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domingo, 3 de fevereiro de 2019

Cadeirante militar faz rapel no Rio

Aventura sobre rodas no belo visual do Morro da Urca
O militar Washington Espíndola, que se tornou cadeirante após ser baleado em um assalto, não se abateu pelo ocorrido e nunca desistiu de curtir a vida nem fazer o que gosta! Já mostramos aqui no blog um esporte que ele pratica, o Airsoft, e agora ele nos trás uma nova e radical aventura! 
Apenas cordas, ganchos e mosquetões segurando a cadeira de rodas!
Washington fez rapel no Morro da Urca, no Rio de Janeiro! Isso mesmo, ele desceu a pedra do morro em sua cadeira de rodas, segurando apenas pelas cordas e com auxílio da Equipe Graver Turismo de Aventura
Muita adrenalina se pendurar assim na pedra!
A ideia surgiu no aniversário dele em uma conversa com o compadre Roberto Brandão, que é o dono da Graver. Como ele é militar, este tipo de atividade fazia parte de vida dele na época que servia. Só que após o tiro, nunca mais havia conjecturado voltar a fazer rapel. Com incentivo do amigo, fizeram todo o planejamento para operacionalizar a atividade e no dia 2 de fevereiro, sob coordenação do Brandão da Equipe Graver e participação de membros da Equipe de Airsoft, e da CSAR Pararescue MilSim, que tem treinamento em rapel, APH Tático e resgates verticais.
Parabéns a todos os envolvidos pelo sucesso no rapel adaptado e ao Washington por nos presentear com mais esta aventura sobre rodas!! E você, teria coragem? Bora descer montanha???

* todas as fotos e o vídeo foram fornecidos pelo Washington

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Militar pratica esporte de ação na mata

Washington e alguns integrantes da equipe de Airsoft
O relato abaixo me foi enviado pelo amigo Washington Espíndola, que nos conta como descobriu em um esporte de estratégia uma forma de diversão e interação com os amigos.
"Queria dividir com os amigos do blog alguns momentos de mais um domingo especial, onde pude auxiliar na aplicação de mais um treinamento para a minha Equipe de Airsoft. Sou militar, hoje reformado. Fui baleado durante um assalto no Rio de Janeiro após ter sido identificado como sendo militar. 
No meio da mata com amigos e empunhando a arma de Airsoft
Uma de minhas paixões é o Airsoft. Para aqueles que não conhecem, a grosso modo é um esporte de ação onde se simulam missões militares, com objetivos definidos. Após ter sido baleado tive uma recuperação bem traumática, onde tive toda a sorte de complicações, permanecendo internado por cinco meses e 19 dias. Durante todo esse período os membros de minha Equipe, que hoje são meus irmãos não me abandonaram em nenhum momento. 
Não tem tempo ruim para entrar na mata com a cadeira de rodas!
Após minha recuperação não aceitaram meu afastamento e me mantém motivado a continuar. Junto a minha esposa Carolina, me estimulam e motivam a me manter ativo no esporte. E nesse domingo pude ajudar a conduzir um dos primeiros treinamentos aos novos trainees da Equipe. A intenção é mostrar aos amigos que apesar das dificuldades advindas da lesão, devemos persistir na busca da qualidade de vida, fazendo aquilo que gostamos."

Muito bacana o esporte! Parabéns e obrigado por compartilhar conosco sua história e sua paixão!

segunda-feira, 10 de julho de 2017

Esqui Adaptado no Valle Nevado, no Chile

Uma das coisas mais legais que fiz na vida!
Se tem uma coisa que me dá satisfação é descobrir algo que parece impossível de ser feito em uma cadeira de rodas e há uma forma de adaptar e fazer. Quem diria que é possível um cadeirante esquiar? Mas o que me dá satisfação mesmo, é experimentar esta coisa! E ainda por cima, realizar um antigo sonho. Meu sonho era conhecer neve e esquiar, pois um amigo de república, nos anos 90, foi aos Estados Unidos, esquiou e voltou dizendo que o esporte era minha cara, já que eu gostava de esportes radicais e descia montanha de bicicleta (antes de ser cadeirante). Mais de vinte anos depois, consegui esquiar! E ele tinha razão, esquiar é muito legal e é o tipo de coisa que eu gosto muito de fazer, pois envolve esporte, velocidade e emoção.
Chegando ao complexo Valle Nevado, um dos hotéis ao fundo
Não precisei ir aos EUA para experimentar o esqui adaptado, há alguns anos eu descobri que havia na Argentina e no Chile. Como conhecer o Chile também era uma vontade antiga, resolvi realizar dois sonhos de uma vez. Eu ia deixar este post por último, pretendia falar sobre a viagem ao Chile primeiro, mas resolvi colocar a sobremesa na frente do prato principal! Se você não quer esperar meus posts sobre o Chile, dê um pulo no Cadeira Voadora, a Laura fez posts excelentes sobre o país e ainda tive o privilégio de pegar dicas com ela pessoalmente! As informações sobre o esqui adaptado eu consegui pesquisando na Internet, em 2015! É que esta viagem estava programada para aquele ano, porém resolvi com a Gi ter filhos, e adiei esta viagem até este ano. E, apesar de minhas dores terem aumentado, juntei forças e encarei mais esta aventura. Não se aguento outra dessas...
Quanto mais sobe, a paisagem vai ficando mais branca e menos verde
Enviei alguns emails para a responsável pelo esqui adaptado no Valle Nevado, a Myrian Torralbo (mtorralbo@vallenevado.com) em 2015 e ela me explicou que o equipamento é seguro, tem instrutores especializados e toda infra estrutura necessária às aulas de esqui adaptado. Aulas? Eu me perguntei. Eu não quero virar profissional, só experimentar! Ela me explicou que, se a pessoa quiser se tornar um esquiador amador, ou até profissional, após algumas aulas você pode esquiar sozinho. As primeiras aulas, são com o instrutor te levando, segurando o "monoesqui" - é como eles chamam a cadeira. Eu iria em setembro daquele ano, mas já sabem porque não fui. Passou o tempo, e este ano resolvi ir no início de junho e experimentar o esqui adaptado. Mandei emails para a Myrian novamente, e a primeira resposta que ela me deu me deixou muito chateado: estariam fechados, só abririam no final de junho. Poxa, já tinha comprado passagem, reservado hotel... Pesquisei antes, e disseram que a temporada de esqui é de junho a setembro, por isso fiquei tranquilo. Mas não comuniquei com ela antes. Bola fora. Felizmente, duas semanas antes de embarcar para o Chile, caiu uma nevasca por lá e permitiu adiantarem a temporada. Ufa!
Loja para alugar roupa e equipamento de esqui
Reservei uma van para o Valle Nevado com antecedência, por indicação da minha irmã, que mora em SP, com a Fabiana, da BraChil Turismo, pelo WhatsApp (+56 9 6259-0772). Tudo em português, ela me disse que já tinha experiência com cadeirantes e a van me pegaria no hotel. Foi tudo como combinado, porém a van - como todas que peguei lá - era muito alta, e precisei ser carregado até o banco. Se não fosse o pessoal que estava indo junto - dois rapazes se ofereceram para ajudar - seria bem complicado subir. Seguimos viagem, e no pé da montanha, logo antes da subida principal, tem uma loja enorme para alugar roupa e material de esqui. Não deixe de alugar roupa completa, inclusive bota, e se for esquiar alugue capacete também.
Tomando um chá de coca na subida da montanha - sem ficar doidão!
A subida é longa, enjoativa (devido às curvas e à altitude) e linda. São 62 curvas, numeradas! E o visual vai mudando, cada vez mais alto, e com cada vez mais neve. No meio do caminho há um mirante onde é possível tomar um chá de coca. Sim, feito da folha que dá origem à cocaína, mas não se preocupe, não é tóxico, não dá onda e faz bem para adaptar ao ar rarefeito. Chegando à estação de esqui, tudo impressiona. Há vários hotéis, restaurantes e lojas. O visual é incrível, tudo muito branco e belíssimo. Mas nem tudo é acessível. Para chegar ao restaurante principal eu precisei ser carregado, não há elevador. Mas há gente acostumada a lidar com cadeirantes para ajudar. Há banheiro adaptado, mas estava em reforma, felizmente consegui usar assim mesmo.
Aqui o Gonzalo me explicando como segurar e utilizar os "alrrigues"
Depois de comer, com o belíssimo visual das pistas, fui para minha aula. O Gonzales foi meu instrutor, ele fala bem português e explicou detalhadamente como é o esqui adaptado. O aluno segura dois mini esquis chamados "alrrigues" (não sei se escreve assim) que auxiliam nas curvas e na estabilidade do monoesqui. O instrutor vai atrás segurando o monoesqui e o aluno vai seguindo as orientações, abrindo os alrrigues nas curvas e inclinando o corpo. O monoesqui tem dois esquis paralelos e móveis, ligados à cadeira por um amortecedor. O aluno fica preso à cadeira por vários cintos, é tudo muito seguro. E lá fomos nós!
No teleférrico, com Nicolas e o Gonzalo
O início é tenso, a gente não sabe a que velocidade vai e nem se é fácil tombar. A impressão que dá é que vai correr muito e que na primeira oportunidade a gente vai de cara na neve. Isto porque dá para perceber que há pouco atrito, é fácil escorregar. Mas logo nos primeiros metros já sentimos segurança, e dá para começar a curtir a descida. Ele desliza gostoso, o atrito com a neve é muito baixo. E a gente vai fazendo curvas para não ganhar muita velocidade. A cada curva é preciso abrir o braço para o lado que está virando e inclinar levemente o corpo. O Gonzalo vai dando as instruções, para que lado tem que inclinar, o quanto abrir o braço, e a gente começa a sentir o monoesqui. É uma delícia! O vento (gelado) batendo no rosto, as curvas, a velocidade aumentando, e ainda tem aquele visual incrível! De vez em quando passa em cima de um montinho e a gente sente o monoesqui levantando e amortecendo. Já fiz muitos esportes de aventura na vida, e este vai certamente para meu top five! Vejam no vídeo abaixo se não foi demais:

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Paralimpíadas 2016: Cícero Valdiran bate recorde das Américas no Rio

O esportista disputou na classe F57 do lançamento de dardo nas Paralimpíadas do Rio de Janeiro e ficou em quarto lugar. O lançamento feito por ele atingiu a marca 42m e 90cm, novo recorde das Américas. Por apenas seis centímetros não conquistou a medalha de bronze na competição. "Foi uma experiência que valeu ouro. Nada pode pagar essa experiência". 
Natural de Igaracy, no Sertão da Paraíba, Valdiran, de 24 anos, pratica o paratletismo há três anos. Ele nasceu com má formação congênita na altura do tornozelo, mas a deficiência não o parou. Antes de chegar ao atletismo, praticou basquete adaptado.
O esportista faz parte da AAPD/PB (Associação Atlética das Pessoas com Deficiência), da Paraíba. A entidade conta com apoio da Coloplast, que é nossa parceira aqui no blog. Juntos, vamos divulgar informações importantes sobre tecnologias, produtos e serviços que tornam mais fácil a vida de pessoas com necessidades íntimas de saúde.

Sobre a Coloplast
A Coloplast desenvolve produtos e serviços que tornam mais fácil a vida de pessoas com condições médicas muito pessoais e realmente íntimas. Trabalhando próximo aos usuários finais e profissionais que usam seus produtos, criam soluções sensíveis às suas necessidades especiais.

terça-feira, 16 de agosto de 2016

Jogos Paralímpicos, estamos na torcida!

Equipe de Rugby em cadeira de rodas
As paralimpíadas estão chegando e os atletas brasileiros contam com nosso apoio e nossa torcida. Neste clima, compartilhamos duas histórias inspiradoras de esportistas brasileiros.
Rafael pronto para arrebentar nas paralimpíadas
Rafael Hoffmann é atleta do Rugby em Cadeira de Rodas, a modalidade participa dos Jogos Paralímpicos desde Sydney 2000. O esportista conta com o apoio da Coloplast, nossa parceira aqui no blog, na divulgação de novidades e informações importantes sobre tecnologias, produtos e serviços que tornam mais fácil a vida de pessoas com necessidades íntimas de saúde.
Leia, abaixo, o depoimento de Rafael Hoffmann e entre na torcida pelo Rugby Paralímpico Brasileiro!
Os embates do Rugby são paulera!
“Já imaginava que seria convocado por estar presente nas últimas competições de preparação que a Seleção Brasileira fez na Europa, mas até o Comitê Paralímpico divulgar a lista oficial, onde pude ver meu nome, e ter a certeza de que fui escolhido para defender nosso País, a ansiedade foi grande. Sem dúvida alguma, essa convocação foi a maior alegria e emoção que tive como atleta, uma mistura de felicidade e responsabilidade por ser na nossa casa, no Rio de Janeiro. Estamos na reta final da preparação, no próximo dia 21 de agosto nos encontraremos no centro de treinamento Paralímpico, em São Paulo, onde será feita a aclimatação. Por sermos o País sede dos jogos, automaticamente, subimos pra 8º no ranking mundial, isso nos deixa bastante otimista por bons jogos na briga por uma medalha paralímpica, que é a nossa meta”.

Esgrima, uma paixão
Ataide Ribeiro, publicitário e esgrimista
O esgrimista Ataide Ribeiro, atleta apoiado pela Coloplast, relata como o esporte resgatou a sintonia entre corpo e mente.
"Acredito no poder disciplinador do esporte. Antes de me tornar cadeirante pratiquei algumas modalidades como Judô, Karaté, Muay Thai, Bike e Futebol. Eu tive, aos dezesseis anos, uma doença muito rara conhecida por Síndrome de Behçet, a qual me deixou, na época, tetraplégico. Após vários anos de tratamento com fisioterapia, medicamentos e outros, o meu quadro neurológico evoluiu positivamente. Hoje, tenho um quadro estável de tetraparesia incompleta com predomínio dos membros inferiores.
Quando a esgrima entrou na minha vida resgatei uma parte de mim, que achei que tinha perdido para sempre. A esgrima é um esporte completo porque trabalha o corpo e mente e os mantém em perfeita sintonia. Na prática deste esporte aliamos força, agilidade, destreza e leveza. A esgrima tem tudo a ver comigo, pois me ajuda naquilo que tenho de menos como leveza, apura e torna eficaz a minha força e agilidade, sendo assim é impossível não se APAIXONAR por este esporte.
Conheci a esgrima por meio de um amigo, foi amor à primeira vista. Com menos de 6 meses de treinamento consegui ser Campeão Mineiro (no Campeonato Interno da ACE - Ação com Esporte), na minha categoria (A), e Prata no Geral (Disputada entre as categorias A, B e C). Logo no meu primeiro torneio em nível nacional, I Copa do Brasil - 2016, consegui um 7º Lugar no Florete e 9º na Espada.
Infelizmente, não irei participar dos jogos Paraolímpicos deste ano no Rio de Janeiro. Mas, tenho a certeza de que o Brasil está bem representado pelos atletas que conseguiram a sua tão sonhada classificação, desejo toda a sorte do mundo a todos eles.
Muito se fala contra e a favor das Olimpíadas e Paraolimpíadas serem disputados no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro. Tenho toda a certeza que as delegações do mundo todo serão muito bem recepcionadas em solo brazuca. Na Grécia Antiga, os jogos eram realizados para unir povos em conflitos constantes. Devemos aproveitar os jogos para nos unificar como povo, como cidadão, como ser humano."

Sobre a Coloplast
A Coloplast desenvolve produtos e serviços que tornam mais fácil a vida de pessoas com condições médicas muito pessoais e realmente íntimas. Trabalhando próximo aos usuários finais e profissionais que usam nossos produtos, nós criamos soluções sensíveis às suas necessidades especiais.
Se você precisa realizar o cateterismo intermitente, solicite a visita de um (a) enfermeiro (a) especializado (a), que pode tornar a sua vida mais fácil. Ligue para 0800 285 86 87 (ligação gratuita)

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Cadeirante mineiro é escolhido para levar a tocha olímpica

Felipe treinando em sua handbike
O mineiro Felipe de Souza Lima, de Juiz de Fora, é meu parente e conta em entrevista ao Blog do Cadeirante (BdC) como participou e venceu dois concursos para levar a tocha olímpica em dois trechos de sua peregrinação pelo país até chegar ao Rio de Janeiro em agosto de 2016. Confiram:

BdC: Qual seu nome, deficiência e de onde você é?
Felipe: Meu nome é Felipe de Souza Lima, minha deficiência é a Mielomeningocele, sou de Juiz de Fora, Minas Gerais.


BdC: Que esportes você pratica?
Felipe: O esporte que eu pratico hoje em dia é a corrida de rua.


BdC: De onde surgiu a ideia de carregar a tocha olímpica?
Felipe: A ideia de carregar a tocha olímpica veio depois que eu vi a propaganda da Promoção da Coca-Cola chamada "Isso é Ouro" e a propaganda do Banco Bradesco que são patrocinadores dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio2016.


BdC: Como foram as promoções que você participou?
Felipe: As promoções funcionaram da seguinte maneira eu deveria me cadastrar no site da Coca-Cola e do Banco Bradesco, mas eu teria que ser indicado por alguém, e esse alguém foi meu primo por parte de mãe, que me indicou ele teve que escrever nos dois sites a minha história e falar porque mereço ser selecionado para carregar a tocha. Isso já faz uns 2 a 3 meses, há mais ou menos duas semanas atrás a Coca-cola me ligou confirmando meus dados, me fazendo algumas perguntas e disseram que no prazo de 72 horas o contrato chegaria pra eu assinar, escanear e mandar pra eles de volta, e isso aconteceu e fiz, dois dias depois quando fui abrir meus emails, vi um email do Banco Bradesco dizendo a mesma coisa, que eu tinha sido pré-selecionado para carregar a tocha olímpica, a diferença entre as duas promoções é que na Promoção da Coca-Cola o contrato demorou 72 horas para chegar mas o dia e o local que eu vou carregar se eu for selecionado eu já estou sabendo, será no dia 15 de Maio de 2016 ante véspera do aniversário da minha mãe,aqui mesmo em Juiz de Fora  já na promoção do Banco Bradesco eu recebi o contrato no mesmo dia porém, não sei o dia e nem o local que vou carregar a tocha olímpica agora o processo de seleção passará para o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio2016.


BdC: Que recado você deixa para quem tem vontade de participar de uma para olimpíada?
Felipe: O recado que eu deixo para aqueles que tem vontade de participar de uma Paralimpíada, é que não desistam dos seus sonhos, corram atrás desse objetivo, treinem bastante, disputem bastante campeonatos para cada vez mais melhorar na sua performance, mas principalmente tenham fé em Deus, porque sem Deus nós não somos nada e não deixem o comodismo, a depressão e outros males pegarem vocês.

Parabéns e boa sorte Felipe, iremos acompanhar sua participação!

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Cadeirantes devem praticar exercícios físicos?

Fazer exercícios é fundamental - para todos!
Sou cadeirante, devo praticar exercícios físicos? eis uma pergunta muito comum entre os cadeirantes. Muitos acham que pelo fato de não possuírem as funções locomotoras de antes, não é necessário então a prática de exercícios físicos. E é óbvio que isso é um mito.
Não fomos feitos para ficarmos parados, tudo que não se locomove uma hora ou outra enferruja, essa é a lei da vida. Não é porque possuo uma limitação que eu não possa ou deva realizar as minhas atividades preferidas, para tudo há soluções e adaptações.
O cadeirante precisa fazer atividades físicas com frequência, inclusive o próprio médico deverá sugerir as melhores opções e frequência de práticas. A única ressalva sobre os exercícios para cadeirantes é o fato de ser necessária a ajuda de algum profissional ou familiar em alguns casos.

Quais os melhores exercícios para cadeirantes?
Existem muitos exercícios que podem ser praticados pelo cadeirante, como é o caso da natação, por exemplo. A natação é uma atividade bastante prazerosa, e além de tudo ideal inclusive para quem busca emagrecer. Mas os benefícios propiciados por este exercício físico vão além dos citados anteriormente.
A natação pode requerer a ajuda de um profissional de educação física, familiar ou amigo. A musculação é outra opção pertinente, mas para alguns este não é um exercício físico confortável, se este for o seu caso, os aeróbicos são as melhores opções.
Há uma série de adaptações de exercícios físicos para cadeirantes, todos eles com suas respectivas peculiaridades. Para definir qual o melhor exercício físico para você, o ideal é procurar a ajuda de um profissional capacitado, que vai avaliar o grau das suas limitações e sugerir a melhor opção, e se será necessário acompanhamento no momento da realização das atividades.

Benefícios dos exercícios físicos para a nossa saúdeOs exercícios físicos são altamente benéficos para a nossa saúde, eles por exemplo ajudam a aliviar o estresse e a ansiedade. Ambos eventos podem ocasionar a temida depressão, por este motivo devemos procurar meios de inibir qualquer ação deste gênero.
Além disso, os exercícios podem ainda contribuir na diminuição do LDL, que é o colesterol ruim. E o melhor de tudo é que ele aumenta os níveis de HDL, que é o colesterol bom. Se você sofre de insônia, saiba que os exercícios físicos podem ajudá-lo a dormir melhor.

Cuidado com o colesterol! 

Já ouviu falar na Serotonina? pois bem, ela é um neurotransmissor responsável pela produção da sensação de bem-estar, os exercícios físicos podem aguçar a produção desse hormônio, e dessa forma aquela sensação de bem-estar inevitavelmente ocorrerá.
Por fim, um dos maiores benefícios das atividades físicas é o auxílio na perda de peso, portanto, caso você esteja querendo eliminar aqueles quilinhos a mais, opte pelos exercícios físicos. Vale salientar porém que, os exercícios só serão efetivos para tal finalidade, se houver uma alimentação balanceada, inclusive neste artigo aqui mostramos a importância de uma alimentação equilibrada.

ConclusãoIndependentemente de ser ou não cadeirante, os exercícios físicos são vitais para a nossa saúde e bem-estar. Citamos anteriormente somente alguns dos benefícios dos exercícios físicos, mas eles proporcionam uma série de outros benefícios para a nossa saúde.
Portanto, as atividades físicas são extremamente importantes para os cadeirantes. Procure a orientação do seu médico, e se informe sobre as melhores atividades físicas para o seu caso. Além dos exercícios, pode ser interessante a realização de sessões de fisioterapia.

Via: ilovesaude.com

segunda-feira, 30 de junho de 2014

Atleta de Tiro Adaptado está próxima das Paraolimpíadas

Andreia Úrsula treinando
A atleta de tiro adaptado, patrocinada pela Jaguaribe, Andreia Úrsula, está intensificando seus treinamentos, se concentrando em seu lema “Quer ser uma grande atleta? Treine! Está cansado? Treine mais um pouco!”. Contabilizando duas medalhas de ouro, uma de prata e três de bronze, em competições realizadas pelo Comitê Paraolímpico e Confederação Brasileira, Andreia tem se dedicado para conseguir o índice necessário para participar da Paraolimpíada e busca melhorar cada vez mais os meus resultados. “Amo o Tiro Esportivo, por isso me dedico a cada treino para ser uma grande atleta e representar o meu País nas paraolimpíadas.”
Com a ajuda da cadeira SPEED, da Jaguaribe, feita sob medida para o esporte, a atleta relata que, além do conforto, possui a estabilidade necessária para participar das competições. “E para o dia a dia, uso a SKY da Jaguaribe, na qual me sinto confortável para poder trabalhar, passear etc.” diz Andreia.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Kart adaptado

Panda me passando as últimas instruções
Como todos sabem, sempre gostei muito de esportes radicais. E um desafio que me impus é voltar a praticar os esportes que pratiquei antes da lesão, agora adaptados, e incentivar (ou proporcionar) a outros deficientes praticá-los também. Um deles, que já estou tentando há algum tempo, é o Kart adaptado, conhecido como Parakart. Há campeonato em São Paulo, conheço alguns pilotos, mas aqui em Minas não havia nenhum competidor, muito menos opção de aluguel de kart adaptado em kartódromo. Até que conheci pelo Facebook o Panda, apelido do Ederson, único piloto mineiro de parakart.
Pista do Kartódromo Internacional de Betim
O Panda era piloto de motocross freestyle, daqueles que saltam, fazem manobras e levam o público ao delírio. E foi em um treino que ele se acidentou, quebrou a coluna no nível T9/T10, ficando paraplégico. Mas, assim como eu, não perdeu o gosto pela aventura e descolou logo um quadriciclo, para competir juntamente com o pessoal do Motocross, em Barbacena, onde morava. E o cara não brinca em serviço, foi campeão da categoria algumas vezes.
Panda ao lado do seu kart segurando o troféu
Em 2012 experimentou o kart adaptado, e com ajuda do pai, que é mecânico de moto, comprou e adaptou um kart. Buscou parceria com o Kartódromo de Betim para treinar e começou a se profissionalizar. Depois de muita luta e mais adaptações no seu kart, participou nos dias 11 e 12 de janeiro do Desafio Internacional das Estrelas, aquela corrida organizada pelo Felipe Massa em Penha, Santa Catarina. Há uma categoria de Kart Adaptado, e este ano contou com dez participantes, de todo o país. Foi a primeira competição oficial que o Panda participou, e ele já conquistou o segundo lugar! Foi uma grande vitória, e agora ele busca patrocínio para participar da Copa São Paulo de Kart Adaptado deste ano.
Entrada do Kartódromo
Curti muito a história do Panda, e fiquei doido para experimentar o kart adaptado. Combinei com ele no Kartódromo de Betim, seria também uma boa oportunidade para conhecer o kartódromo. Cheguei lá e já tive uma boa notícia, o kartódromo tem acesso para cadeirantes. A entrada é plana e tem estacionamento bem ao lado, porém não é demarcado para deficientes. Há vários boxes na área de briefing (orientações para a corrida) e em um deles há um amplo banheiro que eles estão adaptando!
Área de preparação para largada
A área dos pilotos, que conta com boxes e um depósito para cada um, também tem acesso. O único lugar ainda sem acesso é a recepção e a lanchonete, que ficam no segundo andar, e os proprietários disseram que há projeto para instalar um elevador. Para quem é piloto e tem o próprio kart, o kartódromo cobra um valor mensal pelo aluguel dos boxes e depósito, e a pista fica à disposição para treinos e corridas, dependendo da demanda do "indoor", as corridas com karts alugados. E aí que está meu interesse: adaptar um kart de aluguel para que um deficiente possa experimentar o parakart! E, se quiser, competir com os amigos. O fato é que um kart adaptado permite ao piloto correr praticamente de igual para igual com outros pilotos. Se todos forem inexperientes, a igualdade aumenta!
Comandos do kart adaptado, acelerador e freio à mão
Minha grande dúvida era: como transferir para o kart. O banco dele fica praticamente no chão, e há uma carenagem na lateral que deixa o banco ainda mais longe. O Panda me mostrou que não é tão complicado assim, mas que é impossível ir sozinho. Voltar então... Para ir, ele conta com o pai dele, que segura as pernas enquanto ele pula da cadeira para a carenagem, e depois para o banco. Aí o pai passa uma perna por cima do volante e acomoda no assoalho do kart. Ele passa um elástico por cima dos pés para garantir que não vão "pular" para fora em caso de colisão.  Uma vez acomodado, é só acelerar. A adaptação consiste em duas "aletas" atrás do volante, do lado direito fica o acelerador e do esquerdo o freio. Elas giram com o volante, o que garante que os comandos fiquem sempre à mão. Mais fácil que explicar é mostrar, e no vídeo abaixo, do "test drive" que fiz, dá para ver o kart adaptado em ação.
O Panda pretende agora participar da Copa São Paulo de Kart Adaptado, que é corresponde ao campeonato brasileiro. Só que para isto é preciso dinheiro. Gasta-se muito com transporte, pneus, gasolina, inscrição, hotel e alimentação. E o Panda não tem condições de arcar com tudo sozinho, então está em busca de patrocínio. Ele até elaborou um projeto bem bacana mostrando as vantagens que as empresas terão com a divulgação do nome, associação com o esporte adaptado e tudo mais. Vamos ajudar o Panda, clique aqui para baixar o projeto dele e divulgar para as empresas que puderem se interessar por esta oportunidade.
Agradeço ao Panda e à família dele pela recepção e oportunidade de experimentar e divulgar o esporte. E ao Kartódromo de Betim por apoiar a experiência e se interessar por difundir o kart adaptado.

sábado, 23 de novembro de 2013

Voo experimental de parapente em Alfredo Chaves

Iniciando o voo, direto para os ares!
Em agosto publiquei aqui uma matéria com o Weverson, primeiro piloto de parapente cadeirante de Minas Gerais, quem sabe até do Brasil. Fiquei fascinado com a ideia, pois eu sempre gostei de voar; antes de ser cadeirante, há muitos anos (quase vinte) eu fiz um curso de paraquedismo em Juiz de Fora, saltei sozinho e tirei até brevê de paraquedista! Já cadeirante, em 2011 fiz um salto duplo de parapente em BH, foi muito bom sentir novamente o prazer de voar. E agora, com essa possibilidade de pilotar, minha vontade voltou com força! Ainda mais que meus pais moram em Guarapari, o que facilita a aventura.
Preparado para voar, curtindo o visual
Peguei o contato do Marcelo Ratis, instrutor do Weverson, e marquei um voo experimental em Alfredo Chaves, onde ele mora e dá o curso. A diferença deste voo para o voo duplo é que o instrutor dá uma noção geral dos controles do parapente e permite que o futuro aluno conduza por alguns instantes o parapente, para sentir o comportamento do velame (o tecido do qual ele é formado) em pleno voo, trazendo uma emoção a mais à experiência.
Momentos antes de decolar
O diferencial do Marcelo, além de já ter treinado com sucesso um cadeirante, é que ele morou nos EUA por um bom tempo, aperfeiçoando suas técnicas, e trabalhou em uma empresa de cadeiras de rodas, aprendendo assim a manusear como ninguém um cadeirante na preparação para o voo. Diferentemente do meu salto em BH, ele prefere iniciar a decolagem com o cadeirante fora da cadeira, sendo sustentado por dois ajudantes pelos tirantes que ligam o duplo ao condutor. Assim fica mais fácil, se necessário, correr um pouco para levantar voo. No voo que fiz, não foi necessário, pois o velame se inflou rápido e saímos do solo.

Visão do parapente em pleno voo
Pilotar o parapente foi emocionante, uma sensação ainda mais libertadora do que o voo em si. E a didática do Marcelo impressiona, ele é mesmo fera no que faz. O voo foi super tranquilo, e o pouso mais ainda, não senti impacto algum, ele "freiou" o parapente no momento certo e pousamos suavemente no chão. Gravei tudo com uma câmera no capacete, abaixo compartilho com vocês o vídeo. O Marcelo está vendo se pode vir a BH dar o curso para mais alunos, quem tiver interesse me contacte por e-mail ou facebook.
Após o pouso perfeito, com o Marcelo e o Dario
Para um cadeirante pilotar sozinho, porém, são necessárias muitas aulas, além de um acessório para a decolagem, chamado Flychair, este da foto acima. Encontrei no site Flychair.fi, fabricado na Finlândia, e custa mais de três mil euros. O Weverson não quis desembolsar essa grana toda e fabricou seu próprio Flychair, e se prontificou a fabricar para quem tiver interesse, sob encomenda. Vejam abaixo o vídeo do voo que fiz. Agradecimentos ao Marcelo, ao Dario e ao pessoal que auxiliou lá em Alfredo Chaves.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Check Out do curso de mergulho adaptado em Arraial do Cabo

Gustavo, Will e eu, ao final do check out. O sinal é de "OK" viu?
Sabe aquela expressão "aos 45 do segundo tempo?" Foi assim meu check out, ou batismo, do curso de mergulho adaptado que fiz no início de outubro. Este batismo é necessário para concluir o curso e receber a certificação da HSA, que regulamenta o mergulho adaptado. É necessário que seja em águas abertas, conhecido popularmente em Minas por "marzão". E foi aos "45 do segundo tempo" porque no dia seguinte ao check out estava marcada minha viagem para Fernando de Noronha. E eu precisava da certificação para aproveitar bem os mergulhos em Noronha. Dividimos a turma ao meio, pois só há duas pousadas em Arraial do Cabo que tem dois quartos adaptados cada uma. Gilberto e Múcio ficaram na maior, Varandas ao Mar, e eu e Gustavo fomos para a Pousada Pilar. É uma pousada pequena, apenas oito quartos (e ainda assim dois adaptados!), mas bem charmosa, com belíssima decoração, bem próxima do porto, de onde saem os barcos de mergulhadores. Falarei dela em outro post.
Na estrada, depois de trânsito e chuva, consegui andar bem.
Como eu trabalharia até o dia 1º de novembro, precisaria fazer o check out nos dias 2 e 3, para então viajar para Fernando de Noronha no dia 4. Tudo bem, dava tempo, mas o detalhe é que Arraial do Cabo, no estado do Rio, fica a 600 km de BH! E a única opção seria ir de carro, dirigindo sozinho o tempo todo (a Gi não "curte" estrada). Mas topei o desafio, trabalhei na parte da manhã, saí às 16hs, peguei a Gi, abasteci o carro, e saímos de BH às 16:30. Pela previsão do GPS, levaria 7 horas para chegar lá, só que o GPS não me contou que haveria chuva e trânsito no caminho... Mesmo assim, aproveitando os trechos "bons" da BR 040 e de algumas estradas no Rio, cheguei em Arraial do Cabo exatamente às 00:00hs, na frente da pousada, que na minha cabeça era "Varandas ao Mar". Tocamos na recepção, entrei com o carro na garagem, a Gi tirou a cadeira, pegou uma das malas, fomos para a recepção, e todo mundo olhava pra gente com cara de surpresa. Enquanto procuravam a reserva inexistente, a Gi preenchia a ficha e eu conferia o e-mail da Daniela da Mar a Mar, quando cai em mim e percebi a confusão. Quase apanhei da Gi, que teve que guardar mala, cadeira, e tocamos para a pousada certa. 
Cadeirante a bordo!!
Desfeita a confusão, chegamos, desembarcamos, tomamos um banho e fomos dormir por volta de uma e meia. Eu estava exausto, capotei na cama e acordei às sete e meia, tomamos café e fomos encontrar o Will na outra pousada, de onde saímos para o porto. O primeiro desafio foi entrar no barco, pois mesmo ancorado ele se mexe bastante devido às ondulações do mar, mas com jeitinho e três caras ajudando, fui "içado" para dentro do barco. Me posicionei de lado e travei a cadeira, e saímos para o primeiro ponto de mergulho. Assim que o barco parou o William nos deus as primeiras instruções e começou a "luta" para vestir a roupa de neoprene. Assim como na piscina, a melhor forma de vestir é deitado no chão do barco, com alguns ajudantes para agilizar. 
Murchando a barriga para colocar o cinto de lastro.
Depois vem o cinto de lastro, bem apertado na barriga para não descer, e o equipamento, colete com cilindro e regulador, tudo bem fixado e apertado. Coloca-se a máscara e snorkel e é só cair na água! Ou ser jogado, sei lá... A gente fica bem na beirada do barco, põe o regulador na boca e a mão na máscara, e cai na água já virando para ficar com o rosto para cima. Estando tudo ok, fazemos o sinal para o barco e para os colegas de mergulho. Mais algumas instruções do Will, e fazemos o sinal de "afundar", com o dedão para baixo. A primeira dificuldade que encontramos é estabilizar as pernas na descida. Como não controlamos, é necessário descer devagar, mantendo o tronco ereto, evitando que as pernas subam muito e causem uma "cambalhota". Ao atingir uma boa profundidade, o instrutor faz o comando para virar de peito para baixo, e iniciar o mergulho. Neste check out, fizemos vários exercícios e simulações, para ver se estamos aptos às possíveis situações que podemos encontrar em um mergulho. Outro desafio é manter a flutuabilidade, sem ficar afundando ou subindo demais. Uma vez dominada esta técnica, nosso trabalho é nadar utilizando somente as mãos, sem encostar na vida marinha.
Ao fim do curso ganhamos uma "chuva de champagne"!
Depois de "passar" nos exercícios, a gente pode curtir um pouco o visual. Dei muita sorte nas mergulhos que fiz, logo de cara nos deparamos com uma tartaruga, nadando tranquila, consegui seguir ela um pouco. Depois vi moréia, estrelas do mar, diversos peixes e outra tartaruga, que estava comendo alguma coisa no fundo. Fui em direção a ela e filmei um tempão ela se alimentando. A água é muito fria naquela região, na saída da água é importante nos aquecer bem. Saí da água e aguardei o tempo necessário para voltar a mergulhar - é importante dar um tempo entre um mergulho e outro, isso a gente também aprende no curso. Há até uma tabela que mostra o tempo mínimo entre um mergulho e outro.
Ao final de dois dias de mergulhos, tudo OK!
No domingo saímos cedo novamente, fizemos mais exercícios, vimos mais animais, corais, esponjas e peixes, e ainda deu para curtir um pouco o balanço das ondas e o sol na proa do barco. Depois dessa maratona, almoçamos, fechamos a pousada, preparamos o carro e caímos na estrada de novo. Mais 600 km até BH, sete horas e meia, e finalmente, caminha de casa! Para dormir um pouco antes de sair para o aeroporto de Confins, pegar quase cinco horas de vôo, troca de avião, e enfim, Fernando de Noronha! Foi muito legal voltar a ver de perto este mundo tão diferente do nosso! O Will realmente é um tremendo instrutor, mandou tão bem no mar quanto na piscina. Fiz muitos vídeos, mas não tive tempo para editar. Nos próximos posts vou contar sobre a experiência de mergulhar em Noronha!

UPDATE: Confundi os mergulhos, o tubarão lixa eu vi foi em Noronha! É que um foi dois dias depois do outro, dá um desconto... rsrs
Vejam abaixo o depoimento do Gilberto Porta, que fez o check out com o Múcio, nos dias 31 e 1.
http://www.bhlegal.net/blog/mergulho-adaptado-em-aguas-abertas/

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Surf adaptado na pororoca

André arrepiando nas ondas - Foto: arquivo pessoal
O título ficou com dupla interpretação, mas pororoca não é o que você está pensando, é só o fenômeno natural caracterizado por grandes e violentas ondas que são formadas a partir do encontro das águas do mar com as águas do rio. A mais famosa é do Rio Amazonas, muitos surfistas vão para lá se aventurar. E não é que um cadeirante do Rio, o André, conhecido como Andrezinho Carioca, cismou de surfar estas ondas? Corajoso o cara!
Ele conheceu o surf adaptado no Rio de Janeiro, onde mora, e se apaixonou pelo esporte. E logo já se impôs um desafio: surfar na pororoca! Muita coragem dele, a pororoca é uma onda interminável, dura vários minutos, e pode ser bem traiçoeira.
Me identifiquei muito com o André em algumas coisas, como o bom humor, o otimismo e a superação da condição física. Logo após o acidente ele já comentou com a mãe que a sequela que ele iria carregar seria "virar atleta paralímpico". Mais fácil do que contar em detalhes a história do André é ver os vídeos dele, vejam abaixo.

domingo, 20 de outubro de 2013

Tiro com Arco Paralímpico

7º Campeonato Brasileiro de Tiro com Arco Paralímpico
Mês passado, estava eu na sala de espera de um médico e chegou uma cadeirante, muito bonita e simpática. Comecei a conversar com ela sobre modelos de cadeiras de rodas, e ela disse que foi em uma feira na Alemanha parecida com a Reatech, chamada RehaCare, que geralmente acontece no fim do mês de setembro. É uma ótima oportunidade para conhecer o que há de melhor no mundo em tecnologia assistiva. Boa dica para quem pretende ir à Europa. Trocamos contatos e nos adicionamos no Facebook.
Anne atirando no Capeonato Brasileiro
Há alguns dias vi fotos dela praticando tiro com arco, uma modalidade paralímpica que tem poucos adeptos no Brasil. Nas fotos ela estava participando do 7º Campeonato Brasileiro de Tiro com Arco Paralímpico, que aconteceu aqui em Belo Horizonte nos dias 9 a 13 de outubro. Tiro com Arco é o nome correto do esporte, que a maioria das pessoas conhece como Arco e Flecha. É um esporte que demanda concentração, disciplina e postura, além de uma técnica bem apurada, e é um dos mais antigos esportes olímpicos.
Área para treinos e competições da Federação Mineira
A iniciativa de buscar o esporte foi da Anne, ela presenciou atletas praticando em Londres e aqui em Belo Horizonte entrou em contato com a Federação Mineira de Arco e Flecha, e o Evandro Azevedo, um dos instrutores credenciados, topou o desafio de treiná-la e hoje ela é a única mulher cadeirante credenciada em todo o Brasil! Em apenas três meses ela já participou do campeonato brasileiro e fez uma excelente pontuação. Mesmo sendo a única mulher, e obviamente ficando em primeiro lugar, ela seria segunda colocada se competisse com os homens. Parabéns Anne!
Testei minha mira no tiro com arco, achei bem divertido.
Os treinos acontecem ao lado do Mineirinho, na Pampulha, onde eles tem duas grandes áreas com a estrutura necessária para a prática do esporte. Há rampas para circular de cadeira, mas há um pequeno trecho de grama para chegar à área de treinos. Nada muito complicado para rodar, a grama é bem cortada. Eu também dei alguns "tiros" com o arco, e descobri que é bem mais difícil do que parece. À primeira vista, parece fácil esticar o arco, mirar e soltar a flecha, mas não é simples não. Para quem tem uma lesão medular então, é ainda mais complicado. E é aí que está uma das vantagens do esporte para nós, a necessidade de manter o corpo estável e equilibrado na preparação da flecha e na mira. Isto exige que a gente utilize toda musculatura existente de abdômen e quadril. Na ausência desta musculatura, é preciso compensar como puder. A Anne me mostrou uma técnica para "armar" o arco levantando-o para o alto antes de puxar a corda. Desta forma é possível conseguir um equilíbrio. Quem me instruiu foi o Denis, ele explicou os fundamentos básicos do esporte e o que um cadeirante precisa fazer para praticar. Ele tem muita didática e paciência, explica muito bem.
Momento em que a flecha saiu do arco... em direção ao céu!
Senti dificuldade em manter o corpo estável ao mesmo tempo em que segurava o arco e ainda precisava mirar. E deve ser bem por aí o treinamento, segurar o corpo, manter a respiração e focar no alvo. Gostei bastante da experiência, achei divertido, apesar de não ter acertado nenhuma flecha no alvo. Já tive uma pistola de chumbinho e treinava com alvo há muitos anos. Quem tiver interesse, pode procurar o pessoal lá no Mineirinho, os treinamentos são às terças e quintas pela manhã e à tarde, e nos finais de semana. Para mais informações, entrem no site da Federação Mineira (www.arcoeflecha.org.br) ou liguem para (31) 9362-7473, com Viviane. Tem ainda a página da Federação no Facebook. Obrigado à Anne e ao Denis pela introdução ao esporte!

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Curso de Mergulho Adaptado

Primeira turma de mergulho adaptado de Minas Gerais
No final dos anos 90, pouco depois que me formei em Viçosa, vim para BH, e, ao fazer um curso em uma faculdade daqui, fui convidado para fazer um trabalho de organização administrativa na Mar a Mar, uma empresa de cursos e material de mergulho, onde fui muito bem acolhido e fiz bons amigos. Desde então tive a oportunidade de conhecer de perto o mundo do mergulho autônomo, aquele com uso de cilindro de ar. Fiz algumas aulas nos momentos de folga mas não concluí o curso e não tirei a certificação, pois fui chamado para trabalhar no interior de Minas poucos meses depois. 
Quando sofri o acidente de moto que me deixou paraplégico, estava morando em Florianópolis. Uma das vantagens de morar naquele paraíso, cheio de belas praias e ilhas, era poder praticar o mergulho livre, com uso de máscara e respirador (ou snorkel), com mais frequência. Na época, conheci a cidade de Bombinhas, um balneário famoso pelos belos pontos de mergulho, um ponto de encontro de mergulhadores de todo o Brasil, o que voltou a despertar meu interesse pela atividade. Mas como o mestrado me tomava muito tempo, fui adiando o mergulho autônomo.
Aprendendo sobre o equipamento
Já cadeirante, após aquele período inicial de adaptação, voltei a fazer as atividades que sempre curti, voltei a pedalar com uma handbike, saltei de parapente, sempre buscando novas aventuras, e eis que no ano passado, em uma rede social (odeio quando alguém fala assim, foi no Facebook mesmo), a Adriana Buzelin, uma tetraplégica mineira, comentou que queria fazer um curso de mergulho adaptado e deu a ideia de montarmos um aqui em BH, pois só havia em SP. Muita gente opinou, eu disse que animava, que ajudaria a montar a turma, mas como a coisa não andou ela desistiu e partiu para São Paulo para fazer o curso lá, se tornando assim a primeira mineira credenciada pela HSA - Handicapped Scuba Association, a entidade que regula os cursos de mergulho para deficientes. 
Vestir a roupa de neoprene é bem difícil, só com ajuda
Pensei em fazer o mesmo, ainda mais que meus irmãos moram em São Paulo, mas como ainda tinha esperança de trazer esse curso para BH, fui até a Mar a Mar conversar com a Paula, proprietária, sobre essa possibilidade, e ela, depois de refeita do susto de me ver em uma cadeira de rodas, topou imediatamente o desafio, apesar da estrutura da empresa não prever acesso para cadeirantes. Demos uma rodada por lá e descobrimos que o banheiro da loja poderia ser adequado, invertendo a porta, e que as aulas poderiam ser dadas em uma salinha usada como oficina. O acesso à piscina seria feito pela lateral, onde há uma boa rampa. Paula mandou arrumar tudo, e fiquei por conta de conseguir os alunos.
Não foi fácil juntar a turma, tentei marcar uma vez, chamando algumas pessoas que tinham interesse, mas ninguém deu certeza, e em um encontro com um amigo, me lembrei que ele era mergulhador antes de ser cadeirante, e o chamei para o curso. Depois de trocar muita ideia com mais dois amigos pela internet, conseguimos fechar a turma! Na verdade a turma ficou maior do que eu imaginava, só tinha três confirmados e apareceram mais dois! Fechamos com cinco, eu, Gustavo, Gil Porta, Múcio e Brisa, esta última é repórter da Rede Minas e fez uma grande matéria para o quadro Ação Ilimitada, dentro do programa Mais Ação.
No curso a gente aprende os detalhes do mergulho autônomo voltado para deficientes, além de toda teoria da certificação básica da PADI. Aprendemos a manusear o equipamento, a manter o corpo flutuando, a nos comunicar embaixo d'água, e ainda como compensar a falta das pernas e como agir em alguma emergência. Foram quatro dias de teoria, no nosso caso foi na parte da manhã, e quatro dias de mergulho na piscina. Como o mergulho deve ser feito individualmente, dividimos o horário para que todos pudessem ficar pelo menus uma hora e meia na água. Foi muito bom voltar a sentir o corpo todo submerso, sem pontos de pressão, e sem limitações. Isto é o principal, já que um cadeirante está acostumado a encontrar obstáculos todos os dias, desde que levanta, e debaixo da água tudo isso some, a locomoção é fácil e não tem degrau ou buraco que nos impeça de "andar". O William Spinetti, instrutor da HSA que veio nos dar o curso, é um excelente profissional, com muita paciência ensinou a todos com as melhores técnicas e deu um show nas aulas, tanto teóricas quanto práticas. Agradeço aqui publicamente por ter vindo e nos ensinado com tanta dedicação. E também aos demais instrutores da Mar a Mar, que nos ajudaram bastante no aprendizado. E especialmente à Paula, que viabilizou o curso e tratou a todos com muito carinho.
Debaixo d'água que nem um peixe... sem nadadeiras traseiras!
Mas para mim, pessoalmente, a maior vantagem do mergulho adaptado é a possibilidade de fazer uma atividade recreativa, divertida e interessante sem ficar acabado ao final. Muito pelo contrário, o mergulho só me faz bem! Eu já vinha fazendo hidroterapia para controle da dor, pois a água relaxa o corpo e, sem a constante pressão da cadeira, a tendência é a dor sumir. E foi o que aconteceu! Eu saia das aulas de piscina totalmente relaxado e sem dores.
O mergulho é muito prazeroso, e apesar de não podermos contar com as pernas para ajudar a nadar, não cansa muito, pois o correto é nadar vagarosamente, admirando a vida marinha. É uma atividade de contemplação, quanto mais a pessoa "viajar" no ambiente, na experiência, melhor. Agora o próximo passo é fazer o "Check Out", ou batismo, no mar. Já estou de viagem marcada para Fernando de Noronha em novembro. Vou contar tudo aqui!
Sempre defendi aqui no blog que os cadeirantes podem fazer tudo que tem vontade, devem buscar realizar seus sonhos e desejos, independente do que seja, pois com adaptações, é possível fazer de tudo. E sempre defendi também que cadeirantes devem fazer esportes, atividades físicas e de lazer. E o mergulho é tudo isso junto!

Vejam o vídeo que o instrutor William Spinetti fez sobre o curso:

Abaixo link para matéria veiculada no MG TV da Rede Globo.
http://globotv.globo.com/rede-globo/mgtv-2a-edicao/t/edicoes/v/grupo-de-cadeirantes-aprende-tecnicas-de-mergulho-em-belo-horizonte/2870481/
Não deixem de ler a excelente matéria do Gil Porta, um dos alunos do curso:
http://www.bhlegal.net/blog/mergulho-adaptado/

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