quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Parques de Orlando para cadeirantes

Um palhaço embaixo do outro!
Continuando a saga do post anterior, vou contar hoje sobre os passeios nos parques de Orlando. Aquela cidade deve ser a capital mundial da diversão, pois tem tanto parque em volta que é difícil não esbarrar em algum. E eu adoro parque de diversão e brinquedos emocionantes, principalmente montanhas russas. Pensando nisso, escolhi o hotel em local bem central em relação aos parques, de forma que não seria muito complicado me deslocar até eles.
Essas baleias precisam de um regime
O primeiro que visitei foi o Sea World, lar da famosa Shamu, a baleia orca. Minha namorada ficou com receio de ir neste parque, pois falei que ia largar ela lá com as priminhas baleias! Mas resolvi trazer ela de volta. Chegamos ao parque e me direcionaram para a área de vagas preferenciais, apesar de eu não ter a credencial deles. Nesses casos basta explicar que é deficiente e que o carro é alugado. O estacionamento fica bem na entrada do parque, fácil de chegar. O primeiro local visitado foi um elevador muito alto que sobe girando e fica rodando lá em cima para apreciar a vista. Sobe e desce bem devagar, e é totalmente acessível. Tem um lugar próprio para cadeira de rodas, sem bancos, e com um vidro grande na frente. Vale pelo visual.
Vista do elevador do Sea World
Outro brinquedo que fui foi a montanha russa Manta, em que você fica pendurado. Para subir nela não foi muito difícil, ela para quase na altura da cadeira e com ajuda da Gi subi facilmente. A única dificuldade é o apoio que fica entre as pernas, mas basta sentar de lado nele e puxar o corpo. Foi bem divertida. Aqui um aviso: eles não encostam a mão em você para ajudar. De jeito nenhum. Se você precisar de ajuda, leve seus ajudantes, pois mesmo se você estiver estribuchando no chão eles não te ajudam. É orientação interna, não tem jeito.
Show dos golfinhos. Uns fofos!
Depois fomos para as atrações aquáticas, começando pelo show da Shamu. Há uma pequena subida, e o local para deficientes fica no meio da arquibancada, com boa visão do show. Muito impressionante ver aqueles bichos enormes saltando do tanque e espalhando um tanto de água pra todo lado. Quem fica nas primeiras fileiras se molha.
Depois fomos ver os golfinhos. Tem entrada separada para cadeiras de rodas, com uma longa subida, e o local para deficientes é na última fila. É meio longe, mas dá para ver bem o show. E tem um banco específico para o acompanhante. Gostei mais do que o da Shamu, há também muitas aves no show, muito bem treinadas, que dão um colorido para a atração.
Será que consigo correr dele?
No dia seguinte, fomos para o Universal Resort, que compreende dois parques, Adventure Island e Universal Studios. Este último foi o que mais gostei. Tem uma montanha russa muito animal, a mais radical que fui na minha vida. Começa a 90º e depois desce por uma pista incrível, com várias piruetas e força G para todo lado. No outro parque também tem uma montanha russa absurda, do Incrível Hulk, e a Dragon Challenge, além de dezenas de outros brinquedos bacanas. Passei arrego nas montanhas russas, mas não por causa da emoção, mas sim para entrar e sair delas. Numa delas, minha perna dobrou e fiquei por cima dela, felizmente não chegou a machucar muito, mas ficou doendo o resto do dia. E os caras não ajudam mesmo, de jeito nenhum, eu só tinha um amigo que foi junto para ajudar. A dica que dou é procurar brasileiros na fila (geralmente tem muito) e pedir para ajudar se for o caso. Ou então não andar em brinquedos em que a transferência seja difícil.
Uma foto com o maquinista do Harry Potter
Alguns brinquedos são adaptados para cadeirantes. Caso do Jurassic Park River Adventure, um passeio de barco entre os dinossauros que termina em uma descida radical na água. Eles colocam uma estrutura de plástico sobre o barco e elevam o assento, e dá para transferir até ele numa boa. Outro adaptado é a montanha russa Big Thunder Mountain Railroad, no Magic Kingdom, da Disney.
Finalmente eu fui conhecer o Mickey!
O Magic Kingdom eu fui porque não dá para ir a Orlando sem ir na Disney. Nem que seja só para ver de perto. Vale a pena, apesar de ser mais voltado para crianças. Porém, é nesse parque que tenho a dica mais importante: não vá na Space Mountain. É uma montanha russa dentro de uma estrutura branca enorme, e lá dentro é tudo escuro, só dá para ver falsas estrelinhas no céu. O problema dela é a forma de segurar o passageiro: uma estrutura em "T" que desce sobre as pernas. Portanto, além de segurar no negócio, a pessoa se segura também forçando as pernas por baixo do "T". E nós não temos força nas pernas. Portanto,  a não ser que você abrace o negócio, não recomendo. Eu quase saí para fora do carrinho na primeira curva, pois não estava segurando bem e minhas pernas estavam abertas. O resto da viagem, segurei fortemente no "T", mas fiquei bem cansado ao final. Tudo bem que é o brinquedo mais radical do Magic Kingdom, mas não compensa o risco. Devia ter um cinto de segurança para cadeirantes.
Carrinhos da Space Mountain: perigosos
Enfim, foram três dias de parques. Mas ainda foi pouco, não consegui ir no Epcot Center nem no Busch Gardens. Valeu a pena, mesmo precisando de ajuda em alguns brinquedos e passando arrego em outros. Depois que cheguei aqui descobri um site muito bacana com informações muito úteis sobre os parques: Viajando para Orlando. Convém a visita.

8 comentários:

  1. Oi Alessandro! Ótimo post! Só não entendi uma coisa:
    Sua namorada te ajudou na transferência ou vc pediu ajuda pro pessoal da fila? Imagino que nos brinquedos tipo a Space Mountain, Piratas do Caribe ou qq outro que seja em um nível baixo, a dificuldade para entrar seja grande, já que tem que ter forca na perna para sentar e sair. Tenho pavor de imaginar meu marido estribuchado no chão ou caindo na água.

    Beijos e parabens pelo blog!

    Ale

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    1. Oi Ale! Desculpe a demora, não tinha visto o comentário. Minha namorada me ajudou na primeira montanha russa, e nas demais, meu amigo Fabrício, que foi junto, me ajudou nas transferências. Não é assim tão difícil, mas como sugeri é bom ter uma pessoa para ajudar. Abraços!

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  2. Oi Alessandro!

    Visitei teu blog hoje e já gostei. Você mostrou que não se abate na dificuldade. Tambédm estou cadeirante desde 2008 devido a um acidente de carro, mas eu faço pouca coisa por mim. Acho que, de hoje em diante vou fazer como você: Curtir a vida!!!!

    Regina

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    1. Oi Regina, é isso aí, não podemos nos abater! O negócio é se adaptar e ser feliz! Abraços

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  3. oi boa noite ,vc saberia me dizer se cadeirante tem desconto nos parques de orlando?

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  4. Alessandro, gostei muito do seu blog , em especial desta postagem sobre os parques de Orlando... quando voltar à Flórida, ofereço a você e aos seus leitores a possibilidade de se hospedar em uma casa, bastante confortável e com muito espaço para facilitar a mobilidade de cadeirantes. Caso queira conferir, o link é: http://disneyfacilebarato.blogspot.com.br/2013/07/viajantes-com-necessidades-especiais.html

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  5. caramba na primeira imagem tava tão longe que eu pensei que era o peter do ei nerd versão cadeirante

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