sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Hotel Mercure Vila da Serra

Bela fachada do hotel Mercure (Fonte: site www.accorhotels.com)
Nunca fiz uma avaliação da acessibilidade de hotéis em Belo Horizonte porque moro aqui, e ainda não precisei dormir fora de casa (espero que não precise, por isso me comporto...). E recebo muitos pedidos de indicação de cadeirantes que viajam para cá. Neste mês a Sandra, amiga minha de Petrolina, que já colaborou com o Blog em outras oportunidades, esteve visitando Belo Horizonte e também pediu indicação. Quando é assim, quando eu preciso ir para algum lugar e não encontro nenhuma avaliação de cadeirantes sobre hotéis, eu uso o Booking.com e faço a busca por cidade. Aí desço pela página dos resultados e escolho, no menu lateral esquerdo "Filtrar por:", a opção "Comodidades para hóspedes com mobilidade reduzida", como na imagem abaixo.
Exemplo de consulta feita no site Booking.com.
O resultado é que o site filtra só hotéis que disponibilizam quartos adaptados para deficientes. Em seguida eu verifico as avaliações de hóspedes, que tem nota e qualificação (do lado direito da dela em cada hotel) e localização, de acordo com minha programação na cidade. E, claro, comparo os preços. Definidos três ou quatro hotéis que satisfazem minhas necessidades, vou ao site do hotel e ligo para cada um para pegar as informações específicas sobre adaptações. Esta etapa é fundamental para não passar raiva, pois a gente pode perguntar detalhes que o site não informa, como acessibilidade da rua para a portaria, rampas dentro das dependências do hotel, detalhes sobre a largura da porta do banheiro e disponibilidade de cadeira de banho para emprestar. E ainda assim acontecem surpresas...
Depois de consultar para a Sandra as opções de hotéis próximos à programação dela, decidimos pelo Mercure Vila da Serra, hotel que eu conheço parcialmente pois fica bem ao lado do hospital que meus filhos nasceram. Ela ligou para o hotel, fechou a reserva e veio visitar a capital mineira. Assim que pude, fui ao hotel ouvir as impressões dela e verificar os prós e contras da acessibilidade do Hotel Mercure. A vantagem de utilizar grandes redes de hotéis é a padronização, muitas vezes eles seguem os padrões internacionais e sempre disponibilizam comodidades adaptadas para deficientes.
Fachada do Mercure Vila da Serra (Fonte: Google Maps)
A primeira impressão sobre o hotel é boa, já que ele fica recuado da calçada e tem via prórpia para desembarque, ou seja, uma entrada fora da rua em que o carro - táxi no caso - pode parar e desembarcar com calma, sem a pressão de veículos buzinando atrás. Isto faz diferença para cadeirantes, já que nosso desembarque é sempre complexo. Outra vantagem deste hotel é que há duas vagas para deficientes/idosos na frente, após um quebra molas. E logo em seguida há vagas para táxis. No desembarque próprio, há rampa em sua pequena calçada, porém esta poderia ser maior. A porta de entrada é ampla e plana, e o hall bem espaçoso.
Balcão de Check in não tem rebaixamento para atender cadeirantes
A primeira falha percebemos logo no check in: o balcão é alto e não há rebaixamento nem opção de fazer check in em outro lugar. Fica aquela conversa de cima para baixo tentando entender o que o cadeirante está dizendo, enquanto o mesmo se estica para entregar seus documentos. Na hora de assinar, lá vem aquela velha prancheta para firmar a mão. Feito o check in, no caminho para os quartos ainda encontramos outro obstáculo: escadas que levam ao hall dos elevadores, que só podem ser vencidas utilizando um mini elevador na lateral. Falta de planejamento, porque não fizeram o hall dos elevadores no mesmo nível do térreo? Abre porta, entra, desce barra de segurança, sobe, levanta barra de segurança, abre porta e enfim consegue acessar os elevadores. São panorâmicos, bonito visual, e os botões estão em boa altura. Chegando aos andares, como era de se esperar, carpete. Nem considero isto problema, de tão raro que é um hotel que não o tenha.
Para chegar ao hall dos elevadores, tem que pegar outro elevador.
O quarto é bom, tem uma sala-cozinha com bom espaço de circulação. O quarto não é lá muito grande, mas suficiente, dá para circular em volta da cama e girar cento e oitenta graus para voltar ao banheiro. A cama é um pouco alta, mas dá para acostumar. Quanto ao banheiro, tem as adaptações básicas, vaso elevado, pia sem armário embaixo e box com porta de correr ampla. Só que o chuveiro é comum, e como ficamos sentados levamos aquele jato forte na cara. Ideal seria daquele modelo que corre em uma barra e tem chuveirinho grande, de metal. 
H'á uma mini cozinha com fogão, cafeteira e microondas
Por opção dela, solicitou que emprestassem uma cadeira de plástico para utilizar no banho ao invés de uma cadeira de banho. E neste hotel há cadeira de banho para emprestar, só que é com rodas pequenas. Ficaram de verificar se conseguem uma com rodas grandes, mas não é bom contar com isto. Ou então, se for se hospedar, ligar para saber se já há disponível. O fato é que a cadeira de banho comum resolve, já que a porta do banheiro é grande o suficiente para entrar com a cadeira de rodas, e o espaço lá dentro também é bom.
Detalhes do banheiro, do vaso ao chuveiro. Bem adaptado, mas longe do ideal
A desvantagem deste hotel é a localização. Ou melhor, isto é relativo, pois para determinado tipo de viagem, a localização é ótima. A localização é ruim se o viajante pretende explorar os pontos turísticos somente da cidade de Belo Horizonte, aí fica longe da Pampulha, do Mercado Central, da Praça da Liberdade. Mas a localização é ótima se o viajante pretende conhecer, além de BH, cidades turísticas próximas como Ouro Preto, Congonhas, Tiradentes, São João Del Rei, Lavras Novas. Isto porque ele fica próximo à saída para a BR 040, caminho destas cidades todas. E fica próximo ao BH Shopping, o que facilita para dar um passeio breve, e a Macacos, como é conhecido São Sebastião das Águas Claras, a apenas vinte minutos. O hotel tem também estacionamento próprio, o que facilita se for alugar um carro. No fim das contas, é uma excelente hospedagem pela versatilidade. Se quiser vir a Minas conhecer suas belezas, este é um lugar para ficar!

Um comentário:

  1. A gente acaba sendo obrigado a procurar hotel melhores, leia-se mais caros, para ter um serviço mais efetivo, uma adaptação melhor. Não deveria ser assim,e assim sendo, nem sempre corresponde.
    No Mercure, ao ter as malas conduzidas ao quarto, um funcionário me perguntou se eu me hospedaria sozinha, respondi que sim e sua resposta foi: -Estranho! Ali quem ja não estranhava era eu, por que ao me hospedar no Go in em São Paulo, creiam, em São Paulo, ouvi de um funcionário, qdo fiz algumas reclamações do que não estava ao meu alcance, como lençóis e controle do ar condicionado, ele pediu desculpas e disse-me que estavam acostumados a receber cadeirantes acompanhados.
    E aí está a justificativa para as adaptações "a meias". O banheiro é um ítem muito importante, como Alessandro citou acima, o Mercure acertou em alguns itens,a altura do vaso, a pia, as bancadas, mas pecou absurdamente na área de banho. O chuveiro, está localizado acima de da altura da porta, portanto a mais de 2,20m, e não numa barra de regulagem. Não ha apoio baixo para nada e isso para a ala feminina é o fim, shampoo, condicionador, esfoliante, cremes, no chão.Cadeira de banho, daquelas hospitalares, com rodas pequenas, sem condição de freá-las para transferência, pra mim é risco de vida, Optei por uma cadeira plástica, que escorregava tanto e me fez optar por sobreviver com um banho diário, apenas. Ha opções mais seguras e abrangentes a mais tipos de necessidades, o Ibis da Paulista tem uma bancada maravilhosa, foi o que vi de mais prático até hj, inclusive adotei no meu banheiro. O Ibis de Copacabana tem uma cadeira, instalada abaixo da altura do assento da cadeira de rodas, que é terrível.Os hotéis não se padronizam.Ha tb cadeiras com alturas reguláveis e de boa fixação ao piso, tem que haver um estudo e uma obrigatoriedade, isso não pode ser feito de forma tão irresponsável.
    A area da cozinha no Mercure,com excessão do frigobar, é totalmente inacessível ao cadeirante, salvo se ele tiver a altura luxuosa de San, que não é o meu caso. A cama é alta. O guarda roupas é maravilhoso, visto que tem um cabideiro com haste que pode ser rebaixado, fantástico.
    o balcão da recepção é extremamente deselegante, e o elevador de acesso ao elevador, deveria ter comandos que ao menos nos permitissem descer e subir sozinhos, normalmente tem que se esperar que o funcionário da recepção, vá acioná-lo e retirar os carrinhos de mala, que quase sempre, estão estacionados por lá. Acho que deveria haver uma punição, um bom desconto na diária, os faria mais cuidadosos.Valeu San!

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