sexta-feira, 3 de julho de 2009

Despreparo no shopping

Outro dia fui sozinho ao shopping, no Pátio Savassi, aqui perto da minha casa. Como sei que lá há cadeiras de rodas disponíveis para quem precisar, não levei a minha. Cheguei ao estacionamento e solicitei a cadeira de rodas a um dos "guardinhas", daqueles que ficam fazendo não sei o que de um lado pro outro. O cara, bem intencionado até, já mandou um comando no rádio para o responsável pela "casinha" onde guardam as benditas cadeiras.
O tempo foi passando, passando e nada do cara chegar. O guardinha percebeu minha aflição e mandou outra solicitação via rádio. Mais uns minutinhos e finalmente aparece o cara da cadeira, que é responsável pela parte de bombeiro do shopping (prevenção a incêndio, essas coisas). Aí já começa a falta de preparo. O cara não sabia nem como posicionar a cadeira ao lado do carro. Expliquei como deveria ser e mais uma surpresa desagradável. A cadeira, além de ser do tipo mais simples que existe, sem nenhum tipo de regulagem nem almofada, ainda era do tipo que não solta o braço. Fazer o que, já estava lá mesmo e resolvi dar um jeito de passar pra cadeira. O guardinha ficou só segurando a cadeira atrás, sem saber bem o que fazer. Fiz uma mega força e consegui cair (literalmente) no assento da cadeira. Arrumei como pude as pernas, que ficaram pra cima, que nem um sapo, e fui dar a custosa voltinha no shopping. Sem conforto nenhum, fiz só o que tinha ido fazer e voltei pro carro.
Se a ida já foi difícil, imaginem a volta... Cheguei ao lado do carro, o guardinha veio auxiliar, e mais uma vez ficou sem saber o que fazer. Pedi pra segurar a cadeira, o mínimo. Cheguei pra frente, tentei passar por cima do braço, cai de novo na cadeira. Pedi pra colocar mais perpendicular ao carro, tentei de novo e quase fui pro chão. Mais uma tentativa, mais um quase tombo. Na quinta vez, virei o corpo e quando estava quase no banco, não aguentei e cai sentado na beirada da porta. Aí, finalmente, depois de descansar um pouco consegui entrar no carro.
Pior é que, não bastasse a falta de preparo do funcionário, que foi praticamente um espectador da minha luta, o equipamento é inadequado e desconfortável, além de faltar uma alternativa para fazer a transferência, como uma tábua ou prancha. Mas se o funcionário tivesse feito uma preparação para lidar com estes casos, poderia ter ajuda imensamente na transferência se posicionando ou segurando por baixo dos braços. Incrível como o cara entra numa função dessas e não recebe o treinamento adequado. Acho que eles pensam que a cadeira de rodas só é útil pra os velhinhos não cansarem as pernas... Dose, né?
Além disso, são clássicas os "galhos" que eles insistem em quebrar para os espertinhos que querem usar as vagas de deficiente "rapidinho"...

10 comentários:

  1. O Pátio Savassi com todos aqueles desníveis imagino que deve ser muito difícil para um(a) dadeirante.

    Concordo com você que o pessoal que trabalha no Shopping deveria ser mais bem treinado para tratar de pessoas com necessidades especiais.

    Outra coisa que me incomoda é ver as vagas para deficientes serem desrespeitadas e em conseqüências serem bloqueadas por cones ou correntes.

    É muita falta de educação e falta de consideração não se respeitar as vagas para deficientes.

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  2. Pô Alessandro,achava que o despreparo era só aqui,imagina que o Milton tem 1,87m e 85 kg,uma vez um cara só,menor que eu com 1,70m,queria pegar ele no colo só?Ah!Teve outro,enquanto eu e o Milton estávamos nos organizando,ele indo pra cadeira com a tábua de tranferência,eu segurando porta de carro,cadeira,tábua e o guardinha do lado perguntando o que tinha acontecido com ele,acidente,tiro,blá,blá,pode?O ^"côro" comendo e ele ali só de curioso.!@$¨%$
    Ah!Quando o Milton resolve não levar a cadeira,eu levo só a almofada,já ajuda
    beijos
    Tania

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  3. Como você, fico impressionada com a falta de respeito em relação a vaga de deficientes. Toda vez que vou ao shooping aqui em Campinas, dificilmente encontro uma vaga para deficiente, pois estas mesmas vagas já estão ocupadas pelos "espertinhos", como disse você. Várias vezes comuniquei isso aqueles "guardinhas",e sabe o que os caras de pau me dizem: "Sabe como é, né, tem muita gente briguenta...", ou seja, resolva você sozinha porque não quero confusão para o meu lado. E nós vamos reclamar pra quem? Infelizmente ainda não existe fiscalização...
    abraços
    Vera

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  4. oi Frank!! vim ver seu blog!!!! vc ja reclamou la no shopping?? acho que se vcs nao reclamam, os amigos e parentes nao mostram que nao estao satisfeitos, as coisas nao mudam!! è mt bonito eles fazerem propaganda que tem cadeiras de rodas, mas nao estarem aptos a usá-las corretamente. bjs, amanda

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  5. Sou velho cadeirante, admiro e acompanho seu blog, e queria fazer uma observação periférica. Acho absolutamente desnecessário chamar um trabalhador (mesmo que despreparado e sem treino ou autoridade) pejorativamente de "guardinha". Também frequento aquele shopping e vejo a insegurança dos caras. Humilhá-los, ou crer que eles são a instância adequada para queixas, não leva a nada, só piora a situação, principalmente a nossa própria. Um abraço.

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  6. Paulinho, o termo guardinha foi a melhor forma que encontrei para designá-los, não encontrei outro termo nem sei o nome da função, não foi minha intenção humilhar ninguém. Mandei um e-mail pra o Pátio Savassi relatando a experiência e solicitando treinamento e melhores equipamentos. Meu objetivo aqui é somente relatar a experiência para que outros não passem pela mesma, não corram o risco que corri. Vale a pena o sacrifício de levar a própria cadeira e desmontar lá, é mais seguro. Acho que você entendeu mal o artigo.

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  7. Também achei o termo "guardinha" pejorativo. Aposto que não gostaria se te chamassem de "aleijado".

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  8. oi sou cadeirante a 20 anos gostaria de me comunicar com alguem gue me intenda intenda as dificudade de um cadeirante

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  9. Não dá pra entender, porque coisas banais eles inventam mas coisas que todos os lugares deviam estar preparados não! Achei muito legal seu blog, parabéns! Karina

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  10. San,

    vir a postagem e lembrei de uma coisa que aconteceu comigo essa semana,tive uma lesao na pepe por cauda de um furuncuro, fui em um hsp particular passar pelo o ponto socorro, estava com o furunculo de baixo dos braços, e precisava de uma ajuda maior pra sair do carro. pense em um trabalho... O Hsp não tinha lugar pra parada rapida de carro,pouco menos alguem pra me ajudar a sair do carro, desprepapo total... Quando veio a cadeira de roda, era a coisa mais feia do mundo, rs! estou só relatando mais um caso de dispreparo, e o pior é que foi em um hsp.

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