domingo, 29 de agosto de 2010

Subindo na cadeira

Tem uma situação que passo sempre e geralmente dá um grande trabalho, mas desenvolvi algumas técnicas que me ajudam. O problema é quando tenho que subir na cadeira a partir de um lugar mais baixo que ela. Na verdade, passo por isso todos os dias, pois o sofá-cama da minha casa é um pouco mais baixo que minha cadeira, e sempre que vou pra cama tenho que "pular" pra cadeira. Mas como fazer isso com pouco esforço e muita segurança?
No caso do meu sofá, ele fica aberto (é sofá-tenho espaço na sala para colocar a cadeira perpendicular ao sofá, me posicionar de costas pra cadeira, segurar nas laterais e subir pra ela, como podem ver na foto abaixo.
Mas e quando não dá pra ficar desse jeito? E quando não tem espaço pra colocar a cadeira assim? Nestas situações, desnvolvi a seguinte técnica: coloco a cadeira paralela ao sofá, passo uma perna por cima da cadeira, tomando o cuidado de rebater os freios pra não machucar, e seguro na cadeira, me puxando e deslizando pra cima dela. Às vezes é necessário alguém segurando a cadeira, pois o peso fica todo de um lado. E tem que tomar cuidado pra não arranhar a perna.
Mas o mais perigoso dessa manobra é o visual. Como nossa sensibilidade é reduzida, muitas vezes não sentimos um arzinho frio entrando entre as pernas nessa situacão. E se a gente estiver sem cueca, quem estiver na frente vai vislumbrar um show nada bonito...

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Subindo e descendo escada

Este fim de semana, mais uma vez, precisei subir e descer escadas. Fui pra São Paulo para o aniversário da minha maninha e tanto o embarque quanto o desmbarque foram na pista, ou seja, por escadas. Felizmente a companhia que escolhi (Avianca, ex-Ocean Air) tem um daqueles "robozinhos"que sobe escada. De robozinho só tem a aparência, aposto que ele não sabe nem desarmar uma bomba. Mas pelo menos subir escada ele sobe direitinho.
O que impressiona é o tanto de explicação. O cara começa explicando que eu terei que passar pra outra cadeira, depois ela vai ser acoplada ao robozinho, depois vai deitar a cadeira, etc, etc, e nem eu falando "já sei, estou acostumado" o cara para de falar. Acho que é pra mostrar que saca do negócio mesmo, além do mais ele parecia estar curtindo dar as explicações. Na volta que foi engraçado: a aeromoça pediu pra um cara descer na frente do robozinho "pra eu não ficar com medo". Ah, se ela soubesse da minha vida de esportes radicais...
Tive uma nova sacada, descobri uma forma de passar pra cadeira do avião sem stress: foi só entrar de ré no corredor, parar ao lado da poltrona e eu passei por cima do encosto de braço, já que a cadeira do robozinho é alta. Foi bem mais fácil que entrar de frente e pedir pra alguém me carregar até a poltrona. Ou melhor, poltroninha, ô cadeira pra ser apertada aquela de avião!

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Hobby

Esses dias chegou uma estagiária na empresa em que trabalho. Menina muito simpática e inteligente, tenho conversado muito com ela. Numa dessas conversas, estávamos falando sobre currículo, já que ela estava atualizando o dela. Como ela morou fora do Brasil, me perguntou se é uma boa acrescentar um hobby ao currículo, como é costume lá fora. Como aqui não é normal isso, recomendei não colocar, alguns recrutadores podem não entender bem o porque.
Depois disso, fiquei lembrando das atividades que nos dão no Sarah, especificamente aquelas que eu achava chata, como aprender a pintar ou fazer artesanato. Eu entendia objetivo, criar um hobby para o deficiente (ou até mesmo uma fonte de renda), mas não era o meu caso. Ou melhor, eu já tinha meus hobbys, e apesar de ser obrigado a abandonar alguns (como trilha de bike) outros como internet e jogos foram intesificados.
Hobbies são importantes pra todo mundo, mas pra quem fica paraplégico, ainda mais quem está acostumado com atividades esportivas ou ao ar livre, são mais importantes ainda. O fato é que a probabilidade de a pessoa ficar muito tempo em casa ou sozinho é grande, nem que seja por um tempo em recuperação, como eu fiquei, e nesse momento ter um hobby é fundamental. No meu caso, os jogos eletrônicos e a internet foram a solução. Mas os esportes são uma grande sacada, pois além de passar o tempo e socializar, fazem bem pra saúde. E você, tem algum hobby?

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Cidade Administrativa

Gente, hoje estive na Cidade Administrativa pla primeira vez. Para quem não sabe, é a nova sede do governo de Minas, uma mega construção assinada por Niemeyer. O lugar ficou maravilhoso, apesar de ainda ter muita coisa pra fazer. Os prédios são lindos e super modernos. A ideia de reunir em um só lugar os principais órgãos administrativos traz agilidade e economia pro governo.
A acessibilidade é quase completa, não fosse um pequeno detalhe: no ponto de ônibus, que também é o melhor lugar para chegar nos prédios vindo do estacionamento, não tem rampa. Pra quem vem de ônibus tudo bem, a plataforma abaixa na altura do passeio, mas pra quem vai de táxi ou deixa o carro no estacionamento não há acesso facilitado para cima do passeio. Só com ajuda de alguém mesmo. E não há uma área específica para desembarque, o taxista tem que esperar uma chance enfiar o carro no meio dos ônibus, atrapalhando outros ônibus que chegam e até os pedestres.
Mas como tá tudo meio em obra, espero que ainda atentem para este detalhe importantíssimo para garantir acesso a todos.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

A vida que vale a pena ser vivida

No mês passado, enquanto meu computador novo não chegava, comentei aqui que cheguei até a ler um livro. E de fato, foi o primeiro do ano. Percebi o quanto as tecnologias do dia a dia nos fazem evitar a leitura, é tudo fácil com TV e internet à mão que nos esquecemos como é prazeiroso ler um livro, sentir o cheiro de páginas novas e viajar pelas aventuras e histórias que são lançadas na nossa imaginação! Putz, agora viajei mesmo.
E olha que li um livro só. Mas foi um bom livro, que agora recomendo a vocês. Não é auto-ajuda, como o nome possa sugerir, na verdade ele oferece aos leitores uma reflexão crítica sobre os critérios existenciais mais consagrados, exatamente para que possam desconfiar de fórmulas prontas para o bem viver. Os autores abordam questões fundamentais da existência humana, utilizando diferentes enfoques por meio da formulação do pensamento dos mais destacados nomes da filosofia, de Sócrates e Platão a Espinosa e Nietzsche, aplicados a situações do cotidiano, para que o leitor “possa resistir, cada vez melhor, contra todo tirano que pretenda empurrar-lhe goela baixo a vida que vale a pena”.
O que me chamou a atenção neste livro foi a linguagem leve e bem huomorada, apesar de abordar filosofia. Eu felizmente já sabia de grande parte das dicas do livro, sempre soube levar a vida buscando ver o lado bom de tudo, tentando me adaptar a tudo e sempre focado em ser feliz e bem humorado. É uma excelente dica pra ler ou dar de presente. No Submarino tem.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

"Olha mamãe, sem as mãos"

Foi isso que pensei hoje de manhã na hidroterapia. Sempre fico de pé na beirada da piscina, e agora estou conseguindo soltar as duas mãos e ficar alguns segundos me equilibrando. Pode parecer bobagem, mas a sensação é muito boa. É difícil achar o ponto de equilíbrio, mas a água ajuda. E a maior vantagem de fazer na água é minimizar a força e consequentemente a dor. Saio de lá com menos dor do que quando chego.
E a piadinha que me lembrei:
O menino andando de bicicleta na frente de casa e a mãe mexendo no jardim. O menino passa uma vez e grita pra mãe:
- Olha mamãe, sem uma mão!
E a mãe sorri. Passa um tempo e o moleque volta e grita de novo:
- Olha mamãe, sem um pé!
Mais um sorriso. Mais um pouco e ele vem gritando:
- Olha mamãe, sem as mãos!
A mãe começa a preocupar. Mais uma vez:
- Olha mamãe, sem as mãos e sem pés!
Depois de um barulhão o menino volta tristonho e arranhado, chorando e gritando:
- Olha mamãe, sem os dentes....
Essa piadinha, não sei porque, me fez lembrar meu acidente... só faltou quebrar os dentes mesmo!

domingo, 8 de agosto de 2010

Elevador inoperante

Há um bom tempo tenho tentado ir ao andar superior da livraria Leitura, no Pátio Savassi, sem sucesso. Em primeiro lugar, em toda Leitura que vou eles colocam pilhas de caixas na frente do elevador, como podem perceber na foto. Mas o problema da loja do Pátio é que o elevador está estragado, e mesmo eu reclamando da primeira vez em que estive lá, nada foi feito quando voltei uma semana depois e hoje novamente tentei e o elevador continua quebrado.
Acho um absurdo não darem a mínima pra reclamação de um cadeirante, vamos ver se agora, que vou colocar o post e mandar e-mail pra loja, eles fazem alguma coisa. Pode parecer pouco perder um cliente, mas qualquer pessoa com dificuldade de locomoção que estiver lá vai passar por esse problema. E o fato é que a loja deveria se preocupar com isso por conta própria e não deixar uma situação dessas se alongar.
Por outro lado, tive uma boa surpresa no banheiro do shopping. Toda vez que eu ia lá o banheiro estava trancado e eu precisava procurar alguém para abrir, era um transtorno. Agora instalaram um interfone no banheiro, é só apertar e solicitar que eles abrem remotamente. Pra sair tive dificuldade, precisei bater para alguém abrir por fora, mas foi falta de observar, há um botão para destravar a porta. Excelente alternativa para evitar os espertinhos de usarem o banheiro reservado, boa iniciativa da administração.
Há um errinho de português na placa da porta: "O sanitários são...", mas que não tira o mérito da iniciativa. É só uma observação.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Ficando atoladinha

Há algumas semanas estive em Guarapari, na casa dos meus pais, e fomos a Meaípe comer uma das melhores muquecas capixabas do estado, a do Curuca. Realmente o rango é nota dez, me empanturrei de moqueca até o pneu da cadeira baixar. O dela baixando e os meus inflando...
E como se não bastasse, ainda tive coragem de experimentar um doce inusitado: de jaca. A coragem não era por ser de uma fruta incomum, mas pela aparência da guloseima. É feio de dar dó, parece uma língua de boi moreninha. Tanto que o palhaço aqui fez o teste, como podem ver abaixo.
Pra fazer a digestão, fomos dar um tempo na beira da praia e curtir o visual, já que tinha umas mesas e cadeiras dando sopa por ali. Quando acabou a rua imaginei que ia dar m..., afinal a areia tava bem fofa por ali (e eu bem fofo em cima da cadeira). Não deu outra, mesmo meu irmão emopurrando a cadeira, ela foi atolando, atolando, e ficou atoladinha.
Como não tô nem aí pra isso, eu ia empinando, empinando, e consegui chegar nas mesas. Aí foi só curtir o visual e esperar o sol se por pra chamar o guincho pra me tirar dali. É, essas rodas soft roll não foram feitas pra areia mesmo.
Putz, final de inverno, um frio desses e eu coloco uma foto de praia aqui. Só pra fazer vontade...

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Vem com a Melissinha

Já foi moda nos anos 80, eu já usei muito em trilha de bike, mas confesso que estava meio resistente a voltar a usar pochete. Primeiro, porque se o cara não for esportista, é meio barango e não combina com tudo, principalmente com roupa social, que uso de vez em quando pra trabalhar. Segundo, porque as grandes são muito feias e as pequenas não são suficientes para carregar as tralhas de cadeirante.
A alternativa que eu usava era o kit, uma bolsa meio desajeitada que vivia caindo no chão. Então chutei o balde e resolvi apelar pra velha e boa pochete. Procurei uma loja de aptrechos de aventura e neguinho já olhou torto, como quem pensa "será que esse cara errou de loja?". Como não tô nem aí pra olhares alheios, procurei um modelo bem bacana e ainda com um plus: um bolso traseiro onde posso colocar o saquinho coletor quando saio pra algum lugar. E ainda bolei um jeito de ficar discreto acomodado entre as barras da cadeira, como podem ver na foto. Grande sacada, fica protegida e escondida. E se observarem bem dá pra ver o tubinho do coletor saindo da bermuda e entrando atrás da pochete. Agora, depois de um mês e pouco usando, não sei como não resolvi isso antes, não vivo mais sem minha pochete.
E o título? Quem viveu nos anos 80 deve lembrar da propaganda: "a pochetinha que vem com a melissinha..."

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