoas. Aquele adolescente que irritaria qualquer mãe, não tem papas na língua, portanto, fala o que pensa e não se preocupa se vai magoar alguém ou não, um cara anárquico, sem levar ao pé da letra.
Seu amigo Michael (Steven Robertson, de Cruzada), tem características bem opostas, vive a mesmice de uma série de impossibilidades, a base de regras e convenções pelo simples fato de ser diferente.
Dois personagens com estilos divergentes, mas muito próximos um do outro, a começar que ambos dependem plenamente do ser humano, pois, Rory e tetraplégico e Michael tem paralisia cerebral. Acrescentando a esses dois perfis temos a atriz Romola Garai, que interpreta Siobhan, uma enfermeira “gostosa”, que irá cuidar dos dois amigos inseparáveis.
Um longa que tem como utilidade pública, única e exclusivamente, servir como uma lição de vida, “Os melhores dias de nossas vidas”, cujo título original é “Inside, I’am Dancing”, comove, toca e instiga, nos leva a auto-reflexão de nossas vidas, aproveita nos mínimos detalhes para alfinetar o quanto o ser humano está despreparado para lidar com o diferente.
Inseparáveis não pela distância de suas cadeiras de roda, mas pela dependência mutua de compreensão e interação entre os personagens, percebemos que a real intenção do filme é de tocar o coração do público, no intuito de que compreendam que mesmo sendo “diferentes”, todos temos as mesmas necessidades de carinho, respeito e atenção. Além daquela velha lição de moral de que não se deve reclamar da vida porque sempre haverá uma pessoa em estado pior do que você."
Taí a dica, é um filme excelente, pra qualquer pessoa, mas principalmente para que é cadeirante e revoltado com a vida.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Mais um ano

Leitores e visitantes do blog, hoje é meu aniversário. Que data bonita, 01/10, não é mesmo? 36 anos bem vividos, e o terceiro aniversário em cadeira de rodas. Isso não me abalou nem um pouco, já estou completamente adaptado e acostumado com a cadeira. O que abala mesmo é sentir a proximidade dos 40, sendo que me sinto com cabeça de 30 ainda. Pensando bem, não abala também não. Se nem a perda dos movimentos abalou, o que é a idade perto disso? O importante, mas o importante mesmo, é manter a frase "bem vividos" em todos os aniversários. E que venham os próximos!!

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