quarta-feira, 28 de março de 2012

Pernas pro alto

Sempre que possível, mire-as para o céu!
Infelizmente este post não é para anunciar minhas férias premium de três meses, mas para falar sobre um hábito que deve ser adotado por todo cadeirante: colocar as pernas para cima. Não precisa também se pendurar no teto como um morcego, mas se lembrar de, sempre que possível, buscar uma forma de levantar os pés e deixar as pernas sobre algum objeto no mesmo nível ou mais alto do que o assento.
O ideal mesmo é deixar pelo menos um pouco os pés em um lugar mais alto, porém não pode deixar muito tempo, senão a circulação fica mais difícil. E é para a circulação o maior benefício de colocar as pernas para cima. Já ouviram falar que a panturrilha é o coração das pernas? Isso porque elas bombeiam o sangue para cima com a contração muscular. Só que nos cadeirantes, principalmente os lesados medulares, essa contração não existe. Por isso nossos pés incham se ficamos muito tempo sentados com os pés para baixo (essa é minha desculpa quando alguém fala que meus pés estão inchados de tanto beber...). Outra forma de evitar o inchaço dos pés é usar meias de alta compressão.
E não é preciso estar em casa para levantar os pezinhos. Quando estiver na casa de um amigo, não se avexe em pedir um banquinho para esticar as pernas. Até no escritório é possível fazer isso, basta conseguir um banco ou um apoio para colocar os pés. Só que o chefe não pode ver, senão vai achar que você está tirando onda de malandro...
Eu adoro um puxadinho!
Em casa, uma forma de ajudar nessa prevenção é comprar um sofá com chaise. Para quem não sabe, o chaise é esse "puxadinho" que o sofá tem onde dá para esticar as pernas. A vantagem é que fica fácil colocar as pernas para cima, mesmo que no mesmo nível do tronco. Como fica em casa, é uma atividade que a gente acostuma a fazer todo dia, ajudando na circulação. Mas melhor do que isso é deitar e colocar as pernas para cima mesmo, em uma almofada ou travesseiro. Eu faço as duas coisas, afinal meus pés já ficam inchados por outros motivos, prefiro evitar que falem que sou bebum...

domingo, 25 de março de 2012

Conferência Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência

A III Conferência Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência, que será realizada aqui em Belo Horizonte, terá por finalidade analisar os obstáculos e avanços das políticas nacional, estadual e municipal nessa área. O objetivo é promover o debate sobre direitos, cidadania e compromissos com as pessoas com deficiência, buscando a conscientização da sociedade a respeito da dignidade de todos os cidadãos, em sua diversidade.
Com o tema "Um olhar através da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência da ONU: Novos desafios e perspectivas", resgata o comprometimento e a justiça social com novos princípios democráticos e seu impacto na gestão

Como preparação serão realizadas algumas Pré-Conferências, e a da Regional Leste irá acontecer no dia 26 de março, segunda-feira, de 13h às 18h no Centro Mineiro de Resíduos - avenida Belém, 40 - bairro Esplanada, onde serão levantadas as propostas a serem encaminhadas para o nível municipal. Outras pré-conferências já estão agendadas, conforme a programação abaixo.


A ideia da prefeitura é alcançar o maior número de pessoas interessadas. Como o número de vagas é limitado, eles solicitam que sejam realizadas as pré-inscrições através do telefone 3277-4137 ou pelo e-mail gerpsl@pbh.gov.br
A participação de todos é importante para fortalecer e garantir os nossos direitos!

Restaurante Ninho da Coruja

Uma das entradas do restaurante
Em Macacos estive em um restaurante da categoria quaaaase adaptado. E esse falta bem pouco para subir de categoria. O nome dele é Ninho da Coruja, e fica na Alameda das Quaresmeiras, 123. É de estilo rústico, feito quase todo em madeira, e é bem integrado à natureza, tanto que é comum ver macacos ou esquilos nos beirais e árvores ao redor.
Pequeno degrau na entrada. É fácil subir, mas podia ser rampa.
O restaurante conta com duas entradas, e a principal é acessível, apesar de ter um pequeno desnível. A outra entrada é mais ampla e dá numa pequena descida, mas na porta há um pequeno degrau. Lá dentro há bastante espaço entre as mesas para circular, e dá para chegar em todas as mesas, que são de pés paralelos e a cadeira de rodas encaixa com facilidade.
Esquilo fazendo uma boquinha
Costelinha com ora pro nobis servida nas panelinhas. Muito bom.
Há um banheiro que não é muito acessível, mas está fácil de ser adaptado. São três banheiros, dois femininos e um masculino, mas um dos femininos é que dá para entrar com a cadeira e é bem amplo. Só que tem um pequeno degrau na porta... Também é fácil de transpor, mas precisava dele? Fácil remover ou transformar em rampa.
Quanto ao cardápio, uma tentação só. Recomendo a costelinha com ora pro nobis, deliciosa. Vem em várias panelinhas rústicas, e dá até para três comerem bem. É uma inimiga de qualquer regime, mas muito amiga do sabor. E quando a gente está de férias ou passeando, a segunda opção é que importa mais. Depois a gente compensa na academia ou fazendo esportes...

quinta-feira, 22 de março de 2012

Destaque no tênis em cadeira de rodas

Fábio mandando bem no tênis
Para provar que a superação vem de nós mesmos, mais um exemplo de determinação e força de vontade: o atleta do tênis em cadeira de rodas Fábio Wanderson, representando a Ong Tênis Para Todos, chega à final da primeira etapa do Circuito Mineiro de Tênis para Todos, ficando com o segundo lugar. O torneio aconteceu no bairro Buritis. Para quem está começando, o pouco vale muito, ele enfrentou nessa disputa Luiz Carlos Ferreira, sexto colocado no ranking brasileiro de tênis em cadeira de rodas.
Ao centro, Gerson Carlos de Souza, diretor de planejamento e gestão da ong
Treinando muito, Fábio almeja muito mais, esperando que um dia seja valorizado e apoiado para que conquiste uma posição dentre os melhores. Os próximos desafios de Fábio serão a segunda etapa do mineiro, que iniciou no dia 16 de março, e o Minas Wheelchair Tennis Open, com início no dia 27deste mês e término no dia primeiro de abril. Este é o torneio mais importante da América do Sul, e contará com atletas vindos de vários países.
O Minas Wheelchair Tennis Open é credenciado pela International Tennis Federation - ITF (classificação ITF3), como uma das etapas do Circuito Mundial da modalidade (NEC Wheelchair Tennis Tour), e conta com os principais atletas da América Sul e oferece premiação em dinheiro. 
Telefone:             31 3442-9353      
Email: tenisparatodos@oi.com.br
Este é mais um exemplo da importância do esporte para os cadeirantes. Estamos torcendo por você!

quarta-feira, 21 de março de 2012

Banheira para cadeirantes

Minha amiga Vanessa, de São Paulo, me mandou um link para um post do site da Portobelo que mostra uma banheira desenvolvida para ser utilizada por cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida. Achei muito bacana a ideia, mas até chegar ao Brasil, considerando ainda o preço que se costuma cobrar por coisas assim, será um objeto para poucos. Mas fica a dica, pelo menos como sonho de consumo.

Os designers 
Kim Jung Su, Yoon Ji Soo & Kim Dong Hwan acabam de apresentar o conceito de uma banheira para cadeirantes, a Flume Bathtub. A proposta consiste em uma banheira de design moderno, com dois corrimões e uma curvatura em forma de assento, na qual o usuário pode tomar seu banho sentado.
Para facilitar o acesso à banheira, os designers buscaram inspiração no parque de diversões. A Flume fica sobre uma estrutura triangular e funciona como uma gangorra. Quando vazia, a banheira pende para o lado onde está assento e os corrimões. É por esse lado da banheira que o usuário entra nela.

Quando cheia de água, a Flume fica estabilizada em uma posição central, paralela ao chão. Os designers, no entanto, não informam se o peso do usuário oferece papel importante para que a banheira fique na posição para banho.
Para sair do banho, o usuário precisa esperar para que a água seja drenada. Sem água, a Flume volta para a posição inicial e o indivíduo pode deixar a banheira, com movimentos semelhantes ao da entrada na estrutura.
Prático e fácil de entrar e sair
O conceito, segundo os designers, pode ser aplicado não apenas em residências e hotéis que promovemacessibilidade para cadeirantes. A Flume Bathtub, segundo eles, pode ser usada por qualquer pessoa e oferece, ainda, uma alternativa de banho para idosos e pessoas com a locomoção comprometida. 
projeto foi vencedor do prêmio Red Dot Award Design Concept 2011, por promover, não apenas acessibilidade, mas também privacidade ao usuário.
Confira a matéria completa no site da Portobelo clicando aqui.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Turismo para cadeirantes – rompendo as barreiras e superando as limitações

Ponte Hercílio Luz em Florianópolis
Em cima de uma cadeira de rodas ou não, eis aqui um fato: todo mundo no mundo gosta de viajar. E não é só porque a mobilidade de um cadeirante é reduzida que ele deve ficar em casa, muito antes pelo contrário. As cidades é que tem que se adaptar para recebê-lo, assim como deve fazer com qualquer tipo de público em qualquer situação de redução de mobilidade. O direito de se divertir, de conhecer novos lugares, de fazer uma reserva de hotel com hospedagem adequada e de curtir cada momento da vida como se fosse único (porque é) é inalienável e cabe a todos os habitantes desse planeta, qualquer que seja a situação física em que se encontra.
Embora o Brasil esteja se adaptando cada vez mais para receber os cadeirantes com dignidade e facilidade, nem tudo são flores – ainda. As intenções públicas são boas, ainda que lentas, mas o povo vem pedindo mudanças e elas já acontecem com sucesso em várias regiões do país. Não só os cadeirantes pressionam o governo por novas adaptações, mas também a população como um todo, o que faz com que essas “intenções” se tornem, de fato, realidade. Algumas cidades, como o Rio de Janeiro, Florianópolis e Fortaleza, já desenvolvem sérios projetos para acessibilidade em praias, que são seu principal chamariz, e traçam um rumo certo na democratização do acesso para todo mundo.
Andando de handbike em Copacabana
E viajar é tão bacana que os próprios cadeirantes não ficam por aí esperando alguém fazer algo por eles: há relatos de portadores de deficiência crônica ou acidental que desenvolveram seus próprios roteiros de viagem e são felizes assim. O importante é não ficar de fora das boas realizações pessoais com medo de que uma cidade ou outra não trate o cadeirante da forma correta – e, se isso acontecer, reclamação nelas! A primeira coisa que o cadeirante tem a fazer é entender que, caso não tenha acesso irrestrito a qualquer ponto turístico da cidade visitada, a culpa disso é do município, e não dele.
A dica é que, antes de viajar, o cadeirante pesquise bastante, pela internet mesmo, o que aquela cidade tem a oferecer de turismo sustentável e acessibilidade aos diversos públicos. O transporte público é muito importante nessa pesquisa, já que ele é peça importante de passeios em qualquer cidade do mundo. Ônibus, táxis e estações de metrô tem a obrigação de facilitar o acesso a cadeirantes, por lei.
Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura (Fortaleza)
O sistema de hotelaria também tem que ser pesquisado com afinco. Não é qualquer hotel no Rio de Janeiro, em São Paulo ou em Recife que está perfeitamente adaptado para receber cadeirantes, e essa situação também pode se repetir nos hoteis em Fortaleza, Florianópolis ou Belo Horizonte. Verifique em todas as suas opções se as instalações contam com elevadores, pegadores nas paredes e o mínimo de degraus possível, em caso de desnível nos andares. E prefira sempre as acomodações que te deixem geográfica e estrategicamente próximo aos locais onde você vai pegar condução pública para visitar a cidade.
Por fim, verifique se os passeios mais badalados têm total autonomia de acesso. Museus, monumentos históricos e culturais, teatros e cinemas têm a obrigatoriedade de garantir o acesso de qualquer pessoa. O negócio é ir à luta e pelejar para que tudo esteja nos conformes quando você viajar. Sendo cadeirante ou não, tendo um país tão lindo para visitar, ficar em casa já deixou de ser opção há muito tempo.

sábado, 17 de março de 2012

Entrando na piscina

Antes de entrar, estudando o terreno
Como disse no post sobre a pousada de Macacos, vou mostrar aqui uma técnica que uso para entrar na piscina sozinho com segurança. Antes, porém, dois avisos: primeiro, consigo fazer o procedimento porque recuperei muitos movimentos após a lesão, tenho um ótimo controle de tronco e força nos braços. Portanto, se você não se sentir seguro, não tente fazer isso em casa! Segundo, você tem que prometer que não vai fazer nenhum comentário maldoso ou sacana sobre minha pança ligeiramente proeminente nas fotos.
Aproximei a espreguiçadeira da borda da piscina
Vamos ao passo a passo. Não é nada de outro mundo, mas tem que ser bem feito para não causar um acidente e piorar a situação já não tão boa do cadeirante. Começo aproximando uma espreguiçadeira da cadeira de rodas. A que usei na pousada é de alumínio, bem leve. Ah, e uma observação: as primeiras fotos estão "erradas", pois esqueci de deixar um espaço entre a espreguiçadeira e a borda da piscina, o que foi resolvido depois com a ajuda da Gi, que arrastou um pouco para trás a espreguiçadeira, comigo em cima, claro. O ideal é uns vinte a trinta centímetros, o suficiente para dar para sentar no chão.
Transferi para a espreguiçadeira
Após aproximar a espreguiçadeira e deixá-la a uns vinte centímetros da borda, é só fazer a transferência. O cuidado a ser tomado é com a estabilidade dela, e com a firmeza para se equilibrar em cima dela. A que usei era meio mole, por isso demorei uns minutos para pegar confiança.
Me aproximei da borda da espreguiçadeira
Depois de passar para a espreguiçadeira, eu coloquei as duas pernas na água e cheguei o corpo um pouco para frente. Em seguida, segurei firmemente nas laterais da espreguiçadeira e comecei a escorregar o corpo, vagarosamente, até encostar a bunda na beira da piscina.
Em seguida, sente na beira da piscina
E na sequência, segurei na borda da piscina e escorreguei o corpo para dentro da água. Pronto, já estava curtindo uma piscininha numa boa! Vidinha chata, né? Pena que é só de vez em quando... Nas fotos, eu estava na pousada de Macacos, mas já fiz processo semelhante na casa dos meus pais.
Depois de tanto esforço, relaxei por umas três horas...
Quanto ao processo de volta, é só imaginar os passos ao contrário. Foi assim que voltei para a cadeira, sozinho de novo. É mais difícil, pois a gente tem que erguer o corpo, e portanto fazer mais força. Mas não é impossível, garanto! Basta um pouco de força nos braços e equilíbrio. E um pouco de treinamento também, com alguém auxiliando, e depois a gente pega o jeito.
Vale muito a pena tentar, ainda mais para curtir um sol num fim de semana!

quinta-feira, 15 de março de 2012

Ganhador da promoção dos 3 anos de blog

A promoção em comemoração aos três anos do blog acabou mais rápido do que eu imaginava, e o blog atingiu 510.000 visitas apenas dois dias depois do post. E o grande vencedor foi o Wallace, do Rio de Janeiro. Ele seguiu as regras da promoção e me mandou o print screen ontem, com a hora do acesso (21:34). Recebi outros e-mails com o mesmo número de acesso, mas o Wallace foi o primeiro a mandar, e seguiu direitinho as orientações. E eu confirmei nas estatísticas do blog, claro. 
Ele vai receber em casa o mini compressor de ar com o adaptador doméstico. Espero que seja muito útil e evite dezenas de viagens à borracharia ou posto de combustível para encher os pneus. Só não dá para encher os pneus da cintura, heim?
Parabéns Wallace, e obrigado a todos pela participação!!

quarta-feira, 14 de março de 2012

Margarida's Pousada

Adorei a margaridinha de óculos
No último fim de semana estive em São Sebastião das Águas Claras, distrito de Nova Lima mais conhecido como Macacos. Fica a 20 quilômetros de BH e se destaca pela natureza exuberante, com muitas trilhas, cachoeiras, e muitos animais silvestres (principalmente macacos, claro). Fui pra lá para comemorar cinco anos de namoro com a Gi. Nada mais coerente do que ir para o mato numa ocasião dessas...
Quando resolvemos ir para uma pousada em um lugar tranquilo, veio o dilema: como conseguir uma pousada acessível? Se nem hotel a gente encontra direito? Nessa hora, a internet é nossa aliada, mas não pode ser a única. Procuramos daqui, procuramos dali, e eis que pintou uma pousada com quarto adaptado: a Margarida's Pousada ((31) 3547-7588). O site tinha fotos dos apartamentos, mas nenhuma do quarto adaptado. Nessa hora a gente fica com receio, depois de algumas experiências ruins e relatos piores ainda, então resolvemos ligar. O cara que atendeu  disse que o quarto era bem espaçoso e o banheiro tinha barras de apoio. Bem, geralmente só isso não é suficiente, mas resolvemos arriscar assim mesmo.
Quarto muito bom, mas cama alta
Para chegar lá foi meio difícil, tivemos que perguntar uma vez, mas é porque é meio longe do centro. Tem até bastante placas. Só que a pousada fica numa forte descida, e achei que teria problemas para entrar. Mas há um estacionamento próprio para deficientes, bem na porta da pousada. Fica em uma pequena subida, que não chega a ser impossível de vencer.
Banheiro com ducha dupla
A entrada da pousada é bem ampla, e o quarto adaptado fica bem ao lado da recepção. A porta é enorme e realmente o quarto é grande, assim como a cama. Só que ela é muito alta, traz um pouco de insegurança na transferência. Se não tivesse os pés, resolvia. Tem frigobar e TV, mas a recepção dela é muito ruim. Uma parabólica resolvia. Tem também wireless, e o sinal é muito bom.
A porta do banheiro é muito grande, e há barras para apoio no vaso e no chuveiro. E a pia é alta e não tem armários embaixo, dá para chegar com a cadeira de rodas numa boa. No chuveiro há duas duchas, o que é ótimo para um casal tomar banho junto, e não precisa ficar arredando a cadeira para a outra pessoa tomar banho. Mas não há cadeira de banho, o jeito é usar uma cadeira de alumínio ou levar a própria.
Área do café da manhã, com piscina ao fundo
A área de café da manhã é ao lado da recepção, e o teto é todo de vidro, muito gostoso pela manhã. Para a área da piscina, há uma rampa móvel que resolve o degrau, mas a rampa é bem íngreme, quase impossível subir sozinho. Mas tem lixas no chão e uma grade na lateral, o que dá mais segurança. Para entrar na piscina não há nenhum equipamento, mas usando uma espreguiçadeira dá para entrar sozinho (em outro post mostro como faço).
Piscina com queda d'água, uma delícia!
Demos muita sorte com o tempo, fez bastante sol, apesar da previsão de chuva. No fim das contas, fiquei muito satisfeito e recomendo a pousada. O Luiz, dono de lá, é muito gente boa e sempre atencioso. Quem estiver a fim de descansar um pouco da correria do dia a dia e relaxar um pouco, é uma ótima pedida!

segunda-feira, 12 de março de 2012

3 anos de blog

Hoje, doze de março de 2012, o Blog do Cadeirante completa três anos. Eeeeeeee!!
Tudo começou como um hobbie, a partir de uma ideia de um grande amigo meu. Decidi então compartilhar com outras pessoas que estão na mesma situação que eu, vivendo sobre uma cadeira de rodas, minha experiência pessoal, os perrengues e as aventuras que venho passando nessa jornada. O que me estimulou foi o fato de haver poucos blogs sobre o assunto na época (2009), e no fim das contas criei um espaço diferenciado, com uma linguagem leve e bem humorada, lançando uma visão mais humana à condição de cadeirante.
Quando a gente "cai" numa situação dessas e vira cadeirante, um mundo novo e desconhecido se instala na nossa vida. E não dá para se preparar calmamente e marcar um horário com experts no assunto para buscar orientações. A gente tem que se adaptar imediatamente à situação, querendo ou não. E uma grande aliada nesse momento pode ser a internet. E é aí que entra o meu blog.
Neste aniversário tenho muito a comemorar. Em primeiro lugar, o marco de 500 mil acessos, atingido há pouco mais de uma semana. Além disso, quase 900 seguidores. Paralelamente, atingi 800 amigos no facebook. É muito bom saber que tem tanta gente interessada no que eu escrevo!
Quer ganhar os dois? Fique ligado no blog!
Para comemorar, quem ganha é você, leitor fiel do Blog do Cadeirante. Vou liberar um mini compressor com adaptador caseiro, esses dois da foto aí de cima, para quem for o visitante número 510.000. As regras são as seguintes: o leitor do blog que for o acesso número 510 mil, ou o mais próximo deste número, deve me enviar um "print screen" ou foto da tela com esse número, juntamente com a data e hora do acesso e o endereço para receber o prêmio. Mesmo que a pessoa não seja exatamente o número 510 mil, mas próximo deste número, pode me enviar, pois acertar na mosca pode ser meio difícil. Ganha então quem chegar mais próximo do número. O e-mail é blog.cadeirante@gmail.com. Vamos participar, afinal, um compressor destes dentro de casa para quem tem sempre um pneu para encher, é muito útil!
Obrigado a todos vocês que estão sempre por aqui conferindo as novidades do blog e as notícias que envolvem o mundo dos cadeirantes, comentando e me mandando e-mails!!!

quinta-feira, 8 de março de 2012

Campanha de conscientização

Mais uma vez servi de garoto propaganda... e novamente para um propósito nobre. E mais uma vez também para alunos da UNA. A cada dia me surpreendo mais com a consciência destes jovens, que entendem de verdade o quanto a inclusão é importante e quanto todos se beneficiam quando a educação é colocada em primeiro lugar.
O cartaz acima foi feito para uma campanha pelo uso consciente dos elevadores no Campus Liberdade, na rua da Bahia, 1764. O texto diz "os elevadores são de uso exclusivo de pessoas com deficiência para que possam se locomover pelo campus com maior facilidade, podendo, assim, se integrar mais com a comunidade Una. Respeite este direito. Capacidade máxima: 03 pessoas." Ah, se todos fossem iguais a vocês...
Estive no campus para fazer a foto e testar o elevador, que está novinho em folha. Aprovei o elevador com ressalvas: não é largo o suficiente para que um cadeirante possa girar a cadeira, para entrar de frente e sair de frente. Mas resolve o problema, pois lá são vários andares e não havia elevador. E é só o cadeirante entrar de ré.
Essa questão de girar a cadeira é importante, certa vez entrei de frente em um elevador, ele deu problema e subiu direto ao último andar. Quando fui sair de ré, havia ficado um degrau, e virei pra trás, batendo a cabeça em um vaso de cimento que estava no corredor (isso explica muita coisa, vai ver que é por isso que sou meio desmiolado...).

terça-feira, 6 de março de 2012

Transferências para a cadeira de rodas

Dando continuidade à saga do post anterior (falando assim fica até bonito), vou falar agora das transferências de outras cadeiras para a cadeira de rodas. São operações ainda mais complicadas do que as "idas", pois geralmente as cadeiras comuns são mais baixas do que as cadeiras de rodas, e no caso das com rodinhas, mais instáveis, pois não tem travas e são muito leves. Portanto, é necessária muita atenção, e se possível, alguma ajuda.
A preparação básica é parecida: travo a cadeira de rodas a um ângulo de aproximadamente noventa graus, com o quadro da cadeira de rodas no meio do assento da outra cadeira, de preferência forçando-a contra uma parede ou mesa, para aumentar a estabilidade. Melhor ainda é quando é possível "espremê-la" em uma quina, como estas mesas de escritório em formato de "L".
Eu geralmente coloco um pé na cadeira de rodas e mantenho o outro no chão, e me aproximo da beira da cadeira fixa. Na hora da transferência propriamente dita, uma diferença: quando possível, apoio a mão que vai na cadeira de rodas na aba de proteção das rodas e uso para puxar o corpo com mais força, pois só apoiar a mão no assento dá menos segurança. Mas quando a cadeira é mais baixa ou o ambiente não permite, vai no meio do assento mesmo. Vamos aos vídeos.

- DE UMA CADEIRA FIXA SEM BRAÇOS PARA A CADEIRA DE RODAS
No caso da volta de uma cadeira fixa sem braços para a cadeira de rodas, deve-se ter atenção ao apoio da mão na cadeira fixa, pois se ela for leve, pode virar no momento em que fizer força para jogar o corpo. Por isso é importante tentar apoiar mais no centro do assento o possível. Se for o caso, escorregue a mão por baixo da bunda (sem preconceito, afinal, aposto que você já passou a mão na sua bunda).

- DE UMA CADEIRA FIXA COM BRAÇOS PARA A CADEIRA DE RODAS
Neste tipo de transferência, é possível apoiar no braço da cadeira fixa (se for pesada o suficiente) para ajudar na transferência. Principalmente se a cadeira for mais baixa do que a cadeira de rodas (o que é muito comum). Assim, você consegue elevar mais facilmente o corpo.

- DE UMA CADEIRA MÓVEL COM BRAÇOS PARA A CADEIRA DE RODAS
Esta é, na minha opinião, a transferência mais perigosa. Isso porque é comum a cadeira de escritório escorregar quando empurramos o corpo. Portanto, o importante é estabilizar o máximo possível a cadeira de escritório, pois como ela é leve e tem rodas, é grande a chance de escapar no meio do caminho (como aconteceu ao final desta transferência). Com a mão bem próxima ao centro do assento, dá para minimizar este problema. Mas deve ser uma transferência rápida, pois se vacilar, o cadeirante pode ir para o chão (e não vai ser bonito não).

Bem, aí estão minhas dicas, lembrando que são técnicas que eu uso porque me sinto seguro em cada transferência. Levo em consideração meu peso, tamanho, tipo de cadeira e ambiente. Portanto, o que funciona para mim, pode não funcionar para você. E o objetivo destes vídeos e deste texto é dar uma ideia de como você pode fazer para encontrar o seu melhor jeito de transferir. Com muito cuidado, sempre, e se possível, com ajuda. Ah, e quando eu peço ajuda, é geralmente para que uma pessoa segure a cadeira para onde estou transferindo (ou saindo). Ajuda pacas!

domingo, 4 de março de 2012

Transferências

Não, infelizmente não vou falar de transferências para minha conta corrente (mas se alguém quiser fazer, não vou achar ruim não). O tema aqui são as transferências entre a cadeira de rodas e cadeiras comuns. Este é mais um tema relativamente banal, mas que ninguém para para pensar e buscar técnicas para fazer melhor. E ninguém pensa em discutir ou demonstrar de alguma forma. Mas tem muita gente preocupada com isso, tanto para diminuir o risco, quanto para aumentar a independência. E tem gente até preocupada em saber como ajudar, como é o caso de um amigo meu do Facebook, o Ton. Ele vai participar de um treinamento de comissários de uma companhia aérea, e quer saber a melhor forma de ajudar um cadeirante na transferência.
Outro dia um outro amigo me chamou de maluco por transferir para uma cadeira com rodinhas. De fato esta é a mais perigosa transferência, mas tenho minha técnica, que vou compartilhar logo abaixo do vídeo. Quanto ao auxílio para transferir para o avião, vou tentar explicar como eu gosto de ser ajudado, no texto logo abaixo do vídeo da transferência da cadeira de rodas para uma cadeira fixa com braços. Procurei aproximar da cadeira mais de frente, mais ou menos como acontece no avião. 
Em geral, faço a aproximação em um ângulo próximo a noventa graus e encosto a cadeira de rodas na ponta da outra e coloco um pé no chão. Em seguida, jogo o corpo para a frente, perto da beira do assento da cadeira de rodas. Então, apoio uma mão próxima ao centro da outra cadeira e a outra mão próxima também ao centro da cadeira de rodas. A ideia é centralizar os pontos de apoio para que não haja desequilíbrio no meio do caminho, por isso fica um pé na cadeira e outro no chão, e as mãos próximas ao centro das duas. Neste post, vou colocar os vídeos de "ida", da cadeira de rodas para outras. Em outro faço a volta. Vamos aos vídeos.

- DA CADEIRA DE RODAS PARA UMA CADEIRA FIXA SEM BRAÇOS
A transferência de uma cadeira de rodas para uma cadeira fixa sem braços (ou cadeira móvel sem rodas, como é o caso do vídeo) deve ser feita com cuidado pois a falta de braço limita o apoio da mão. Nesse caso, o ideal é usar a beira da cadeira fixa para puxar o corpo, e em seguida apoiar a mão entre a beira e o centro da cadeira antes de transferir. Um cuidado a tomar é não transferir muito rápido, pois pode desequilibrar o corpo ou até mesmo virar a cadeira. E o tombo não é nada bonito...

- DA CADEIRA DE RODAS PARA UMA CADEIRA FIXA COM BRAÇOS
Esta é a situação mais próxima à transferência em um avião. O braço ajuda no equilíbrio, mas deve-se ter certeza de que a cadeira seja pesada o suficiente para não virar com o seu peso. Eu aproveito o braço da cadeira para me apoiar e manter o equilíbrio. O ângulo de entrada foi maior que noventa graus, mas o processo é o mesmo, um pé no chão e o outro na cadeira. Em um avião o ângulo é ainda maior, quase 180 graus, pois o corredor é estreito, e o máximo que se aproxima é a ponta da poltrona do avião, o que dificulta bastante. Na minha opinião, a melhor forma de ajudar é uma pessoa se posicionar em frente às cadeiras do avião, pegar com as duas mãos por baixo dos braços (no sovaco mesmo) do cadeirante, e fazer o giro com ele, prestando atenção nos pés, para não torcê-los. Da próxima vez que voar (em abril) vou ver se lembro de fazer um vídeo demonstrando.

- DA CADEIRA DE RODAS PARA UMA CADEIRA DE ESCRITÓRIO
Essa é uma das transferências mais difíceis. Para transferir para uma cadeira móvel, daquelas de escritório com rodas, a dica é encostá-la em uma parede ou mesa, travar a cadeira de rodas na parte central da cadeira de escritório, apoiar a mão próximo ao centro dela, e em seguida fazer a transferência. No caso a cadeira tem braços, e eu recomendo passar mais rápido, já que o braço limita o corpo, evitando assim que ela escorregue. Eu já transferi até mesmo para cadeira de escritório sem braços, mas é bem mais complicado e perigoso, e passar sozinho é muito arriscado. Se tiver alguém para ajudar, dá para fazer.

Bem, por hoje é só pessoal, espero ajudar com essas dicas. O fato é que o ideal é ter alguém para ajudar segurando a outra cadeira ou mesmo carregando, mas se quisermos mesmo ter independência, temos que aprender a fazer sozinho. Mas com muito cuidado e segurança, sempre!

sexta-feira, 2 de março de 2012

Adaptador caseiro

Com ele, dá para usar vários aparelhos
Há alguns dias contei aqui que o adaptador residencial de isqueiro de carro que comprei para utilizar o minicompressor em casa não funcionou, e que um leitor do blog, o Eddie, inventou um adaptador usando uma fonte de computador e o parte do adaptador residencial. Trocando e-mails com o Eddie, disse que tinha interesse em fazer um pra mim, e combinamos de construir um no fim de semana seguinte na casa dele.
Passei antes na Infopampulha, uma loja de informática super completa que fica no bairro Pampulha, e comprei uma fonte ATX para ser utilizada no adaptador. Achei melhor comprar uma nova, que custou quarenta e cinco reais. Mais dezoito reais do adaptador e quatro reais do cabo de energia, gastei no total sessenta e sete reais. Mas a fonte não precisa ser nova, na verdade é até mais interessante conseguir uma fonte AT usada, pois pode-se pular um dos passos para montagem do adaptador, o de unir os fios verde e preto. Uma fonte usada sai entre quinze e vinte reais.
Basta uma fonte e um adaptador residencial para tomada veicular
Cheguei lá e a família dele nos recebeu muito bem. Fiquei impressionado com as rampas que construíram na casa dele, todas com corrimãos dos dois lados, o que ajuda a subir ou descer. O quarto do Eddie também é todo bem adaptado, com um amplo banheiro. Ele me mostrou o adaptador que ele fez, que mostrei fotos aqui, e começamos o processo.
Vou relatar aqui somente os principais passos para montar o adaptador, pois o vídeo ai de cima explica o passo a passo. Vamos lá: abra o adaptador residencial e retire o soquete, aquela parte onde enfia a tomada do compressor. Abra a fonte usando uma chave phillips, separe dois fios pretos, um amarelo (onde está escrito 12V) e o verde (para fonte ATX) e corte todos os outros. Corte também a lateral da saída de fios da fonte para caber o soquete, é fácil fazer isso com uma tesoura comum. Una um fio verde a um preto, e o fio amarelo à base do soquete, e o outro preto que sobrou à lateral do soquete (onde estavam os fios originais, vermelhos). Passe cola Araldite ou cola quente entre o soquete e a fonte para fixar bem, e em seguida feche a fonte.
Simples né? Nem tanto, se você não tem nenhuma intimidade com aparelhos eletrônicos, fios e colas. Pode acabar fazendo uma bagunça, ou mesmo causar um acidente. Portanto, só siga os passos se tiver certeza do que está fazendo.
Se você quer um adaptador destes e não quer se arriscar, pode combinar com o Eddie que ele faz um para você. Mande um e-mail pra ele e combine. O cara é super gente boa e tem todos os instrumentos para fazer com segurança.
O adaptador serve para qualquer aparelho que tenha uma tomada veicular, aquela que a gente enfia no isqueiro do carro. Para um cadeirante, o principal é o mini compressor, mas descobri que tem outra excelente utilidade: para o aspirador veicular. A Gi está usando sempre que quer tirar pequenas sujeiras do sofá. É bem fácil do que usar o aspirador doméstico!

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