domingo, 19 de maio de 2013

Entrega da cadeira do Ângelo Gabriel

Com o Fábio na entrega da cadeira do Ângelo
Ontem fui a Ribeirão das Neves entregar a cadeira de rodas da Freedom do ganhador do sorteio realizado aqui no blog, o Ângelo Gabriel. Eu e o Fábio fomos pessoalmente entregar, uma surpresa que preparamos, contando com a mãe dele como álibi. Ele já estava ansioso com a chegada da cadeira, e quando chegamos me surpreendi com o garoto sentado no chão brincando de bola, sem cadeira nenhuma por perto. A mãe dele me contou que ele costuma descer as escadas da casa dele "de bunda" e vai assim até a calçada para brincar com amigos.
Agora ele vai detonar em Ribeirão das Neves!
Depois eu descobri que a cadeira antiga dele estava atrás do portão. A mãe dele me contou também que ele tinha vergonha da cadeira antiga em algumas situações. E que ele não sai muito de casa, primeiro porque ela fica com medo (ah mãe, libera mais o menino) e segundo porque a cadeira dele não permitia, por ser muito pesada e estar toda torta. Agora o Ângelo Gabriel não tem mais essa desculpa! Nem para sair de casa, nem para ir ao cinema, nem para treinar os esportes que pratica, tênis de mesa e vôlei sentado. Fiquei sabendo também que ele vai, com outros meninos, participar de uma competição em São Paulo, e que ele pretende ir para as paraolimpíadas em 2016! Estamos torcendo por isso!
Eu gostaria muito de poder ajudar mais gente dessa forma, fiquei emocionado e feliz em proporcionar de alguma forma um pouco mais de qualidade de vida para quem precisa. Agradeço novamente ao Eduardo Tardiolli, que através da Cecília Acessibilidade tornou possível essa iniciativa, e ao Fábio, que já se tornou um parceiro do blog. E boa sorte para o Ângelo Gabriel com a cadeira nova!

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Reatech 2013 - Elevadores portáteis

Stair-trac
"Gostaria de tornar meu estabelecimento acessível a cadeiras de rodas mas é muito caro instalar um elevador". Quantas vezes já me deram essa desculpa quando reclamei de algum lugar sem acesso, com uma escada grande... Sem saber ao certo o preço de um elevador para cadeira de rodas, eu sempre fico "vendido" nesse tipo de discussão. Imagino que uma obra para instalação de um elevador, mais os equipamentos, não deve ficar por menos de trinta mil reais. Algumas vezes eu sugeri o Stair-trac, que eu sempre chamei carinhosamente de "robozinho", e custa em torno de vinte mil reais. Já utilizei o Stair-trac algumas vezes em aeroportos, e é muito eficiente para subir escadas em linha reta. E este é seu limitador, só sobe escada em linha reta, não faz curva.
S-Max Sella
Na Reatech eu vi o Stair-trac lá, que continua no mesmo preço, vinte mil reais. E descobri também outras alternativas. No stand da Performance, havia dois modelos interessantes: o LG 2004 e o S-Max Sella. Bem menores do que o Stair-trac, o que surpreendeu mesmo foi a agilidade deles e facilidade para fixar a cadeira de rodas. O S-Max Sella faz até curvas! Essa é uma grande vantagem, além do tamanho reduzido. E o preço destes equipamentos também surpreendeu. O LG 2004 estava por pouco mais de 15 mil reais na feira, mas seu preço normal é 17,2 mil. Vejam o vídeo abaixo, demonstrando o S-Max Sella.
O S-Max Sella custa um pouco mais, 20,8 mil reais. Mas considerei este o melhor de todos, devido ao tamanho e agilidade ao subir escadas e ao fazer curvas. Mas é preciso transferir para ele, os outros podem ser atarraxados a uma cadeira de rodas dobrável (em X). Fiz um vídeo da demonstração do LG 2004, que vocês conferem abaixo.

sábado, 11 de maio de 2013

Reatech 2013 - Triciclos

Sun Trike adaptado de um scooter Burgman i
Não podia faltar na Reatech opções motorizadas para deficientes. Além dos diversos stands de montadoras, a primeira coisa que me chamou a atenção na Reatech foi um stand logo na entrada, do lado direito, que tinha dois triciclos adaptados para cadeirantes. São triciclos adaptados de sccoters da Suzuki pela Sun Trike, em Diadema, interior de São Paulo. O da foto acima, adaptado da Suzuki Burgman de 125 cilindradas, tem um suporte para levar uma cadeira de rodas dobrável ao lado. Perguntei se dava para levar uma monobloco, e o vendedor disse que é possível utilizando o suporte traseiro e cordas para fixar, mas não senti muita firmeza... 
Achei interessante que a poltrona para o cadeirante fica mais baixo do que num scooter normal, o que facilita a transferência. Os pés vão em suportes próprios ao lado das rodas dianteiras. O triciclo de 125 cc adaptado e homologado pelo Denatran custa 12 mil reais. Não achei o preço tão abusivo assim. O problema é que necessita de habilitação, mas já há auto escolas em São Paulo especializadas em treinar nestes triciclos.
Triciclo parrudo e confortável
O outro triciclo que estava em exposição no stand era um modelo bem mais parrudo, de 400 cc, com dois lugares, mas sem suporte para cadeira de rodas. É um belo veículo, dá para viajar com segurança, passear, tem bastante potência e parece bem estável. Mas o preço, também acompanha: 32 mil reais! É para quem gosta muito de moto, e quer curtir a mesma sensação.
O Tribike também estava presente! Igual ao que eu tenho e já mostrei aqui várias vezes, estava em exposição no stand da Cecília Acessibliidade. Dei algumas voltas nele na feira e fez bastante sucesso, muita gente me parou para perguntar sobre as características dele, preço, segurança, etc. Fiz até um filme on board, vejam abaixo.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Reatech 2013 - Motores auxiliares

Esse aí não vi na feira...
Acredito que todo cadeirante que usa cadeira manual já ouviu aquela perguntinha "porque você não compra uma cadeira elétrica?" Em primeiro lugar, eu respondo, porque não quero morrer. Cadeira elétrica é utilizada em alguns estados americanos para cumprir pena de morte e, literalmente, fritar o indivíduo. Cadeira motorizada é o correto a se dizer. Depois da brincadeira constrangedora a pessoa insiste: "então, porque você não compra uma cadeira motorizada? É muito cara?" Bem, explico eu, hoje em dia as boas cadeiras manuais do mercado custam tanto quanto ou mais do que uma cadeira motorizada, portanto não é pelo preço, mas porque não é recomendado para mim. Apesar do Sarah me considerar tetra, eu sou um paraplégico alto com bom controle de tronco, e portanto tenho força nos braços, e se comprar uma motorizada, vou engordar como uma baleia, pois o único exercício que se faz ali é com os dedos. Pelo menos eles ainda terão força para outras atividades...
Mas convenhamos que tem hora que faz falta a cadeira motorizada. Ainda mais para quem mora no meio da montanha, como nós mineiros. Aqui em BH tem determinados morros impossíveis de subir tocando uma cadeira de rodas. E tem alguns que só são possíveis se o cara for a 0,1 km/h, e então consegue chegar lá em cima depois de muito esforço e muito tempo. É nesse momento que sente falta de um empurrãozinho. Desde que me entendo por cadeirante, ficava viajando na possibilidade de inventarem um motor elétrico pequeno para encaixar na cadeira manual e dar aquela forcinha extra em algumas montanhas da vida.
Smart Drive, a ajudinha que faltava!
E não é que vi muitas opções assim na Reatech? Na verdade, três opções. A mais interessante, e com melhor custo benefício, foi o Smartdrive. Esse acessório se encaixa no eixo traseiro de qualquer modelo de cadeira de rodas (que tenha esse eixo), a bateria entra sob o banco e é só tocar a cadeira que ele empurra o cadeirante morro acima, ou no plano mesmo. E ao frear a cadeira segurando nos aros, ele para. Assim que volta a tocar, ele volta a funcionar.
Bateria e comando do Smartdrive
O aparelho é leve, pesa apenas cinco quilos, e tem uma bateria que se encaixa facilmente sob o assento que pesa somente 3,7 kg. Fabricado pela Max Mobility, é vendido pela Mobility Brasil por 15 mil reais - preço na Reatech. Vejam o vídeo demonstrativo abaixo.
Outro motor elétrico estava disponível no stand da Cavenaghi, e na verdade são dois, um em cada roda, mas que operam em conjunto, chamadas rodas E-motion. 
Rodas E-motion, motores independentes
Elas tem um controle remoto para fazer alguns ajustes, da potência e a força aplicada nas rodas, e basta tocar uma vez para que elas comecem a funcionar.  Interessante que, como são dois motores, se o cadeirante toca um lado só, ele gira, conforme podem ver na demonstração abaixo. Só achei meio caro, quase vinte mil reais! Preço da feira...
A última opção que vi neste sentido não estava na feira, mas no catálogo da Performance, que faz elevadores e a cadeira Observer, que já citei aqui. O nome do equipamento é Solo, e é similar ao E-motion, são dois motores integrados ao centro das rodas, com um controle tipo joystick e baterias embutidas embaixo. Parecido com o concorrente até no preço: quase vinte mil. Tem que precisar muito de um motorzinho mesmo...

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Reatech 2013 - Acessórios

Easy Mob, auxílio para tocar a cadeira
Você não odeia quando encontra uma rampa e ao tentar subir percebe que usaram uma inclinação absurdamente forte? Fica impossível subir sozinho. Que acessibilidade é essa então? Infelizmente essa é a realidade em grande parte dos lugares "acessíveis". E quando colocam carpete "fofo" em alguns lugares? Parece que estamos arrastando um caminhão atrás da cadeira. Terrível, né?
Serve em qualquer cadeira, dobrável ou monobloco
Para quem passa frequentemente por situações assim, foi desenvolvido no Brasil um sistema de auxílio ao cadeirante, tornando mais leve a tocada da cadeira. O Easy Mob torna o esforço necessário para tocar a cadeira 50% menor através de um sistema de engrenagens, como se fosse uma marcha mais leve. O Easy Mob conta ainda com um sistema de anti retorno, que freia a cadeira em uma rampa, facilitando ainda mais subir em etapas, caso o cadeirante se canse. Para descer uma rampa íngreme ele também ajuda, basta segurar levemente o aro e a cadeira desce lentamente. E a mudança de marcha é simples, basta girar o centro da roda e ela fica com a tocada normal. É uma ajuda muito bem vinda também para quem tem pouca força nos braços. Mais fácil que explicar é mostrar, por isso fiz um test drive em vídeo, que mostro abaixo. O cara atrás da cadeira ficou só por segurança, não fez força para empurrar.
Muito bacana, muito útil, orgulhosamente desenvolvido no Brasil, mas não podia ser perfeito. Para variar, o que estraga é o preço: R$ 3.200,00 o par de rodas! Mais caro que muita cadeira de rodas. Entendo que demandou pesquisa, é um sistema exclusivo, etc, etc, mas que podia ser mais barato, podia.
Revestimento para aro, feito em borracha
Outro acessório que achei bem útil, e felizmente com preço acessível, foi o revestimento para aro, da Tokbem. Também é uma bela ajuda para tocar a cadeira, em terrenos difíceis ou íngremes, e ainda mais em dias chuvosos. Não é terrível tocar a cadeira com as mãos molhadas? Um exercício de paciência, a gente tenta segurar o aro e a mão escorrega. Com o revestimento, isso acaba. Ele é feito de borracha e encaixa sobre o aro, experimentei na Reatech e gostei muito. E na feira estava por apenas R$ 200,00! Achei o preço justo, há similares importados que custam bem mais.
Puxadores de zíper
A Tokbem fabrica também puxadores de zíper, que se adaptam aos zíper comuns e tem um aro maior, facilitando abrir blusas, calças e qualquer objeto que tenha zíper. Serve em zíper que tenha um buraco e são leves e baratos. Estes eu esqueci de perguntar o preço... mas na página da empresa no facebook é fácil conseguir esta informação.
Stand da Jumper
Havia ainda um stand com peças esportivas para cadeiras de rodas, da Jumper. Eles tinham rodas da Spinergy, eixos especiais, rodas dianteiras mais leves, eixos dianteiros com amortecedor e uma infinidade de equipamentos, que são usados também por praticantes de Hardcore Sitting, aquelas manobras em cadeiras de rodas, daqueles malucos que dão cambalhota e rodam em rampas de skate. São peças de qualidade que servem não só para atletas, mas também para deixar a cadeira de rodas mais leve e macia ao rodar.
Fora estes, haviam outros acessórios legais, como motores elétricos que ajudam empurrando a cadeira, mas vou falar deles em um post específico. Aguardem!

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