terça-feira, 7 de agosto de 2012

Pedalando

Pedalando de novo, depois de seis anos!
"Parabéns Sam, a imagem que eu tenho sua é essa, em cima de uma Bike". "Sam, a imagem q tb tenho sua é em cima de uma bike. Não me lembro de vc a pé, só de bike na Rua Alberto Scharlet... Bons tempos. Legal ver sua força!!! Um exemplo pra todos nós!!!". "Massa Sam, já te vi fazendo mto isso! abraço." Estes foram alguns comentários postados no Facebook assim que coloquei a foto acima, pedalando em uma bicicleta ergométrica. Pelos comentários dá para ter uma ideia do quanto eu já pedalei na minha vida, antes da lesão medular.
Cheio de pose na época do bicicross
As bicicletas sempre foram companheiras constantes em minha vida. Fiquei sem bike um curto período, depois que roubaram uma Giant que eu tinha. Mas a história começou aos sete anos, quando eu ganhei uma bicicleta com rodinhas, e em pouco tempo descobri como tirar as rodinhas com a chave que veio nela e saí pedalando sozinho (com alguns capotes, claro). Depois disso, foram milhares de quilômetros rodando por ruas, estradas e, principalmente, estradas de terra
No MTB eu fazia loucuras
Depois do acidente que me deixou paraplégico, imaginei que jamais voltaria a pedalar, o que foi um duro golpe, ficar sem uma das atividades que em dava mais prazer. Quando descobri que existiam bicicletas para cadeirantes, as handbikes, tratei de comprar uma e voltei a sentir o prazer de girar os pedais e me levar pelas ruas sentindo o vento batendo no rosto. Já satisfez minha vontade, mas faltava sentir novamente as pernas tocando os pedais...
E não é que realizei esse sonho semana passada? Desde que a Joyce, da Aquafisiobh montou uma nova estrutura na clínica para iniciar o treino funcional (que já falei aqui no blog), ela disse que ia me colocar em cima da ergométrica para pedalar. Me animei com a ideia, pois já recuperei movimento no quadril e até um pouco nas pernas. Fomos para o test drive, e com auxílio de uma cadeirinha que me suspendeu, consegui subir na bicicleta e pedalar sozinho! Acho que minhas pernas se lembraram rapidinho como faz, de tanto que fizeram isso na vida. O problema é que minhas pernas são enormes (1,04m) e ficavam batendo na bicicleta o tempo todo. Por isso a Joyce e a Solange ficaram segurando o joelho.
Claro que o movimento do quadril ajuda a empurrar as pernas para frente, mas se não houvesse nenhuma resposta nas pernas, não teria mantido o ciclo de pedaladas. E o treino funcional trabalha justamente com essa resposta muscular a partir de movimentos realizados nos membros afetados. Me lembrei do vídeo do paraplégico que tem recuperado movimentos depois de receber células tronco, ele já está pedalando. Eu também! Prova que com força de vontade e a técnica certa, acreditando em si mesmo, tudo é possível.

15 comentários:

  1. Oi Xará de nome e sobrenome, tbém sou Fernandes! rsrsr
    Me conta uma coisa, vi que sua lesão foi alta, T2, quanto tempo vc demorou para conseguir se sustentar na cadeira, movimentar na cama e passar sozinho da cadeira pra cama, tomar banho e todas essas coisas mais? Vc teve que fazer outra cirurgia além da peça de titânio no lugar da vértebra? Quanto tempo ficou no Sarah? Desculpe tantas perguntas, mas é que o acidente do meu cunhado ainda é recente, na T5 e ele não consegue nem se virar na cama, precisa de ajuda para se sentar na cama e para passar pra cadeira. Tem 3 meses o acidente, vc tbém não se sentia bem com esse tempo de trauma? Obrigada
    Abraços da blogueira e Xará!
    http://oterceirosonho.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi Xará! Seu nome é lindo, heim? Seus pais tem bom gosto! No início, é muito difícil mesmo, demorei uns quatro meses para ter mais independência e força para me movimentar sozinho. A fisioterapia ajuda muito nisso, e o Sarah também. Fiquei lá um mês, uma semana acompanhado e o resto sozinho, e é essa a ideia deles, ensinar-nos a fazer tudo sozinho. Só fiz a cirurgia de artrodese mesmo. No início do processo de aprendizagem, utilizei uma tábua que o Sarah deu para escorregar o corpo da cadeira para outros lugares e vice versa. Não se preocupe com o início, é difícil mesmo, mas com treino e força de vontade ele logo estará melhor. Gostei do seu blog, parabéns!

      Excluir
    2. Obrigada pela ajuda! E parabéns pelo blog!

      Excluir
  2. Sam você se tornou paraplégico?
    na descrição esta como se fosse.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Fernando, me considero paraplégico, perdi os movimentos do peito para baixo. Mas para o Sarah, minha lesão é de tetraplégico, pois pegou a medula em nível C8, e eu tenho uma linha de insensibilidade que vem do sovaco e vai até a mão. Não perdi força, mas só essa alteração de sensibilidade me posiciona na categoria tetra. Abs

      Excluir
  3. Olá Sam, sempre acompanho o que você posta aqui no blog, mas vou fugir totalmente do assunto sobre esse post, eu tenho uma duvida, e gostaria de saber se você saberia responder... Bom, eu tenho 18 anos e namoro com um cadeirante, ele é paraplegico, e nós namoramos ja fazem 3 anos, realmente gosto muito dele, muitos falam que estou com ele por pena, mas nao é nada disso realmente gosto demais dele, ja tenho uma amizade a um certo tempo, e nos damos super bem e superamos barreiras juntos, e nao me arrependo de nada... Mas, infelizmente ele esta querendo sair do país e me deixar aqui, mas é para o bem dele, provavelmente no fim desse ano ele vai para california fazer um tratamneto no Project Walk... O que voce acha desse lugar, do tratamento? Gostaria de saber se voce indica.
    Espero que me responda! Obrigado, Marcella

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. E tambem se alguem que acompanha o blog, souber mais sobre esse Project Walk, comenta aqui por favor... Quero muito saber sobre isto!

      Excluir
    2. Oi Marcella, o tratamento que estou fazendo na Aquafisiobh é similar ao Project Walk, é uma técnica muito interessante e acho válido buscar melhorias através dele. Aqui no Brasil já tem um pessoal em SP que trabalha com o método, a Acreditando (www.acreditando.com.br). Quanto ao relacionamento, não se preocupe com o que os outros falam, o importante é ele saber do que você sente, né? Abraços

      Excluir
  4. vc tem controle da urina, ou usa sonda? gostaria de saber como funciona isso com paraplegicos e tetras

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Um pouco de cada. Tenho controle da bexiga até um certo limite, portanto uso coletor urinário para prevenir. À noite, não tenho controle, e durmo com coletor urinário. E para prevenir infecção e não forçar muito a bexiga, passo sonda vesical quatro vezes por dia. Mas isso varia caso a caso, tem gente que passa sonda seis vezes, tem gente que usa sonda de demora.

      Excluir
  5. Bom Dia Alessandro!!!
    você fez tratamento com células tronco?
    Ou a que se deve a sua recuperação da sensibilidade e movimentos?
    O meu noivo é paraplégico há quase quatro anos, devido a uma lesão na T3 e T4, queria passar para ele.
    Muito Obrigada!
    Mariana

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi Mariana!
      Não fiz tratamento com células tronco não. A minha recuperação se deve a um trabalho de fisioterapia que faço desde que tive minha lesão, que agora se intensificou com o treino funcional que estimula a recuperação através de movimentação passiva e outras técnicas. Além disso, todo dia de manhã eu mesmo faço mobilização passiva nas pernas. Minha lesão é T2 e bem grave, mas felizmente tenho tido bons resultados.
      Abraços!

      Excluir
    2. Nossa que bom! Fico feliz por vc!!!
      O Diego é bem teimoso rss... Ele não faz fisioterapia, e não gosta tbm...
      A verdade é que ele trabalha de dia, e fazemos faculdade juntos à noite, no final das contas, não nos sobra muito tempo para o tratamento.
      Eu entendo quando vc fala das suas dores, pq ele tem muitas dores nas costas, bem na região da lesão, além de espasmos fortíssimos!!!
      Outro ponto que eu venho pedir sua ajuda é: nós queremos engravidar, e estamos buscando meios para que isso aconteça.
      Vc já soube de cadeirantes homens que conseguiram?

      ** Mari ***

      Excluir
    3. Oi Mari, conheço muitos cadeirantes que tiveram filhos, homens e mulheres. Aqui no blog tem a história do Gregori, é só procurar na caixa de procura lá em cima. Eu mesmo estou ensaiando, descobri inclusive que o SUS tem um programa para auxiliar na gravidez de lesados medulares de graça. Procure saber em sua cidade. Abraços!

      Excluir
  6. Olá Alessandro... e a Mariana novamente!!!
    Me informei sobre o programa do SUS, e achei bem interessante, mas ainda não encontrei nenhuma unidade em nossa cidade, ou nas cidades próximas que realizem os tratamentos.
    Sem querer abusar, você disse que também está "ensaiando", você poderia nos dar mais informações... tipo, está fazendo algum tratamento já? Ou está tentando naturalmente?
    Porque existem algumas técnicas naturais, ou seja, sem intervenção médica que estamos tentando...
    Muito Obrigada!

    *Mari*

    ResponderExcluir

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...