terça-feira, 30 de julho de 2013

Elevador hidráulico para piscina

Sistema simples e eficiente para entrar na água
Há pouco tempo fiz um post sobre a importância da natação para deficientes, e já citei também a hidroterapia, que faço na Aquafisiobh. Atividades na água são ótimas, só que encontrar uma piscina que tenha elevador para cadeirante é uma luta aqui em Belo Horizonte, são pouquíssimos lugares que tem esta facilidade. Dá para imaginar o motivo, os elevadores para pessoas com mobilidade reduzida são equipamentos caros e tem instalação complexa. O último valor que soube de um elevador para piscina foi de trinta mil reais! Sem contar o custo de operação e menutenção que estes equipamentos dão, já deixei de ir na hidroginástica algumas vezes porque o elevador estava quebrado.
Prático e funcional, resolve o problema
Felizmente tem surgido novas alternativas, como o elevador deste post, fabricado pela DW Inox, uma metalúrgica situada em Medianeira, no Paraná. O elevador é fabricado em aço inox, aguenta até 150 kg e não tem sistema elétrico, funciona por alavancas utilizando a pressão da água da própria piscina. instalavel em qualquer tipo de piscina, pode ser instalado tanto em piscina cheia quanto vazia, não necessita de obras e o tempo de instalação aproximado de duas horas. O único requisito para instalação é um ponto de água com pressão de 3,5 bar. É de fácil instalação e ocupa pouco espaço.
O maior atrativo do elevador é o preço, custa somente R$ 14.500,00. Não é pouco dinheiro, mas é metade do preço de um elevador comum. Para um clube, academia, pousada ou hotel é um investimento pequeno. O elevador tem garantia de dois anos e eles instalam em qualquer lugar do Brasil. Quem tiver interesse no elevador pode entrar em contato diretamente comigo através do e-mail blog.cadeirante@gmail.com ou com o Wilson pelo e-mail wilson@dwinox.com.br.

sábado, 27 de julho de 2013

Autoestima x Deficiência

Você se aceita como é?
Mais um excelente texto da Patty Lorete, em sua segunda contribuição aqui no blog. Obrigado Patty!
"É fato que muitos têm problema com a sua imagem; no entanto, quando falamos da pessoa com deficiência, a coisa piora bastante. Ter um corpo fora do padrão instituído como belo e aceitável, não é nada fácil! Encarar olhares que dizem que somos diferentes da maioria costuma incomodar. Mas... será que esse olhar, que nos destaca, é sempre de reprovação? Será que nunca nos olham com admiração? Sendo bem realista... Acontecem os dois tipos de olhares. Afinal, não adianta tapar o sol com a peneira, o preconceito existe.
O que precisamos fazer é filtrar as mensagens que recebemos e reter o que for agradável, o que acrescenta. Porém, não conseguiremos realizar este processo se não tivermos uma boa autoestima que, segundo Sedikides & Gregg (2003), é a avaliação subjetiva que uma pessoa faz de si mesma, como sendo intrinsecamente positiva ou negativa, em algum grau.
Então, para que eu consiga viver bem com a minha imagem e não me importar com o estigma que, muitas vezes, recai sobre mim, é só me dar valor, é isso? Hum... interessante! Mas é fácil? Não, não é!
O problema é que alguns deficientes insistem em acreditar nos pensamentos alheios negativos a nosso respeito – e nos seus próprios - e passam a enxergá-los como verdadeiros, incorporando uma vida sem graça, pra baixo, desanimada, sem sentido! 
A baixa autoestima inibe nosso potencial e prejudica o convívio social. Aí, depois reclamamos que não temos amigos, que não saímos de casa, que ninguém gosta da gente e...blá, blá, blá...! Na verdade este tipo de comportamento acaba por criar um círculo vicioso. O deficiente se mostra como o coitadinho, injustiçado, o enclausurado. E a sociedade acaba por acreditar que realmente somos assim.
O deficiente esquece que, em todo tempo, “vendemos” uma imagem. E, qual é a nossa vitrine, o que queremos ou estamos mostrando? 
Saiba que, se quisermos ter uma boa autoestima e, consequentemente, vivermos bem com os outros e, principalmente conosco, não podemos desassociar autoestima de autoaceitação, que é: A ação de aceitar a própria forma de ser, os próprios defeitos, qualidades, etc... 
Portanto, entenda, para ser visto pelo que se é, na essência, e não somente por ter um corpo diferente ou fora da simetria tão cultuada nos dias atuais... ACEITE – SE! Goste (ou aprenda a gostar) do seu corpo, do seu nariz, do cabelo, do pé, enfim... se goste do jeitinho que você é. E, por favor, esqueça esta bobagem de normalidade social. Acredite, a normalidade é um fantasma, isto não existe!"

terça-feira, 23 de julho de 2013

Dirigindo carro manual

Minha atual condução
Mais uma aventura sobre rodas... mas desta vez uma aventura diferente. Tudo começou com uma construção, uma obra. Sim, uma obra deu origem à aventura de dirigir um carro manual. Não é o primeiro que dirijo, mas é o primeiro que uso todo dia. A história começa numa segunda feira braba, depois de uma noite pior ainda, em que não consegui dormir por causa de uma crise de dor que começou no domingo à noite. Segunda de manhã, no limite da resistência de dor, pedi à Gi para me deixar no hospital. 
Não repara as compras ali no chão. Repare o aperto entre a perna e o câmbio.
Chegamos ao Mater Dei, que fica na Rua Gonçalves Dias, por volta das nove da manhã. Como eu estava mal e sabia que não sairia de lá tão cedo, resolvi deixar o carro na vaga para deficientes que fica bem em frente ao hospital, já que o preço do estacionamento lá está pela hora da morte. Esperei "apenas" 40 minutos para ser atendido (isso porque era emergência), fui levado para a enfermaria e entrei na morfina. Passou a manhã, a hora do almoço, e no fim da tarde eu finalmente melhorei. Em seguida tive alta, com uma lista de remédios para comprar.
Meu Bravinho tomou uma chuva de granito!
Saí do hospital e percebi que a rua estava toda suja de cimento. Achei que fosse normal, afinal tem uma obra gigante em frente ao hospital. Percebi que meu carro estava com umas pintinhas na porta também, mas ainda achei que fosse só sujeira. Estava no caminho de casa, quando percebi pelo retrovisor que o teto solar traseiro estava todo trincado. Aí percebi que a coisa era pior que eu pensava. Encurtando a história, voltei ao local, fiz um B.O. sobre o ocorrido e a construtora disse que vai cobrir o prejuízo. Fiz o orçamento e vai ficar em quase sete mil reais. Pior foi aguentar as piadas dos amigos: "seu carro tomou chuva de granito" e "seu carro foi 'rebocado' - tá cheio de reboco". Ai ai ai ai...
E como eu fico até o carro arrumar? Foi o que perguntei ao representante da construtora. A solução era alugar um carro. E eu já sabia onde era o único lugar que tinha carro adaptado em BH para alugar: a Lokamig. Fiz até um post sobre eles há algum tempo. Ligaram para lá e reservaram o único carro disponível hoje para alugar, um Palio 1.0 manual. Havia um Corsa Sedan automático, mas foi vendido. Fazer o que?
Entrei no carro e o primeiro problema: minhas pernas não passavam por baixo do volante, mesmo com o banco na regulagem máxima. Tive que fazer uma manobra, dobrando a perna por cima do volante e deixando cruzada por baixo. Outro complicador: eu estava acostumado a usar comando manual do lado esquerdo, e nele é do lado direito. Sem alternativa, tive que aprender na marra. O carro tem embreagem automatizada, na qual basta colocar a mão sobre o câmbio para entrar a embreagem. Aí é só puxar o comando manual e o carro vai acelerando e a embreagem soltando. Não é difícil, o sistema não deixa o carro morrer. Só que, logo em seguida, é preciso passar a segunda marcha. O motorista solta o acelerador, passa a segunda marcha, e volta a acelerar. Aí o carro perde velocidade, e demora a retomar, ainda mais se estiver em uma subida. E é numa subida que fica o maior problema: ao parar em um semáforo, é preciso segurar o freio e ao mesmo tempo passar a primeira marcha, e em seguida acelerar. Impossível que o carro não volte. Para não ficar chato, fiz um vídeo explicando um pouco como é dirigir um carro assim.
Enfim, quero mesmo é tirar uma dúvida de muita gente: vale a pena adaptar um carro manual usado ou é melhor trocar por um automático? Já recebi alguns questionamentos sobre isso - o cara fica paraplégico, tem um carro manual, geralmente uma paixão antiga, e me pergunta se vale a pena adaptar, colocando uma embreagem automatizada. Esse post resume a resposta: não, não vale a pena. Como sabem, deficiente tem desconto para comprar carro zero. Digamos que o cara tem um carro como o Palio da Lokamig, 1.0, modelo Celebration com trava e vidro elétrico e ar condicionado. Esse carro pela tabela Fipe vale 23 mil reais.
Fazendo uma cotação na Automax, um novo Palio Essence 1.6 16V Flex 2014 com câmbio Dualogic Plus com ar condicionado, direção hidráulica, air bag e ABS e piloto automático, com as isenções de IPI e ICMS, além dos 5% adicionais que a Fiat dá, sai por R$ 31.454.08. São menos de 8,5 mil a mais do que o Palio 1.0, que podem ser financiados em pequenas parcelas. Com certeza, vale a pena, pelo conforto e pela segurança.
Agora, o veredito final: é um absurdo, em vésperas da Copa do Mundo, o único carro adaptado para alugar em Belo Horizonte seja um Palio manual difícil de dirigir. Imagina se algum deficiente físico vem de fora para cá assistir a Copa e decide alugar um carro? Vai ficar a pé... ou melhor, a roda.

sábado, 20 de julho de 2013

República da Esbórnia

Fachada da República da Esbórnia
Duas coisas que eu já passei na minha vida: república, quando morei em Viçosa dividindo um apartamento com amigos, e esbórnia, quando morei em Viçosa. E a junção das duas palavras é o nome de um bar/restaurante que conheço há anos, no bairro Buritis. Esse bairro é relativamente novo em Belo Horizonte, e conheço desde que era embrionário. Meu pai comprou um apartamento nesse bairro no final da década de 90. Naquela época, só da janela do meu quarto eu contava 19 prédios em construção. Era um enorme canteiro de obras.
Destaque para as carnes e chop do Krug Bier
Mas já contava com opções de lazer. A melhor delas surgiu poucos anos depois que nos mudamos para cá, o República da Esbórnia. Com um amplo salão, estacionamento na porta, carne de qualidade e cerveja gelada, não demorou para se tornar um dos melhores bares do bairro. Eu frequentava bastante, mas quando me tornei cadeirante, meus pais estavam morando no bairro Gutierrez, e só voltei lá umas duas vezes. Depois me mudei para a Savassi, região já tradicional pelos bons bares, e passei um bom tempo sem ir lá. Agora, morando novamente no Buritis, resolvi avaliar o República, do ponto de vista de um cadeirante.
O salão principal com o secundário ao fundo
O estacionamento na porta é um diferencial, apesar de não ter vaga reservada para deficiente. Se o estacionamento estiver lotado, é possível parar na rampa de entrada, é só explicar que se trata de um cadeirante. A rampa da entrada não é muito ingreme, dá para subir tocando a cadeira, e há duas entradas, uma dá no salão principal e outra no secundário. Aí um probleminha: o salão secundário tem um degrau para o principal, se o cadeirante ficar alí vai ter que passar por fora do restaurante para ir ao banheiro.
As mesas são excelentes para cadeirantes, de pés paralelos e altas o suficiente. O espaço entre as mesas não é uma maravilha, mas dá para circular com a cadeira. E tem o banheiro adaptado, único e separado dos outros banheiros, uma grande vantagem. Ele é amplo, e tem todas as adaptações necessárias, pia em boa altura com vão embaixo e barras de apoio.
O banheiro adaptado tem as instalações necessárias
Meu veredito é que o República da Esbórnia é uma ótima opção para cadeirantes, os garçons são muito educados e prestativos. No bairro Buritis, é a melhor opção que encontrei até hoje.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

INCLUSÃO - por Patty Lorete

O texto abaixo foi escrito pela Patty Lorete, cadeirante de São Gonçalo, no Rio de Janeiro, que nos traz uma reflexão sobre o que é inclusão de verdade. Excelente a reflexão que ela busca e a avalição sobre o que de fato entendemos como inclusão. Agradeço a participação no blog!
"Dizem... estamos vivendo a era da inclusão (será?). É, não podemos negar que é um dos termos mais falados do momento, que, de acordo com o dicionário, é: Ato ou efeito de incluir, inserir, pôr, colocar para dentro, compreender, tornar parte de. 
Um monte de leis que a visam têm sido criadas. Que bom! Elas são, sem dúvida, necessárias e importantes (quando cumpridas), dentro de uma sociedade que ainda não convive tão harmoniosamente com a diferença. No entanto, muitos acham que estão fazendo um ato de caridade aos “coitadinhos” excluídos. Ahhh, fico até comovida com tamanha generosidade! rsrs...
A política de inclusão não é favor, pois, ao abrirem escolas, cinemas, teatros, faculdades, museus, para receber os que estão à margem da sociedade, na verdade, estão promovendo inclusão a eles mesmos. Afinal, se os chamados normais estão segregados e, se é fato que a pluralidade é enriquecedora, então todos saem ganhando com a inclusão. É a inclusão inversa? Sei lá, pode ser!
Acho engraçado... de uma forma geral, ao ouvirmos a palavra inclusão, imediatamente a associamos ao mundo da deficiência. Mas, será que só os def’s precisamos ser incluídos? Só a minoria precisa? Não, não mesmo!
Na realidade, se a minoria fosse mesmo o critério, nós, deficientes, nem seríamos tão beneficiados assim. No último Censo, falou-se algo em torno de 25 milhões. Mas...você acredita nesse número? Eu não... A recenseadora não perguntou se aqui em casa havia alguma pessoa com deficiência. Fiquei de fora, menos um. É a tal da pesquisa por amostragem, que não consigo entender nem por um decreto. Aff!
Mas isso é assunto para outro dia, voltando...
Inclusão é se importar, respeitar, valorizar a todos. Dos superdotados aos que têm dificuldade de aprendizagem. Dos sem limitações (visíveis) aos tetraplégicos. Dos índios aos loiros de olhos azuis. Dos analfabetos aos que são P.H.D.
Precisamos entender que incluir, vai muito além de colocar um deficiente em uma escola regular, inserir o negro ao ensino superior, criar novos métodos educacionais, para atender às necessidades individuais. Inclusão é a soma de valores e experiências. Mas, ela só é verdadeira quando conseguimos criar uma consciência de respeito e aceitação à diversidade. Quando se remove o conceito padrão de normalidade. Quando a cor da pele, a condição física, a idade, a altura, o peso, forem vistos como detalhes.
Enfim... quando conseguirmos colocar “todos juntos e misturados”, aí sim, estaremos vivendo a era da inclusão, de fato!"

domingo, 14 de julho de 2013

Natação adaptada

Atletas de natação adaptada
Natação é um dos esportes mais completos que existe, trabalha centenas de músculos e é muito gostoso de praticar. Sempre defendo a importância do esporte para quem é cadeirante, vou falar agora sobre os benefícios da natação para deficientes. Ou melhor, vou dar a palavra para quem entende ainda mais do assunto: Luis Gustavo Santana Portugal, educador físico que toca um projeto de natação voltado para deficientes há muitos anos aqui em Belo Horizonte. Ao final, depoimentos de dois atletas acompanhados pelo Luis Gustavo, a Keilla Araújo e o Gustavo Castro.
"A História do projeto mistura-se com nossa associação e com a minha história. Em 2000 comecei a trabalhar como voluntário por duas horas semanais numa entidade chamada ADEVIBEL. Na ocasião fui convidado pelo presidente da entidade por ter sido atleta de natação. Em 2004, comecei a estudar Educação Física e já em 2005 fazia parte da comissão técnica da seleção brasileira de natação paralímpica. De 2000 a 2008, e por divergências políticas e metodológicas, deixei a entidade.
Comecei do zero na AAISR (Associação de Amigos do Instituto São Rafael). No início, a AAISR não tinha nenhum recurso financeiro para manter as ações do esporte funcionando. Conversando com a presidência da entidade buscamos recursos junto ao Estado e começamos a produzir projetos de Lei de Incentivo ao Esporte do Governo Federal. Em 2012 conseguimos finalmente manter profissionais, estrutura e equipamentos e atendemos atualmente duas modalidades, atletismo e natação paralímpica. Temos cerca de 50 atletas registrados e 12 colaboradores entre voluntários e contratados. Infelizmente a luta continua, e todo ano buscamos novos patrocinadores para que o trabalho continue maior e melhor.
Momento de lazer dos atletas
O Foco do projeto é o alto rendimento; não podemos atender pessoas que buscam uma iniciação, nem aqueles que querem reabilitar-se. Trabalhamos com atletas! Existe todo o cuidado com nutrição, carga de treinamento, especificidade da deficiência de cada um. Mantemos uma equipe interdisciplinar de fisioterapeutas, psicólogos, Profissionais de Educação Física e nutricionistas para que o melhor do rendimento seja possível. Na natação atendemos pessoas com deficiência visual, física e/ou intelectual. Interessante perceber que somos uma entidade criada numa comunidade de pessoas com deficiência visual. Em 2009 a direção e coordenação esportiva perceberam que, além da segregação percebida pela sociedade uma entidade de pessoas com deficiência não precisava segregar uma segunda vez. Neste momento foram abertas as vagas destinadas a atender outras deficiências diferentes da visual.
Em relação a objetivos, digo sempre que o atleta tem que ter o seu. O meu objetivo é proporcionar a melhor estrutura e melhores pessoas para que o treinamento esportivo tenha os efeitos que são esperados pelos atletas. Como pessoa, fico satisfeito de perceber a melhora progressiva de cada um de nossos atletas.
Acredito que o esporte para pessoas com deficiência seja uma excelente ferramenta para melhora da condição física, além de contribuir com a percepção do outro; para alguns, opção financeira de vida, e oportuniza a melhora da cultura geral, considerando as enumeras pessoas que conhecemos e lugares aonde vamos. Espero que nos proximos dois anos tenhamos sustentabilidade no que fazemos e a luta para conseguir recursos possa ter muito menos peso."
Keilla exibindo uma medalha
Agora o depoimento dos atletas, começando pela Keilla:
"Eu conheci o projeto através de um colega da internet que me indicou. Precisava sair das aulas de equoterapia e o mais indicado foi a natação. No meu caso, não fui para natação pela prática em si do esporte, foi por uma necessidade de diminuir a evolução da escoliose. Acabou que gostei muito do resultado que obtive e venho obtendo, prevenindo contra trombose e auxiliando na escoliose.
E com o tempo acabei gostando da idéia de fazer parte da equipe de atletas do Gustavo, unindo cuidado com a saúde e competições."
Gustavo em uma competição
Depoimento do Gustavo Castro:
"Meu nome é Gustavo, tenho 28 anos, sou paraplégico desde 2009 após um acidente de moto. Conheci o projeto por meio do meu professor de natação onde fazia no bairro em que moro. Ele ficou sabendo do projeto e vendo que eu gosto de esporte me indicou a ir lá e por coincidência em um final de semana estava nadando no clube e um dos treinadores da equipe do Gustavo me viu nadar e veio conversar comigo. Me explicou sobre a equipe e me convidou a conhecer o projeto.
Antes mesmo do acidente já gostava de esporte e exercícios, então comecei a natação por ser mais fácil para mim assim como a musculação e também por medo de engordar já que não ando. Com o tempo vi que minha disposição do dia a dia só aumentava, vi a importância da interação social com outros atletas também com alguma deficiência e com os treinadores, a ocupação do meu tempo e uma melhora da minha saúde em geral foram importantes para seguir em frente no projeto. Percebi que se for seguido tudo certo como alimentação, dedicação aos treinos, se esforçando bem, a natação pode vir a ser uma profissão, assim rendendo dinheiro."
Como podem ver, a natação só traz benefícios, sem contar a interação entre as pessoas e a possibilidade de viajar pelo Brasil, ou, quem sabe, pelo mundo. Quem tiver interesse, pode entrar em contato com o Luis Gustavo na sua página no Facebook ou pelo e-mail aaisrbh@gmail.com.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

1º encontro de cadeirantes de BH e região

Encontro sobre rodas!
Neste sábado realizamos na Choperia Pinguim, aqui em BH, um encontro de cadeirantes, através da página do Facebook Cadeirantes de Belo Horizonte e cidades de MG, que foi criada com o objetivo de trocarmos ideias sobre assuntos variados ligados a quem usa cadeira de rodas. Tanto o espaço na internet quanto o encontro que realizamos são muito importantes para unirmos forças para buscar a inclusão de todos e acessibilidade.
O Pedro Bertolini foi o primeiro a chegar, em uma cadeira motorizada canadense que eu nunca tinha visto, muito parruda e veloz. E o cara anda a mil com ela! Ele comentou que uma vantagem de encontrar com vários cadeirantes, é que a gente não fica defici-chato. Defici-chato é o cara que só fala sobre os problemas que um cadeirante enfrenta, a necessidade de acessibilidade, o preconceito que existe, enfim, tudo que é pertinente ao nosso dia a dia. Faz sentido, foi bom para prestar atenção e não deixar o papo ficar chato quando o público é diferente. O Pedro contou também sobre as várias viagens que já fez pelo mundo, tem muita história interessante e dicas para viajar sobre uma cadeira. Devia ter um blog!
Os garçons nunca viram tanta roda junta
No encontro foram sete cadeirantes, pessoas engajadas com a defesa de nossos direitos, como a Kátia Ferraz, que trabalha em uma secretaria do governo de Minas, é presidente do Centro de Vida Independente de Belo Horizonte e está atenta às leis e projetos que beneficiam os deficientes, e a Liliana Arouca, que é a cadeirante mais preocupada e lutadora pela acessiblidade que já conheci! Ela tem uma página no facebook onde mostra os absurdos da falta de acessibilidade aqui em BH.
Também estavam presentes a Keilla, que é nadadora e compete em campeonatos, muito bonita e gente boa. Foi também o Eduardo com a namorada, o cara tem muita história engraçada que já passou na cadeira. Outro que marcou presença foi o Cristiano, carioca que mora na Bahia e está radicado em BH para tratar sua recente lesão devido a um assalto. Ele foi com a esposa, ou melhor, namorida (que nem a Gi), a Pink, uma baiana arretada super gente boa.
O papo foi ótimo, conversamos sobre diversos assuntos e contamos muitos causos, e discutirmos também projetos e ideias para melhoria da acessibilidade. Esta troca de ideia é o importante para buscarmos melhor qualidade de vida para todos os cadeirantes. Espero que tenhamos outro encontro em breve, e que no próximo a gente encha um boteco de cadeiras de rodas!
Aproveito para divulgar alguns telefones de profissionais que trabalham com cadeirantes aqui em BH e atendem em casa:
- Massagista: Ana Paula - 9826-9576
- Fisioterapeuta: Ana Luísa - 8557-7690
- Taxista: Walmy - 9861-7037

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Pizza Sur

Um argentino que vale a pena!
Encontrar locais perfeitamente adaptados é tão raro que fica difícil divulgar somente este tipo de lugar. Então aqui vai mais um 'quase' adaptado: o Pizza Sur Liberdade, que fica na esquina da Rua da Bahia com a Rua Gonçalves Dias, aqui em BH. É uma pena não ser totalmente adaptado, pois é um lugar super agradável e bem localizado.
Com teto de vidro e árvores em volta, o clima é ótimo
O Pizza Sur é um restaurante de comida argentina, cujo dono também é argentino, portanto parece que entende do riscado. E o cara tem orgulho da terrinha, a decoração é toda com pinturas e quadros da Argentina, e no som ambiente toca tango praticamente o tempo todo. Uma das especialidades da casa são as empanadas, uma espécie de pastel assado com diversos recheios, salgados e doces. Os temperos são tradicionalmente picantes, mas o dono do Pizza Sur deu uma abrasileirada nas suas empanadas, e nem precisa se preocupar em pedir um balde de água para apagar o fogo da garganta. As pizzas de lá também são bem feitas, muito gostosas. A diferença é que são quadradas e retangulares, e não redondas. A carta de vinhos também é bem caprichada, além dos tradicionais vinhos argentinos há de outros países da américa do sul e europa, com preços razoáveis.
Mas o que gosto mesmo lá é de almoçar, como é perto do trabalho e é tudo plano, é minha primeira opção quando preciso almoçar fora. Há um cardápio fixo com pratos específicos para cada dia da semana, com opções variadas, sempre um peixe, uma carne, e uma massa ou outra carne branca, frango ou porco. E os melhores, para mim, são os peixes. Tem peixe com molho de alcaparras, com molho de maracujá, mediterrâneo e outros, todos grelhados e acompanhados de legumes, batatas e arroz. Muito bom. São pratos leves e saudáveis. Não muito baratos, os preços variam de pouco mais de vinte a quase quarenta reais.
Mesa acessível é isso aí!
E as adaptações? Bem, na verdade não são muitas. O maior destaque fica mesmo para as mesas, que tem pés paralelos e são altas e largas, de forma que a cadeira encaixa perfeitamente no espaço. E a entrada é no nível da rua, sem rampas ou degraus. O espaço entre as mesas também é bom, dá para circular numa boa. O grande problema é a falta de banheiro. Mas se for só para um almoço ou saída rápida à noite para comer umas empandas, dá para dispensar.

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