terça-feira, 16 de maio de 2017

Cadeirante, mulher e dois bebês no avião

Família toda embarcada
Pense em uma comissária de bordo tensa... Assim ficou a comissária do vôo Belo Horizonte/Vitória no dia 21 de abril passado. Imaginem o que ela pensou ao ver chegar na porta da aeronave um cadeirante e logo atrás dele uma mulher com um carrinho duplo com dois bebês nele. No mínimo foi "danou-se...". Foi a primeira viagem de avião com os gêmeos. Deixamos o carro no estacionamento do Aeroporto de Confins e começamos a preparação. Para simplificar levamos somente uma mala grande e uma mochila, além da bolsa da Gi que parece uma mala - dessas enormes que cabe um monte de coisa de criança. Para complicar um pouco eu levei o Freewheel, o que na verdade ajudou, pois usei ele como suporte para levar a mala atrás da cadeira!
Para levar tudo improvisei um suporte para mala
Fomos andando do estacionamento até o check in, eu levando a mala atrás e a Gi levando os gêmeos no carrinho duplo. Chegando ao check-in (da Latam) primeiro problema: a atendente disse que não poderíamos viajar na primeira fileira, pois a aeronave tem airbag (!) e com criança no colo não é permitido. Depois de argumentar que eu não ando, e que se fosse viajar em fileiras mais atrás teria que ser carregado, e que a primeira fileira é reservada para pessoas com deficiência, ela conversou com alguém lá dentro e liberou. Aí veio o segundo problema, não poderíamos viajar juntos, na mesma fileira, eu e a Gi com os bebês no colo. Isso porque há somente quatro máscaras de oxigênio em cada fileira de três poltronas, portanto se a terceira poltrona estivesse ocupada, não haveria máscaras para todos. Concordei, mas perguntei: se não tiver ninguém na poltrona, podemos? Ela disse que eu teria que negociar na hora, com as pessoas que organizam o vôo (aqueles que atendem na porta da aeronave).
Ao ver esta turma chegando na aeronave, as comissárias piraram
Despachamos a mala, pegamos mais duas etiquetas para despachar a cadeira de rodas e o carrinho dos gêmeos na porta da aeronave, e nos dirigimos para o embarque. Aí vai a primeira dica para quem está em situação semelhante e vai voar: chegar com pelo menos uma hora e meia de antecedência, pois só nosso check in demorou quase meia hora! Chegamos no embarque e veio mais uma tarefa complicada, passar pelo sensor de metal. Tive que passar, ser revistado manualmente (como é com todo cadeirante) e esperar a Gi entrar com um menino, me entregar, voltar e passar com o outro. E aí ela passou sozinha, tirou sapato, passou toda a bagagem de mão no raio X, e aquele procedimento todo que é padrão nesta passagem.
Passando com o Max pelo sensor de metal
Depois de uns minutos passando pelo raio X chegamos ao guichê de embarque e choramos com os atendentes para nos colocar juntos na mesma fileira. Foram compreensivos, conversaram com alguns clientes e conseguiram! Muito legal da parte deles. Porém no embarque, o velho problema de aeronaves antigas da frota deles, a cadeira não passa nem na porta do corredor. Tive que ser carregado até a poltrona por duas pessoas. Aí tirei a almofada e o Freewheel para guardar e esperei minha esposa trazer o meu filho. Ela veio, deixou o menino, foi buscar a menina e despachar o carrinho de bebês. Uns quinze minutos para embarcar todo mundo...

Na ida, soninho gostoso e brincadeiras no chão
No vôo de ida a Anne dormiu o tempo todo e o Max ficou comigo, eventualmente descia para meus pés para brincar e se comportou muito bem. A Gi estava com medo que nossos filhos fossem como aqueles bebês que passam uma hora inteira de vôo gritando e chorando, passamos ileso desta vez! Chegando a Vitória, mais um transtorno previsto: não há finger (aquele corredor que vai até o avião) e o desembarque é sempre por escada. A ideia era, depois de esperar desembarcar todo mundo, descer com um menino, deixar no carrinho lá embaixo com alguém vigiando, voltar para pegar o segundo, e esperar meu desembarque. Mas um dos auxiliares da companhia se ofereceu para descer com o menino, e assim foi. E eu fiquei esperando vir aquela cadeira que desce escada, assim que chegou veio aquele desconforto de ser carregado até ele. Achei que por ser estreito passaria para o corredor, mas nada feito. Desci as escadas, transferi para minha cadeira e fomos nós para o desembarque. Chegando ao desembarque, meus pais estavam esperando, aí autorizaram minha mãe entrar na sala para ajudar com a bagagem.
Na volta, cada um de um lado do corredor
Na volta, não tivemos a mesma sorte da ida e não conseguimos viajar na mesma fileira. Mais uma vez um funcionário cismou que eu não poderia viajar com um bebê no colo na primeira fileira. Teria que ser na terceira ou quarta. Expliquei os mesmos argumentos da ida, mas o cara não queria dar o braço a torcer. Outro funcionário, mais coerente, percebeu o transtorno e constrangimento que seria e tratou de ligar para o pessoal de bordo para me posicionar na primeira fileira. Assim foi, após o embarque por escada, como todos são no aeroporto de Vitória, me acomodaram na primeira fileira com a Anne e a Gi foi do outro lado do corredor com o Max. Na viagem, mais uma vez meus meninos se comportaram bem, só no finalzinho a Anne ficou um pouco nervosa. Estava entediada, normal nessa idade.
No fim das contas, fomos e voltamos sem maiores transtornos, só um grande trabalho. Foi bom como experiência para as próximas viagens, principalmente se for mais tempo do que uma hora. Já temos outra viagem programada no final de maio para São Paulo, preparem-se, comissárias!!

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