sexta-feira, 20 de março de 2015

Trilha adaptada em Guarapari

Voltando a fazer trekking depois de anos
Sempre gostei de trilha, a pé ou de bicicleta. O exercício aliado ao contato com a natureza proporcionam uma experiência revigorante. Antes de virar cadeirante eu praticava mountain bike e trekking, e depois de virar já tinha conseguido fazer mountain bike adaptado, com uma handbike. Faltava o trekking. Já tinha andado de cadeira de rodas adaptada para terreno acidentado em Inhotim, mas não é a mesma coisa que fazer trekking adaptado. Algumas pessoas já haviam me informado sobre a existência de trilhas adaptadas para cadeirantes até mesmo próximo a BH, mas nunca pude experimentar. Até que em dezembro, em férias pelo Espírito Santo, fui informado pelo Marcos Sossai, que trabalha no IEMA e é meu amigo desde a época de faculdade, que há uma trilha adaptada para cadeirantes no Parque Estadual Paulo César Vinha, na praia de Setiba, em Guarapari, onde eu estava.
Entrada do Parque Estadual Paulo César Vinha
Claro que fiz questão de ir lá conhecer. Combinei de ir à tarde, e como eu estava de carro, ficava mais fácil. Encontrei facilmente a entrada do Parque, fica na Rodovia ES-060, é bem sinalizado por placas e tem um belo portal com o nome do parque e uma libélula em cima, o símbolo do Parque. Ao chegar já estavam me esperando, em frente à recepção do parque, uma bióloga, uma guia e uma fotógrafa, além de outro funcionário do parque. Me orientaram a estacionar o carro próximo à entrada, já que o solo no estacionamento era de pedrinhas. Depois que estacionei e fui até eles, me contaram um pouco sobre a história do parque, sobre o trabalho de conservação realizado no estado e sobre a estrutura do parque, que conta com Centro de Vivência e tem até um painel de geração de energia solar.
Prédio da Administração e recepção do Parque
Em seguida me contaram sobre o Projeto Trilha Cidadã, com o objetivo de promover a inclusão social de pessoas com deficiência por meio de atividades de Educação Ambiental e do contato com a natureza. O objetivo é promover visitas de pessoas com deficiência atendidas por entidades assistenciais para assistir a palestras e participar de um roteiro de visitação em trilhas adaptadas com estrutura para deficientes visuais, físicos e pessoas com transtornos mentais. Para deficientes visuais há trilhas interpretativas, com utilização de mapa e um catálogo táteis, e o percurso com pegadas de animais em alto relevo. Para deficientes físicos, foi adquirida uma cadeira de rodas para terreno acidentado, com amortecedor interno e rodas largas, semelhante à que utilizei em Inhotim. Uma falha na estrutura é a ausência de banheiro adaptado para deficientes, que apesar de já estar com projeto pronto, ainda não foi liberado para construção. Espero que as autoridades responsáveis percebam a importância deste projeto e resolvam logo este problema.
Cadeira de rodas adaptada para terreno acidentado, com amortecedor central
Como já conheço a cadeira adaptada para trilha, transferi facilmente para ela e me ofereceram luvas próprias, cinto para segurança e garrafa de água para me hidratar no percurso. Devidamente equipado, me explicaram sobre o roteiro, uma trilha de terra e areia chamada Trilha da Restinga, que passa por uma lagoa e chega até a praia por outra trilha. O início do trajeto está um pouco judiado, pois é em uma leve descida que está com um pouco de erosão e buracos. Mesmo assim consegui descer devagar sem ajuda. A cadeira está nova e é fácil de tocar sobre a areia, mas cansa com o tempo. No início, descansado, fiz questão de tocar sozinho e aproveitar o visual ao lado da Gi, enquanto a bióloga e a guia nos falavam sobre a diversidade da fauna e da flora do parque. Muito legal observar as características das árvores e alguns animais enquanto elas explicavam tudo. Ao longo de toda a trilha há também placas com informações sobre a fauna e detalhes da área.
Mapa e detalhes da Trilha da Restinga
Início da trilha, um pouco judiado
Trecho da trilha, de chão batido. Mas há trechos com areia fofa...
O terreno é em sua maioria de areia, firme em alguns pontos e mais fofa em outros, o que me obrigou a pedir ajuda para minha empurradora oficial em alguns trechos. E é na maioria plano, com leves declives. Além disso, o sol ainda estava forte, em pleno verão, e acabamos paramos também em algumas sombras para todos descansarem. Porém, às vezes haviam colônias de mosquitos que nos expulsavam logo, por isso sugiro levar repelente.
Lagoa de Carais, na metade do caminho
Ponte que leva ao cais para passeio de caiaque
Lá pela metade do caminho chegamos à Lagoa de Carais. Há uma estrutura de madeira com caiaques, parte do projeto de visitação do parque, em que os visitantes vão até a praia remando, mas não tem nenhum adaptado. Elas citaram um caiaque mais fundo que poderia ser adaptado, e ficaram de me mostrar na volta. A lagoa tem uma cor escura, como se fosse Coca Cola, e muita vegetação flutuante. Paramos para curtir o lugar e tirar umas fotos. Continuamos em seguida e nos deparamos com um painel para fotos bem divertido, só que não tinha lugar para cadeirante... ou pra gente baixinha. Podiam ter colcado um buraco na cara do macaco debaixo, eu nem ia achar ruim!
Painel para fotos, a Gi virou uma verdadeira aventureira
Depois de uma hora e meia aproximadamente, contando com as paradas, percorremos os mil e quinhentos metros da trilha e nos deparamos com a bela vista da praia e das três ilhas ao fundo, que ficam a três quilômetros da praia. Apesar de próxima, não animei descer até a praia, pois não tinha levado minhas boias de braço... Além disso, voltar para a cadeira seria bem difícil. Se andasse paralelo ao mar por mais o mesmo tanto de trilha, 1,5 km, ia dar no final da lagoa, mas também não animei, estava entardecendo e a volta seria no escuro. Iniciamos a jornada de volta, tranquilamente - exceto nos trechos em que haviam leves descidas, que eu aproveitava para acelerar! Vejam o vídeo ao fim da matéria.
Ao final da primeira parte da trilha, lindo visual com as três ilhas ao fundo
As meninas que nos acompanharam e informaram durante a trilha
Vista panorâmica da praia de Setiba
Valeu pelo visual, pelo contato com a natureza e pelas informações recebidas pelas meninas do parque. Parabéns a todos pela iniciativa e pelo trabalho desenvolvido no parque, que sirva de exemplo para outros municípios e estados.

terça-feira, 10 de março de 2015

Cadeirante Viajando de Trem pela Europa - Parte 2

Elevador para cadeirantes na estação Termini em Roma
Outro trecho que eu sabia que seria de trem era de Roma a Modena. Procurei a melhor operadora, encontrei a Trenitália, que também mostrou estar preparada para atender deficientes. Possuem um programa específico para auxilio a pessoas com mobilidade reduzida chamado Sala Blu. Em Roma, na estação Termini procurei a Sala Blu para resolver tudo e comprar as passagens.  Há várias salas desta espalhadas por estações da Itália, veja aqui a relação. Lá eles programam toda a viagem para você e vendem a passagem específica para trens adaptados. Eu deveria pegar dois trens, um de alta velocidade até Bolonha, e outro comum até Modena. Em cada estação que eu fosse descer, haveria uma equipe me esperando com um elevador para me retirar do trem. Achei tudo muito fácil e organizado, comprei a passagem de ida, para oito da matina, uma viagem que duraria pouco menos de três horas - para cobrir mais de 400 km! Não comprei a passagem de volta porque não sabia que hora acabaria tudo na Ferrari - foi aí que vacilei.
Sala para auxílio a pessoas com deficiência
Chegamos cedo à estação e já estavam me esperando com o elevador. Me colocaram para dentro e, assim como o trem de Londres, este também era primeira classe e tinha banheiro adaptado. A poltrona, porém, era diferente, havia uma para o cadeirante e outra igual ao lado para a acompanhante, muito confortáveis e com espaço para estacionar a cadeira de rodas. Porém não há mesa para estas poltronas. Tratei de passar para outra em frente, com mesinha. Apesar de não estarmos em Londres, o trem também foi pontual. Logo começou a pegar velocidade, e monitores ao longo do vagão informam sobre a velocidade e mostram imagens dos trilhos à frente e mapa demonstrando por onde está passando. A velocidade chega a 250 km/h! Impressionante como a paisagem passa rápido. Houve uma parada em Florença, fiquei com vontade de descer para conhecer a cidade mas tinha que continuar. Chegando em Bologna (fala-se Bolonha), me deu vontade de comer macarrão à bolonhesa, mas o elevador já estava esperando e fui retirado para trocar de trem. O pessoal é bem ligeiro no trabalho, saíram me empurrando por dentro da estação (que é enorme) pegando elevadores de carga e comuns, corredores compridos e esquinas tortuosas. Enfim saímos no hall da estação e fui levado direto à Sala Blu. Ficamos esperando cinco minutinhos e logo me pegaram novamente, para levar ao outro trem.
Poltronas para deficiente e acompanhante
Vagão de primeira classe da Trenitalia
O trem que ia para Modena era bem mais modesto que o anterior, e mais lento também, mas ainda assim deve chegar a uns 150 km/h. A viagem foi rápida e o elevador da estação de Modena estava a postos para mim. Engraçado é que era manual, e o operador rodou uma manivela rapidamente para que eu saísse a tempo. Fui passear no museu da Ferrari de lá, fui a Maranello no outro museu, e voltei a Modena por volta das seis e meia da tarde, debaixo de chuva. Me dirigi ao guichê para comprar minha passagem de volta para Roma. Apesar de haver somente três guichês e uma grande fila, logo que me aproximei fui direcionado ao próximo guichê livre. Chegando lá, me atendeu um senhor que não falava inglês. Felizmente estudei um pouco italiano e para auxiliar tinha um aplicativo instalado no celular com expressões e frases utilizadas em viagens. Pedi então a passagem mas o senhor me disse que não seria possível. Oi? Como não? Porque não? Perguntei um pouco aflito. Ele me explicou que não havia mais trens adaptados naquele dia. Além disso, eu deveria ligar para um número com um dia de antecedência para programar os elevadores.
Monitor que mostra a velocidade do trem
Comecei a gelar. Meu vôo para Madri era no dia seguinte às nove e meia da manhã, e eu precisava chegar ao aeroporto duas horas antes. E no outro dia iria embora para o Brasil. Para completar, naquela cidade pequena, dificilmente encontraria um hotel adaptado. Tentei explicar isso tudo para o senhor, e que eu precisava ir para Roma naquele dia, mas ele foi inflexível. Disse que não tinha o que fazer e que eu precisava ligar para aquele número. Fui tentar então. A estação é pequena e logo encontramos orelhões, em um bequinho meio escuro. O número era tipo 0800, pelo menos. Tentei ligar uma vez, chegou naquela gravação dizendo "ligue novamente mais tarde, todos os nossos atendentes estão ocupados". Tentei novamente, caiu de novo na gravação. Mais uma vez, mesma coisa. Lá pela décima vez, cheguei à conclusão que não é só no Brasil que ligações gratuitas não funcionam.
Resolvi voltar ao senhor do guichê, disse que não consegui falar e que precisava ir para Roma de qualquer jeito. Ele continuava falando que não tinha jeito, que eu tinha que ligar para aquele número para programar os elevadores e talvez conseguisse pegar um trem às seis da manhã. Seis da manhã? No way! Ah, esqueci que ele não falava inglês. Como ele estava começando a ficar nervoso, sai de lá e comecei a me desesperar. A Gi, por incrível que pareça, estava calma e rindo. Geralmente é o contrário... Falei pra ela: já te coloquei em muita fria, mas essa bateu o recorde. Estamos presos no interior da Itália, num lugar que ninguém nos entende direito, escurecendo e chovendo, sem hotel nem rumo. Aí ela teve uma ideia, tentar conversar com outro atendente, mais novo, do guichê ao lado. Poderia ser mais receptivo... Fui lá falar com ele então, que também não falava inglês. Na verdade, percebi que dificilmente encontraria alguém que falasse inglês naquela estação. Expliquei para ele em italiano more or less e ele se sensibilizou com meu caso. Disse que conseguia me colocar em um trem comum, sem vagão adaptado, mas eu teria que ligar naquele número. Mesmo eu dizendo que não tinha conseguido, a única solução era essa, pois naquele número eles chamariam uma pessoa para operar o elevador de Modena e programariam os outros elevadores em Bolonha e Roma.
Voltamos para o bequinho para tentar ligar novamente, comecei a tentar, uma, duas, na terceira vez tocou! Atendeu um cara falando em italiano. Perguntei se ele falava inglês e ele disse que não. Perguntei se alguém lá falava inglês, e ele ficou de olhar. Logo atendeu uma mulher falando um inglês bem more or less também. Mas pelo menos falava... Expliquei para ela minha situação e disse que precisava ir para Roma naquele dia. Ela me disse que era impossível, que não tinha ninguém para operar o elevador, que não tinha jeito. Falei quase implorando para ela tentar dar um jeito, pois eu perderia o voo para Madri, ia ferrar minha vida. Ela saiu e eu ouvi ela conversando um tanto com o povo lá, e de repente ela volta. Disse que ia conseguir me ajudar, e eu deveria voltar aos guichês e procurar uma pessoa de verde. Ele ou ela iria me colocar para dentro do trem. Eu não acreditei no que ela disse. E perguntei: quer que eu desligue um telefonema super difícil de conseguir, vá ao guichê e procure uma pessoa de verde que você nem sabe se é homem ou mulher? Ela disse sim. Bom, fazer o que né.
Desliguei e fomos aos guichês, chegando lá não tinha ninguém de verde, perguntei aos atendentes e eles não sabiam de ninguém de verde. Ferrou. Falei pra Gi rodar pela estação e pegar qualquer pessoa vestindo verde, nem que fosse uma pulseira, e puxasse até onde eu estava. Ela saiu correndo, e de repente viu uma mulher com um jaleco verde e um crachá falando ao celular. Ela segurou no braço dela e disse "você que vai ajudar o cadeirante?". A mulher não entendeu nada mas percebeu pelo desespero que tinha a ver com meu caso. Trouxe a mulher até mim e ela já chegou se desculpando por não falar inglês! Tudo bem, eu disse, desde que consiga me colocar no trem. Perguntei também que hora o trem passava, ela olhou para o painel e falou: é agora! Saímos correndo pela estação, ela na frente e nós atrás. Tinha que pegar um elevador, passar por baixo da estação e pegar outro elevador para sair no meio. Depois de demorar o elevador, saiu um senhor rechonchudo, e a nossa ajudante falou "é por isso que ele está gordo, fica pegando elevador ao invés de usar a escada". A essa altura eu já estava rindo, apesar do sufoco. Saímos no meio da estação e ela saiu correndo, nós dois atrás. Ela sumiu de vista mas falei pra Gi não preocupar, não tinha pra onde fugir. Chegando ao final, vi a Paula - nossa ajudante - pegar o elevador ao mesmo tempo que o trem chegava ao meu lado. Ela fez sinal para o maquinista esperar, rodou a manivela de elevador, eu subi, ela girou o troço todo de novo e me colocou para dentro. Ufa! Aí foi só alegria, agradeci ela um monte e fomos embora. Trocamos de trem em Bolonha e chegamos a Roma já tarde, com fome, cansados, mas aliviados! Fica a dica: em qualquer viagem de trem pela Itália, programe tudo pela Sala Blu antes de sair!

quarta-feira, 4 de março de 2015

Cadeirante Viajando de Trem pela Europa - Parte 1

Estação Gare du Nord, em Paris
Viajar de trem pela Europa é um costume antigo, até mesmo para brasileiros. Minha irmã conheceu onze países no final dos anos noventa desse jeito. Desde aquela época já existia o Europass, um bilhete de trem válido por determinado tempo, que pode ser usado em várias companhias e vários países. Conheço várias outras pessoas que já viajaram de trem por lá, mas será que funciona para cadeirante também? A resposta de sempre: com planejamento, sim. Portanto programei alguns trechos da minha viagem pela Europa para fazer de trem, principalmente o trecho mais famoso, entre Paris e Londres. Primeiro porque alguns parentes já haviam me dito que era um viagem super rápida e tranquila, segundo porque eu queria ter a experiência de passar pelo Eurotúnel, por baixo do Canal da Mancha, uma obra surreal que atinge 75 metros de profundidade embaixo do mar! Os outros trechos deixei para a Itália, onde iria a três cidades.
Elevador para cadeirantes na estação Gare du Nord
Pesquisei e descobri a RailEurope, uma das empresas que faz a rota Paris-Londres, e perguntei por e-mail sobre a acessibilidade e condições para cadeirantes. Me responderam rapidamente que a acessibilidade é completa, e há vagões adaptados para deficientes.e descobri também que eles tem toda a estrutura necessária para o transporte de deficientes. E ainda, que a viagem ia ser rápida, duas horas e quinze de Paris a Londres, e barata, somente cinquenta euros! Se considerar o deslocamento até o aeroporto, espera para embarque, etc, dá quase o mesmo tempo de viagem. Comprei duas passagens pela internet mesmo, e imprimi o comprovantes, já que teria que trocá-los pelas passagens na estação.
Chegado o dia, após quatro deliciosos dias em Paris, saímos cedo do hotel e fomos para a estação Gare du Nord de ônibus. O trem saia às dez e meia, mas por precaução chegamos às nove e meia. Na hora de trocar o comprovante pela passagem, um problema: naquele trem não havia vagão comum adaptado. Então ganhei upgrade, para a primeira classe! Problemão, heim? Tudo muito rápido e sem questionamento. Passamos pela imigração - afinal estávamos indo a outro país - e fomos pegar o elevador para a área de embarque. Na hora do embarque, trouxeram uma mini-plataforma-elevador, onde o cadeirante entra, a plataforma se eleva e o cadeirante sai pela outra ponta, entrando no trem. No "hall" do vagão havia um banheiro adaptado bem grande e completo. Entrando no vagão, a última poltrona é dedicada ao cadeirante, e há uma cadeira retrátil ao lado para o acompanhante. Como ela não é tão confortável como as outras, falei para a Gi ir na fileira da frente. Os vagões de primeira classe tem somente três fileiras de poltronas, muito largas e confortáveis, com mesinhas de centro, tomadas e sistema de som com vários canais. Logo apareceu uma "ferromoça" - nome que dei para a "aeromoça do trem" - muito simpática, perguntando se estava tudo certo, se eu precisava de alguma coisa.
Banheiro adaptado no vagão de primeira classe 
Poltrona do vagão de primeira classe, muito confortável
Assim como ônibus leito, apenas três fileiras de poltronas, todas reclináveis
Lugar próprio para estacionar a cadeira de rodas
O trem saiu pontualmente no horário, e logo começou a pegar velocidade. A paisagem passava cada vez mais rápido, e ficava cada vez mais bonita. Os campos do nordeste da França são belíssimos, todos bem desenhados, com vários tons de verde, sem contar as fazendas que lembram filmes antigos. Eventualmente apareciam pequenas cidades, com aquelas casas típicas de interior da Europa. Logo apareceram mais ferromoças com o café da manhã, com várias opções, pães, geléias, iogurte, suco, café e, claro, croissant. Tudo com direito a repeteco, uma delícia. Muitas fazendas, pequenos povoados e uma escala depois, chegamos finalmente ao Eurotúnel. Não dá para ter ideia do que está acontecendo, é tudo escuro lá fora e muito rápido, dura uns trinta minutos a travessia. Saindo do outro lado, mais alguns minutos e entramos em Londres. A chegada foi na estação St. Pancras, onde filmaram Harry Potter. Na estação já estavam me esperando com o elevador, mas assim como nos aviões, precisei esperar todo mundo descer para ir para o elevador. Pelo menos é rápido, pois são poucas pessoas por vagão.
Belos campos franceses
Mais um pouco da paisagem do caminho
Estação St. Pancras em Londres
Ao ir embora de Londres peguei um trem também, para ir para o aeroporto de Gatwick. Há trens de quinze em quinze minutos, saindo da estação Victoria. Na estação há linhas coloridas no chão mostrando o caminho para a linha Gatwick Express, que leva ao aeroporto, o que facilita se orientar. Não há elevador, mas sim uma rampa dobrável que encaixa na porta, colocada na hora do embarque. Na hora de comprar o ticket é só informar que é deficiente, e te direcionam para o vagão adaptado. Todos os trens tem vagão adaptado, com lugar para encaixar a cadeira de rodas e poltrona retrátil para acompanhante. A viagem é rápida e não tem serviço de bordo. Na chegada no aeroporto já havia um funcionário esperando com a rampa móvel. Deu tudo certo, chegamos a tempo e pegamos o avião para a Itália. Naquele país experimentei outros trechos de trem, conto no próximo post!
A linha vermelha leva ao trem para o aeroporto. Prático!

Poltrona retrátil para acompanhante no Gatwick Express

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