terça-feira, 26 de março de 2013

Vocal da Guidosimplex

Microfone e sensor crepuscular do Vocal
Sabe aqueles antigos filmes de ficção em que a pessoa chega em casa e não toca em nada, só dá comandos de voz para que tudo funcione, tipo "acender luz", "ligar TV", "aumentar volume"? Já faz algum tempo que isso não é mais ficção. TV com comando de voz já é uma realidade (apesar de muito caro ainda), e há alguns protótipos que permitem controlar funções da casa por comando de voz, apesar de nada comercial ainda.
E nos carros? Isso também não é ficção há um bom tempo, pelo menos no que diz respeito a controle de celular. Uso bluetooth desde 2008 e acho uma mão na roda para quem está sempre com as mãos ocupadas. É só apertar um botão, falar o nome de quem quer chamar e conversar tranquilamente. Mas faltava ainda controlar outras coisas no carro com a voz. Faltava, não falta mais.
O Vocal pode ser ligado ou desligado por um botão no painel
A Hélio Adaptações está trazendo para o Brasil o Vocal, da Guidosimplex,uma adaptação que permite controlar as principais funções do carro sem tirar as mãos do volante ou da alavanca de aceleração/frenagem. Basta pronunciar os comandos e o Vocal executa na hora. E há várias formas de ativar os comandos, tudo em português e sem necessidade de treinar a voz para reconhecimento. O sistema reconhece qualquer pessoa falando os comandos com clareza, sem necessidade de gritar ou manter os vidros fechados. Claro que em ambientes com muito barulho externo ele pode ter mais dificuldade em reconhecer, mas nos testes que fiz, mesmo com barulho os comandos foram reconhecidos na hora.
Além dos comandos de voz, o Vocal vem com sensor crepuscular, que ascende os faróis quando entra em ambiente escuro ou quando anoitece, e desliga quando o ambiente está claro. Isso ajuda ainda mais, caso o motorista se esqueça de acionar os faróis por comando de voz. Melhor do que descrever o produto é mostrar, por isso fiz um vídeo demonstrando as principais funções. Confira abaixo.
O Vocal é direcionado para quem tem limitações mais severas, como tetraplégicos, mas pode ser utilizado por qualquer pessoa, pois proporciona conforto e segurança, sem contar a praticidade. Eu já acostumei a tirar a mão do acelerador para passar marcha ou acionar o limpador de para brisa, mas fiquei empolgado com a possibilidade de não precisar dessa "manobra".
Claro que essa tecnologia toda tem seu preço: R$ 5.690,00 instalado na Hélio Adaptações, aqui em BH. Ele pode também ser encontrado em qualquer representante do Hélio pelo Brasil. Confira a lista clicando em http://www.helioadaptacoes.com.br/concessionarios.html.

sexta-feira, 22 de março de 2013

Plataformas elevatórias

Elevador para cadeiras de rodas: tem que funcionar!
Se tem uma coisa que decepciona um cadeirante é quando chegamos a um determinado local, principalmente um órgão público, que sabemos que tem um elevador, mas ao tentar utilizar descobrimos que  ele não está funcionando. E eles sempre tem uma desculpa, como "acabou de estragar" ou "não tem quem arrume". O fato é que a maior parte dos locais com elevador não dá manutenção adequada a esses equipamentos.
O Salomão, daqui de Belo Horizonte,  trabalha com manutenção destes equipamentos há quatro anos e está muito preocupado com a precariedade das plataformas instaladas atualmente. De acordo com ele, grande parte delas se encontra em estado de deterioração, muito mal conservadas, e isto é um perigo para os usuários.
Ele me contou que uma limitação que os órgãos públicos alegam ter é a necessidade de licitação para contratar a manutenção das plataformas. O processo de licitação geralmente demora muito, enquanto isso quem precisa continua tendo dor de cabeça. 
O Salomão vai nos dar uma breve aula sobre os pontos de atenção dos diferentes tipos de plataformas elevatórias que existem.
"Existem dois tipos de Plataformas: de tração por cabo de aço e de tração por fuso (rosca sem fim).
- Tração por Cabo de Aço:
Neste tipo de plataforma, o cabo de aço tem vida útil, pois no movimento de sobe e desce o cabo passa por roldanas, e neste caso o cabo se movimenta muito, podendo se romper se não houver a manutenção ou troca preventiva e ou periódica.

2° Tração por Fuso (rosca sem fim)
Neste tipo de plataforma, a porca do fuso e as correias do motor elétrico tem vida útil, pois no movimento de sobe e desce a porca corre por toda a extensão da rosca sem fim e movimenta muito, podendo ter folga por falta de lubrificação adequada, manutenção ou troca preventiva e ou periódica.

Ambas as plataformas necessitam de uma manutenção preventiva e ou periódica, pois se os cabos se romperem acontece um acidente, e o fuso sempre tem que estar bem lubrificado e sem folga na porca.
Já fiz manutenção em uma plataforma em que o cabo de aço de sustentação estava arrebentado há mais de um ano e a mesma se encontrava funcionando normalmente. Isso me deixou revoltado com o dono da loja, imagina se arrebenta o outro cabo com alguém dentro da plataforma, pode ocorrer um acidente sério.
Os donos dos estabelecimentos não acreditam que a falta de manutenção periódica, preventiva ou até mesmo corretiva seja necessária. Depende muitas vezes dos usuários para conseguir conscientizar as pessoas do quanto isso é importante."
Salomão Manutenções
www.salomaomanutencoes.blogspot.com
(31) 8600-9395 / (31) 9268-2801

Pois é minha gente, é importante ficarmos atentos às condições de uso dos elevadores para cadeirantes, pois um acidente pode até ser fatal, ou machucar muito. E pra quem já está "quebrado", não é nada boa a possibilidade de se quebrar mais!

quarta-feira, 20 de março de 2013

Salvador para cadeirantes


A cidade deve ser boa para cadeirantes, uma das atrações é um elevador!
O texto abaixo é uma contribuição da Anabela Calegaro, jornalista do site pacotesdeviagensft.com.br, uma extensão do Fala Turista. Aqui ela dá dicas sobre o turismo na cidade, os limites para deficientes e os avanços que tem acontecido para atender este público.

"Estamos em pleno verão e muitas cidades paradisíacas brasileiras são procuradas por turistas do Brasil e do mundo. Praias, sol e calor são tudo o que essas pessoas buscam em um país tropical com um dos litorais mais extensos do mundo. E uma das melhores opções para o passeio de verão é a cidade de Salvador. Com um povo alegre, musical e hospitaleiro, Salvador abriga lindas praias e ainda grande parte do acervo arquitetônico histórico do Brasil. Caminhar pelas ruas da capital baiana é pisar na própria história do nosso país, entre guerras, escravidão e desenvolvimento. Mas e para aqueles que dependem do auxilio da cadeira de rodas? Para os turistas com alguma restrição de mobilidade, Salvador também abriga uma estrutura para que essas pessoas possam desfrutar de um turismo completo e divertido. Podemos dizer a cidade de Salvador conta com uma boa estrutura de suporte para cadeirantes e as demais pessoas com alguma restrição de mobilidade.

Apesar dos morros e ruas com calçamento irregular...
Salvador divertida para todos
A cidade de Salvador ainda tem muito que aprender e evoluir para atender seus deficientes físicos e os turistas com deficiência de forma perfeita. Mas nos últimos anos muita coisa já foi feita nesse sentido e a estrutura local para atender esse tipo de turismo já está sendo melhorada. 
A maioria dos hotéis tem estrutura qualificada para abrigar turistas com dificuldades ou restrições de mobilidade, e quanto à estadia os turistas não precisam se preocupar. O transporte público ainda precisa de melhorias, no sentido de que todos ou quase todos os ônibus tenham a capacidade de transportar pessoas com deficiência. Mas há um grande número de coletivos na capital baiana que já oferece essa opção com segurança e rapidez para cadeirante. 
Além disso, muitas ruas já estão sendo modificadas com calçadas rebaixadas para permitir o acesso aos cadeirantes a todos os lugares da cidade, para evitar que os turistas precisem pegar táxi ou carro para alcançar os pontos desejados. Afinal, não há nada melhor do que percorrer o centro histórico de Salvador, curtir a vista devagar e encontrar a história do Brasil em cada canto.
Se você está organizando sua viagem para a capital baiana, a dica é procurar por pacotes de viagens com as agências de turismo. Além de conseguir ótimas opções de preços e vantagens, as agências podem apresentar dicas para que o turista cadeirante aproveite a viagem em sua totalidade.

Anabela Calegaro
Graduada em Comunicação Social - Jornalismo"

sábado, 16 de março de 2013

Soltando os monstros

Cris Côrrea em meio aos seus monstrinhos
Quando a pessoa sofre um acidente e tem a vida transformada por uma sequela grave que tira os movimentos, e passa a conviver com uma limitação que necessita uma cadeira de rodas para se locomover, o baque psicológico geralmente é grande. Para lidar com isso, muita gente se isola do mundo, fica mal humorado, se revolta e perde a alegria de viver. E então cria vários monstros em sua cabeça, se acha a pior pessoa do mundo, acha que todo mundo está contra ela, vê preconceito em tudo e fica imaginando um monte de coisa ruim.
O caso da Cris Côrrea, de Registro, em São Paulo, é diferente. Ela também criou vários monstros, mas ao invés de guardar para si mesma, ela vende! São monstrinhos de pelúcia feitos por ela mesma, vendidos através da sua empresa, a Maenga Toys, e conta abaixo sua história.
Monstrinhos do bem!
"Aos 17 sofri um acidente de carro, onde fraturei uma vértebra e por consequência fiquei paraplégica – e, desde então, sou cadeirante. Mudou tudo na minha vida a partir do ocorrido. Tive um período de adaptação, até redescobrir uma maneira de seguir em frente e continuar a viver como todo mundo, entre qualidades e limitações.
Quando pequena, eu ficava olhando minha mãe costurar, mas na hora de colocar as mãos na máquina, não dava muito certo. Bom, se antes eu já não dava conta, depois do acidente nem sequer passava pela minha cabeça tentar. Até mesmo porque para costurar você usa os pés, o que no meu caso não iria dar. Então, no início do projeto eu cortava os bonecos e pedia à minha mãe que costurasse para mim, mas ela tinha as coisas dela pra fazer e minhas coisas acabavam ficando de lado. Foi também nesse período que conheci a toy art pela internet e fiquei louca, apaixonada! Era exatamente a forma que eu precisava para expressar minhas idéias, tinha – e tem – tudo a ver comigo: o gosto pelo bizarro, diferente, incomum sempre fez parte da minha personalidade. Logo, a idéia de poder criar algo que expressa isso me cativou. Foi quando comecei a criar ‘monstrinhos’.
O principal canal de divulgação do meu trabalho sempre foi, e ainda é, a internet. Pela facilidade de acesso e por atingir qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo.
A dica pra quem gosta de costura é, primeiro, não ter preguiça de desmanchar costura. Depois, não desistir e insistir sempre, porque perdendo o medo de arriscar você acerta, mesmo que não seja de primeira, uma hora de tanto insistir dá certo. O importante é não parar de tentar. Já para os fãs de toy art, a dica é acreditar na criatividade e investir na originalidade. Não existe arte que não encontre seus admiradores, pois beleza depende do ponto de vista.”
Esse é um belo exemplo de pegar um problema e transformar em oportunidade, além de gerar uma ocupação e fonte de renda. Como diz o ditado, "se a vida te der limões, pegue açúcar, gelo e pinga, e faça uma bela caipirinha!"

quinta-feira, 14 de março de 2013

Matéria para o MG TV

Desrespeito por vagas para deficientes é comum em BH
Nesta quarta feira, 13/03, foi ao ar uma matéria que fiz para o MG TV demonstrando a dificuldade que um deficiente físico encontra em Belo Horizonte ao tentar estacionar em uma das 703 vagas reservadas que existem na capital. Esta é uma luta antiga, desde que comprei meu primeiro carro adaptado, em 2008, passo por este problema.
Meu carro ficou parecendo um estúdio
A verdade é que é muito raro encontrar uma vaga de deficiente livre em BH. Para piorar, as vagas que SEMPRE estão ocupadas são as que ficam nos lugares mais importantes para deficientes, como hospitais, clínicas de fisioterapia, farmácias e afins, e isso fica evidente na matéria. Eu fazia fisioterapia em uma clínica na Av. Contorno e haviam duas vagas para deficiente próximas a um estacionamento, e estas vagas estavam sempre ocupadas. Eu algumas vezes ligava para a BHTrans denunciando o uso irregular e ficava na fisioterapia, no prédio próximo, vigiando para ver se ele apareciam. Mas nas únicas duas vezes que apareceram, a pessoa que tinha parado o carro já tinha ido embora. As vagas aparecem na reportagem, quando um cara vai tirar um carro preto assim que eu encosto.
Eu com a repórter Liliana Junger, que fez um excelente trabalho
Infelizmente esta é uma questão cultural, as pessoas acreditam que não tem importância para nas vagas pois pouca gente precisa ou se precisar pode parar em outro lugar, mas as pessoas não parar para pensar nas necessidades de quem tem dificuldade de locomoção. Como comentou no Facebook a Laura Martins, as pessoas não têm noção das necessidades de quem tem mobilidade reduzida. É importante que as pessoas entendam que as vagas reservadas não são privilégio. Temos uma deficiência que dificulta nossa locomoção. Por isso, precisamos estacionar perto da entrada dos locais, para reduzir esforço e risco de acidentes. O que vocês acham de um cadeirante subir uma ladeira debaixo de chuva (ele não tem como segurar guarda-chuva) e um andante, sem NENHUMA deficiência, parar na vaga em frente à entrada? Parece coisa de gente que se diz em condições de viver em sociedade?
O lugar que mais me revolta é na Avenida Afonso Pena, em frente à delegacia da Polícia Civil, há três vagas para deficientes e estão sempre ocupadas, ou pelos carros da Polícia Civil ou de funcionários de lá. Já precisei várias vezes parar ali, pois é próximo à Praça Sete, que tem vários prédios comerciais e repartições públicas, e acabei parando muito longe, fazendo um grande sacrifício para chegar ao local.
Esse quadro demonstra falta de civilidade, total falta de noção do que significa viver em sociedade e respeitar o direito do outro. Mas acredito na mudança de postura das pessoas vendo matérias como esta e nos ajudando a lutar por nossos direitos. Obrigado à equipe da Globo, principalmente à Carine Tavares, que tornaram possível essa matéria/denúncia. Abaixo o link para a reportagem:
http://globotv.globo.com/rede-globo/mgtv-1a-edicao/v/motoristas-desrespeitam-cadeirantes-e-estacionam-em-local-reservado-em-pontos-de-bh/2457277/

domingo, 10 de março de 2013

Fiat Freemont

Carro de magnata
Desta vez resolvi avaliar um carro que não entra na lista de isenção para deficiente. É uma avaliação meio óbvia, um carro deste tamanho não deve oferecer problema para um cadeirante. Mas sempre tem uma coisinha ou outra para observar. Como por exemplo a altura do carro, isso dificulta um pouco subir nele, não é para qualquer um. Felizmente há técnica pra tudo, e mesmo pessoas mais baixas ou fracas conseguem subir num carrão desses, mas dá um certo trabalho.
Fala se não fiquei com cara de executivo?
O que ajuda num processo desses é uma alça de segurança que alguns carros tem do lado do motorista (conhecida popularmente como PQP) e pode ser usada para subir no banco. Só que a maioria dos carros não tem essa alça do lado do motorista, mas o Freemont tem. Até eu que sou grande precisei me segurar nela para me acertar no banco. Aliás, banco não, poltrona. O banco é envolvente, confortável, a gente se sente em uma nave mesmo. E o espaço para as pernas é um espetáculo, parece uma sala de estar. Minha pernas de 1,05m se acomodaram com facilidade. O banco tem regulagens elétricas, é fácil encontrar a posição ideal para dirigir.
Isso que é painel! Mas a tela touch (ao centro) de 4,3" podia ser maior.
O painel é muito completo, conta com aparelho multimídia com bluetooth e tela touch screen de 4,3", tela de LCD colorida no centro do painel que mostra dezenas de informações sobre o veículo, volante multifuncional, ar condicionado digital dualzone, computador de bordo, piloto automático e diversos outros comandos. O motor é 2.4 16V de 172 cv, bem forte, necessário para carregar um bichão desse tamanho. E o câmbio automático de quatro velocidades. Antes que alguém ache que é Dualogic, por ser Fiat, já garanto que é automático mesmo, convencional.
Porta malas com espaço para dar e vender
Aí vem o porta malas. Nesse quesito é covardia comparar com outros carros comuns. São 580 litros com a terceira fileira de bancos rebaixada (sim, ele tem 7 lugares!), e cabe uma cadeira de rodas monobloco montada! Aí fica fácil guardar. E ainda sobra muito espaço para bagagem, não precisa ficar apertando para enfiar as malas. Para quem sai sozinho, colocar a cadeira no carro também é muito fácil, pois a porta é enorme e passa facilmente para o outro lado.
O Fiat Freemont pode ser encontrado na Automax a partir de 90 mil reais, aproximadamente. Sinceramente, não é tanto dinheiro assim para o que o carro oferece. Não é barato, claro, mas entre as opções de veículos grandes e completos, é o mais em conta que encontrei. Ah se eu pudesse...

domingo, 3 de março de 2013

Trilha de Handbike

Galera nota 10 me acompanhando na aventura
Neste sábado, 02/03, realizei um sonho pós-cadeirante: fiz trilha de bicicleta! Ou melhor, de handbike, que na verdade seria uma... tricicleta? Enfim, fazer trilha sempre foi uma das grandes paixões da minha vida. A adrenalina, o contato com a natureza, o desafio de vencer obstáculos, a liberdade que só uma bike nos dá com o vento no rosto e o exercício que fazemos... Não tem preço.
Quando virei cadeirante, devido a um acidente de moto em que lesionei a medula, não fiquei triste nem deprimido por deixar de fazer algumas coisas que eu amava, ao invés disso procurei adaptar minha vida à nova realidade sabendo que seria necessário substituir algumas paixões por outras, explorar novas possibilidades. Mas paixão é uma coisa que te persegue, e eu comecei a pesquisar se seria possível pedalar novamente, e foi aí que descobri a handbike. Era a possibilidade de voltar a sentir o vento no rosto e o barulho das marchas passando, e em 2011 consegui comprar a minha primeira handbike, trazendo de volta a satisfação de pedalar.
No meio da trilha, sujo de barro, cansado, mas feliz!
Mas ainda faltavam alguns componentes: o mato. A terra. O barro. E comecei então a buscar uma handbike que andasse na terra. E não é que encontrei? Consegui comprar ano passado e ainda descobri, por meio de um colega de trabalho, uma galera muito bacana que se junta para fazer trilha e trocar ideia sobre o assunto, o pessoal do Mountain Bike BH. Contei para eles sobre meu projeto, de fazer trilha com a handbike, e deram todo o apoio para me ajudar nesse desafio. Chamei também meus fiéis escudeiros, Danilo, Fabrício e Cris, que já me acompanharam em outras aventuras. O apoio desse pessoal todo é fundamental, tanto para dar apoio moral quanto para empurrar ou rebocar nas subidas mais íngremes, pois a bike é pesada e a tração dianteira é menos eficiente do que nas bicicletas normais. Sem contar que meu preparo físico não está lá essas coisas...
Marcamos então às 8:30 da manhã em Honório Bicalho, distrito de Nova Lima. O local foi escolhido porque, de acordo com o Vinícius, tinha trilhas leves. Havia chovido nos dois dias antes e eu estava receoso com as condições das trilhas, mas como no sábado não estava chovendo de manhã, apesar do tempo fechado, fomos assim mesmo. Depois da luta de montar minha bike (ela só cabe no carro desmontada), saímos em grupo. Pegamos um trecho de asfalto que ia dar numa trilha. Pintou uma subida, duas, três... e eu já estava quase xingando o Vinícius quando ele se explicou: era só para testar os limites da bike e a ideia era voltar do alto do morro. Ainda bem...
Até ao lado de trilho a gente andou
Virei a bike e peguei a primeira descida. Já deu para sentir o drama e testar a estabilidade da bike. Ela se comportou bem e comecei a sentir como fazer o jogo de corpo para aumentar a estabilidade. Mas faltava ainda pegar terra mesmo, e seguimos por outro caminho, às margens do rio em direção a Rio Acima. Entramos na estrada de terra e eu senti finalmente, depois de seis anos e meio sem fazer trilha, a emoção de controlar uma bike morro abaixo em terreno escorregadio. Pude descer algumas "prambas" acidentadas e, para completar, pegamos algumas poças de água e lama, bastante desnível e muito buraco! Bom demais!
Não podia faltar lama!
Só que nas subidas... passei perrengue. Se não fosse o apoio do grupo, que revezou me empurrando e me rebocando, eu estaria lá até agora... A conclusão que chego é a seguinte: handbike na terra, só se o terreno for mais plano ou com mais descidas que subidas. E se tiver subidas, elas não podem ser muito íngremes. No fim das contas, a bike cumpriu o que eu buscava: ser uma boa opção para descer montanha em estrada de terra e me divertir em trilhas leves.
Estado final da X-trail
Guardadas as proporções, já que eu era downhiller ("descedor de montanha a mil por hora"), foi a mesma emoção que eu sentia naquela época. E, mais ainda do que no passado, não tem preço. Agradeço muito à equipe de apoio, Danilo, Fabrício, Cris, Vinícius, Poliana, Daniel e, claro, a Gi, que está sempre comigo nessas aventuras! Fiz um vídeo, que compartilho abaixo. É longo, mas vale a pena ver até o final, tem até uma videocassetada!
E mais uma vez, recomendo: vá atrás de suas paixões e seus sonhos, independente das limitações, eles podem se tornar realidade!

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