sexta-feira, 17 de abril de 2015

Reatech 2015

Na entrada da Reatech, propaganda de carro
Este ano quase não fui à Reatech. Primeiro, devido à decepção do ano passado, em que vi poucas novidades e uma feira mais automobilística do que voltada aos deficientes. Segundo, devido a uma gripe braba que peguei poucos dias antes de viajar. Já havia comprado a passagem para sexta à noite, mas na terça feira fui parar no hospital com trinta e oito e meio de febre e dores insuportáveis. Fiquei afastado do trabalho, descansando em casa, mas as dores diminuíram pouco, e a gripe não foi embora. Na sexta melhorei um pouco, e como já estou acostumado a viver com dor, resolvi encarar a viagem. Cheguei a São Paulo quase meia noite, e minha maninha já estava no aeroporto me esperando.
Lá dentro, muito carro, pouca cadeira
No sábado saí da casa da minha irmã onze e meia da manhã, mais meia hora de táxi, cheguei ao meio dia na São Paulo Expo, na Rodovia dos Imigrantes. Pelo horário, até que não estava tão lotado na porta. Entrei no pavilhão e fui para o credenciamento, já que não fiz pela internet. Peguei uma fila - nem adiantava pedir preferência, eram todos deficientes. Mesmo assim, chegando perto do fim da fila uma atendente me puxou para o guichê, onde fizeram rapidamente o cadastro e entregaram o crachá.
Entrando na feira, tive a mesma sensação do ano passado, a de estar entrando no Salão do Automóvel. Fiat de um lado, Toyota do outro, Honda ao fundo, Renault, Chevrolet, Ford e companhia limitada. A Reatech está se tornando em primeiro lugar uma briga de montadoras. Só que, no atual limite de isenção, todas estão perdendo a briga. Há cada vez menos opções de carros automáticos ou automatizados para comprarmos. Pelo menos elas estão pagando pela continuidade da feira... Essa questão do aumento do limite de isenção foi discutida na feira, mas perguntei para várias pessoas, inclusive da Abridef, e ninguém soube o resultado da reunião. Vamos esperar.
Stand sensação da Cavenaghi
Passando algumas montadoras aparece o único stand "de peso" da Reatech, o da Cavenaghi. Era o centro das atenções, com promoções de cadeiras de rodas de qualidade e novidades tecnológicas para cadeirantes. Entre as cadeiras, gostei da Jaguaribe Speed, uma monobloco leve por pouco menos de cinco mil com rodas X-core, sem as rodas sai por menos de 3,5 mil. A Ottobock Ventus também estava lá, por pouco mais de 4 mil. De novidade, havia uma almofada de ar chamada Galaxy por 1.280,00, com a proposta de se encaixar melhor no traseiro por ter gomos de alturas diferentes. Outra novidade bem interessante é o encosto italiano Tarta, que é leve e envolve bem o cadeirante. Me sentei em uma cadeira com ele e senti a diferença, abri os braços e não senti nenhum desequilíbrio, fiquei bem firme. O único defeito - assim como da maioria dos apetrechos para deficientes - é o preço: salgados 5.200,00 reais. E olha que esse é o preço na feira. Nem quero saber fora.
Almofada Galaxy e encosto Tarta
Depois de quase cair para trás com os preços, fui ao stand da Guidosimplex, montado pelo pessoal do Hélio, que veio este ano em parceria com a Jeep, e mostrou o único carro que me interessou - o Renegade. O carro está muito bonito, e a versão de entrada pode ser adquirida com isenção de IPI e ICMS, só que com câmbio manual. O carro é um pouco alto, mas não é tão difícil transferir. Ele estava equipado com o Ghost, o acelerador eletrônico que fica por trás do volante e é acionado deslizando os dedos. Chique demais. No stand havia também novas versões das adaptações Guidosimplex, como o Elite, Europa Lever e F1. Já experimentei todos, muito confiáveis e precisos.
Stand da Guidosimplex, em parceria com a Jeep
Jeep Renegade carro mais legal da feira
Quando consegui parar de babar pelo Renegade, fui ao stand da Vemex. Na feira foi lançada a handbike Bólido SX1, feita de alumínio com componentes de alto nível, e preço competitivo para uma handbike top - pouco menos de seis mil reais. Se considerar que uma importada não sai por menos de dez mil, até que está bom. A bike ficou muito bonita e bem acabada, e já está fazendo pressão nas pistas. A Vemex está patrocinando o paraciclista Josimar Sena, que tem conseguido bons resultados. Também na Vemex chamou a atenção o preço da cadeira de rodas Falco, que baixou significativamente, para 4.745,00 na feira. Outra promoção que fez sucesso foi de rodas Spinergy, mas nem vou colocar o preço, pois todas acabaram na feira mesmo - eu comprei a última!
Bólido SX1, a handbike da Vemex
Com o Evandro Bonocchi, ao lado da Falco
A novidade mais quente, na minha opinião, é o Kit Radical, uma roda com motor elétrico que se adapta à cadeira de rodas, semelhante ao FireFly, só que fabricado no Brasil e por pouco mais da metade do preço. O Kit Radical tem vários modelos com potências diferentes. O mais interessante é o Standard, de 350 Wats, que custa 4,9 mil reais. Os kits se encaixam em um suporte universal montado embaixo da cadeira de rodas, e basta virar e travar para sair acelerando. A bateria tem autonomia de 20 quilômetros, mas um dos kits pode receber duas baterias. Conversei com o projetista e ele me explicou os passos do desenvolvimento e os próximos projetos, que incluem uma adaptação para cadeira monobloco. O produto é muito bom, traz muita autonomia ao cadeirante, e nem precisa virar marombado para tocar ela na rua. Também no stand do kit conheci um protótipo de mini ergométrica com motor, permitindo ao cadeirante exercitar as pernas como se estivesse pedalando. Muito legal.
Kit Radical Standard
Kit Radical montado em uma cadeira
Outro stand que sempre curto visitar é o da Jumper, que tem cadeiras para esportes radicais. Vi lá a Infinity, uma cadeira de titânio com detalhes dourados, muito linda. E nem tão cara como a concorrente americana, a partir de nove mil reais.
Cadeira de titânio Infinity, no stand da Jumper
Mais uma vez, valeu a pena ir à feira para encontrar os amigos, alguns que eu só vejo na feira. Encontrei menos gente do que no ano passado, mas só gente boa!
Com o Gilberto Porta e a Telma, mineiros marcando presença na Reatech
Com o Robson, paulista gente fina que só!

Um comentário:

  1. Como a loja que comprei minha cadeira (Mobility Brasil) disse pra mim quando fui fazer revisão segunda agora: A Reatech ta parando de investir e ta virando um Salão de Autos , infelizmente espero que isso pare de virar tendencia.

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