domingo, 19 de outubro de 2014

Viajando de Low Cost para (e pela) Europa

Moderno Airbus A330-200 da Air Europa
Viajar para a Europa era um sonho antigo. Após duas adiadas, resolvi colocar em prática meus planos este ano. Comecei a programar em maio, com a compra das passagens. Meu objetivo era passar por quatro países, portanto seriam várias passagens, além da principal, de ida e volta para lá. Recomendado por meu cunhado, que foi ano passado visitar o irmão que morava em Madri, escolhi a cidade como "porta de entrada" na Europa. Busquei por preços de passagens através dos Skyscanner, e as mais baratas eram pela Air China, que meu cunhado utilizou, e Air Europa, uma companhia espanhola. Fui ao site das companhias para comparar preços e datas. Ficaria 14 dias na Europa e queria pegar dia 1º de outubro, para comemorar meu aniversário lá.
O espaço para as pernas até que é razoável - minhas pernas que são enormes!
Após pesquisa sobre opinião de consumidores sobre as companhias e envio de e-mail questionando sobre o preparo para receber cadeirantes, escolhi a Air Europa. Após a compra da passagem, enviei mais um e-mail perguntando se eu poderia ser alocado nas primeiras fileiras, pois poderia esticar as pernas e mudar de posição, afinal seriam dez horas de vôo. Me confirmaram que o assento seria reservado para mim e na reserva estava informado que eu era cadeirante. Cheguei ao aeroporto de Guarulhos, e houve resistência para me alocar na primeira fileira. Mostrei o e-mail da confirmação deles impresso (*isso é fundamental, imprimir todas os e-mails*). Logo chamaram uma pessoa mais "graduada" e ela me fez a seguinte proposta: reservaria para mim uma fileira inteira de quatro assentos no meio, e eu poderia usar à vontade, os braços eram todos removíveis. Aceitei e embarcamos.
Pegamos uma fileira inteira
Me passaram para aquelas cadeiras estreitas para chegar até o meio do avião e transferi para a poltrona. O avião era um Airbus A330-200 para quase 300 pessoas, confortável e com tela individual para cada passageiro. Isso foi ótimo para ver filmes na viagem, vi dois inteiros. E a solução deles de reservar quatro poltronas foi ótima, pude deitar no colo da Gi e dormir, no fim das contas foi menos cansativo do que a viagem de oito horas para Orlando. O atendimento deles também foi muito bom, mostraram que estão preparado para lidar com deficientes, e o espaço entre poltronas não é tão apertado. Durante o vôo serviram vários lanches e refeições, e tem bastante entretenimento a bordo. Na volta não consegui as quatro poltronas porque o vôo estava cheio, mas aí me colocaram na primeira fileira - que na verdade não é a primeira, é só a primeira da classe econômica. Foi bom também porque pude esticar as pernas e mudar de posição, minimizando novamente o desgaste.
"Amarrado" à cadeira de avião
Outra grande preocupação ao fazer uma viagem destas é o banheiro. Não conheço nenhum avião com sanitário adaptado, portanto nem adianta reclamar. Fiquei contando com a experiência dos comissários e minha no vôo para Orlando. Daria um jeito. Quando deu o horário e senti que precisava ir ao banheiro, chamei os comissários. Trouxeram a cadeira, transferi para ela e fomos. Chegando lá, colocaram a cadeira de frente para a porta e sugeriram que eu tentasse transferir. Me segurei nas barras e na pia, e joguei o corpo para a frente, com alguma ajuda deles. Meus joelhos entraram na lateral do vaso, consegui colocar a perna em cima do vaso, mas percebi que não conseguiria virar o corpo. Minhas pernas são muito grandes, e o banheiro muito estreito. Voltei à cadeira e sugeri fazer como fiz no vôo para Orlando, um dos comissários me puxaria de frente e me colocaria em cima do vaso, e então a Gi entraria comigo. Primeira tentativa, ele não conseguiu me girar direito e voltamos à cadeira. Segunda tentativa, o cara já bufando, minhas pernas travaram na porta e voltamos à cadeira. Aí deram a sugestão: como o banheiro ficava entre duas classes, poderiam fechar as duas cortininhas nas laterais e eu faria a sondagem ali. Assim fizemos, e deu certo. Na volta, fiz diferente. Diminuí a ingestão de líquidos à noite (o vôo era às 23:30), fiz uma sondagem antes de embarcar e no vôo tomei pouco líquido, então fiquei até chegar no Brasil sem sondagem, para fazer no aeroporto. Foi melhor assim.
Espaço para as pernas na EasyJet. Melhor que alguns aviões daqui.
De Madri para Paris busquei passagens no mesmo site e o melhor custo benefício foi pela EasyJet, uma das mais famosas Low Cost da Europa - para quem não sabe, significa baixo custo. No site deles já mostram a preocupação com cadeirantes, você escolhe a necessidade que tem e compra sem marcar assento. Uma diferença básica com o Brasil, é que lá fora não tem essa de ficar chorando para ir na primeira fileira, que é reservada para deficientes, que você tem necessidade, que não adianta. A legislação lá proíbe que pessoas com deficiência ocupem as primeiras fileiras, pois são saídas de emergência. Mas eles são experientes com cadeirantes, auxiliam a passar para a cadeira estreita que te leva mais para o fundo, e depois para a sua poltrona. O que se consegue conversando é não ir muito para o fundo. Usei a mesma companhia para ir de Londres para Roma, mas de Roma para Madri usei a Ryanair, outra Low Cost. Vou contar como foi.
Avião da Ryanair. Meio feinho, né?
Viajar de Low Cost dentro da Europa é muito tranquilo. A verdade é que as Low Cost de lá são muito semelhantes às nossas companhias "normais", na EasyJet me senti na Gol, até a cor é igual! Os assentos são apertados - assim como os daqui - e não dão nada a bordo, só vendem - assim como no Brasil. A diferença é que lá eles sabem lidar com cadeirantes, perguntam sempre como podem ajudar e se necessário transferir sabem exatamente como te pegar e orientam com educação. Recomendo usarem sem medo, porém na Ryanair achei a poltrona mais apertada para as pernas, mas mesmo assim nada absurdo. Me acomodei bem, até dormi. O que se deve observar é em que aeroporto estas companhias operam, pois muitas vezes só utilizam aeroportos mais distantes e menores. Foi o caso da Ryanair, que decolou de Ciampino, cidade próxima a Roma. Comprei nela mesmo porque os outros aeroportos também são distantes. A diferença é que para outros há linha de trem direto, para Ciampino havia só ônibus. Acabei indo de táxi, não ficou tão caro, trinta euros. Porém houve outro inconveniente: lá só há embarque na pista, portanto precisei ir de Ambulift. Pelo menos estava funcionando, ao contrário de alguns daqui.
Espaço para as pernas na Ryanair. Apertadinho.
De Paris para Londres, e de Roma para Modena, viajei de trem. E rodei muito de metrô em Madri. Vou contar como foi em outros posts. Vivi o maior perrengue em viagens da minha vida em um desses trechos, fiquei até tenso - olha que isso não é fácil - mas depois ri muito. Vocês também irão rir!
Legal nos vôos pela Europa é o visual.

8 comentários:

  1. Excelente post, Sam!

    Também acabo de chegar da Europa. Viajei pela TAP e tive uma péssima experiência no retorno ao Brasil. Falta de sorte minha? Falta de preparo da tripulação? O fato é que as cias aéreas europeias também falham -- e feio! Já tive experiências ruins também com Air France e com KLM.

    Depois vou contar no meu blog os perrengues pelos quais passei... rsrsrs

    Abração!

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  2. agradeceria se voce pudesse sugerir algum contato de taxi para cadeirante de cumbica para Santos. Como eh dificil encontrar um contato de confianca!!
    Muito grata Nadja

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    1. Oi Nadja, é difícil mesmo, mas infelizmente não tenho nenhum contato assim! Se algum leitor do blog tiver, posta aqui!

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  3. Ola Alessandro, voce nao utiliza taxis para deficiente???Como voce faz?

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    1. Olá! Não gosto de táxi para deficiente, acho que balança muito e não é confortável. Prefiro transferir para o banco da frente do táxi comum e guardar a cadeira no porta malas.

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  4. Boa noite Alessandro,

    Tudo bem? Sou cadeirante e o ano que vem vou fazer a minha primeira viagem para a Europa, gostaria de saber se além das cidades que você citou se Portugal, Viena e Bélgica se elas são acessíveis?

    Obrigada,
    Mariana

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    1. Oi Mariana, tenho uma amiga que já foi a Portugal e achou tudo bem acessível, mas nos outros países não sei te responder! No geral, as capitais européias são acessíveis, não creio que terá problemas! Boa viagem

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