quinta-feira, 31 de março de 2011

Adaptação em piscina

A Inaie, designer de São Paulo, me contactou há algum tempo contando como adaptou a piscina de um cadeirante com uma solução muito mais simples do que aqueles elevadores barulhentos e lentos que geralmente são utilizados. Abaixo conta a história e ilustra com fotos:

Briefing
Após o acidente o Aparecido adaptou-se bem à estrutura que tinha num sobrado até encontrar uma casa térrea dentro de suas condições financeiras. Embora térrea a casa adquirida não era de fácil acesso.
O desejo de reforma se direcionou principalmente à parte externa da casa, o lazer, por se tratar do espaço mais utilizado pelo cliente.
A maior preocupação era como ele entrava na antiga piscina: estacionando a cadeira em frente a borda, ele se impulsionava até cair na água.
Numa conversa informal, propus um estudo para melhorar a acessibilidade na piscina e na parte externa.
Os instrumentos existentes no mercado para facilitar o acesso á piscina por cadeirantes e portadores de outras deficiências de locomoção, são em sua maioria, sistemas mecânicos, o que geraria uma manutenção que não interessava aos envolvidos no projeto.

Desenvolvimento do Projeto
Ainda em fase de croqui, decidimos tentar estudar a transição do Aparecido do carro para a cadeira e vice-versa. Após análise da transferência citada, o primeiro croqui foi ganhando forma. De início imaginamos uma caixa para ele entrar na água como se saísse do carro, depois refletimos que ele deveria ter uma rampa (muito prolongada, para suavizar) porém, o projeto ficava um pouco prejudicado pela área reduzida.
Em conversas com o Aparecido, ele disse que o estreitamento de certas partes para ele não o prejudicaria, e disposto a encarar o desafio, ele acreditou na eficiência no projeto e executou.
A área externa recebeu decks de madeira para ligar a casa à parte coberta da churrasqueira, assim evitaríamos, quebrar todo piso externo, nivelar e outras atividades, reduzindo o tempo de obra e o custo final. Um banheiro externo foi reformulado e reposicionado para o acesso da cadeira.
Assim como a churrasqueira e o balcão da ilha, que atende ao churrasqueiro com facilidade.
As medidas e alturas não seguem os padrões exigidos pela ABNT, porque o Aparecido já tinha uma rotina em área não adaptada, então ele preferiu um meio termo para ele e para os amigos e familiares não cadeirantes. Algumas alterações do projeto original foram feitas na obra, mas a essência original do projeto permaneceu intacta.
Considerações finais
Nosso foco hoje é divulgar essas imagens, para que o sistema possa ser utilizado em piscinas públicas, clínicas, academias, hotéis, enfim, onde houver interesse, além de discutir com outros interessados uma forma de melhorar o projeto.

Contatos da Inaie:

terça-feira, 29 de março de 2011

Entrando no mar

Na barraca do AdaptSurf
Meu domingo no Rio foi de fortes emoções. De manhã fui pro Leblon para experimentar o projeto da Ong Adapt Surf, que visa integrar pessoas com deficiência a esportes e lazer no mar, promovendo praias acessíveis itinerantes, ou seja, a cada final de semana eles montam o projeto em uma praia do Rio, geralmente no Leblon ou Barra da Tijuca. O legal é que informam tudo por twitter, e foi como descobri que seria no Leblon no domingo.
Como havíamos combinado com a Thati de encontrar lá mais cedo, já que ela prefere a praia menos cheia, vi o pessoal montando a estrutura, com tenda, pranchas adaptadas, cadeira de rodas infláveis e esteira para chegar até a praia. Depois de tudo montado fomos conhecer o projeto e saber como faria para participar, pois queria entrar no mar, coisa que não fazia desde 2006, quando morei em Floripa e podia ir à praia a qualquer momento. Nunca fui tão fã assim de ficar no mar, mas sempre tive uma admiração especial por ele, ainda mais por ser de um estado que não é banhado pelo mar.
A eteira e a cadeira flutuante
Patrick, um dos participantes do projeto, nos explicou que é tudo gratuito, e eles entram com a pessoa no mar com acompanhamento de um fisioterapeuta, e se for de interesse dão aulas de surf, pois contam com pranchas adaptadas, onde o deficiente vai ajoelhado ou deitado. Só que o mar estava bravo, com ondas fortes, portanto não ia dar para um novato surfar. Mas também eu queria só entrar no mar e beber um pouco de água salgada. Tá bom, não queria beber, mas sabia que uns caldos seriam inevitáveis.

Chegou minha hora e os caras fazem um briefing, uma breve explicação de como é o mergulho e como devemos proceder. Me levaram para o mar, e logo nas primeiras ondas a cadeira começa a boiar. Depois me tiraram da cadeira e os caras me seguraram enquanto eu fazia o possível para manter o corpo estável. É um ótimo exercício para o tronco e acredito que com o tempo melhore o equilíbrio.
A sensação de sentir as ondas, mergulhar para furar as maiores, até mesmo sentir a água salgada na boca e no corpo é inigualável e única. Foi uma experiência fantástica, os caras tem muita responsabilidade e ficam dois por sua conta, dando muita sensação de segurança. Mas mesmo assim a Gi ficava apavorada quando eu sumia debaixo d'água. Ficamos uns 20 minutos na água, tempo mais do que suficiente para curtir bastante a água do mar (e tomar uns bons litros de água salgada também - brincadeira, foram só uns mililitros).
E o mais legal é a sensação de "alma lavada" depois de um bom banho de mar. Fiquei muito feliz com a oportunidade e agradeço ao Felipe e Patrick da ong AdaptSurf, espero que outros deficientes também tenham este prazer.

sábado, 26 de março de 2011

Pedalando em Copacabana

Viemos ontem pro Rio e já cheguei na pilha de pedalar. Mas o cansaço de viagem e a cama do hotel me impediram. Liguei pro Dado, do Mão na Roda e combinamos de amoçar no dia seguinte e combinar uma pedalada. À noite fomos ao bar Devassa encontrar a Thati, amiga da Gi. Hoje almoçamos no Almir, um restaurante árabe alto nível com comida deliciosa.
Depois do almoço fomos montar minha handbike enquanto o Dado foi buscar a dele. Nos atrapalhamos para montar o encosto da bike e quando fomos pedalar já era umas cinco da tarde. Atravessei a rua pela primeira vez com a handbike e confesso que senti um certo cagaço, pois a bichinha é baixinha e dá a impressão que os motoristas não vão enxergá-la.
Entramos na ciclovia, que estava lotada, e mandamos ver nas hands. É uma delícia pedalar na beira da praia, sentindo a brisa do mar e admirando o belíssimo visual. Não aguentei acompanhar muito o ritmo do Dado, o cara treina e compete a nível internacional, mas ele pegou leve e pedalou "passeando". Fiquei impressionado como as bikes chamam atenção, tiraram muitas fotos delas e perguntaram um monte de coisas.
Muito bacana pedalar com mais "handbikers"
Mais tarde chegou o Nicolas, que também contribui no Mão na Roda, com outra Handvikn igual à minha. Trocamos muita ideia em relação às bikes e batemos muito papo, os caras são nota dez. No final, o pneu traseiro do Nicolas furou e emprestei o meu pra ele voltar pra casa pedalando e amanhã vamos pedalar no Flamengo. Mas só depois de colar uma câmara de ar.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Pedalando na lagoa da Pampulha

Aproveitando minhas férias, peguei a handbike hoje e fui para a lagoa da Pampulha aproveitar que é plano, tem ciclovia e um belo visual. E hoje fui paramentado, com capacete, luva e meu Camelback, que estava jogado desde que fiquei paraplégico e é o único resquício dos tempos de mountain bike, já que o resto ficou na mudança que veio de Floripa. Também instalei o suporte de GPS do carro na bike para filmar parte do percurso e medir com os aplicativos do meu celular. Baixei logo três aplicativos e aproveitei hoje para testar todos e ver qual é o melhor. Me decidi pelo Runkepper, que manda pra internet e publica no twitter o percurso percorrido. Cliquem no link a seguir para ver parte do percurso que salvei: http://runkeeper.com/user/alerifer/activity/29414975.
Aproveitei para fazer um vídeo explicando como passo para a handbike, já que muita gente tem dúvida em relação a isso, pois ela é muito baixinha, e a transferência é complicada. Na filmagem não apareceu muito bem, pois fui eu mesmo que filmei, e acabou não aparecendo a calçada. Mas acho que deu pra entender. Faço da seguinte forma: coloco a handbike em cima da calçada bem próxima ao meio fio, paro a cadeira de rodas do lado da bike, passo a perna por cima do banco da bike e escorrego o corpo até a bike. Depois é só arrumar as pernas nos devidos lugares. Para voltar é a mesma coisa, a cadeira fica bem próxima ao meio fio, a bike idem, e pulo pra cadeira de rodas apoiando no banco da bike. O problema que encontro é que a bike não tem "freio de mão", não trava, então preciso da ajuda de alguém (no caso a Gi) para segurar a bike enquanto faço a transferência. Ela só coloca o pé embaixo da roda traseira da bike e segura o guidon, o resto eu faço sozinho.
Outro vídeo que fiz com o celular foi no suporte de GPS, mas não ficou muito bom porque a câmera focou mais no pedal, que estava mais próximo, deixando o fundo um pouco desfocado na maior parte do vídeo. Mas acho que dá pra ter uma ideia do quanto é gostoso pedalar a handbike, ainda mais em volta da lagoa. Da próxima vez vou colocar o suporte mais pra cima, pegando só a cena em frente à bike. Detalhe trágico: eu estava começando a me empolgar na pedalada quando o simpático casal ao fim do vídeo não me ouviu chegando e simplesmente travou meu caminho. Depois disso passei a trocar de via, apesar do ressalto que dá passar por cima da grama. Mas pelo menos não parei no meio do caminho. Acho que falta uma buzina nessa bike...

segunda-feira, 21 de março de 2011

Primeira pedalada ao ar livre

Pedalando no Parque Santa Lúcia
Hoje finalmente estreei oficialmente minha handbike. Colocá-la no carro foi um parto, além de pesada ela é sem jeito de pegar, o guidon fica virando e pesa pro lado. Mas depois de uma pequena luta conseguimos colocar no porta malas, e mesmo com o banco traseiro rebatido a frente dela ficou entre os dois bancos dianteiros. Mas felizmente coube a bike e ainda sobrou espaço para colcoar a cadeira de rodas (claro que tinha que ir, afinal eu não ia passar do carro direto pra bike).
Eu queria mesmo ir para a lagoa da Pampulha, um dos cartões postais de BH, mas como saímos de casa tarde, pois fiz hidroginástica antes, resolvi ir para o Parque Santa Lúcia, que fica bem perto da minha casa (a uns três quilômetros) e tem uma bela lagoa com pista de ciclismo em todo o entorno. Chegamos lá e ao tirar a bike do porta malas já virou atração. Tinha uns garotos saindo da escola e pararam em volta para entender do que se tratava. Cada um dava uma opinião, começaram a perguntar e expliquei que se tratava de um triciclo para pedalar com as mãos. Montamos com alguma dificuldade, afinal era a primeira vez, e comecei o difícil processo de passar pra ela.
A bichinha é muito baixinha, eu pensei em colocá-la em cima da calçada pra ficar mais alta, mas não tinha uma calçada com descida pra ciclovia. Resolvi pular direto da cadeira, mas esqueci de um detalhe: passar a perna por cima do banco. Quando caí no banco percebi a cagada, e aí veio uma luta pra conseguir passar a perna para me posicionar corretamente.
Passada a luta, coloquei a fita de fixação nos joelhos, que a Gi confeccionou hoje à tarde, e parti para as pedaldas. Pensem bem, eu fui ciclista por mais de 20 anos, fiquei paraplégico, com nenhuma esperança de voltar a pedalar, e depois de quatro anos e oito meses dou novamente pedaladas em cima de uma bike. Como diz um amigo meu, correu até uma lágrima no canto do olho...
A visão de quem pedala
A partir daí foi uma festa. Pedalei em volta da lagoa por quase uma hora, dei umas sete voltas. Passei muito tempo regulando as marchas, e ainda não consegui deixar 100%, mas amanhã tem mais pedal e acabo o serviço. O Parque tem altos e baixos, deu pra ver como é fácil subir morros com marchas mais leves, e quanto ela corre na descida, colocando marchas pesadas. Cheguei a quase 40 km/h. Não tenho ainda computador de bordo mas meu celular tem um aplicativo (Sportstrack) que faz o monitoramento de todo o percurso, registrando velocidade máxima e média, tempo de duração, altitude e até calorias gastas. Mas só usei por duas voltas, depois dei pra Gi tirar umas fotos. Amanhã vou fazer vídeos, depois posto aqui. E gente, é incrível a sensação de pedalar uma handbike. Sentir novamente o vento na cara, o barulho da corrente e das rodas no asfalto, as marchas trocando e diminuindo a força... não tem preço. Tô feliz que nem pinto no lixo! (apesar de nunca ter entendido esse ditado...)

sexta-feira, 18 de março de 2011

Família blogueira

Devido à repercussão e à importância que este blog tomou em minha vida, minha família também se empolgou e resolveu criar seus blogs. Meu irmão já tinha feito um pra ele, mas não deu continuidade devido a falta de tempo. Mas agora minha irmã e meu pai criaram blogs muito interessantes e estão animados com a dinâmica e interatividade que um blog proporciona.
Minha irmã teve a ideia de fazer um blog que reúna histórias de superação que sirvam de exemplo para tanta gente que vive reclamando da vida, entra em depressão e se descabela por problemas pequenos, que podem ser contornados com força de vontade e outros atributos nobres como paciência e perseverança. Achei muito bacana a iniciativa e a primeira história de superação será a minha, que inspirou-a a criar o blog. Vamos contribuir?
Meu pai já partiu pra outro lado, criou um blog com assuntos gerais, e vai contar tanto histórias pessoais como opiniões sobre assuntos diversos, de economia a futebol. E ele está super empolgado, já escreveu dezenas de textos e está publicando vários por semana. E não é porque é meu pai, mas o cara escreve bem pra caramba, é super inteligente e adora futebol.
Taí o blog dele: http://pitacosdopi.blogspot.com/.
Depois me contem se gostaram, viu?

Rampa móvel simples de fazer

Gente, já bati nessa tecla dezenas de vezes e volto a falar no assunto. É uma coisa simpes, barata e que pode trazer aos donos de estabelcimentos comerciais mais clientes e ainda melhorar sua imagem junto ao público em geral. Uma rampa móvel, como muitas que mostrei aqui, resolve aquele velho probelminha de haver um ou dois degraus que impossibilitam, ou pelo menos dificultam muito, a entrada de um cadeirante.
O cara não precisa chamar pedreiro, não precisa quebrar nada, não tem que ir na prefeitura pedir autorização, nem precisa incomodar os clientes com obra para tornar o lugar acessível. Basta medir direitinho, fazer uns rabiscos simples para ter uma ideia e contratar um marceneiro ou ferreiro pra confeccionar. Mas tem que ter muita atenção com as medidas, deve ter pelo menos oitenta centímetros de largura e inclinação suave, algo em torno de 20 a 30 graus e tem que encaixar bem, sem folgas, para proporcionar segurança e podem ser feitas de madeira ou metal. A NBR 9050 dá até uma fórmula para calcular a inclnção ideal o item 6.5, quem quiser detalhes é só clicar no link.
Em Buenos Aires encontrei um ótimo exemplo de rampa móvel feita de madeira. Este material tem a vantagem de ficar leve, pois da pra usar até compensado, mas não pode pegar chuva, senão empena. Foi no restaurante Siga la Vaca, em Porto Madero. A entrada sem rampa:
E com rampa:

Exemplo a ser seguido, diretamenta da terra dos hermanos!

quarta-feira, 16 de março de 2011

Turismo acessível

Como eu comentei antes, Buenos Aires é uma cidade ótima para cadeirantes, tudo muito plano e rampas em quase todas as esquinas e nos prédios principais. Mas nem tudo são flores... O Caminito, por exemplo, é todo em pedra fincada, assim como a feira de San Telmo. Mas mesmo assim há calçadas em piso liso ou ladrilhos. E como são programas imperdíveis, vale o sacrifício.
Feirinha de San Telmo, na pracinha o piso é bom
Há também restaurantes e lojas com degraus, mas os argentinos são sempre solícitos e simpáticos para ajudar a vencer estes pequenos obstáculos. E a língua nunca é problema, se ficar difícil o "portunhol", quem souber falar inglês se dá bem, pois a grande maioria fala.
O único problema que tive foi com alguns taxistas que se recusaram a me levar assim que viram a cadeira. Mas foi um ou outro. Há muitos Corsa perua, o que achei melhor pra levar a cadeira sem problema. Mas teve um taxista muito doido que arrumou um jeito de enfiar no porta malas do Siena, depois trouxe a gente pro hotel costurando como um louco no trânsito. A Gi se borrou toda, ainda mais porque estava meio tonta. Me diverti muito!
Destaco dois exemplos acessibilidade: o restaurante da esquina da rua Florida com Av. Córdoba, que mesmo sendo no nível da rua tem elevador para os banheiros no andar de cima e o Siga la Vaca, em Porto Madero, que tem uma rampa móvel muito bem feita para vencer o degrau que tem lá. Vou mostrar em outro post.
Bares e restaurantes em Palermo
Em Palermo, um agradável bairro de classe média-alta, tem uma rua muito gostosa com bares ótimos, carne um excelente programa para fazer à noite, a dois ou em grupo. Muitas esquina tem acesso, mas nem todas.

segunda-feira, 14 de março de 2011

A adaptação do Panamericano


Depois do erro de quarto, mesmo ao concertarem entregaram errado, um quarto com duas camas de solteiro. Mas como estávamos cansados, decidimos juntar as camas e ficar com ele mesmo, já que poderia demorar mais duas horas pra arrumar outro. Não ficou ruim, mas a Gi acordava todo dia no buraco entre as camas...
O banheiro ganhou nota sete, a porta é bem larga e até que as adaptações são boas, mas a cadeira de banho é desconfortável, a bunda fica parecendo um tabuleiro de xadrez depois do banho, toda quadriculada. E na pia o maior pecado, uma peça de pedra bem no meio que impede a cadeira de entrar embaixo, e tenho que escovar os dentes de lado. É gente, ainda está pra nascer um banheiro nota 10...
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domingo, 13 de março de 2011

Buenos Aires


Chegamos sexta feira em Buenos Aires para comemorarmos quatro anos de namoro e já curtimos muita coisa. A cidade é ótima pra cadeirantes, muito plana e tem rampas em quase todas as esquinas. Muito mais do que em BH.
Da primeira vez que estive aqui eu ainda andava, fiquei só um dia porque estávamos fazendo um cruzeiro de navio, mas deu pra conhecer os principais pontos turísticos, pois meus pais já conheciam e rodamos tudo de táxi, que era muito barato. Mas dessa vez não achei o táxi muito barato, e ainda teve o problema da cadeira. Do aeroporto pro hotel viemos num Megane, que apesar de grande não coube a cadeira no porta malas, teve que vir no banco de trás.
Chegamos ao hotel Panamericano, que fica ao lado do obelisco, e veio a primeira decepção. O hotel é um espetáculo, cinco estrelas e se espera o melhor em atendimento, mas mesmo eu avisando na reserva que precisava de quarto adaptado eles me mandaram pra um quarto normal. Gente, não é caso de se enganar, o cara vendo eu chegar numa cadeira de rodas tem que ter um mínimo de noção e sacar que o quarto tem que ser adaptado, né?
Mas felizmente (pra ele) meu lema é "no stress" e aguardei calmamente a troca do quarto. Calmamente mesmo, pois nos pediram duas horas para preparar o outro quarto. Disseram que poderíamos aguardar no quarto "errado" enquanto isso, mas preferimos passear na rua Lavalle, um calçadão enorme ao lado do hotel. Depois conto mais sobre a viagem. Agora vamos na Galeria Pacífico, uma espécie de shopping que tem show de tango num espaço cultural.
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quinta-feira, 10 de março de 2011

Handbike!!

Finalmente chegou minha handbike! É uma Handvikn 700-EHL que comprei com desconto pois fui contemplado na promoção do blog Assim como Você, do Jairo Marques. E a bichinha é bonita, né não? Mas como é grande! Eu sabia que era comprida, mesmo assim me impressionei. Quero ver onde é que vou conseguir guardar. Vou ter que usar a segunda vaga de garagem...
Não aguentei e levei pra área de lazer do prédio pra dar as primeiras pedaladas, ou melhor mãodaladas. É uma delícia de tocar, tem 24 marchas e pneus de competição, roda macia que é uma beleza. Foram quatro anos e meio sem pegar numa bike, não imaginei quanta falta estava sentindo. É um sonho se realizando. Não deu ainda pra dar aquela esticada, mas já senti que ela anda pra caramba. Pior que só vou poder colocá-la na rua daqui a dez dias, amanhã viajo pra Buenos Aires com a Gi de férias. Mas na volta prometo fazer um vídeo bem legal pedalando nas ruas de BH. Fala aí se não fiquei bonitão montado na hand??

quarta-feira, 9 de março de 2011

Carnaval em Guarapari

Meu carnaval foi ótimo, fui pra Guarapari, onde meus pais moram, e achei bem divertido. Na rua que meus pais moram é onde passam os blocos e escolas de samba, e da entrada do prédio temos camarote vip, apesar de serem escadas e não dá pra eu ir pra rua por lá, tenho que dar a volta e sair pela garagem, na rua de trás.
Mas para assistir foi ótimo, e como a visão é boa se formou uma pequena aglomeração de moradores e pessoas que conseguiram lugar vazio. Alguns levaram caixas térmicas cheias de cerveja, outros (como nós) buscavam as latinhas de tempos em tempos. Achei bem organizadas as escolas e blocos, apesar do atraso de alguns, e o pessoal estava bem animado, lotando as ruas, apesar da chuva que caiu quase todo dia.
Nos dias de chuva mais forte ficamos jogando baralho ou vendo filme, mas não deixamos também de comer um peroá delicioso no Beco da Fome, um mini-calçadão com vários restaurantes. Nesse dia do peroá voltamos no meio da rua, entramos no meio de uma escola de samba e depois em um bloco, onde achei até outro cadeirante 'pulando' carnaval. Foi bem divertido, a Gi que nem é muito de samba pulou bastante.
E como dei sorte de pegar pelo menos um dia de sol, o último, deu pra nadar na piscina do prédio, e finalmente inaugurei a bóia que minha mãe comprou pra mim. Gostei muito, ela me segurou bem, pois tem uma parte embaixo que dá pra sentar, e deixa o corpo parcialmente submerso, relaxando muito.
Aproveitei para brincar muito com meu sobrinho, e dou aqui mais uma dica: uma das melhores "fisioterapias" que existem é brincar com criança, pois a gente faz uma força danada pra tentar pegar, puxar, segurar um menino que não para um minuto. Percebi que quando eu parava de brincar com ele, me sentia todo firme, com muitos músculos ativos. Boa notícia para meus amigos cadeirantes que são pais, não deixem de aproveitar esses fisioterapeutas mirins!

segunda-feira, 7 de março de 2011

Novo aparelho para subir e descer escadas no aeroporto

Chegando sábado passado no aeroporto de Vitória, já esperava o transtorno de ser carregado escada abaixo ao sair do avião, já que não há "finger", aquela estrutura de corredores que engata no avião para desembarque de passageiros. Mas pelo menos eu já havia esperimentado lá um stair-trac, aquele robozinho que engata embaixo de uma cadeira e desce escadas por esteiras. É um equipamento que resolve, mas tem um certo transtorno, pois demora pra montar, desmontar, passar pra cadeira dele e descer lentamente as escadas.
Mas dessa vez tive uma surpresa, um novo aparelho para descer escadas apareceu dentro do avião. Mais simples na estrutura e mais fácil de passar pra ele, pois entra no corredor do avião inteiro, aí foi só passar pra cadeira e partir pra escada. Como é menor, ele vira mais fácil dentro do avião e desce as escadas mais rápido que o stair-trac.
Mas por ser mais estreito, precisa de um sistema de segurança mais eficiente, e nesse caso são dois cintos de segurança, um sobre o outro, garantindo que a pessoa fique totalmente presa e segura no aparelho. Achei bastante interessante o sistema de descer escadas, são três rodas em forma de triângulo, que se encaixam entre os degraus e permitem a descida com tranquilidade.
Eu aprovei o equipamento, muito mais rápido e seguro, uma boa alternativa ao finger, enquanto o governo do Espírito Santo não toma vergonha e faz melhorias decentes no aeroporto da capital.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Senta que eu empurro

Esse é o sujestivo nome de um bloco de carnaval para deficientes, do qual recebi um convite esses dias por e-mail. A iniciativa é do IBDD, Instituto Brasileiro da Pessoa com Deficiência e desfilou hoje a partir das 20 horas em São Paulo. Antes que digam que estou fazendo convite depois da hora, só me lembrei disso hoje pra falar sobre o tema: quem disse que cadeirante não pode pular carnaval?
Bem, pular, pular mesmo, não tem jeito, mas curtir é claro que tem! Eu não tenho mais empolgação pra sair no meio de bloco, mas se rolar um samba e o pessoal que estiver comigo se empolgar, entro no meio também. Amanhã estou indo pra Guarapari, para a casa dos meus pais, encontrar também com minha irmã e meu afilhado, que adora um furdunço. Ano passado não pude ir e me disseram que o muleque já sambou horrores no meio do povo, pois na rua em que meus pais moram passa um bloco super animado.
Queria saber de alguém que foi no bloco Senta que eu Empurro, pra saber como foi. Quem sabe ano que vem eu vou também? E quem mais quiser contar experiências de carnaval na cadeira de rodas, vou adorar saber! Bom carnaval a todos!! E Senta que eu Empurro!!

quarta-feira, 2 de março de 2011

Pagando língua

Fui elogiar a Cemig no post que falei sobre a falta de energia e paguei língua... Segunda feira saí do trabalho debaixo de um temporal, daqueles com ventania de jogar motoboy pro alto. Tanto que tinha motoboy encostando a motoca pra não ser levado pelo vento ou pela enxurrada. Mas como eu estava de carro, enfrentei as ruas. E ainda assim passei um arrego, passei por uma rua alagada e meu carro avisou que não é barco, deu uma rabeada mas consegui sair da lagoa.
Peguei a Gi, que ficou toda molhada só até chegar ao carro e viemos pra casa. Quando chegamos... a rua completamente escura. Só nossa rua. E como o prédio estava sem energia, eu não tinha como subir. Esperamos uns 40 minutos e ligamos pra Cemig pra reclamar. Disseram que o prazo para resolver falta de luz na área urbana era de quatro horas, então resolvemos ir para o shopping lanchar e ir ao banheiro. Assim fizemos, rodamos, fizemos uma hora e voltamos pra casa lá pelas 10 da noite. E nada da luz voltar.
Sobre aquele programa de assistência a deficiente que citei aqui, eu mesmo ainda não me cadastrei, é mole? Casa de ferreiro, espeto de pau... Mas mesmo assim liguei reclamando de novo e dizendo que eu só conseguiria subir com energia, pois moro no 3º andar mas são dez lances de escada. E a resposta foi a mesma da primeira vez: nada poderia ser feito e teríamos que esperar. Deu meia noite e nada. Pensei em ir para um hotel, mas ainda fiquei na esperança de voltar logo, afinal já eram quase cinco horas sem luz, algo muito raro. Resolvi então entrar na garagem e esperar mais um pouco, o porteiro abriu o portão no manual e desci. Só que deu uma hora da manhã e nada. Ainda voltamos a pensar em ir pra um hotel, mas até fazer uma malinha, chegar lá, descer, e nos arrumarmos para dormir, não ia compensar, pois iríamos acordar cedo para trabalhar. Resolvemos então dormir no carro até voltar a eneergia, o que aconteceui às 4:30 da manhã. Aí então subimos e dormimos mais um pouco. Só que o resultado é que até hoje estou todo quebrado, com mais dores no corpo do que o normal. Agora crio vergonha e faço o tal do cadastro, esperando nunca precisar usá-lo.

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