domingo, 11 de janeiro de 2015

Londres para cadeirantes - Parte 2

Fachada imponente do Museu Britânico

Na tarde do nosso segundo dia em Londres fomos ao British Museum. A entrada é gratuita e a acessibilidade completa. Tem dois elevadores na entrada, um de cada lado da escadaria principal, e ambos estavam funcionando. O hall de entrada do museu é incrível, o teto é arredondado e todo de vidro, em um vão de encher os olhos. Assim como em Paris, há quiosques de informação com guias em várias línguas, incluindo o português. Os funcionários são também cuidados e atenciosos com cadeirantes, explicam e acompanham até os elevadores e acessos. Começamos pela coleção grega, com lindas peças em mármore, estátuas, tem até pedaços do Pártenon e templos gregos quase completos. Depois descobri que há uma batalha jurídica entre a Grécia e a Inglaterra para que devolvam peças roubadas no passado. Gostei muito também da coleção de múmias e dos artefatos egípcios, com destaque para a Pedra de Roseta, que contém o primeiro texto bilíngue que se tem notícia. Em uma das alas tinha até uma caveira de cristal ao estilo Indiana Jones! Dá para gastar algumas horas apreciando alguns dos sete milhões de objetos de todos os continentes catalogados no museu. Depois do museu, fomos a pé para casa do Filipe.
Templo grego quase completo
A caveira de cristal que o Indiana Jones estava procurando!
No dia seguinte, fiquei sabendo que a cavalaria real passaria pelo Palácio de Buckingham, então começamos por lá o passeio. Muito legal ver os cavaleiros com aquelas vestes típicas e capacetes dourados, parece que voltamos ao século retrasado! Depois disso fomos para a Tower Bridge, outro cartão postal icônico de Londres. Como era um pouco longe, precisávamos pegar dois ônibus. Como a Gi não fala inglês, precisei ensinar a ela o nome das ruas em que iríamos descer, pois quando ela fosse pagar a passagem, o motorista iria perguntar. Enquanto esperávamos no ponto, eu ficava ensaiando com ela o nome das ruas. No primeiro ônibus, o motorista perguntou e ela falou, como ele não entendeu continuou perguntando, quando eu já ia lá resolver um dos passageiros se ofereceu para dar o recado. Para o segundo ônibus, mesma coisa, ficamos treinando, chegou na hora ela falou o nome, o motorista repetiu e ela: - Isso! É lá mesmo! Claro que o cara não entendeu patavinas. E eu fiquei rindo lá no meio do ônibus...
Cavalaria real. Parece aqueles soldadinhos de chumbo!
Os homi britânico!

Uma das famosas cabines telefônicas londrinas
No meio do caminho, antes de trocar de ônibus, reparei em uma placa em um prédio com os números mais icônicos que se pode ver em Londres: 007. O prédio era o London Film Museum, um museu com os principais veículos usados nos filmes do James Bond desde o primeiro (são 23 filmes da franquia). Há helicópteros, aviões, barcos, motos e dezenas de carros. Atrás dos principais veículos há telas ou televisões onde aparecem as principais cenas de ação que eles participaram. E há descrições explicando como foram feitas as cenas. Muito bacana para quem curte filme e carros, como eu. Ah, o museu não tem gratuidade, e não é barato, quase quinze libras. Mas valeu a pena.
Aston Martin do James Bond, esse foi dirigido por Sean Conery
Um dos helicópteros da exposição.
Depois disso pegamos outro busão, chegamos à Tower Bridge e nos impressionamos com o tamanho dela. Na base de uma das torres tinha uma entrada com uma fila na porta, fomos nos informar por lá e já nos colocaram para dentro, sem pagar. Há um elevador ali que leva até o corredor que liga as duas torres. No corredor, além da linda vista da cidade, há painéis com fotos e a história de outras pontes famosas mundo afora. Ao final, você tira uma foto e recebe um tícket, para comprar na saída uma montagem com a ponte ao fundo. Depois há uma sala de cinema com um filme bem interessante contando como foi feita a ponte, desde a ideia inicial até a construção final, mostrando o mecanismo de abertura para barcos. Para fechar o passeio é preciso descer por elevador, mas este estava quebrado e precisei voltar por onde vim.
Tower Bridge ao fundo.
Gi com os cabelos esvoaçantes na Tower Bridge. Ao fundo, o castelo Tower of London.
Bem ao lado da Tower Bridge fica o Tower of London, um castelo que funcionava como prisão no passado. Há guardas uniformizados com vestes antigas típicas, e é possível fazer um passeio guiado pelo interior do castelo. Só que nesse daí cadeirante e acompanhante pagam, quinze libras cada... Acabamos não fazendo porque estava ficando tarde, e leva-se pelo menos umas duas horas para ver tudo. Além disso, nem tudo lá dentro é acessível, alguns prédios só podem ser acessados por escada e não tem elevador. Tomei birra e não voltei mais. O passeio em torno do castelo já valeu pela vista do rio e da Tower Bridge. De lá pegamos um ônibus até um pub típico londrino, para finalmente tomar uma cerveja Guiness com o Filipe. Este é um programa imperdível em Londres, tomar uma Guiness em um pub! Depois fomos comer em um restaurante indiano chamado Massala Hut, muito bom, onde tomamos uma cerveja chamada Cobra, também muito gostosa (não, não era feita de cobra nem tinha uma cobra dentro dela).
Tomando uma Guiness com o Filipe em pub londrino
Para o último dia em Londres eu tinha programado ir a Notting Hill e Abbey Road, mas acordei com muitas dores e fiquei descansando até tarde. Saímos à tarde para dar um rolé pelo bairro e ficou nisso. Para a noite, eu tinha combinado de encontrar com o Carlos, um amigo que fiz pela internet, e já acompanha o blog há alguns anos. Mais uma vez usamos ônibus para atravessar a cidade em um dia chuvoso. Encontramos com ele no bairro Southwark, ao sul da cidade, do lado de baixo do rio Tâmisa. Ele nos levou a um pub que é um dos mais antigos de Londres, só que não lembro o nome. Fica bem na beira do rio e tem uma vista privilegiada para a Tower Bridge, que fica linda iluminada à noite. O pub tinha várias cervejas artesanais de vários sabores, escolhi uma das mais exóticas, feita de morango! É gostosa mas um pouco enjoativa. Encontramos lá um amigo dele brasileiro, o Felipe, e de lá fomos a pé para um restaurante também na beira do rio (e que eu também esqueci o nome). O restaurante era bem bacana, tinha banheiro para deficiente, só que não tinha acesso para a parte de cima, onde ainda haviam mesas perto da janela. Carlos e Felipe me levaram escada acima e degustamos ali pratos deliciosos e vinho do bom. Foi uma noite bem agradável, batemos muito papo e divertimos bastante! Nunca encontrei um camarada que conheci pela internet tão gente boa.
Tomando cerveja de morango em antigo pub tradicional
Vista da Tower Bridge à noite
Com o Carlos e o Felipe jantando à beira do rio Tâmisa.
No dia seguinte, pela manhã, pegamos um trem para o aeroporto de Gatwick, para embarcar para Roma. Gostaria de agradecer mais uma vez ao Filipe pela excelente recepção e estadia, espero um dia poder retribuir!
Sair de trem pela estação Victoria é fácil, é só seguir a linha vermelha!

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