De mala, cuia e handbike! Atrás dá para ter uma ideia da bagagem...
Mês passado, depois de um ano e meio trabalhando sem parar, finalmente tirei férias. Como viajei no reveillon, resolvi ficar por aqui dessa vez. Só me restou então ir para a casa da mamãe... que coincidentemente fica em um lugar onde muita gente passa férias. A maior parte dos mineiros, pelo menos, vive lá: Guarapari, no Espírito Santo.
Pedalar na praia é outra coisa
E como eu tinha alguns dias, resolvi ir de carro. Não é perto, de Belo Horizonte até lá são 544 km, então resolvi dividir a viagem, e ainda passar na casa da sogra. Acrescentei 85 km à viagem, mas como ficaria um dia a mais na casa da sogra, dava para descansar, tanto na ida quanto na volta. E como eu ia de carro, dava para levar a handbike! Não é exatamente confortável levar um trambolho de quase dois metros no porta malas do carro, mas vale o sacrifício. Rebaixei o banco do carro, coloquei handbike, cadeira, mala, cachorro e papagaio lá dentro e pegamos estrada. Dois dias depois estávamos chegando em Guarapari. No dia seguinte, eu estava tão quebrado que fiquei o dia inteiro morgando, dei só uma voltinha na laje do prédio... bem, não é bem uma laje, é que a área de lazer fica na cobertura, com vista para o mar.
Ciclovia e calçadão na praia do Morro
No dia seguinte resolvi ir para a praia do Morro, onde fiquei sabendo que há uma ciclovia, e para onde eu não ia há uns dez anos. Parei o carro no início da praia e montei a bike. Bem no início da ciclovia. Comecei a pedalar ali e fiquei impressionado com o calçadão, muito bem feito, inclusive com banheiros adaptados para deficiente ao longo do trecho. Como estava fora de temporada, estava tudo muito vazio, então não foi problema acelerar na ciclovia. Cheguei ao final e deu 2,8 km, de ponta a ponta da praia.
Cliclovia bem feita que vem com visual
Deu para dar umas cinco voltas na ciclovia. Os principais diferenciais de se pedalar na praia são o visual e o relevo. O visual nem precisa dizer muito, um marzão ao lado o tempo todo, a areia, pedras, o céu, sol, tudo uma maravilha. E o relevo ajuda a evitar a "fadiga", como dizia o Jaiminho, personagem do Chaves: a maior parte do tempo é tudo plano. Peguei um ou dois morros leves. Bem diferente das montanhas de Minas. Sempre curti bicicleta porque sou apaixonado por montanha, então minha tara era o mountain bike. Hoje transferi minha curtição para o asfalto, então o lance é menos morro e mais reta.
Banheiro adaptado na praia do Morro
No dia seguinte fui pedalar na praia das Castanheiras. Lá não tem ciclovia, mas tem um calçadão enorme, e como estava vazio deu para pedalar numa boa. O calçadão vira uma calçada mais estreita, mas ainda suficiente para rodar com a bike. O visual é ainda mais bonito, passei por várias praias, muita pedra, e até alguns morrinhos. Num deles a bike quase não subiu, pois a calçada é muito lisa. Até o final da calçada, deu 1,3 km, e como fiquei indo e voltando várias vezes, deu para rodar quase 15 km. Os feras da handbike devem estar rindo, achando que isso é um passeio, mas minha intenção nunca foi competir, e sim curtir. E fazer um bom exercício. E isso eu fiz demais em Guarapari!
Neste sábado, 02/03, realizei um sonho pós-cadeirante: fiz trilha de bicicleta! Ou melhor, de handbike, que na verdade seria uma... tricicleta? Enfim, fazer trilha sempre foi uma das grandes paixões da minha vida. A adrenalina, o contato com a natureza, o desafio de vencer obstáculos, a liberdade que só uma bike nos dá com o vento no rosto e o exercício que fazemos... Não tem preço.
Quando virei cadeirante, devido a um acidente de moto em que lesionei a medula, não fiquei triste nem deprimido por deixar de fazer algumas coisas que eu amava, ao invés disso procurei adaptar minha vida à nova realidade sabendo que seria necessário substituir algumas paixões por outras, explorar novas possibilidades. Mas paixão é uma coisa que te persegue, e eu comecei a pesquisar se seria possível pedalar novamente, e foi aí que descobri a handbike. Era a possibilidade de voltar a sentir o vento no rosto e o barulho das marchas passando, e em 2011 consegui comprar a minha primeira handbike, trazendo de volta a satisfação de pedalar.
No meio da trilha, sujo de barro, cansado, mas feliz!
Mas ainda faltavam alguns componentes: o mato. A terra. O barro. E comecei então a buscar uma handbike que andasse na terra. E não é que encontrei? Consegui comprar ano passado e ainda descobri, por meio de um colega de trabalho, uma galera muito bacana que se junta para fazer trilha e trocar ideia sobre o assunto, o pessoal do Mountain Bike BH. Contei para eles sobre meu projeto, de fazer trilha com a handbike, e deram todo o apoio para me ajudar nesse desafio. Chamei também meus fiéis escudeiros, Danilo, Fabrício e Cris, que já me acompanharam em outras aventuras. O apoio desse pessoal todo é fundamental, tanto para dar apoio moral quanto para empurrar ou rebocar nas subidas mais íngremes, pois a bike é pesada e a tração dianteira é menos eficiente do que nas bicicletas normais. Sem contar que meu preparo físico não está lá essas coisas...
Marcamos então às 8:30 da manhã em Honório Bicalho, distrito de Nova Lima. O local foi escolhido porque, de acordo com o Vinícius, tinha trilhas leves. Havia chovido nos dois dias antes e eu estava receoso com as condições das trilhas, mas como no sábado não estava chovendo de manhã, apesar do tempo fechado, fomos assim mesmo. Depois da luta de montar minha bike (ela só cabe no carro desmontada), saímos em grupo. Pegamos um trecho de asfalto que ia dar numa trilha. Pintou uma subida, duas, três... e eu já estava quase xingando o Vinícius quando ele se explicou: era só para testar os limites da bike e a ideia era voltar do alto do morro. Ainda bem...
Até ao lado de trilho a gente andou
Virei a bike e peguei a primeira descida. Já deu para sentir o drama e testar a estabilidade da bike. Ela se comportou bem e comecei a sentir como fazer o jogo de corpo para aumentar a estabilidade. Mas faltava ainda pegar terra mesmo, e seguimos por outro caminho, às margens do rio em direção a Rio Acima. Entramos na estrada de terra e eu senti finalmente, depois de seis anos e meio sem fazer trilha, a emoção de controlar uma bike morro abaixo em terreno escorregadio. Pude descer algumas "prambas" acidentadas e, para completar, pegamos algumas poças de água e lama, bastante desnível e muito buraco! Bom demais!
Não podia faltar lama!
Só que nas subidas... passei perrengue. Se não fosse o apoio do grupo, que revezou me empurrando e me rebocando, eu estaria lá até agora... A conclusão que chego é a seguinte: handbike na terra, só se o terreno for mais plano ou com mais descidas que subidas. E se tiver subidas, elas não podem ser muito íngremes. No fim das contas, a bike cumpriu o que eu buscava: ser uma boa opção para descer montanha em estrada de terra e me divertir em trilhas leves.
Estado final da X-trail
Guardadas as proporções, já que eu era downhiller ("descedor de montanha a mil por hora"), foi a mesma emoção que eu sentia naquela época. E, mais ainda do que no passado, não tem preço. Agradeço muito à equipe de apoio, Danilo, Fabrício, Cris, Vinícius, Poliana, Daniel e, claro, a Gi, que está sempre comigo nessas aventuras! Fiz um vídeo, que compartilho abaixo. É longo, mas vale a pena ver até o final, tem até uma videocassetada!
E mais uma vez, recomendo: vá atrás de suas paixões e seus sonhos, independente das limitações, eles podem se tornar realidade!
Pela primeira vez em BH, três handbikers pedalaram juntos na lagoa da Pampulha! Eu tenho minha handbike desde março de 2011, e até hoje não tinha conseguido encontrar outros cadeirantes que tem a mesma paixão que eu pelas bikes aqui em Minas. Já encontrei outros handbikers no Rio de Janeiro em 2011, como contei nesse post.
Se uma handbike já chama a atenção, imagine três
Ano passado descobri que havia outro mineiro que andava de handbike, o Cláudio, que mora em Pará de Minas. Trocamos algumas mensagens mas não combinamos nada. Esse mês, o Cláudio me contactou avisando que estava vindo para BH dar uma volta na Pampulha, e ainda iria trazer um amigo, que está iniciando no esporte. Combinamos então de nos encontrar no Parque Ecológico no sábado de manhã.
Chegamos lá mas havia um probleminha. A handbike do Marcos, o amigo do Cláudio, estava com um pneu furado. Buscaram uma loja de bikes na região e logo encontraram, e foram lá arrumar o pneu dele. Dali a uma hora mais ou menos voltaram, e o Marcos estava tão empolgado que comprou logo dois pneus zero bala!
Handbikers na Pampulha
Fomos então dar um rolé até a Igreja da Pampulha, aquela famosa desenhada por Niemeyer. Eu queria ir pela ciclovia, mas o Cláudio prefere rodar pelo asfalto, porque tem menos buraco. Meu medo de rodar no asfalto é porque a handbike é baixinha, e pode não ser notada pelos carros. Mas as bikes deles tinham aquela bandeirinha atrás, que ajuda a torná-las visíveis para os motoristas. Preciso colocar uma na minha logo...
Com a lagoa ao fundo, e no meio um futuro handbiker
Rodamos no meio dos carros, e até que repeitaram bastante. Também, três handbikes chamam tanta atenção que tinha hora que o trânsito literalmente parava. Lá na Igreja, encontramos um cadeirante e futuro handbikeres, o Anderson, que aparece nas fotos. Ele já comprou a handbike dele e está esperando chegar. Muito bacana isso, eu sempre incentivei o esporte para deficientes, e saber que tem mais gente animada a rodar de handbike por aqui me anima ainda mais. Fiz um vídeo com minha GoPro e compartilho abaixo. Quem sabe ele anima mais gente a virar handbikers? https://www.youtube.com/watch?v=CnD4DWoKaKw
Hoje cumpri uma promessa de reveillon, daquelas que você faz na hora da empolgação, com os fogos do ano novo e a vontade de realizar projetos e desafios: dei uma volta completa na lagoa da Pampulha de handbike. Não parece um desafio muito grande, afinal são 18 quilômetros, quase tudo em terreno plano, e com ciclovia a maior parte do percurso. Porém há muitas subidinhas chatas, que exigiram bastante esforço.
Há que se que considerar que eu não sou nenhum atleta, e nenhum menino também. Além disso, fiquei quase três meses sem pedalar, estou bem fora de forma e tenho tido fortes dores no ombro esquerdo, que já foi luxado no passado.
Enfim, foi mesmo um desafio a cumprir, precisei lutar contra dores no corpo e falta de preparo físico, mas com um valioso apoio do meu amigo Fabrício, que fez um competente trabalho de batedor, andando na frente e avisando as pessoas para se afastarem para eu passar. Isso foi importante, pois a handbike é baixinha e as pessoas não vêem ela chegando. Além disso, o apoio moral dele foi muito bacana, ele falava para eu descansar os braços nas descidas e fazer força nas subidas, otimizando o esforço.
Equipe de apoio no desafio: Fabrício, Cris e Danilo
Agradeço também ao Danilo, que também deu grande apoio, e à Cris, esposa do Fabrício, que também debutou nas duas rodas dando a volta completa na lagoa com a gente, e me dando forças para completar também a volta.
Na chegada, até o Lucas veio nos receber!
Agora meu próximo desafio será fazer trilha com minha nova handbike, que é feita para terreno misto. Meu parceiros da volta da Pampulha já confirmaram que estarão juntos comigo!
Ontem fiz um passeio de handbike diferente: pelas ruas da cidade. Mas não corri risco no meio dos carros, aproveitei que fizeram uma ciclovia na Savassi, que começa bem perto do prédio que moro, e fui conhecê-la. E descobri que é maior e melhor do que eu imaginava.
Início da ciclovia, na Av. Prof. Morais
São 2,8 quilômetros, começa na Av. Prof. Morais, perto da Av. do Contorno, e acaba na Rua Piauí, esquina com Av. do Contorno. Portanto, atravessa a cidade de um lado ao outro. Para quem não sabe, a Av. do Contorno tem esse nome porque, quando foi construída, teve o objetivo de contornar toda a cidade de Belo Horizonte, dando uma volta completa e se fechando, como um anel. Só que ela ficou pequena demais para a cidade, que já tem outra avenida feita para circulá-la, o Anel Rodoviário, que também já foi ultrapassado há muito tempo.
A travessia da Afonso Pena demanda cuidado
A ciclovia ficou muito boa, bem sinalizada, com o chão todo pintado de verde, exceto nos cruzamentos, que foram pintados de vermelho. E o problema é justamente os cruzamentos. São muitos, e perigosos, principalmente o que atravessa a Avenida Afonso Pena. Mas para ajudar há sinais luminosos próprios para ciclistas, iguais aos de pedestre, e ficam verdes quando os semáforos estão fechados. Mas o tempo em que fica verde é meio curto às vezes, tem que atravessar logo.
Uma das muitas pracinhas do percurso
Na ida, é muito bom, pois a maior parte do percurso é descida. Mas na volta, tem que ter perna. Ou braço, se estiver numa handbike, como meu caso. O grande charme do percurso são as praças por onde a ciclovia passa. Em uma delas, a ciclovia dá a volta nos banquinhos, muito bacana. E como BH é uma cidade muito arborizada, as praças geralmente são cheias de sombra, super agradáveis. Se quiserem ver o trajeto da ciclovia, abaixo o link para o registro que fiz pelo RunKeeper, um aplicativo que roda no meu celular e acompanha tudo pelo GPS.
Por falar em celular, uma grande tragédia marcou meu passeio. Meu brinquedinho favorito, um Xperia X10, sofreu um terrível acidente: caiu do meu bolso e foi atropelado por um carro. Mas felizmente sobreviveu, com graves escoriações e traumas, mas vivo. Incrível como o aparelho é forte.
Tô sofrendo com meu menino quebrado...
Ainda funciona tudo, internet, jogos, aplicativos, mas a tela sofreu muito. Quebrou em vários lugares, mas o touchscreen foi preservado, e dá para ver quase tudo na tela. Agora vou levá-lo a um hospital, digo, assistência técnica, e ver o tamanho do prejú. Pelo menos está chegando o dia das crianças e posso pedir outro de presente!
Como contei semana passada, finalmente chegou o encosto da minha handbike e pude voltar a pedalar neste fim de semana. Mas na montagem do encosto tive um probleminha: como o encosto foi alongado, a barra de ajuste de altura não passou por cima do quadro e o encosto ficou no ajuste máximo de inclinação (em destaque na foto abaixo). Tem gente que acha essas bikes muito deitadas mesmo, mas o ajuste serve para isso, aumentar ou diminuir a inclinação do encosto. Só que, ficando muito alto, impede que os braços estiquem, tornando a pedalada incômoda. A solução vai ser serrar o cano na altura que for mais confortável para mim. Vou perder o ajuste, mas vai melhorar o conforto. Se bem que é bobagem ficar alterando o encosto, basta servir bem para mim.
O encosto ficou bom para mim, mas a regulagem já era
Como eu estava na pilha, resolvi pedalar assim mesmo. E o lugar escolhido foi novamente a Pampulha, apesar da minha ideia inicial de sair de casa pedalando e conhecer a recém inaugurada ciclovia da Savassi, que começa na Avenida Professor Morais, pertinho do prédio que moro. Mas a Gi protestou dizendo que era perigoso porque teria que atravessar a Contorno, e a handbike é muito baixinha, difícil de ser vista pelos motoristas. Ela até vem com um lugar próprio para colocar uma bandeirinha, que facilita ser vista no trânsito, mas ainda não tive coragem de colocar. Acho que parece aqueles táxis de antigamente com aquelas antenas gigantes para rádio...
Mas pintou mais um motivo para ir para a Pampulha: meu amigo Fabrício estava com Habeas Corpus de liberdade provisória (a mulher viajou), e, ao contrário de mim, ele preferiu ir pedalar no fim de semana, ao invés de ir para um boteco (deu mole...). E o cara tem um óculos super bacana que filma em HD, capta áudio e ainda tem fones de ouvido para ir ouvindo um sonzinho. Chique demais. Combinamos às 10:30 do domingo e encontramos em frente ao Parque Ecológico da Pampulha. O vídeo ficou muito bacana, dá pra ver exatamente como funciona a handbike, e dá pra ter uma ideia da sensação. Confiram abaixo:
Foi muito bom voltar a pedalar, sentir o vento no rosto, ouvir o barulho da corrente e liberar endorfina no exercício (e adrenalina, no vídeo dá pra ver que quase atropelo alguns - e o Fabrício narra tudo...). Pedalei pouco menos de nove quilômetro, mas pra quem está voltando agora, até que está bom. No próximo fim de semana, se Deus quiser, tem mais!
Mais um vídeo que mostra um cadeirante superando desafios e se adaptando para voltar a ter uma vida mais próxima possível da que tinha antes da lesão. Nesse caso é de uma atleta chamada Tara Llanes, ela era ompetidora a nível internacional de Mountain Bike e Bicicross, sofreu um acidente e ficou paraplégica. Depois de um tempo ela voltou a competir, a única diferença agora é que ela usa quatro rodas ao invés de duas.
Eu, que antes do acidente era downhiller, até babei. Quem sabe um dia eu volte a descer montanhas?
Nesse fim de semana meu passeio de handbike do sábado foi frustrado por um pneu furado. Logo o dianteiro, que já havia furado uma vez, quando voltei do Rio. E logo num dia em que eu ia testar outro lugar legal para pedalar aqui em BH, a avenida José do Patrocínio Pontes, no alto do bairro Mangabeiras. Lá tem uma mini ciclovia, que na verdade é uma faixa da avenida, que é colada no canteiro central, pintada de verde para ser respeitada pelos carros e utilizada pelas pessoas para correr e pedalar.
Mas já que eu estava lá dei pelo menos uma volta na ciclovia tocando a cadeira de rodas, enquanto a Gi caminhava. A vantagem lá não é propriamente a ciclovia, mas é que dá pra pedalar pela avenida, que não é muito movimentada, e tem até uma grande subida/descida no final.
Cheguei em casa e fui remendar o pneu, e novamente me envolvi com chaves, peças, bomba e uma tubinho que conheço desde os anos 80, o kit de remendo para pneu de bicicleta Vipal. E é daí que vem o título da postagem, uma brincadeira que faço desde aquela época: pedi a Gi para procurar um negócio que eu mostrei pra ela no dia anterior. Ela, achando que era uma charada, ficou perguntando um monte de coisas, até que eu falei: é aquele tubinho azul ali. Ela rebateu dizendo que eu não tinha mostrado aquilo, aí pedi pra ela ler o nome. Quando entendeu a sacanagem, quase jogou o tubinho na minha cara.
Hoje felizmente a coisa foi diferente, meu concerto foi eficiente e fui pedalar novamente na lagoa da Pampulha, pra mim o melhor lugar, não é tão cheio e o visual é um espetáculo. É o mais longe da minha casa, mas já que tenho que sair com a bike dentro do carro mesmo, tudo bem. Hoje rodei pra caramba (quase 20 km) e meu ombro não chiou, mas ainda estou bem fora de forma, me canso rápido. Mas resistência é uma coisa que se pega com o tempo, né?
Olha que linda a foto da capivara com raios de sol!
Esse videozinho mostra bem como funciona a handbike, pedalamos com as duas mãos de uma vez, e não alternadamente, como alguns pensam. Se assim fosse, não teria controle da direção, né? O vídeo foi feito pela Andréia, namorada do Nicolas, no fim de semana em que estive no Rio. Fomos pedalar no aterro do Flamengo, perto da casa do Nicolas. Ele remendou o pneu traseiro da handbike, mas na hora de encher o pneu estourou de novo, inviabilizando o passeio para ele. Mas como eu estava todo pronto, fui assim mesmo, e ainda íamos encontrar o Dado, que voltava do treino.
O lugar é muito bacana, tem uma ciclovia bem completa, com curvas e desníveis, e ainda fecham a pista de carros até as 18:00 hs. Comecei a pedalar e fui ajustando o câmbio, e quando tudo estava certo e fui puxar forte, senti uma dor terrível no ombro direito, que está com bursite. Aí não consegui mais pedalar. Fui me arrastando, sentindo muita dor, até que o Dado apareceu. Contei pra ele a tragédia e ele ficou preocupado porque estava quase na hora de abrir a pista e viriam muitos carros de uma vez. Consegui sair a tempo e continuei pedalando devagar até a casa do Nicolas, mas já estava preocupado se ia conseguir dirigir, de tanto que doia. Felizmente deu tudo certo, consegui ir numa boa até o hotel, e à noite foi só colocar um gelo no ombro que melhorou e não incomodou muito na viagem.
E neste fim de semana vou voltar a pedalar, pretendo ir na lagoa da Pampulha no sábado à tarde, na ciclovia perto do parque ecológico. Quem quiser conhecer minha handbike é só aparecer por lá. E descobri que aqui em BH também tem uma avenida que é fechada no fim de semana, a Avenida Bandeirantes, no bairro Mangabeiras. Ouvi dizer que a Avenida Prudente de Morais também está com um programa assim, mas não sei se ainda funciona. Elas são fechadas das 08:00 às 13:00 para a prática de esportes, como caminhada e ciclismo. Se eu acordar cedo, aproveito para pedalar de novo. É, acho que o negócio é uma febre...
Arrumei um lugarzinho para guardar a bike em casa. Coube certinho no espaço em frente à porta da cozinha, em cima do cantinho da Belinha, nossa gatinha. Ela até gostou, já que tive que cobrir o assento para ela não arranhar, já pegamos ela dormindo bem tranquila em cima da bike. Tem um jeitinho pra tudo!
Viemos ontem pro Rio e já cheguei na pilha de pedalar. Mas o cansaço de viagem e a cama do hotel me impediram. Liguei pro Dado, do Mão na Roda e combinamos de amoçar no dia seguinte e combinar uma pedalada. À noite fomos ao bar Devassa encontrar a Thati, amiga da Gi. Hoje almoçamos no Almir, um restaurante árabe alto nível com comida deliciosa.
Depois do almoço fomos montar minha handbike enquanto o Dado foi buscar a dele. Nos atrapalhamos para montar o encosto da bike e quando fomos pedalar já era umas cinco da tarde. Atravessei a rua pela primeira vez com a handbike e confesso que senti um certo cagaço, pois a bichinha é baixinha e dá a impressão que os motoristas não vão enxergá-la.
Entramos na ciclovia, que estava lotada, e mandamos ver nas hands. É uma delícia pedalar na beira da praia, sentindo a brisa do mar e admirando o belíssimo visual. Não aguentei acompanhar muito o ritmo do Dado, o cara treina e compete a nível internacional, mas ele pegou leve e pedalou "passeando". Fiquei impressionado como as bikes chamam atenção, tiraram muitas fotos delas e perguntaram um monte de coisas.
Muito bacana pedalar com mais "handbikers"
Mais tarde chegou o Nicolas, que também contribui no Mão na Roda, com outra Handvikn igual à minha. Trocamos muita ideia em relação às bikes e batemos muito papo, os caras são nota dez. No final, o pneu traseiro do Nicolas furou e emprestei o meu pra ele voltar pra casa pedalando e amanhã vamos pedalar no Flamengo. Mas só depois de colar uma câmara de ar.
Aproveitando minhas férias, peguei a handbike hoje e fui para a lagoa da Pampulha aproveitar que é plano, tem ciclovia e um belo visual. E hoje fui paramentado, com capacete, luva e meu Camelback, que estava jogado desde que fiquei paraplégico e é o único resquício dos tempos de mountain bike, já que o resto ficou na mudança que veio de Floripa. Também instalei o suporte de GPS do carro na bike para filmar parte do percurso e medir com os aplicativos do meu celular. Baixei logo três aplicativos e aproveitei hoje para testar todos e ver qual é o melhor. Me decidi pelo Runkepper, que manda pra internet e publica no twitter o percurso percorrido. Cliquem no link a seguir para ver parte do percurso que salvei: http://runkeeper.com/user/alerifer/activity/29414975.
Aproveitei para fazer um vídeo explicando como passo para a handbike, já que muita gente tem dúvida em relação a isso, pois ela é muito baixinha, e a transferência é complicada. Na filmagem não apareceu muito bem, pois fui eu mesmo que filmei, e acabou não aparecendo a calçada. Mas acho que deu pra entender. Faço da seguinte forma: coloco a handbike em cima da calçada bem próxima ao meio fio, paro a cadeira de rodas do lado da bike, passo a perna por cima do banco da bike e escorrego o corpo até a bike. Depois é só arrumar as pernas nos devidos lugares. Para voltar é a mesma coisa, a cadeira fica bem próxima ao meio fio, a bike idem, e pulo pra cadeira de rodas apoiando no banco da bike. O problema que encontro é que a bike não tem "freio de mão", não trava, então preciso da ajuda de alguém (no caso a Gi) para segurar a bike enquanto faço a transferência. Ela só coloca o pé embaixo da roda traseira da bike e segura o guidon, o resto eu faço sozinho.
Outro vídeo que fiz com o celular foi no suporte de GPS, mas não ficou muito bom porque a câmera focou mais no pedal, que estava mais próximo, deixando o fundo um pouco desfocado na maior parte do vídeo. Mas acho que dá pra ter uma ideia do quanto é gostoso pedalar a handbike, ainda mais em volta da lagoa. Da próxima vez vou colocar o suporte mais pra cima, pegando só a cena em frente à bike. Detalhe trágico: eu estava começando a me empolgar na pedalada quando o simpático casal ao fim do vídeo não me ouviu chegando e simplesmente travou meu caminho. Depois disso passei a trocar de via, apesar do ressalto que dá passar por cima da grama. Mas pelo menos não parei no meio do caminho. Acho que falta uma buzina nessa bike...
Hoje finalmente estreei oficialmente minha handbike. Colocá-la no carro foi um parto, além de pesada ela é sem jeito de pegar, o guidon fica virando e pesa pro lado. Mas depois de uma pequena luta conseguimos colocar no porta malas, e mesmo com o banco traseiro rebatido a frente dela ficou entre os dois bancos dianteiros. Mas felizmente coube a bike e ainda sobrou espaço para colcoar a cadeira de rodas (claro que tinha que ir, afinal eu não ia passar do carro direto pra bike).
Eu queria mesmo ir para a lagoa da Pampulha, um dos cartões postais de BH, mas como saímos de casa tarde, pois fiz hidroginástica antes, resolvi ir para o Parque Santa Lúcia, que fica bem perto da minha casa (a uns três quilômetros) e tem uma bela lagoa com pista de ciclismo em todo o entorno. Chegamos lá e ao tirar a bike do porta malas já virou atração. Tinha uns garotos saindo da escola e pararam em volta para entender do que se tratava. Cada um dava uma opinião, começaram a perguntar e expliquei que se tratava de um triciclo para pedalar com as mãos. Montamos com alguma dificuldade, afinal era a primeira vez, e comecei o difícil processo de passar pra ela.
A bichinha é muito baixinha, eu pensei em colocá-la em cima da calçada pra ficar mais alta, mas não tinha uma calçada com descida pra ciclovia. Resolvi pular direto da cadeira, mas esqueci de um detalhe: passar a perna por cima do banco. Quando caí no banco percebi a cagada, e aí veio uma luta pra conseguir passar a perna para me posicionar corretamente.
Passada a luta, coloquei a fita de fixação nos joelhos, que a Gi confeccionou hoje à tarde, e parti para as pedaldas. Pensem bem, eu fui ciclista por mais de 20 anos, fiquei paraplégico, com nenhuma esperança de voltar a pedalar, e depois de quatro anos e oito meses dou novamente pedaladas em cima de uma bike. Como diz um amigo meu, correu até uma lágrima no canto do olho...
A visão de quem pedala
A partir daí foi uma festa. Pedalei em volta da lagoa por quase uma hora, dei umas sete voltas. Passei muito tempo regulando as marchas, e ainda não consegui deixar 100%, mas amanhã tem mais pedal e acabo o serviço. O Parque tem altos e baixos, deu pra ver como é fácil subir morros com marchas mais leves, e quanto ela corre na descida, colocando marchas pesadas. Cheguei a quase 40 km/h. Não tenho ainda computador de bordo mas meu celular tem um aplicativo (Sportstrack) que faz o monitoramento de todo o percurso, registrando velocidade máxima e média, tempo de duração, altitude e até calorias gastas. Mas só usei por duas voltas, depois dei pra Gi tirar umas fotos. Amanhã vou fazer vídeos, depois posto aqui. E gente, é incrível a sensação de pedalar uma handbike. Sentir novamente o vento na cara, o barulho da corrente e das rodas no asfalto, as marchas trocando e diminuindo a força... não tem preço. Tô feliz que nem pinto no lixo! (apesar de nunca ter entendido esse ditado...)
Finalmente chegou minha handbike! É uma Handvikn 700-EHL que comprei com desconto pois fui contemplado na promoção do blog Assim como Você, do Jairo Marques. E a bichinha é bonita, né não? Mas como é grande! Eu sabia que era comprida, mesmo assim me impressionei. Quero ver onde é que vou conseguir guardar. Vou ter que usar a segunda vaga de garagem...
Não aguentei e levei pra área de lazer do prédio pra dar as primeiras pedaladas, ou melhor mãodaladas. É uma delícia de tocar, tem 24 marchas e pneus de competição, roda macia que é uma beleza. Foram quatro anos e meio sem pegar numa bike, não imaginei quanta falta estava sentindo. É um sonho se realizando. Não deu ainda pra dar aquela esticada, mas já senti que ela anda pra caramba. Pior que só vou poder colocá-la na rua daqui a dez dias, amanhã viajo pra Buenos Aires com a Gi de férias. Mas na volta prometo fazer um vídeo bem legal pedalando nas ruas de BH. Fala aí se não fiquei bonitão montado na hand??