quinta-feira, 30 de julho de 2009

Acidentes com moto


Todo mundo sabe que moto não é brincadeira, que todo dia morre um monte de gente em acidentes de moto e os que não morrem tem sequelas severas, como no meu caso, por exemplo, a paraplegia. O pior é que eu sempre disse que não dá pra dar mole, que moto é tampa de caixão e que o para-choque de motociclista é a testa. Mas acabei seguindo o lema "faça o que eu falo, não faça o que eu faço" (a foto acima é do capacete que eu estava usando no acidente, e a abaixo é do que sobrou da moto).

No Jornal Hoje de ontem saiu uma reportagem sobre os acidentes com motocicleta no Brasil, as estatísticas, as consequências e os custos disto para o governo. Depois de assistí-la, descobri que, comparativamente, caí de um prédio de uns 18 andares e sobrevivi. Abaixo transcrevo parte da matéria e destaquei em negrito as frases mais marcantes, mas a que traduz o "resumo da ópera" pra mim é a segunda frase. Se houvesse um "test-drive" de paraplegia para aplicar nestes motoqueiros malucos aposto que ninguém mais corria. A reportagem:

"Negligência ou falta de informação? O que parece é que os loucos por uma moto não se dão conta do que os espera em caso de acidente.

E não é exagero. Na queda, o asfalto vira uma lixa no atrito com a pele do motociclista. E quanto maior a velocidade da moto, pior. O professor de física faz o cálculo. Se o piloto estiver a 60 quilômetros por hora, na queda ele vai rolar 17 metros pelo chão.
E o professor vai além. Cair de moto a 36 quilômetros por hora equivale a uma queda aproximadamente do segundo andar de um prédio. Se o motociclista estiver a 72 quilômetros por hora e cair, é o mesmo que ele despencar do sexto andar. Já para os pilotos de corrida, que podem se acidentar a 144 quilômetros por hora, a queda é igual a altura de um prédio de 20 andares.

“No caso da moto, o próprio piloto é o para-choque, diferente do carro, que tem amortecimento natural, por conta da lataria, que tem o efeito sanfona”, explica Beraldo Neto, professor de física.
Nos últimos dez anos, o número de mortes em acidentes de moto aumentou mil por cento, de acordo com o Instituto Brasileiro de Segurança no Trânsito. No ano passado, foram cerca de dez mil motociclistas e caronas mortos em todo o país. E mais de 500 mil feridos.

A maioria dos motociclistas acidentados é jovem. E quando sobrevivem, custam caro ao estado. “Em média esses doentes levam de três a quatro meses de internamento hospitalar. Tem um custo social importantíssimo e um custo também financeiro elevado pro estado porque as orteses e próteses usadas para essas cirurgias são materiais caros”, revela Hélder Corrêa, diretor do Hospital da Restauração."

Bem, falta de aviso não é, se os motoqueiros ainda acham que "comigo isso não acontece", acreditem que a grande maioria dos acidentados também pensava assim. Eu inclusive.

Curso de acessibilidade

Meu imão, Bruno Ribeiro Fernandes, mestre em arquitetura e doutorando da USP, lecionará em setembro um curso voltado à aplicação da norma de acessibilidade chamado DESENHO UNIVERSAL E NORMA DE ACESSIBILIDADE NBR9050. O curso instruirá sobre os padrões estabelecidos pelo Decreto Federal nº 5.296, de 2004 e será realizado no Ycon Formação Continuada, na rua Fidalga, 27 em Vila Madalena, São Paulo.
Para maiores informações clique aqui, ou entre em contato pelo telefone (11) 3816-0441 ou pelo e-mail cursos@ycon.com.br.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Mais um carro para cadeirantes

A Volkswagen lançou ontem mais uma alternativa para os deficientes físicos que tem pouca (ou nenhuma) mobilidade nas pernas, o Polo I-Motion 1.6 Flex (101/103 cv), com câmbio automatizado, similar ao Dualogic da Fiat, que o incluiu recentemente na linha Palio.
O câmbio automatizado do Polo custa R$ 2.450. Com esse valor já incluído, seguem os preços das quatro versões disponíveis:
- Polo 1.6 I-Motion - R$ 42.580
- Polo Sedan 1.6 I-Motion - R$ 50.465
- Polo Sportline (hatch) 1.6 I-Motion -R$ 44.810
- Polo Sedan Comfortline 1.6 I-Motion - R$ 53.815
A versão I-Motion descarta a embreagem e oferece, além da posição Drive, em que o sistema gerencia sozinho as mudanças, a opção de trocas sequencias na alavanca do console, ou então em borboletas atrás do volante - este é um item opcional na maior parte das versões, sempre conjugado ao volante multifuncional e ao rádio. O pacote custa mais R$ 1.270.
Com as isenções de IPI e ICMS, os valores iniciais devem cair entre 25 e 30%, dependendo da versão e dos opcionais. Assim, os deficientes irão desembolsar algo em torno de 32 mil por um carro zero sem se preocupar com adaptações muito caras.
O único problema para quem optar pela versão mais barata é a capacidade do porta-malas. Para quem é cadeirante este é sempre um item importante e polêmico na hora da compra. O Polo Hatch conta com apenas 250 litros. Em compensação a versão sedan tem 432 litros, espaço suficiente para a cadeira de rodas e ainda sobra espaço. E, por experiência própria, vale a pena pagar mais um pouco por um porta-malas decente.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Blog para cadeirantes gaúcho


Sem Barreiras é um novo e excelente blog direcionado para os cadeirantes com informações úteis e histórias de vida, escrito pela Tânia e seu marido cadeirante, o Milton. Com bom humor eles contam as aventuras e desventuras da vida na cadeira de rodas e as situações diversas por que passam.
O blog está hospedado no site do jornal Zero Hora, de Porto Alegre (chique né?).
Clique aqui para conferir as histórias dos gaúchos (ele de nascença, ela por opção) que nos mantém sempre a par do que acontece com os cadeirantes no sul do Brasil. Parabéns e grande abraço aos dois!!

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Chair Topper: independência para sair de carro sozinho

A maior dificuldade para um cadeirante sair de carro sozinho é desmontar a cadeira, colocar no banco do passageiro, dirigir com o trambolho ao lado atrapalhando, e quando chega, ainda tem que colocar ao lado do carro, montar e finalmente sair do carro. Essas manobras além de difíceis são perigosas, principalmente porque grande parte das vagas de deficiente são paralelas e em ruas e avenidas movimentadas. Considerando ainda que para montar a cadeira leva alguns minutos e a porta do motorista precisa ficar totalmente aberta, o trânsito ao lado ainda gera reclamações de quem está passando e não tem paciência para esperar um pouquinho.
Para resolver este problema, a Cavenaghi, empresa líder em adaptação veicular, oferece a Chair Topper, sistema inédito no Brasil para transporte de cadeiras de rodas no teto do veículo. O cadeirante desloca-se para o banco do automóvel e aciona um botão que dá inicio à operação que transfere e arruma automaticamente a cadeira de rodas dentro de uma caixa transporte, instalada sobre o carro, no bagageiro.
O Chair Topper pode ser adaptado na maioria dos automóveis, já que seu sistema utiliza um padrão universal de montagem.
Resta saber o preço... e depois esquecer o estrago visual no carro, pois a "caixa" é bem grandinha e fica bem feinha!
Informações sobre produtos e serviços Cavenaghi pelo site www.cavenaghi.com.br
ATUALIZAÇÃO:
A empresa Pinguim, representante da Cavenaghi aqui em Belo Horizonte, me informou o valor do equipamento instalado: R$ 12.532,00 a serem pagos 50% no pedido e 50% no ato da entrega do produto instalado, e tem garantia de um ano. Fazendo o pedido, o equipamento, que é importado, ele demora de 30 a 40 dias para chegar e a instalação é realizada em três dias úteis.
Quando alguém instalar me conta a experiência que publico aqui.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Impressões: Peugeot 307

Dando sequência ao estudo dos melhores veículos para deficientes do mercado estive no dia 18/07 na concessionária Bordeaux, na Av. Barão Homem de Melo, 4350, para avaliar o Peugeot 307 Hatch, veículo anunciado recentemente como uma alternativa para deficientes, devido à redução do IPI, nas versões de entrada abaixo de 60 mil reais (não confirmadas com câmbio automático ainda pela Peugeot, mas prometida).
A primeira impressão que o carro passa é de modernidade, devido às linhas arredondadas e ao desenho dos faróis e da grade dianteira. Suas dimensões também impressionam, perto do 207 parece mais encorpado e espaçoso.
Ao abrir a porta é fácil perceber a qualidade dos materiais do painel, conivente com a categoria de hatch médio. Mas na hora de entrar faço a mesma crítica que vale para o 207: o pouco ângulo de abertura e o porta-treco das portas, muito avantajado, dificultam a aproximação da cadeira e a transferência. Nada que cause perigo, é questão de costume, porém é aquém da concorrência.
Partindo do pressuposto que a Peugeot confirme a venda da versão de entrada, Presence 1.6 Flex com 113cv, com câmbio automático, a lista de itens de série é atraente. Ele vem com air bag duplo, freios ABS, check control, faróis com regulagem de altura, ar condicionado, coluna de direção com regulatem de altura e profundidade, computador de bordo, porta-luvas refrigerado, preparação para som e vidros elétricos com fechamento na chave, entre outros. Porém, o som com MP3 é opcional e as rodas de 15" são de aço com calotas. O preço inicial desta versão é R$ 52.500,00, na média da categoria.
O porta-malas é um dos maiores destaques, muito amplo, o maior entre os hatchs médios. Com 420 litros, tem espaço suficiente para a cadeira de rodas sem precisar desmontá-la toda e ainda cabe bastante coisa. E o banco traseiro é bi-partido, ampliando a capacidade, se necessário.
Enfim, um carro de "gente grande", com desenho moderno, um pacote de conforto muito bom, com mimos como o porta-luvas refrigerado e com segurança de primeiro mundo, por um preço justo. Resta saber se a Peugeot vai quebrar o galho dos cadeirantes e confirmar o câmbio automático, que deve majorar o preço em uns três mil reais. Ainda assim um bom negócio, com as isenções deve ficar em torno de 45 mil.

Mudanças no Pátio Savassi

No fim do mês passado passei um aperto no Shopping Pátio Savassi aqui em Belo Horizonte, como relatei neste post. Escrevi no blog e mandei um e-mail pela página do shopping contando o ocorrido. Alguns dias depois, me ligou uma funcionária do shopping pedindo mil desculpas, afirmando que o shopping já havia comprado novas cadeiras de rodas e realizado um treinamento com os manobristas (achei o nome da função).
Ela ainda me ofereceu duas 'estacionadas' grátis, é só me identificar no guichê que não pagarei por duas vezes. Foi extremamente simpática e solícita, pedindo desculpas em nome do shopping e ainda disse que o funcionário gostaria de pedir desculpas pessoalmente, pedindo novamente para eu me identificar por essa razão. Não achei necessário de forma alguma este pedido de desculpas, pois não foi culpa do funcionário, e sim do shopping em não oferecer treinamento, nem o estacionamento grátis, fiquei satisfeito com as providências tomadas, só a aquisição de novas cadeiras já resolvia.
Hoje estive lá para conferir, e realmente o tratamento foi outro. A cadeira demorou muito menos pra chegar e os funcionários ofereceram ajuda para a transferência, demonstrando aptidão para isto. E a cadeira que me trouxeram, da foto acima, é novinha mesmo, apesar de meio pequena para mim. Percebendo isto, me ofereceram uma cadeira maior, mas não era necessário pois meu assunto era rápido. Na volta, mesma cordialidade e atenção, o funcionário posicionou a cadeira de forma correta e auxiliou na transferência.
Parece coisa boba, mas para nós cadeirantes é sempre importante lidar com pessoas preparadas para qualquer problema ou emergência que possa ocorrer, além de equipamento adequado para nossas necessidades. Parabéns ao grupo Multiplan (controlador do shopping) e espero que estas atitudes tenham sido tomadas em todos os empreendimentos da empresa.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Aperto com a adaptação do carro

Semana passada passei um perrengue com meu carro. Eu estava com um amigo dando uma volta, quando, no meio da Avenida Amazonas, uma das mais movimentadas daqui de BH, parei em um semáforo. Assim que abriu, quando puxei a alavanca de aceleração, o cabo de aço que liga ao acelerador se rompeu. Na hora apertei o freio (esse é ligado direto por uma barra de ferro, não arrebenta) e fui entender o que tinha acontecido.
O cabo de aço acabou de se soltar e caiu no chão do carro. Puxei o freio de mão, liguei o pisca alerta e pedi a meu amigo para passar para o motorista, enquanto eu me dobrava pra passar pro banco do passageiro por dentro do carro. Com meu tamanho diminuto e minhas pernas de mais de metro, foi um custo fazer a transferância. A essa altura já tinha uma fila de carros buzinando, mas já no próximo semáforo conseguimos sair dali. Agora pensa, e se eu estivesse sozinho? Ia ficar agarrado no meio da avenida até conseguir alguém que tocasse o carro ou até um guincho aparecer.
Daí veio uma lição: quando fiz a adaptação, escolhi fazer em uma empresa que cobrava dois terços do valor da outra, mas a mais cara era ligada totalmente por barras, sem usar cabo de aço. Mas não estou desmerecendo a adaptação feita, me serviu muito bem, já a mais de um ano, mas eu nem tinha pensado nesta possibilidade.
A sorte é que eu já estava perto da empresa que fez a adaptação, e levei o carro lá na hora para arrumarem. Em meia hora trocaram o cabo de aço, e colocaram uma fixação mais forte, dificultando novas ocorrências. Mas vai a dica para quem tem adaptação por cabo de aço: ém bom dar uma revisada de vez em quando no estado do cabo, para não passar aperto.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Alternativa para tratamento de dor crônica

Já citei aqui que sofro uma das piores consequências da lesão medular, a dor crônica. Fiz vários tratamentos, tomei vários remédios (e ainda tomo) pra controlar a dor intensa, mas o melhor resultado que consegui foi alívio por algumas horas. Mas tem dias que nenhum remédio faz efeito.
Com a contribuição do Artur Acioli, leitor do blog, li a matéria que saiu na Veja de 15 de julho, sobre um estudo de pesquisadores ingleses e paquistaneses que identificou uma mutação genética responsável por insensibilidade à dor. A descoberta pode originar um analgésico potente que pode finalmente por fim ao sofrimento de milhares de pessoas, sem os nefastos efeitos colaterais dos antidepressivos e os anticonvulsivantes ou a dependência causada pela morfina e derivados de ópio.
A matéria completa pode ser lida aqui. Mas, sem jogar um balde de água fria, como a maior parte das inovações da medicina ainda demora uns bons anos para aparecer nas prateleiras esse milagre contra a dor. O negócio é esperar. Pelo menos já estou sentado...

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Família Palio Dualogic anunciada oficialmente

Anunciei aqui, assim que voltei da Reatech, em São Paulo, que a Fiat lançaria o câmbio Dualogic, que equipa o Stilo e o Linea, na família Palio. Hoje, a Fiat anunciou oficialmente a chegada do câmbio robotizado aos modelos Palio, Siena, Weekend e Idea.
O Palio ELX Dualogic chega ao mercado por R$ 37,23 mil, o Siena HLX por R$ 45,42 mil, o Palio Adventure Locker custa R$ 55,47 mil e Idea Adventure Locker, R$ 53,86 mil. O câmbio robotizado não estará disponível nos modelos de entrada, uma vez que a transferência da tecnologia para os motores 1,9-litro e 1,8-litro é mais viável, pelo fato de já estarem presentes no Stilo e no Linea.
Será uma excelente alternativa para os cadeirantes, uma vez que os porta-malas do Siena e Palio Weekend são enormes, o do Siena com 500 litros e o Weekend com 460 litros, esta última tem a vantagem de ser possível retirar a tampa do porta malas para colocar uma cadeira de rodas sem desmontar. Além da cadeira de rodas, todo cadeirante sabe que na hora de viajar vem mais um tanto de bagagem, como cadeira de banho, tábua de transferência, material médico e outras tralhas, por isso é tão importante um porta malas bem espaçoso.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Documentário sobre Herbert Vianna

Em breve será lançado um filme/documentário sobre a vida e carreira de um dos cadeirantes mais famosos do Brasil: Herbert Vianna, líder dos Paralamas do Sucesso. O filme contará sua trajetória de sucesso como músico pop até o acidente de ultraleve em 2001, quando perdeu sua esposa, a jornalista inglesa Lucy Needham, e ficou paraplégico. Durante o documentário, ele relembra os episódios marcantes de sua vida e a batalha pela recuperação.

sábado, 11 de julho de 2009

Prevenção de osteoporose


Para qualquer pessoa em qualquer idade é importante consumir alimentos que contenham cálcio, como leite, queijo e castanhas. Nas mulheres, mais suscetíveis à osteoporose, a necessidade de cálcio aumenta com a idade.
Para os cadeirantes também são necessárias doses mais altas, pois a imobilização prolongada é uma das causas da osteoporose, causando perda óssea ou fraqueza nos ossos, devido a perda de cálcio ou falta de vitamina D3, e ou falta de exercícios. Como precaução, é importante tomar banho de sol, fazer fisioterapia e, se possível, ficar em pé em mesa ortostática, para que os ossos sintam o peso do corpo. Para um diagnóstico completo e preciso o lesado medular deve consultar um médico especializado, se necessário fazer exames e iniciar um tratamento para reposição de cálcio.

Mesmo não havendo indicações médicas de reposição de cálcio, é importante consumir alimentos ricos em cálcio, como medida preventiva. Veja na tabela abaixo alguns exemplos:

ALIMENTOS (100g)
CÁLCIO (mg)
Amêndoa
254
Brócolis, flores cruas
400
Brócolis, folhas
513
Bolo de trigo
217
Couve-manteiga
330
Castanha do Pará
172
Coalhada
490
Farinha Láctea
260
Farinha de peixe
4.610
Farinha de soja
324
Feijão branco miúdo
476
Flocos de cereais
550
Leite condensado
262
Leite de cabra
200
Leite de vaca desnatado
124
Leite integral
909
Leite desidratado desengordurado
1.500
Queijo minas frescal
685
Queijo parmessão
1.357
Queijo prato
1.023

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Garantia estendida negada para deficiente

Mês passado meu carro fez um ano, cessando portanto a garantia de fábrica oferecida pela Fiat. Uma garantia meio fora da realidade e muito aquém da concorrência, hoje em dia já há garantia de até cinco anos, e a grande maioria dos concorrentes diretos do Stilo oferece três anos de garantia. Enquanto a Fiat não cai na real, ela pelo menos dá uma alternativa para estender a garantia por mais um ou dois anos, como eu já havia feito no primeiro carro zero que comprei da marca.
Geralmente algum funcionário da concessionária entra em contato com o proprietário informando a possibilidade e questionando sobre a garantia extra. Desta vez não foi diferente, mas houve uma pequena e desagradável surpresa.
A funcionária me ligou perguntando por quanto tempo pretendo ficar com o veículo e ofereceu a garantia estendida por uma pequena taxa. Antes que eu perguntasse de quanto é, ela deu uma pausa e me perguntou se meu carro é adaptado para deficiente. Respondi que sim, há uma alavanca em baixo do volante para acelerar e freiar, a adaptação passou por vistoria no DENATRAN e não interfere em absolutamente nada do funcionamento do veículo.
E para minha surpresa, a educada funcionária me informou que desta forma não seria possível estender a garantia, e diante do meu questionamento sobre o motivo ela simplesmente enrolou, agradeceu a atenção e desligou na minha cara. Apesar da falta de delicadeza, o que me surpreende é negar uma possibilidade só porque o carro é adaptado. Mesmo sendo a adaptação vistoriada pelo órgão nacional responsável e não interferindo em nada no funcionamento do veículo. Sou fã da Fiat, sou cliente há mais de dez anos, adoro e recomendo seus produtos a todos, mas desta vez fiquei decepcionado. Papelão, heim Fiat?

ATUALIZAÇÃO: depois que reclamei pelo site, a Fiat entrou em contato comigo e explicou que a fábrica dá somente um ano de garantia mesmo, a concessionária é que oferece a garantia estendida, a seu critério. A concessionária Automax, onde comprei o carro, me ligou em seguida explicando que os carros comprados pelo programa autonomy já saem com dois anos de garantia, por isso não entram no sistema de garantia extra. Fiquei satisfeito com a explicação e com a garantia extra já imputada ao meu veículo, continuo, portanto, recomendando os produtos Fiat.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Ultrassom abdominal total


Mais um cuidado que os cadeirante devem ter, principalmente os lesados medulares, é a realização periódica (pelo menos uma vez por ano; eu faço de seis em seis meses) do ultrassom abdominal total. É semelhante ao realizado por grávidas (eu, pelo menos, não estou) e percorre toda a cavidade abdominal, com especial atenção aos rins, bexiga, pâncreas, apêndice e estômago.
Este exame não é só importante, é vital. Como a sensibilidade de quem tem lesão é pouca ou nula, se houver algum problema nos órgãos internos, como cálculo renal ou uma úlcera, ou ainda um apendicite mais grave, não haverá dor e pode causar até a morte, se não tratado a tempo.
Ajuda ainda para manter um controle sobre o aspecto e funcionamento da bexiga, que em nós lesados geralmente é neurogênica e tem contrações espásticas, o que pode causar espessamento da parede da bexiga e diminuir sua capacidade volumétrica.
Os cálculos renais são outro problema grave, se não retirados ou tratados em tempo podem causar a perda de um ou ambos os rins. Em pessoas normais, dificilmente uma pedra nos rins passa desapercebida, pois a cólica é muito forte e o diagnóstico é antecipado. Como não sentimos dor forte, a coisa pode piorar em pouco tempo. Mas há outros sintomas que aparecem, como febre e indisposição, e algumas vezes excesso de espasmos, que podem indicar algum problema interno. Na ocorrência destes, o melhor é procurar um médico, lembrando sempre de relatar o problema neurológico e a falta de sensibilidade.
Meu exame do segundo semestre foi excelente, graças a Deus, até mesmo um pequeno cálculo que foi detectado em janeiro sumiu, e os demais órgãos estão em perfeito estado. O negócio é prevenir sempre!

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Despreparo no shopping

Outro dia fui sozinho ao shopping, no Pátio Savassi, aqui perto da minha casa. Como sei que lá há cadeiras de rodas disponíveis para quem precisar, não levei a minha. Cheguei ao estacionamento e solicitei a cadeira de rodas a um dos "guardinhas", daqueles que ficam fazendo não sei o que de um lado pro outro. O cara, bem intencionado até, já mandou um comando no rádio para o responsável pela "casinha" onde guardam as benditas cadeiras.
O tempo foi passando, passando e nada do cara chegar. O guardinha percebeu minha aflição e mandou outra solicitação via rádio. Mais uns minutinhos e finalmente aparece o cara da cadeira, que é responsável pela parte de bombeiro do shopping (prevenção a incêndio, essas coisas). Aí já começa a falta de preparo. O cara não sabia nem como posicionar a cadeira ao lado do carro. Expliquei como deveria ser e mais uma surpresa desagradável. A cadeira, além de ser do tipo mais simples que existe, sem nenhum tipo de regulagem nem almofada, ainda era do tipo que não solta o braço. Fazer o que, já estava lá mesmo e resolvi dar um jeito de passar pra cadeira. O guardinha ficou só segurando a cadeira atrás, sem saber bem o que fazer. Fiz uma mega força e consegui cair (literalmente) no assento da cadeira. Arrumei como pude as pernas, que ficaram pra cima, que nem um sapo, e fui dar a custosa voltinha no shopping. Sem conforto nenhum, fiz só o que tinha ido fazer e voltei pro carro.
Se a ida já foi difícil, imaginem a volta... Cheguei ao lado do carro, o guardinha veio auxiliar, e mais uma vez ficou sem saber o que fazer. Pedi pra segurar a cadeira, o mínimo. Cheguei pra frente, tentei passar por cima do braço, cai de novo na cadeira. Pedi pra colocar mais perpendicular ao carro, tentei de novo e quase fui pro chão. Mais uma tentativa, mais um quase tombo. Na quinta vez, virei o corpo e quando estava quase no banco, não aguentei e cai sentado na beirada da porta. Aí, finalmente, depois de descansar um pouco consegui entrar no carro.
Pior é que, não bastasse a falta de preparo do funcionário, que foi praticamente um espectador da minha luta, o equipamento é inadequado e desconfortável, além de faltar uma alternativa para fazer a transferência, como uma tábua ou prancha. Mas se o funcionário tivesse feito uma preparação para lidar com estes casos, poderia ter ajuda imensamente na transferência se posicionando ou segurando por baixo dos braços. Incrível como o cara entra numa função dessas e não recebe o treinamento adequado. Acho que eles pensam que a cadeira de rodas só é útil pra os velhinhos não cansarem as pernas... Dose, né?
Além disso, são clássicas os "galhos" que eles insistem em quebrar para os espertinhos que querem usar as vagas de deficiente "rapidinho"...

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