quarta-feira, 17 de julho de 2019

Comparativo entre Argo 1.0 manual e Mobi Drive 1.0 manual

Olá a todos do Blog, meu nome é Leonardo, tenho 17 anos, sou autista e sou o novo colaborador do blog. Nesse artigo trago um pouco mais sobre ARGO 1.0 X MOBI DRIVE 1.0, ambos manuais e faço a avaliação de vários quesitos.
Estive na concessionária Alpinia, em Ribeirão Preto/SP para avaliar os carros. Já tinha entrado no Mobi MANUAL (lembrando que se você tiver um membro inferior ‘operante’ ou adaptar a embreagem, poderá dirigir!). Como os carros são manuais, se tiver membros inferiores comprometidos, terá que fazer o acionamento da embreagem pelas mãos. Abaixo exemplos de adaptações para embreagem:

Pessoas com Deficiência que não precisam de câmbio automático ou que quiserem adaptar a embreagem, é uma excelente ideia comprar carro manual, pois podem pegar carros mais baratos e econômicos (pois carros manuais não tem conversor de torque, assim economizam combustível).

Voltando, cheguei na FIAT ALPÍNIA e entrei no Mobi, dá uma sensação que você está preso em comparação ao ARGO 1.0 (não é DRIVE, na minha opinião é besteira comprar o Drive).

AGORA VEM OS TESTES
- ESPAÇO INTERNO (FILOSOFIA DO TESTE: Eu regulo o banco do motorista para mim, que tenho 1,86m. Depois vou para o banco de trás e com a mão meço o espaço que sobra para o banco da frente)
No Argo, com o banco do motorista regulado para mim, com 1,86m, o espaço é razoável.

O espaço para o motorista no Mobi é bem menor

No Argo, o espaço para quem vai no banco de trás é razoável.

O espaço para uma pessoa da minha altura atrás do Mobi é bem apertado
O ARGO SE SAI MELHOR NO QUESITO ESPAÇO INTERNO, que, aliás, é visível nas fotografias. Mas o que mata no Mobi, além de seu espaço interno, é seu banco dianteiro inteiriço. Dá sensação de estar preso no banco, a visibilidade para trás é menor.

O encosto de cabeça dos bancos dianteiros do Mobi é integrado à parte inferior
Placar: ARGO (1-0) MOBI

- MOTORIZAÇÃO
Ambos usam o motor 3 cilindros FireFly, sendo que o Mobi é mais econômico e melhor em retomada por causa de seu peso, que é cerca de 200 KG mais leve que o Argo.

O Argo pelo INMETRO com gasolina faz 14,2 km/l na cidade e 15,1 km/l na estrada

O Mobi pelo INMETRO com gasolina faz 13,7 km/l na cidade e 16,1 km/l na estrada.

Por ser o mesmo motor e o Mobi ser mais leve, o mesmo economiza mais combustível e anda mais (fiz um test drive com o vendedor da Alpinia, ele pisou nos dois e no Mobi deu para sentir uma diferença)

Placar: ARGO (1-1) MOBI

- DISTRAÇÕES O Argo e o Mobi tem o básico para sobreviver no Brasil: Ar condicionado analógico, Vidros elétricos e Travas elétricas. O computador de bordo do Argo é mais completo.


Placar: ARGO (2-1) MOBI

- DESIGN EXTERNO
Neste ponto, aproximadamente 70 por cento das pessoas que converso gosta mais do Argo do que do Mobi, pois o Argo parece carro de 60.000-70.000 já o Mobi parece um carro de 25.000. Eu preferi o Argo com suas linhas futuristas e por suas lanternas que vão até a tampa do porta mala.




Placar: ARGO (3-1) MOBI

- PORTA MALAS
O Alessandro testou ambos os carros e no Mobi teve que rebater para caber cadeira monobloco. Já no Argo não tivemos este problema, então com isso fechamos esse comparativo de carro PCD.

Placar: ARGO (4-1) MOBI

- PREÇO
O Mobi Drive sai na Alpínia no preço público por R$ 45.190,00 e para PCD com as isenções fica por R$ 35.339,30. Se acrescentar o KIT CONECT fica por R$ 3.000,00. Lembrando que você pode chorar um desconto de uns 5 por cento e uns tapete afirmando que você irá fazer suas revisões na concessionária (pois se não fizer você perde a garantia)

Já o Argo 1.0, que ganhou este comparativo custa R$ 48.990,00 para o público em geral e fica por R$ 37.911,89 para PCD com as isenções. 
Então é isso, espero que tenham gostado deste comparativo, se quiserem trago mais sobre carros manuais.

Por: Leonardo Arraes

terça-feira, 2 de julho de 2019

Itens importantes em um carro para PCD

Já parou para pensar que itens maximizam o uso do veículo por PCD?
O mercado de veículos destinados a pessoas com deficiência cresceu muito nos últimos anos, devido à ampliação das patologias que dão direito às isenções de impostos para aquisição de veículo zero quilômetro. Portanto, se tornou motivo de atenção das montadoras, que se esforçam para manter alguns modelos dentro do limite de valor para ter direito à isenção de impostos e lançaram ultimamente vários compactos e até subcompactos com câmbio automático ou automatizado. Porém, muitos destes são veículos com menos itens de tecnologia, segurança e conforto. 
Em um mundo em que a tecnologia adapta os carros aos usuários, as pessoas com deficiência ainda tem que se adaptar ao que os carros oferecem. Além disso, raras exceções, não há acessórios específicos para este público. Por isso é tão importante saber o que observar ao escolher um carro que precise atender a determinada limitação. A pessoa com deficiência deve se atentar a algumas características dos veículos que possam facilitar o uso no dia a dia. E escolher acessórios que também auxiliem de alguma forma. 
O ideal é testar, ir às concessionárias dos veículos que tenha intenção de adquirir, verificar os itens que são mais importantes e fazer um test drive. Há muitos cadeirantes que não fazem isto por achar desnecessário, já que não vão poder fazer test drive, ou por vergonha. Conheço casos que o cadeirante só entrou no modelo escolhido quando o mesmo chegou em suas mãos! Se não dá para fazer o test drive, dá para testar a entrada no carro, o espaço interno e verificar se a cadeira cabe bem no porta malas, e isso é fundamental para ter ideia de como será o dia a dia com aquele veículo. E assim tomar a melhor decisão. 
Sei que há dezenas de deficiências que trazem outras dezenas de limitações, não tenho como atingir todas elas, mas posso dar ideias gerais que podem auxiliar muitas pessoas. Vamos às dicas:

1- Verifique a abertura das portas. Quanto maior for o vão e o ângulo de abertura da porta, mais fácil vai ser entrar no veículo. E também, mais próxima uma cadeira de rodas ficará do assento do carro, facilitando assim a transferência. Se a largura da porta não for boa, uma pessoa com muletas ou um cadeirante terão mais dificuldade ao entrar, e correm o risco de bater as costas no encaixe da trava de porta e se machucar. Este é outro item importante a se observar, esta trava deve ser arredondada, pois se for pontiaguda, pode causar um grande machucado.

2- Observe o espaço interno. Se for necessário utilizar adaptação veicular para acelerar e frear, ela ocupará um bom espaço embaixo do volante, o que reduz o espaço para as pernas do motorista. Se não houver espaço suficiente, ao acomodar as pernas, a adaptação pode causar machucados, ou as pernas podem atrapalhar na operação da adaptação. E ainda é preciso ter um bom espaço para os braços, já que um deles será trazido próximo ao peito e o cotovelo pode bater no forro de porta.

3- Teste o porta malas. Quanto maior for o porta malas, mais fácil será levar acessórios de auxilio à mobilidade e ainda alguma bagagem. Porém, é importante ficar atento ao formato do porta malas e das molduras ao redor, além da espessura da tampa do porta malas. Tudo isso define como ficará acomodada uma cadeira de rodas, por exemplo. Também é bom verificar o tamanho da abertura do porta malas e a altura da base dele. Sedans com caimento do teto tipo fastback geralmente tem tampas do porta malas estreita, o que dificulta a colocação de uma cadeira de rodas. E se a base do porta malas for muito alta, será mais difícil elevar uma cadeira de rodas até ultrapassar a carroceria, e então acomodá-la lá dentro.

4- Dê preferência a som com bluetooth. Este acessório é muito importante para quem usa adaptação para acelerar e frear, pois as mãos estarão sempre ocupadas, uma delas acelerando/freando e a outra dirigindo. Ele permite fazer chamadas ou atender o celular com um simples toque em um botão. Basta que o celular tenha a função e permita chamadas de voz para ligações. A configuração é simples, basta parear o telefone e toda vez que ligar o som, o telefone se conectará automaticamente. E o ideal é que o comando esteja integrado ao próximo item.

5- Veja se o volante é multifuncional. Ele é bom tanto para quem usa adaptação para acelerar e frear quanto para quem tem apenas um braço ou fraqueza muscular. O volante multifuncional permite controlar o som e ativar o celular sem tirar a mão da direção, o que aumenta ainda mais a segurança ao dirigir. Observe também se os principais comandos do volante estão concentrados do lado da mão que estará no volante. Se a pessoa usa adaptação do lado esquerdo por exemplo, é melhor que os comandos de mídia, e principalmente telefone, estejam do lado direito. E vice-versa.

6- Prefira direção assistida. Quanto mais leve for a direção, melhor, pois como uma mão pode estar ocupada acelerando ou freando, a força a ser aplicada ao virar o volante deve ser a menor possível. Isto é ainda mais importante no caso da deficiência comprometer a musculatura e coordenação dos membros superiores. O tipo mais indicado hoje em dia é a elétrica. Mas uma direção hidráulica ainda deve ser preferida a uma mecânica.

7- Peça ou instale sensor de estacionamento e câmera de ré. Quem tem deficiência muscular e pessoas que precisam fazer artrodese para estabilizar a coluna cervical, podem ficar com os movimentos do pescoço restritos e costumam ter dificuldade para virá-lo e olhar para trás. Nestes casos é fundamental que o veículo tenha sensor de estacionamento e câmera de ré instalados, pois facilita muito a execução de manobras em ré. Experimente fazer uma baliza sem virar a cabeça para trás para ter uma noção.

8- Peça apoio de braço para o motorista. A maioria dos modelos tem apoio de braço central, mas há os que o tem individual, portanto pelo menos para o motorista é importante pedir. O motivo aparece na hora de guardar a cadeira de rodas dentro do carro, no banco do carona. É preciso passar a cadeira por cima do corpo, e apoiar o cotovelo neste acessório facilita bastante, tanto para ir quanto para voltar. Além disso, pode ser descanso para quem tem pouca força nos membros superiores. Se não for possível instalar no pedido do carro, dá para comprar à parte depois e instalar no vão central, há modelos que se encaixam nos porta copos, veja no site www.artefactum.com.br

9- Prefira bancos em couro. Não é pela beleza, mas sim pela praticidade. Quem tem lesão medular e incontinência urinária, acontece de vazar urina na roupa e no banco do carro. Para limpar depois, o banco de couro faz toda diferença. Em bancos de tecido, com o tempo a urina penetra na espuma e é possível que fique mal cheiro, e pode ser necessário até trocar tudo.

10- Observe o tamanho e formato dos botões. Este item deve ser observado principalmente por pessoas que tem maior comprometimento nos membros superiores. Quem tem pouca força nos braços ou menos coordenação nas mãos, terá maior facilidade para acionar botões grandes, largos e bem localizados. Este é mais um teste a ser feito ao ir a uma concessionária. O freio de mão por botão (eletro mecânico) também é indicado nestes casos.


Espero que tenham gostado das dicas, guarde as que forem mais adequadas à sua limitação e escolha o veículo que te dê mais conforto!

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